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Entende-se por amortecimento de poços toda operação de manuseio de fluido de completação para dentro do poço, que resulte, interno ao poço, em uma ...

Entende-se por amortecimento de poços toda operação de manuseio de fluido de completação para dentro do poço, que resulte, interno ao poço, em uma coluna de fluido cuja pressão hidrostática (PH) em frente aos canhoneados abertos seja superior à pressão estática da formação (PE). Essa barreira hidráulica criada dentro do poço, decorrente da sobrepressão imposta (overbalance, PH - PE) impede a surgência de qualquer fluido de formação. Pode-se definir fluido de completação como sendo uma solução salina, isenta de sólidos, compatível com a formação de interesse e que não ocasiona danos de formação quando em contato. É essencial que o fluido de completação seja bem filtrado para não haver o tamponamento dos poros e canais da rocha por onde o óleo escoa, o que traria danos irreparáveis ao poço, com perda de produtividade. Uma correta composição química do fluido é fundamental, pois a reação dos íons presentes no fluido com os argilominerais da rocha pode causar o inchamento destes, provocando danos severos. O fluido de completação, além de ter a função de amortecer o poço, possibilita circular fluido no poço. Isso é de fundamental importância, por exemplo, em operações como cimentação ou limpeza de fundo, em que é necessário trazer os detritos até a superfície. As pressões estáticas (PE) das formações, por sua vez, podem ser classificadas como: Normais; Anormalmente altas; Anormalmente baixas. As pressões normais são aquelas cuja hidrostática corresponde a uma coluna de água dentro do poço, sem adição de qualquer sal, sendo a situação mais frequente a encontrada nos poços exploratórios descobridores de novas acumulações de hidrocarbonetos. As pressões anormalmente altas são aquelas cujo peso específico do fluido equivalente é superior ao da água supersaturada e as anormalmente baixas, quando inferior ao da água doce. As pressões anormalmente altas, em geral, estão relacionadas com reservatórios de pequenas dimensões ou que tenham sofrido efeitos tectônicos elevados, ainda não explorados, gerando pressões elevadas. A depleção (razão de queda das pressões originais) nesses reservatórios de pequenas dimensões pode ser verificada em testes de formação (TF ou TFR). Outras situações em que podem ser encontradas pressões anormalmente elevadas são em processos de recuperação avançada, como por exemplo, em injeção de água ou gás. As pressões anormalmente baixas são bastante frequentes nos reservatórios em fase avançada de explotação, sem sistemas de injeção de água ou gás que consigam manter ou recuperar a pressão das formações. É comum encontrar essa situação nas atividades de workover para manutenção de produção. Para se conseguir uma determinada pressão, em uma determinada profundidade vertical (em frente aos canhoneados), somente um parâmetro do fluido pode ser trabalhado, ou seja, seu peso específico. Para se determinar o peso específico do fluido que deve ser utilizado, basta conhecer a pressão estática da formação, a profundidade vertical dos canhoneados e o gradiente geotérmico da área, já que o aquecimento do fluido de completação ocasiona a diminuição de seu peso específico. Quanto maior o peso específico do fluido a ser utilizado para amortecimento, maiores serão os custos envolvidos, tendo em vista que será necessária a utilização de sais especiais. Por outro lado, existem poços com pressões bastante baixas, cujo amortecimento não pode sequer ser feito com água, mantendo o nível do fluido na superfície. Nesse caso, ou se utiliza um fluido mais leve (diesel, óleo morto, fluido gaseificado etc.) ou se controla o decaimento do nível do fluido (com sonolog) até o ponto em que o poço não receba (beba) uma vazão considerável de fluido, o que poderia dificultar os procedimentos operacionais subsequentes. Dependendo dos equipamentos que estão internos ao poço, variam-se as formas de amortecê-lo. Essas formas podem ser classificadas em: Circulação reversa; Injeção direta; Segregação gravitacional. Nas formações depletadas, havendo somente a necessidade de substituição da coluna de produção sem a retirada da cauda, pode-se amortecer o poço por circulação reversa, instalando também uma barreira mecânica na cauda, para