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A teoria da perda de uma chance, de origem francesa (perte d'une chance), é aplicada no âmbito da responsabilidade civil quando a conduta de um agente retira de uma pessoa a oportunidade séria e real de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo. A indenização, nesse caso, não corresponde à vantagem que se teria obtido, mas sim à perda da própria chance, que deve ser avaliada em um juízo de probabilidade. Fonte: CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Um advogado perde o prazo para interpor um recurso de apelação contra uma sentença desfavorável ao seu cliente. A análise do processo revela que o recurso tinha elevada probabilidade de ser provido pelo tribunal, o que reverteria a decisão e traria um benefício econômico significativo ao cliente. A conduta do advogado: Opção A Gera o dever de indenizar o cliente no valor exato do benefício econômico que seria obtido com a vitória no recurso. Opção B Não gera dever de indenizar, pois não há certeza de que o recurso seria, de fato, provido pelo tribunal. Opção C Configura apenas uma infração ética, a ser apurada pela OAB, sem repercussões na esfera cível para o cliente. Opção D Gera o dever de indenizar o cliente pela perda da chance de obter um resultado favorável, em valor a ser fixado com base na probabilidade de sucesso. Opção E Resulta na anulação do processo desde o início, permitindo que o advogado apresente o recurso fora do prazo.
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Thayna Ribeiro

há 3 meses

Respostas

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há 3 meses

Vamos analisar as opções apresentadas em relação à teoria da perda de uma chance no contexto da responsabilidade civil. A teoria da perda de uma chance se aplica quando a conduta de um agente retira de uma pessoa a oportunidade real e séria de obter um benefício ou evitar um prejuízo. No caso apresentado, o advogado perdeu o prazo para interpor um recurso que tinha uma elevada probabilidade de ser provido, o que poderia trazer um benefício econômico significativo ao cliente. Agora, vamos analisar as alternativas: A) Gera o dever de indenizar o cliente no valor exato do benefício econômico que seria obtido com a vitória no recurso. - Incorreta, pois a indenização não é pelo valor total do benefício, mas pela chance perdida. B) Não gera dever de indenizar, pois não há certeza de que o recurso seria, de fato, provido pelo tribunal. - Incorreta, pois a teoria da perda de uma chance considera a probabilidade, não a certeza. C) Configura apenas uma infração ética, a ser apurada pela OAB, sem repercussões na esfera cível para o cliente. - Incorreta, pois a conduta do advogado também pode ter repercussões na esfera cível. D) Gera o dever de indenizar o cliente pela perda da chance de obter um resultado favorável, em valor a ser fixado com base na probabilidade de sucesso. - Correta, pois reflete exatamente a aplicação da teoria da perda de uma chance. E) Resulta na anulação do processo desde o início, permitindo que o advogado apresente o recurso fora do prazo. - Incorreta, pois a perda do prazo não resulta na anulação do processo. Portanto, a alternativa correta é: D) Gera o dever de indenizar o cliente pela perda da chance de obter um resultado favorável, em valor a ser fixado com base na probabilidade de sucesso.

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