A América Latina é considerada a região em desenvolvimento mais urbanizada do mundo, com cerca de 80% de sua população vivendo em cidades. Esse processo de urbanização aconteceu de maneira muito acelerada ao longo do século XX, sem planejamento adequado e com fortes desigualdades sociais. Como resultado, surgiram diversos problemas urbanos, entre eles a favelização, a falta de saneamento básico, a carência de transporte público eficiente e o acesso limitado a serviços essenciais como saúde e educação. Além das dificuldades relacionadas à infraestrutura, as grandes cidades latino-americanas convivem com altos índices de desemprego e subemprego, o que leva muitos trabalhadores a buscar alternativas no setor informal da economia. Nesse contexto, é comum a precarização das condições de trabalho, a ausência de direitos trabalhistas e a permanência de práticas como o trabalho infantil e até o trabalho escravo contemporâneo em algumas atividades. Essas situações revelam uma forte segregação socioespacial, em que áreas bem planejadas e com serviços de qualidade convivem lado a lado com bairros periféricos sem estrutura. Ao mesmo tempo, demonstram os desafios que os governos da região enfrentam para promover políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades e garantir melhores condições de vida e trabalho para toda a população.