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Documentos de papel são produzidos com papéis de segurança, que apresentam algumas diferenças em relação aos papéis comerciais comuns. As diferenças começam com o tipo de matéria-prima empregada. Enquanto os papéis comuns são produzidos a partir de eucalipto ou pinus – que possuem fibras celulósicas relativamente curtas, as quais proporcionam menor resistência, mas maior lisura, e com menor custo –, os papéis de segurança contêm fibras de linho e/ou de algodão – mais longas –, daí sua maior resistência e durabilidade, mas também sua maior aspereza. Outra diferença de grande importância e facilmente observável é a ausência de substâncias branqueadoras no papel de segurança, presentes na maioria dos papéis comerciais. Essas substâncias emitem luz branco-azulada quando expostas a radiação U.V. (não apenas proveniente de lâmpadas, mas também do próprio sol), tornando o papel mais branco e brilhante. Além disso, os papéis comuns possuem vários aditivos que não são encontrados nos de segurança, como o amido – usado como um selante de superfície – que reage com o iodo, produzindo uma mancha escura (esse é o princípio de funcionamento das canetas de identificação de dinheiro falso). São também elementos incorporados ao suporte: Marcas-d’água São imagens que se tornam visíveis apenas quando se observa o documento contra a luz. As imagens das marcas-d’água são produzidas por diferenças na densidade cias. Existem dois momentos distintos em que elas podem ser produzidas. O primeiro é quando a folha vai começar a ser formada, e o papel ainda é uma massa disforme, conduzida por uma forma (molde) que irá direcionar as fibras durante sua decantação, gerando diferentes densidades de distribuição. Esse tipo de marca-d’água é o mais bem elaborado, e o que apresenta maior segurança e melhor aparência estética, porém relativamente caro. Um exemplo são as efígies existentes nas cédulas de real, de todos os valores. O segundo momento em que a marca-d’água pode ser criada é quando a folha de papel já está parcialmente formada, necessitando apenas de eliminação de água para sua conclusão. Nesse processo, um molde irá deslocar as fibras do papel de determinadas regiões para outras, também gerando diferenças de opacidade. No entanto, podem ser obtidos no máximo três tons distintos: igual ao do papel, mais claro ou mais escuro. Sua produção é menos dispendiosa, porém não proporcionam a mesma segurança que as multitonais. Um exemplo é o número “20” na marca-d’água das cédulas de vinte reais. Fibras coloridas São pequenas fibras sintéticas, normalmente azuis, vermelhas ou verdes, visíveis a olho nu, adicionadas à massa do papel durante sua fabricação, o que lhes proporciona uma distribuição totalmente aleatória. Podem localizar-se na superfície do papel, totalmente em seu interior, ou estar apenas parcialmente imersas. Fibras luminescentes Diferenciam-se das coloridas apenas por fluorescerem sob luz U.V., com emissão de luz branca ou em cores. Sob luz visível, podem ser coloridas ou incolores. Fio de segurança É uma faixa plástica ou metálica inserida na massa do papel, durante sua fabricação. Os fios de segurança podem ser magnetizados, conter textos e apresentar fluorescência, permitindo também codificações para posterior leitura e reconhecimento de sua autenticidade. Podem estar inteiramente imersos no papel ou apenas parcialmente (fios janelados). Hi-lites São pequenas cápsulas com uma substância fluorescente em seu interior, que são adicionadas à massa do papel durante sua fabricação. Podem ser visíveis a olho nu, mudando de cor sob UV, ou visíveis apenas sob iluminação ultravioleta. Conferem um bom índice de segurança, já que seu efeito de fluorescência não pode ser reproduzido com fotocopiadoras, escâneres, ou mesmo com tintas fluorescentes. A sua distribuição no papel é homogênea, o que dificulta adulterações. Como estão incorporados ao papel, são visíveis de ambos os lados do documento. impressos em ofsete Embora o sistema de impressão ofsete seco ainda tenha seu uso bastante restrito, ele não é, por si só, uma impressão de segurança como a calcografia. No entanto, existem algumas técnicas que possibilitam criar elementos de segurança bastante eficientes com esse tipo de impressão. Registro coincidente É o perfeito alinhamento entre as impressões do anverso e do reverso do documento. Devido às características do ofsete, isto só se obtém com impressão ofsete a seco, em máquinas que permitem imprimir os dois lados simultaneamente. Nenhum outro sistema de impressão possibilita esse alinhamento. Normalmente esse elemento é representado por meio de figuras parcialmente impressas em ambos os lados do documento, de maneira que, quando vistas contra a luz, complementam-se perfeitamente (see-through). O registro coincidente é muito utilizado em papéis-moeda, cheques e vários outros tipos de documentos de segurança. Microtextos Também conhecidos como microletras, consistem em minúsculos caracteres impressos em um documento, com dimensões em torno de 0,15 mm. Microtextos são muito usados em papéis-moeda e cheques bancários, onde são impressos de maneira a parecerem uma linha quando vistos a olho nu. Fotocopiadoras e impressoras jato de tinta não são capazes de produzir imagens com esse nível de detalhamento, e uma