Na Idade Média, a comida era mais do que apenas nutrição. Era um símbolo de status social, uma forma de se distinguir entre as classes. A dicotomia...

Na Idade Média, a comida era mais do que apenas nutrição. Era um símbolo de status social, uma forma de se distinguir entre as classes. A dicotomia entre cidade e campo se refletia claramente nos hábitos alimentares, com cada grupo social ostentando seus próprios "modos" gastronômicos. Na mesa dos senhores feudais, o pão branco de trigo reinava supremo. Símbolo de riqueza e refinamento, ele se diferenciava dos pães pretos, papas e sopas de cereais inferiores consumidos pelos camponeses. Estes alimentos, considerados grosseiros e básicos, representavam a realidade rural: frugalidade e necessidade. A carne também era um marcador social. As carnes frescas, disponíveis nos mercados das cidades, eram um privilégio das classes mais abastadas. Já os camponeses, dependentes de métodos de conservação como a salga, consumiam carnes salgadas, mica urbana. Mais do que apenas preferências alimentares, esses "modos" alimentares revelavam a busca por distinção. As elites urbanas se distanciavam do mundo rural através da comida, escolhendo alimentos e modelos de consumo que os diferenciavam da plebe. A gastronomia se tornava, assim, um palco de ostentação social, onde cada mordida era uma declaração de identidade e status partes do Brasil não semeiam trigo nem se dá outro mantimento algum deste