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É dever do empregador tomar as medidas necessárias a impedir a ocorrência de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, ou seja, cumpre ao patr...

É dever do empregador tomar as medidas necessárias a impedir a ocorrência de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, ou seja, cumpre ao patrão, além de fornecer os equipamentos de segurança adequados à atividade desenvolvida, instruir seus empregados acerca do correto desempenho de suas atribuições, inclusive fornecendo treinamento prévio para que os trabalhadores possam operar o maquinário existente na empresa (arts. 7. º, XXII, da Constituição Federal, 157 e 166 da CLT e 338, caput e § 1. º, do Decreto n. º 3.048/99). Ao se omitir no seu dever geral de cautela, concorre com culpa, na modalidade negligência, para a ocorrência de eventual acidente do trabalho que venha a vitimar seus empregados, devendo ser responsabilizada pelos prejuízos morais e materiais suportados pelo trabalhador vítima do infortúnio. O dever de indenizar se justifica também pela aplicação da responsabilidade civil objetiva (teoria do risco), se se reconhece que o manejo de máquina causadora do dano expunha os seus operadores a uma maior potencialidade de sujeição a acidentes em relação aos demais trabalhadores da empresa. Responsabilidade em Acidente do Trabalho e Danos Morais A responsabilidade do empregador de reparar ao trabalhador os danos morais decorrentes de acidente do trabalho está amparada nos princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho, consagrados no artigo 1º da Constituição Federal de 1988, bem como no artigo 2º da CLT, pelo qual são atribuídos ao empregador os riscos da atividade econômica, e nos artigos 154, 157, 162 e 166, também da CLT, pelo dever de proteção à saúde e segurança. Não obstante a responsabilidade ser objetiva, expressa no artigo 927 do Código Civil, responde também com culpa o empregador quando não atende às normas legais de proteção à saúde e segurança do empregado. Trabalho em altura e não concessão de EPI A empresa deve tomar os cuidados necessários a fim de evitar a ocorrência do acidente, como no caso de se evitar queda do telhado. Nos termos do art. 927 do Código Civil, havendo acidente, abre-se oportunidade para reclamação indenizatória por danos morais. A NR-6 do Ministério do Trabalho, que trata de equipamento de proteção individual, prevê, em seu anexo I, EPI para proteção contra quedas com diferença de nível e, no item I. 2, a indica para tais casos cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura. A incúria do empregador em não fornecer o equipamento de proteção adequado, o qual se mostra decisivo para as consequências de acidente, consolida a culpa do empregador pelo seu comportamento omissivo. A fixação dos valores da indenização reparatória decorrente de dano moral deve-se ater às circunstâncias e peculiaridades do caso concreto, levando-se em consideração a extensão do dano sofrido, fixando a condenação dentro de um patamar compatível e razoável. Assim o é, porque as aludidas indenizações visam tão-somente reparar o dano sofrido e provocar no ofensor o efeito pedagógico, mas sem acarretar o enriquecimento sem causa da vítima. Acidente do Trabalho e Condição Insegura Incumbe ao empregador oferecer aos empregados ambiente de trabalho adequado aos riscos da atividade à luz do art. 166 da CLT, tendo o dever de atenuar os riscos inerentes à atividade laboral, através de adoção de medidas que assegurem a saúde, vida e segurança dos empregados, consoante as diretrizes o artigo 7º, inciso XXII da Constituição Federal e do artigo 157 da CLT. Na hipótese de ter o empregador permitido que o empregado, sem qualquer treinamento prévio, utilizasse outra coisa e não de escada, para subir em máquina a ser reparada, que se encontrava em pleno funcionamento, resta inequívoca a caracterização da condição insegura de trabalho, circunstância que evidencia a culpa do empregador no desencadeamento do acidente de trabalho. Ambiente de Trabalho Seguro Da exegese do art. 7º, XXII, da CF e do art. 166 da CLT, se constata que o empregador é responsável