A relação entre espaço urbano e recreação revela profundas desigualdades no acesso ao lazer e ao direito de usufruir dos bens comuns das cidades. A concepção de espaços públicos como territórios de encontro, criação e pertencimento está em tensão com modelos urbanísticos que privilegiam a lógica do mercado, a privatização dos espaços coletivos e o controle dos corpos “não normativos”. A ausência de políticas públicas voltadas à democratização da recreação urbana agrava as desigualdades históricas no acesso ao lazer, principalmente em regiões periféricas. Nesse sentido, o direito ao lazer deve ser articulado ao direito à cidade, compreendendo o espaço urbano como arena de disputas, vivências culturais e práticas cidadãs. As práticas recreativas nos espaços públicos são, portanto, mais do que atividades lúdicas: elas se constituem em expressão da cidadania ativa, resistência simbólica e construção coletiva de sentido. Diante desse contexto, assinale a alternativa correta: Os espaços públicos urbanos devem ser projetados prioritariamente para o trânsito e o consumo, sendo o lazer um elemento complementar, inserido apenas quando houver demanda