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Levando em conta a temática dos defeitos do negócio jurídico, considere as seguintes asserções:
I. Suponha que Tício beneficia Caio pela doação de bem imóvel e isso acaba por desfalcar seu patrimônio de forma tal que suas dívidas passam a superar os ativos. Neste caso, os credores quirografários de Tício podem valer-se da ação pauliana visando à anulação da doação. A ação seria dirigida contra Tício e Caio, ainda que este ignorasse o fato de que a liberalidade de Tício havia reduzido-o ao estado de insolvência, porque neste caso não se exige a comprovação da intenção de fraudar para o uso da ação revocatória.
II. Em um negócio jurídico constata-se manifesta desproporção entre prestação e contraprestação decorrente de manifesta inexperiência de uma das partes. Esta não pode invocar a própria inexperiência como causa para anulação do negócio jurídico por lesão, já que isto configuraria venire contra factum proprium.
III. Tício aliena um imóvel a Caio para que este o transmita a seu filho Mévio. Constatando-se que a intenção de Tício sempre fora transferir o bem a Mévio, prescindindo da autorização dos demais descendentes, a venda poderá ser invalidada por configurar negócio simulado mediante a interposição de pessoa.
(A) Somente a afirmativa III é verdadeira.
(B) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
(D) Somente a afirmativa I é verdadeira.
(E) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.
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há 3 semanas

Respostas

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há 3 semanas

Vamos analisar cada uma das asserções: I. A afirmação sobre a ação pauliana está correta. Os credores quirografários de Tício podem sim utilizar a ação pauliana para anular a doação, mesmo que Caio não tenha conhecimento da intenção de fraudar, pois a intenção de fraudar não é um requisito para a ação revocatória. Portanto, essa afirmativa é verdadeira. II. A afirmativa sobre a desproporção entre prestação e contraprestação e a inexperiência de uma das partes não está correta. A parte que se sentir prejudicada pode sim invocar a inexperiência como causa para anulação do negócio jurídico por lesão, desde que comprove a desproporção e a inexperiência. Portanto, essa afirmativa é falsa. III. A afirmação sobre a alienação do imóvel e a possibilidade de invalidar a venda por simulação está correta. Se a intenção de Tício era transferir o bem diretamente a Mévio, a venda pode ser considerada um negócio simulado. Portanto, essa afirmativa é verdadeira. Com base na análise, temos: - Afirmativa I: verdadeira - Afirmativa II: falsa - Afirmativa III: verdadeira Assim, a alternativa que contém todas as afirmativas verdadeiras é: (B) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

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Analise as proposições abaixo e assinale a opção incorreta.
a) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
b) Os contratos onerosos do devedor insolvente serão anuláveis quando a insolvência for notória ou conhecida do outro contratante.
c) Os negócios fraudulentos serão nulos em relação aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
d) Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre o qual se tenha de efetuar o concurso de credores.
e) Se os negócios fraudulentos tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.

A simulação
(A) leva à anulação, e não à nulidade do negócio jurídico, salvo se absoluta, quando será possível a conversão substancial, em prestígio do princípio da conservação.
(B) relativa, ainda que maliciosa, não impede a subsistência do negócio dissimulado, se válido for na substância e na forma.
(C) ainda que maliciosa, não pode ser declarada de ofício pelo juiz nem ser invocada pelos simuladores.
(D) é espécie de defeito do negócio jurídico, pouco importando se maliciosa ou inocente.

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