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As considerações feitas nos conduzem ao cerne do conjunto de argumentos que propus denominar “historicismo” e justificam a escolha dessa denominaçã...

As considerações feitas nos conduzem ao cerne do conjunto de argumentos que propus denominar “historicismo” e justificam a escolha dessa denominação. A ciência social não é mais que história – essa a tese. Não, porém, História no tradicional sentido de crônica de fatos históricos. A espécie de história a que os historicistas querem identificar a Sociologia volta-se não apenas para trás, mas também para a frente, para o futuro: o estudo das forças atuantes e principalmente das leis de desenvolvimento social. Nesses termos, poderia apresentar-se como Teoria histórica ou História teorética, pois as leis históricas foram dadas como as únicas leis sociais universalmente válidas. Hão de ser leis de transformação, de processos, de desenvolvimentos – não pseudoleis de constâncias ou de uniformidades aparentes. Ao ver dos historicistas, os sociólogos devem tentar conseguir uma ideia geral das grandes propensões, ao longo de cujas linhas as estruturas sociais sofrem mudanças. Além disso, contudo, devem tentar compreender as causas desse processo, a forma de operar das forças responsáveis pela transformação. Devem tentar formular hipóteses acerca das propensões gerais, subjacentes ao desenvolvimento social, e isso para que os homens, deduzindo profecias a partir dessas leis, possam ajustar-se a alterações que se avizinhem. A noção de sociologia, tal como os historicistas a caracterizam, melhor se esclarece com o auxílio da seguinte distinção que traço entre duas diferentes espécies de prognóstico – e a correlata distinção entre dois tipos de ciência. Em oposição à metodologia historicista, cabe conceber um tipo de metodologia que tenha por finalidade uma ciência social tecnológica. Essa metodologia haveria de conduzir-nos ao estudo de leis gerais da vida social, objetivando identificar os fatos que se erigiriam mal fundados, pois descuidam-se das únicas leis sociais realmente relevantes – as leis de desenvolvimento. A ciência que supostamente se põe como base daqueles ensaios deve ter ado alguns aspectos do desenvolvimento social, como, digamos, a emergência da novidade. A ideia de que podemos construir racionalmente, com base científica, novas estruturas sociais, implica a ideia de que podemos criar um novo período social, mais ou menos ao longo das linhas planejadas. Entretanto, se o plano estiver alicerçado em uma ciência abrangente dos fatos sociais, não poderá esse plano explicar os traços intrinsecamente novos tão-somente aludindo a uma novidade de disposição (ver seção 3). Sabemos, porém, que um novo período encerrará uma novidade intrínseca própria – afirmação que torna fútil qualquer planejamento que desça a pormenores e torna falsa qualquer ciência em que o planejamento se apóie. Essas considerações historicistas são aplicáveis a todas as ciências sociais, inclusive a Economia. Consequentemente, não cabe esperar da Economia, no que diz respeito à reforma social, informação valiosa de espécie alguma. Só uma pseudo-Economia pode pretender oferecer base para um planejamento racional. A Economia verdadeiramente científica só pode contribuir para dar a conhecer as forças que impulsionam o desenvolvimento de períodos futuros, mas não pode ajudar-nos a traçar e a colocar em operação um plano pormenorizado para qualquer novo período. O que se aplica a outras ciências sociais aplica-se também à Economia. Seu objetivo último só pode ser o de “explicitar a lei econômica do movimento da sociedade humana” (Marx).

Essa pergunta também está no material:

A Miséria do Historicismo
96 pág.

Questao Social e Serviço Social Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

Respostas

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Essa questão parece ser um trecho de um texto acadêmico sobre historicismo e suas aplicações nas ciências sociais, especialmente na Sociologia e na Economia. Se precisar de ajuda com alguma dúvida específica desse texto, estou à disposição para ajudar.

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