A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em sua versão de 2017, é um documento normativo implementado no Brasil que visa orientar a construção e reconstrução dos currículos da educação básica, definindo um conjunto de aprendizagens essenciais. O estudo analisa a situação da Educação Física (EF) na BNCC, destacando a tensão existente entre as conquistas político-pedagógicas e epistemológicas da área e os objetivos restritos e racionalizadores do modelo de competências e habilidades adotado. A BNCC reflete um movimento global de reformas neoliberais na educação brasileira, com uma forte base empresarial, o que direciona a formação para as relações de trabalho e uma cidadania passiva. Apesar dessa orientação, há avanços significativos: a presença da Educação Física na área de Linguagens é considerada um ponto positivo, acompanhando as discussões críticas do campo. A incorporação de conceitos como "práticas corporais" e "cultura corporal de movimento" também consolida uma perspectiva sociocultural para a disciplina. No entanto, a BNCC é criticada por privilegiar habilidades cognitivas em detrimento da experiência corporal e por vincular excessivamente a EF às esferas do lazer e da saúde, muitas vezes de forma acrítica. Apesar dessas limitações, o documento oferece espaço para que educadores realizem leituras e práticas pedagógicas críticas e transformadoras. De acordo com o texto, qual das seguintes afirmações melhor descreve uma das principais tensões ou contradições existentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em relação à Educação Física? Alternativas: a) A presença de conceitos críticos e socioculturais que adota um modelo de competências e habilidades restritivo que privilegia processos cognitivos e tende a vincular a Educação Física acriticamente ao lazer e à saúde. b) A retirada da Educação Física do rol de componentes curriculares obrigatórios da educação básica, refletindo a desvalorização da disciplina na reforma educacional. c) A impossibilidade total de educadores realizarem leituras e práticas pedagógicas críticas e transformadoras, dado o caráter normativo e neoliberal da BNCC. d) A completa ausência de qualquer menção à experiência corporal nas competências e habilidades da Educação Física, focando exclusivamente em aspectos teóricos e intelectuais. e) O caráter menos regulatório e impositivo da BNCC em comparação aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), oferecendo maior autonomia curricular às escolas.