pela segurança do ambiente de trabalho em que se insere o empregado, sendo-lhe imposto garantir que esse ambiente não ofereça riscos à saúde do trabalhador. Também é dever do empregador proporcionar todos os meios de proteção possíveis para garantir a segurança e a saúde de seus empregados, ressaltando que é considerado ambiente de trabalho todo e qualquer local em que o trabalhador se ative a mando de seu empregador e não somente as dependências da empresa. A não-observância das condições básicas de segurança do ambiente do trabalho, em desrespeito às normas constitucionais (art. 7º, XXII, da CF), infraconstitucionais (artigos 157, 166 e 191 da CLT), bem como que instituídas por meio de instrumento coletivo (cláusula 35ª da cct da categoria), as quais têm por escopo garantir a saúde, a segurança e a higiene na relação de emprego, configura falta grave cometida por parte do empregador, de modo a inviabilizar a manutenção do contrato de trabalho. Omissão no Fornecimento Completo de EPI De conformidade com a Convenção 155 da OIT, a qual restou incorporada ao ordenamento jurídico nacional e, portanto, vinculativa e obrigatória, e do contido no art. 157 da CLT, é dever do empregador garantir ao trabalhador ambiente de trabalho saudável e seguro e nisso se inclui o fornecimento de todos os equipamentos de proteção individual a fim de prevenir acidentes, sendo certo que o fornecimento parcial é causa de responsabilização do empregador pelos danos sofridos pelo trabalhador em razão do acidente, inclusive passível de indenização por danos morais. Restando demonstrado a omissão na adoção de medidas e cuidados preventivos ao deixar de fornecer de forma completa, os equipamentos de proteção individual, houve violação à regra constante do art. 166 da CLT, configurando, portanto, o ato ilícito decorrente de omissão ou negligência. A teor do que disposto nos arts. 186 e 927 do Código Civil de 2002, é dever de reparar os danos sofridos pelo trabalhador representado por sequelas que implicam na supressão de movimentos e na impossibilidade de outra atividade, Prejuízo Estético Nas modalidades de dano moral, destaca-se o prejuízo estético sendo este considerado uma especificidade destacada daquele. É de se concluir que não configura julgamento extra petita, quando a despeito do pedido da exordial reportar à ‘ressarcimento do dano moral’, a sentença impuser também a obrigação de indenizar dano estético, ainda mais quando este for também a questão de fundo do pedido. A condenação ao pagamento de compensação a título de dano estético encontra-se dentro dos limites da lide, pelo que não há que se cogitar em julgamento extra petita, nos termos dos arts. 128 e 460 do CPC c/c 769 da CLT. A obrigação de reparar dos danos decorrentes de acidente de trabalhou ou doença equiparada deriva de culpa ou dolo patronal, o qual deve ser demonstrado pelo obreiro, porquanto fato constitutivo do seu direito. Sendo evidenciado que a empresa mantinha o obreiro laborando em condições nocivas à sua saúde, mesmo estando ciente de enfermidade alérgica, tem-se por caracterizada a culpa patronal pelo dano moral por ele sofrido, já que é dever da empregadora zelar pela saúde e segurança de seus empregados, tomando todas as medidas necessárias para resguardá-las, a teor do que estabelecem os arts. 157

Essa pergunta também está no material:

CLT Comentada Arts 75-A a 223- - Getulio Alves
740 pág.

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O empregador tem o dever de tomar as medidas necessárias para impedir a ocorrência de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. Isso inclui fornecer os equipamentos de segurança adequados, instruir os empregados sobre o correto desempenho de suas funções e fornecer treinamento prévio. A omissão do empregador nesse dever pode resultar em responsabilização pelos prejuízos morais e materiais causados aos trabalhadores vítimas de acidentes. Além disso, a responsabilidade do empregador em reparar os danos morais decorrentes de acidentes de trabalho está amparada nos princípios da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho.

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