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Ao pensar no tratamento de enfermidades, remete-se logo a procedimentos médicos como exames clínicos e remédios, entretanto, há outras variáveis no...

Ao pensar no tratamento de enfermidades, remete-se logo a procedimentos médicos como exames clínicos e remédios, entretanto, há outras variáveis no tratamento que devem ser levadas em consideração, que influenciam na cura do paciente, principalmente de crianças no processo de internação. Capra (2001) afirma que a doença não é considerada em si um agente impactante, mas os resultados de uma série de causas culminam em desarmonia e desequilíbrio. Nesse contexto, é importante o cuidado referente ao aspecto emotivo do paciente, não se limitando somente à parte física do corpo. No decorrer dos anos, foram se transformando os conceitos sobre doença, que antes era compreendida apenas em suas características físicas, ou seja, havia uma preocupação por parte dos profissionais de saúde apenas voltada para a enfermidade em si, e não para os aspectos mentais do paciente. Cunha e Viegas (2003) apontam que é essencial lembrar que a vida da criança, seu crescimento e desenvolvimento físico, mental, emocional e social não param, eles continuam evoluindo durante o período de internação no hospital. A criança hospitalizada muda completamente seus hábitos, ela afasta-se de todas as atividades frequentes do seu dia a dia; dependendo da enfermidade, é até privada de brincar. Diante dessa realidade, o hospital se torna para a criança, em alguns casos, uma experiência frustrante e bem difícil. São vários os sentimentos de uma criança dentro de uma unidade hospitalar, portanto não é fácil sua adaptação. A agressividade, o medo, o choro, a revolta, e a não aceitação daquilo que está sendo proposto são tidos como alterações emocionais sofridas pela criança nesse processo, e em alguns casos contribuem para um quadro depressivo. Partindo desse pressuposto, a criança no processo de internação continua sendo criança e a brincadeira surge, por meio de jogos e atividades lúdicas, como uma ferramenta que possibilita seu equilíbrio emocional e intelectual. Nessa perspectiva, Mitre (2000, p.03) diz que o brincar passa a ser visto como uma etapa terapêutica capaz de promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a possibilidade de, através dele, a criança melhor elaborar esse momento específico que vive. Vale ressaltar que as atividades lúdicas estão sendo inseridas nas unidades de saúde que disponibilizam de alas pediátricas por meio de espaços denominados brinquedotecas, permitindo que a criança possa interagir com o meio no qual está inserida, de forma prazerosa, sem deixar de lado sua essência de criança. A atividade com ação lúdica traz por meio dos brinquedos e brincadeiras múltiplas funções na vida de uma criança. Além disso, o brincar pode colaborar no processo de tratamento da criança, permitindo suprir suas necessidades cognitivas e psicológicas, dando-lhe, ainda, suporte essencial para a construção do conhecimento e entendimento da fase que está enfrentando no momento de internação. Assim, mediante tais alterações emocionais, a humanização dos hospitais exerce papel importante, visando garantir a harmonia entre os funcionários e a qualidade na prestação dos serviços, refletindo numa maior atenção dispensada aos pacientes. Nesse contexto, o Ministério da Saúde criou o Programa de Humanização Hospitalar, no ano de 1999, e a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS, em 2003, as quais se referem a ações práticas que objetivam a qualificação nos serviços dispensados aos pacientes. Esses programas e ações visam promover a saúde não apenas por meio de remédios, tratando somente do aspecto físico, mas também quanto aos fatores psicológicos, principalmente de uma criança no processo de hospitalização. A ação lúdica através da brinquedoteca hospitalar se torna um dos recursos mais eficientes na promoção da saúde da criança, pois estimula o brincar, apesar das dificuldades que possam existir.

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Planejamento e desenvolvimento do turismo nas regiões do seridó e trairi_cultura, lazer e eventos
586 pág.

Fundamentos Geográficos do Turismo Faculdade AnhangueraFaculdade Anhanguera

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A importância do aspecto emocional no tratamento de crianças hospitalizadas é ressaltada, destacando a necessidade de considerar não apenas a parte física, mas também a emocional e mental do paciente. A brincadeira e atividades lúdicas são fundamentais para o equilíbrio emocional e intelectual da criança durante o processo de internação, contribuindo para seu desenvolvimento e bem-estar. A humanização dos hospitais, por meio de programas como o Programa de Humanização Hospitalar do Ministério da Saúde, é essencial para garantir uma atenção de qualidade aos pacientes, considerando não apenas o aspecto físico, mas também o psicológico, especialmente no caso de crianças hospitalizadas.

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