Prezada Monick, vou tentar resumir porque a matéria é extensa.
O STF, interpretando os §§ 2º e 3º (este incluído pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004) do art. 5º da Constituição Federal, vem reconhecendo que os tratados de Direitos Humanos aprovados com o quórum e sob o rito das Emendas Constitucionais têm status de norma constitucional. Por tratarem sobre direitos humanos, as normas contidas nesses tratados são consideradas direitos fundamentais, malgrado haja corrente doutrinária que sustenta que há diferença terminológica e material entre direitos humanos e direitos fundamentais. Não obstante, esse entendimento redundou na edição da Súmula Vinculante nº 25, que explicita ser ilícita a prisão do depositário infiel. O primeiro e único, até agora, Tratado de Direitos Humanos aprovado sob o rito das Emendas Constitucionais foi o Tratado Internacional sore os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi internalizado pelo Decreto nº 6.949/2009.
A outra hipótese admitida pelo STF é o reconhecimento de que os princípios implícitos decorrentes da interpretação das normas constitucionais e os tratados internacionais aprovados com o quórum de leis ordinárias também são reconhecidos como direitos fundamentais, por força da interpretação do § 2º do Art. 5º da Constituição Federal.
Essas compreensões podem ser melhor apreendidas pela leitura do leading case (RE 466343, Voto do Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 3.12.2008, DJe de 5.6.2009).
Espero ter ajudado.
Abraço, Márcio.
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Direitos Humanos e Direitos Humanos Fundamentais
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