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Quanto ao princípio da bagatela ou insignificância

“Prevalece no STF e STJ ser incabível o princípio da insignificância para o reincidente portador de maus antecedentes ou criminoso habitual (STF-HC 115707, Segunda Turma).”

 

Analisando de forma bem sucinta o princípio da insignificância temos que se o Direito Penal somente deve intervir em casos importantes/relevantes, não é admitido que atue em casos insignificantes. O princípio da insignificância atua como causa de exclusão da tipicidade penal (tipicidade material). Para aplicação de tal princípio devemos observar a existência dos seguintes requisitos:

 

1)Ausência de periculosidade social da ação;

2) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;

3) Mínima ofensividade da conduta do agente;

4) Inexpressividade da lesão jurídica causada.

 

Porém o objetivo aqui não é apenas dissertar sobre o princípio da insignificância, mas sim, analisar o entendimento do STF e STJ sobre a impossibilidade de aplicar tal princípio para aqueles que estão na condição de reincidência ou portador de maus antecedentes.

 

De fato quando se fala na não aplicação do princípio da insignificância para os reincidentes, estamos deixando de analisar o fato insignificante por si só para analisar o estado de reincidência. Se a subtração de uma “caneta” por um primário é insignificante e para um reincidente não é, a de se considerar que o que torna o fato típico para o reincidente não é o seu comportamento mas sim a sua reincidência, levando assim ao Direito Penal do Autor (Lombroso), quando a reprovabilidade social se baseia no modo de ser do agente.

 

Este pensamento é justificado na seguinte forma: O criminoso contumaz, mesmo que pratique crimes de pequena monta, não pode ser tratado pelo sistema penal como se tivesse praticado condutas irrelevantes, pois crimes considerados ínfimos, quando analisados isoladamente, mas relevantes quando em conjunto, seriam transformados pelo infrator em verdadeiro meio de vida.

 

O princípio da insignificância não pode ser acolhido para resguardar e legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de conduta ínfimos, isolados, sejam sancionados pelo direito penal, fazendo-se justiça no caso concreto.

 

Mas mesmo mediante tais posicionamentos, existe ainda divergências no entendimento dos crimes de bagatela.

💡 1 Resposta

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Weliton Pacheco

Um método simples de lembra-se dele é através da sigla M.A.R.I., fica a dica.

 

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