que o poço não beba. Havendo necessidade da retirada da cauda, com um indicativo de que a formação vai beber muito, pode-se fazer um combate à perda. Esse combate pode ser pelo embuchamento da formação com calcita (que depois é removida com ácido clorídrico), com tampão de sal (que depois é dissolvido pela própria água produzida) ou até com tampões de gel reticulado (que depois acabam se degradando pela ação da temperatura). Circulação reversa O tipo mais comum de amortecimento é por circulação reversa. Neste caso, é necessário haver um ponto de comunicação entre a coluna e o anular, que pode ser um mandril de gas-lift, uma sliding sleeve ou até mesmo um TSR desencamisado. Uma vez estabelecida a comunicação, bombeia-se o fluido de completação pelo anular, com retorno do óleo ou gás pela coluna até encher todo o poço e coluna com o fluido de amortecimento. Injeção direta Se não houver a possibilidade de amortecer o poço por circulação reversa (por falta de ponto de comunicação, perda para a formação etc.), o poço pode ser amortecido por injeção direta, isto é, recalcando-se o óleo e o gás que estão na coluna de volta para a formação. Neste caso, há dois efeitos indesejáveis: O primeiro é que nem todas as formações aceitam bem esse retorno e, mesmo assim, acabam por beber algum fluido, já que por ser mais pesado que o óleo é impossível recalcar todo óleo com fluido de completação sem que haja uma segregação, o que faz com que uma parte do óleo sempre corte o fluido. O segundo é que este óleo que fica sobrenadante sempre possui uma porção de gás em solução que, ao se liberar, faz com que apareça uma pressão na cabeça do poço, sendo que na maioria das vezes é muito demorado (às vezes até impossível) recalcar todo gás e eliminar essa pressão para se poder iniciar a intervenção. Nos poços equipados com BCS, nos quais a coluna não vai até o fundo do poço, inviabilizando a circulação reversa ou nos que o BCS não permita a retirada da standing valve da cauda, inviabilizando a injeção direta, utiliza-se o amortecimento por segregação gravitacional. Esse método nada mais é do que uma circulação reversa, porém, em uma altura distante do fundo do poço. Faz-se a circulação à baixa vazão. Parte do fluido que sai do anular e entra na coluna sobe, circulando normalmente. A outra parte, porém, acaba cortando o óleo, por ser mais denso, fazendo com que este óleo suba até a superfície. Embora esse método seja eficiente, o tempo despendido para o amortecimento é muitas vezes maior do que a circulação reversa pura e simples. Poços excessivamente depletados não podem ser amortecidos e mantidos cheios sem que haja um combate à perda, na maioria das vezes danosa à formação. Se houver necessidade de circulação, não resta outra saída senão efetuar esse combate, ou a utilização de flexitubo. Assim, se não houver necessidade de encher o poço, o mais vantajoso é deixá-lo no seu nível estático. Nesse caso, usa-se o sonolog, que é um aparelho que mede o nível de fluido no poço através do tempo de propagação e reflexão de um pulso sonoro (eco) para verificar o nível do fluido no poço.

Essa pergunta também está no material:

Amortecimento de Poços na Completação
21 pág.

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O amortecimento de poços é uma operação que envolve o manuseio de fluido de completação para dentro do poço, resultando em uma coluna de fluido cuja pressão hidrostática (PH) em frente aos canhoneados abertos é superior à pressão estática da formação (PE). Isso cria uma barreira hidráulica que impede a surgência de qualquer fluido de formação. O fluido de completação é uma solução salina, isenta de sólidos, compatível com a formação e que não causa danos. Sua correta composição química é essencial para evitar danos à formação. Além de amortecer o poço, o fluido de completação permite a circulação no poço, fundamental em operações como cimentação ou limpeza de fundo. As pressões estáticas das formações podem ser normais, anormalmente altas ou anormalmente baixas, influenciando a escolha do peso específico do fluido de amortecimento. Existem diferentes formas de amortecer um poço, como circulação reversa, injeção direta e segregação gravitacional, cada uma adequada a diferentes situações. Em poços excessivamente depletados, pode ser necessário combater a perda de fluido.

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