inspeção com lupa de pequeno aumento já é suficiente para perceber a diferença. Nas falsificações feitas com ofsete, no entanto, não é incomum os microtextos serem satisfatoriamente reproduzidos. Existem textos menores ainda, na faixa de centésimos de milímetro, os nanotextos. No entanto, estes estão além da capacidade do ofsete, e exigem sistemas especiais de impressão. São encontrados na banda holográfica da cédula de 20 reais, dentro dos microtextos. Fundos especiais Consistem em um padrão de linhas paralelas, retas e curvas, que mudam continuamente de direção. Sua função é dificultar a reprodução do documento por meios digitais – com uso de escâner e impressoras domésticas. Poucos sistemas de impressão além do ofsete são capazes de imprimir detalhes com a resolução necessária para produzir esses padrões. Efeito íris Consiste em variar gradativamente a tonalidade de uma linha impressa, partindo de uma determinada cor, até formar outra cor totalmente distinta, sem que se consiga identificar nenhum limite entre elas (isto é, onde termina uma cor e começa a outra). Esse efeito é facilmente obtido com reticulação das linhas, mas neste caso o aspecto pontilhado pode ser percebido com uma simples lupa (essa é uma das razões porque documentos de segurança são impressos a traço). Impressos por calcografia A calcografia em si é uma impressão de segurança. No entanto, como elemento de primeiro nível (para pessoas comuns) ela oferece apenas o alto relevo – reconhecido pelo tato – e a alta qualidade das imagens – fator subjetivo, que tende a perder eficiência com o desgaste do documento. Por essa razão, são usadas algumas técnicas para aproveitar toda a potencialidade desse sistema de impressão, gerando elementos de segurança de alta qualidade, especialmente para o público em geral. Imagem latente É uma imagem perceptível apenas quando se observa o documento em um ângulo inclinado e contra uma luz forte. É usado em quase todos os documentos que possuem impressão calcográfica. Apesar de pouco conhecido, é um excelente elemento de segurança de primeiro nível no papel-moeda brasileiro.

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As Fibras celulósicas são o ingrediente básico para a produção do papel. Qualquer vegetal possui fibras celulósicas, mas nem todos são apropriados para essa finalidade. As fibras vegetais como as fibras de linho e de algodão (usadas no papel-moeda de diversos países) são as mais longas, e por isso produzem papéis mais resistentes, porém menos lisos. As fibras de pinus são mais curtas, e conferem menos resistência, porém permitem a obtenção de um papel mais liso. O eucalipto, matéria-prima mais usada no Brasil, possui fibras ainda mais curtas. Para serem usadas na produção de papel, as fibras precisam ser separadas dos outros constituintes da madeira. Existem dois processos básicos de separação: O mecânico, proporciona maior rendimento, mas menor qualidade, pois a moagem provoca a quebra das fibras, e muitos componentes indesejáveis da madeira não são removidos – como a lignina, a hemicelulose e algumas resinas, que sofrem decomposição por ação de luz e calor, e, com o tempo, deixam o papel mais escurecido e quebradiço. Mais usado na produção de papéis para jornais, lenços e guardanapos; O químico consiste em colocar pequenas lascas de madeira em uma solução de soda cáustica e sulfato ou sulfito. A seguir, essa mistura é agitada e aquecida em alta temperatura e pressão. Assim, as fibras são desprendidas e separadas do material orgânico indesejável, sendo depois disso lavadas e alvejadas antes de sua utilização. Esse processo é mais caro e poluente, mas produz um papel de melhor qualidade. Durante a produção do papel, essa massa de fibras sofre adição de água e vários outros produtos. Cargas (fillers) são substâncias usadas para dar volume ao papel, mas também conferem lisura (pois preenchem os vazios entre as fibras), brilho e opacidade. Além disso, aumentam a capacidade de absorção do papel (para os solventes das tintas) e sua estabilidade dimensional (pois, ao contrário das fibras, não se dilatam com o aumento da umidade). No entanto, as cargas diminuem a resistência do papel. Adesivos ou selantes são substâncias usadas para incrementar a aderência entre as fibras celulósicas e para a retenção das cargas (fillers). Exemplos: amido, gelatina, gomas e polímeros sintéticos. Corantes são usados para produzir papéis coloridos. Branqueadores ópticos são substâncias luminescentes adicionadas aos papéis brancos para aumentar sua alvura. A capacidade que essas substâncias têm de emitir luz visível quando expostas ao UV (inclusive o da luz solar), faz com que o papel pareça ainda mais branco. Antiespumantes são usados para evitar a formação de bolhas na massa do papel. O processo de fabricação do papel inclui o refinamento das fibras para aumentar sua capacidade de ligação com outras fibras e constituintes do papel. Aditivos como adesivos, corantes, branqueadores ópticos e antiespumantes são misturados às fibras antes ou depois do refinamento. Qual é a função dos adesivos ou selantes no processo de produção de papel?

a) Incrementar a aderência entre as fibras celulósicas e reter as cargas (fillers).
b) Dar volume ao papel e conferir lisura, brilho e opacidade.
c) Produzir papéis coloridos.
d) Aumentar a alvura dos papéis brancos.