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TEMA 5 – DAS AÇÕES ESPECIAIS ADMISSÍVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO A CLT prevê, em seu art. 769, caput, a aplicação subsidiária do direito processual...

TEMA 5 – DAS AÇÕES ESPECIAIS ADMISSÍVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO A CLT prevê, em seu art. 769, caput, a aplicação subsidiária do direito processual comum, e, tendo em vista que a competência da Justiça do Trabalho foi ampliada com a EC. 45/2004, algumas ações passaram a admitidas ao processo trabalhista. Assim, adaptando-se às particularidades do processo do trabalho, são admitidos procedimentos que, em um primeiro momento, destinavam-se ao direito comum, mas que, por força do advento da EC 45/2004, também passaram a ser utilizadas na Justiça do Trabalho. Dentre essas ações, podemos destacar a ação de consignação em pagamento, as ações cautelares e a ação monitória, e a ação de prestação de contas. 5.1 Ação de consignação em pagamento A ação de consignação em pagamento, usualmente chamada de ACPg, é um procedimento especial de jurisdição contenciosa, com previsão nos arts. 539 a 549 do Código de Processo Civil brasileiro. As hipóteses de cabimento da Ação de Consignação em Pagamento são encontradas na Lei Civil, estando previstos nos incisos do art. 335 do Código Civil brasileiro as hipóteses de cabimento da referida ação, vejamos: Art. 335. A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Na Justiça do Trabalho, as hipóteses mais comuns em que são utilizadas a Ação de Consignação em Pagamento é para o pagamento das verbas rescisórias decorrentes da dispensa, quando, por exemplo, não se tem conhecimento do local em que se encontra o empregado que abandonou o emprego, ou no caso de falecimento do trabalhador, quando houver dúvidas sobre quem deve receber as verbas rescisórias. Possuem legitimidade ativa para propor a Ação de Consignação em Pagamento o devedor ou um terceiro com interesse no pagamento da dívida, conforme previsto no art. 539, caput, do CPC. Quanto ao polo passivo, em regra, é o empregado que figura nessa condição, por ser o destinatário do pagamento que pretende ser realizado, não havendo, porém, nenhum impedimento para que o empregador também figure no polo passivo, quando necessita o trabalhador ajuizar ação de consignação em pagamento para, por exemplo, devolver ferramentas de trabalho que estão em sua posse. Para ajuizamento da Ação de Consignação em Pagamento, deve constar na petição inicial o requerimento para realizar o depósito da quantia devida, no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, e ainda, o pedido para citação do réu levantar o depósito ou apresentar contestação (art. 542, I e II, do CPC). Não sendo efetuado o depósito no prazo deferido pelo juiz, a consequência legal é a extinção do feito sem a resolução do mérito, conforme dispõe o parágrafo único do art. 542 do CPC. O réu consignado poderá apresentar defesa na audiência inicial, alegando que não houve recusa ou mora no recebimento, que foi justa a recusa, que o depósito não foi efetuado dentro do prazo ou no lugar do pagamento ou que o depósito não foi realizado de forma integral, na forma dos incisos I, II, III e IV do art. 544 do Código de Processo Civil brasileiro. A competência para julgamento é o local em que o pagamento deve ser realizado (art. 540, caput, do CPC), porém, é necessário se atentar que a CLT possui regramento próprio no que diz respeito à competência, especificamente no art. 651, caput, que prevê a competência territorial para julgamento da demanda. Trata-se, contudo, de uma competência relativa, não podendo ser declarada de ofício, ou seja, se na contestação não for apresentada manifestação sobre esse fato, ficará prorrogada automaticamente a competência para julgamento no local em que foi originalmente distribuída a ação de consignação em pagamento. Há que se ressaltar que existe a possibilidade de o réu alegar a insuficiência do depósito; poderá o autor consignante fazer a sua complementação no prazo de 10 (dez) dias (art. 545, caput, do CPC), bem como é permitido ao consignado (réu) fazer o levantamento dos valores incontroversos, prosseguindo-se o feito com relação à parte controvertida. Por fim, julgando-se procedente o pedido, ou se o credor receber e dar quitação, será declarado pelo juiz extinta a obrigação, servindo o pagamento em consignação como efetivo pagamento da dívida, afastando-se a responsabilidade do consignante no que tange ao pagamento realizado em consignação. 5.2 Da ação monitória A ação monitória tem previsão no art. 700 do Código de Processo Civil brasileiro, que prevê: Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I – o pagamento de quantia em dinheiro; II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. A ação monitória tem como objetivo, portanto, dar eficácia executiva à prova escrita que não possua tal eficácia, especificamente para os fins colimados nos incisos I, II e III do mencionado art. 700 do CPC. A prova escrita, como alude a norma processual, pode ser uma prova oral transcrita, como uma gravação, ou mesmo conversas obtidas por meio de redes sociais, mediante elaboração de uma ata notarial. Havendo dúvidas sobre a licitude da prova, o juiz deverá intimar o credor para que proceda com a emenda da petição inicial, a fim de que seja adaptada ao procedimento comum, deixando de seguir os trâmites notadamente mais céleres do procedimento especial, ex vi do art. 700, parágrafo 5.º, do CPC. Deferida a tramitação da demanda na forma de ação monitória, será expedido mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer, no prazo de 15 dias, podendo o réu nesse prazo apresentar embargos monitórios, que possuem efeito suspensivo, suspendendo a eficácia do mandado para pagamento até o seu julgamento. Não sendo apresentados os embargos, ou sendo estes rejeitados, “constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível”. A questão que merece ser debatida no presente momento é sobre o cabimento da ação monitória ao processo do trabalho, pois há corrente que defende que não são cabíveis, uma vez que não há previsão da realização de audiência de conciliação entre as partes, o que é uma obrigação segundo os arts. 764 e 846 da CLT. Outro argumento contrário seria o fato de que, no processo do trabalho, a regra é que a citação seja feita pelo correio, admitindo-se excepcionalmente a citação por oficial de justiça, o que não ocorre com a ação monitória, em que a citação apenas é feita por mandado. Contudo, em que pese os relevantes argumentos em sentido contrário, o entendimento que se tem sobre o tema é de, conforme leciona Carlos Henrique Bezzera Leite (2016, p. 1.740), que “todos esses os obstáculos podem ser ultrapassados se o enfoque a ser dado pelo operador do direito for inspirado no princípio constitucional de acesso ao Poder Judiciário”. Assim, perfeitamente cabível a ação monitória no processo do trabalho, desde que seja adequada às suas particularidades, por exemplo, aplicar o disposto no art. 701, caput, do CPC em

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AULA 06
15 pág.

Justiça do Trabalho Centro Universitário UNINTERCentro Universitário UNINTER

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