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Estudante PD

Síndroma de Down

A síndroma de Down (trissomia 21, mongolismo) é uma alteração cromossómica que provoca atraso mental e anomalias físicas.

Dá-se o nome de trissomia à presença de um cromossoma adicional que se junta a um par de cromossomas. A trissomia mais frequente num recém-nascido é a trissomia 21, embora se possam produzir outras.

A trissomia 21 é responsável por cerca de 95 % dos casos de síndroma de Down. Outras anomalias cromossómicas são responsáveis pelos restantes 5 %. A síndroma de Down acontece em 1 de cada 700 recém-nascidos, mas o risco varia em grande medida segundo a idade da mãe. (Ver tabela da secção 22, capítulo 242Mais de 20 % dos bebés com síndroma de Down são filhos de mães com mais de 35 anos, que representam só 7 % ou 8 % do total de nascimentos. O cromossoma 21 adicional provém do pai, e não da mãe, numa terça ou quarta parte de todos os casos.

Sintomas

Na síndroma de Down atrasa-se tanto o desenvolvimento físico como mental. As crianças com esta síndroma costumam ser sossegadas, raramente choram e têm os músculos um pouco flácidos (lassos). O coeficiente intelectual (CI) médio de uma criança com síndroma de Down é aproximadamente 50 %, comparando com o CI médio normal, que é 100 %. No entanto, algumas destas crianças têm um coeficiente intelectual superior a 50.

As crianças com esta síndroma têm a cabeça pequena, a cara larga e achatada, os olhos vesgos, o nariz curto, a língua grande e, geralmente, proeminente. As orelhas são pequenas e a sua localização é baixa. As mãos são curtas e largas, com uma só prega na palma, e os dedos são curtos; o quinto, que geralmente tem duas falanges em vez de três, curva-se para dentro. Existe um espaço vísivel entre o primeiro e o segundo dedo do pé. Aproximadamente 35 % das crianças com síndroma de Down tem defeitos do coração.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndroma de Down pode fazer-se antes do nascimento e aconselha-se uma exploração, para detectar esta anomalia, às mulheres grávidas com mais de 35 anos. Uma baixa concentração de alfafetoproteína no sangue da mãe indica um maior risco de síndroma de Down no feto. Através da amniocentese pode recolher-se uma amostra de líquido amniótico para analisar e confirmar o diagnóstico. (Ver secção 22, capítulo 242O médico pode, frequentemente, identificar anomalias físicas no feto através de uma ecografia.

Um bebé com síndroma de Down desde que nasce tem um aspecto físico que sugere o diagnóstico. O médico confirma-o analisando o sangue da criança, à procura da trissomia 21.

Prognóstico

As crianças com síndroma de Down correm um maior risco de contrair doenças do coração e leucemia. A sua esperança de vida é reduzida se apresentarem estas anomalias. Se não as tiverem, a maioria das crianças com síndroma de Down vive até à idade adulta. Muitas pessoas com síndroma de Down têm problemas de tiróide, que dificilmente se detectam, a menos que se façam análises ao sangue. Têm tendência para sofrer de problemas nos ouvidos, devido a repetidas infecções e à consequente acumulação de líquido no ouvido interno (otite serosa). Também desenvolvem problemas de visão, causados por mudanças na córnea e no cristalino. Tanto os problemas auditivos como visuais podem ser tratados. Muitas pessoas com síndroma de Down apresentam sintomas de demência quando chegam aos 30 anos (perda de memória, maior deterioração da inteligência e mudança de personalidade). As pessoas com esta síndroma morrem cedo, embora algumas vivam muitos anos.

Síndroma de deleção

Em algumas crianças pode faltar parte de um cromossoma. Um exemplo disso é a rara síndroma do cri du chat(síndroma do miado, síndroma 5p). As crianças com esta síndroma têm choro agudo que se assemelha muito a um miado. Este som nota-se imediatamente depois do nascimento e dura várias semanas. O bebé afectado por esta síndroma costuma ter pouco peso ao nascer e uma cabeça pequena, além de uma cara assimétrica e uma boca que não se fecha bem. Alguns bebés têm cara redonda (de lua) com os olhos separados. O nariz pode ser achatado e as orelhas, que têm uma forma anormal, estão numa posição mais baixa do que é habitual. O pescoço pode ser curto. Podem apresentar pele adicional entre os dedos (dedos de palmípede). É provável que apresentem defeitos do coração. No geral, o bebé parece flácido. O seu desenvolvimento físico e mental é muito escasso. Apesar destas deficiências, muitas crianças com a síndroma do cri du chat sobrevivem até à idade adulta.

Existe outra síndroma de deleção, denominada -síndroma 4p-, mas que é extremamente rara. O atraso mental é profundo. Podem existir vários defeitos físicos. Muitas crianças afectadas por esta síndroma morrem durante a infância. As poucas que sobrevivem até aos 20 anos ficam gravemente incapacitadas e correm sérios riscos de desenvolver infecções e epilepsia.

Síndroma de Turner

A síndroma de Turner (disgenesia gonodal) é uma doença que afecta raparigas que não têm, parcial ou completamente, um dos cromossomas X.

A síndroma de Turner afecta 1 de cada 3000 recém-nascidas. Muitas recém-nascidas que sofrem desta síndroma apresentam um inchaço (linfedema) nas costas das palmas das mãos e na parte superior dos pés. A parte posterior do pescoço costuma estar inchada ou podem notar-se umas pregas de pele flácida.

A rapariga ou a mulher com a síndroma de Turner é baixa, tem o pescoço alado (unido aos ombros mediante uma extensa porção de pele) e uma linha de nascimento do cabelo muito baixa na parte posterior do pescoço. Tem as pálpebras caídas, um peito muito largo com mamilos muito separados e muitos sinais pretos na pele. Os quartos dedos das mãos e dos pés são curtos e as unhas estão pouco desenvolvidas. Não tem períodos menstruais (amenorreia) e as mamas, a vagina e os lábios estão pouco desenvolvidos. Os ovários não costumam conter óvulos. A parte inferior da aorta pode ser estreita (coarctação da aorta), o que pode causar hipertensão arterial. (Ver secção 23, capítulo 254)

São frequentes os defeitos nos rins e pequenas inflamações dos vasos sanguíneos (hemangiomas). Em certos casos, os vasos sanguíneos anormais do intestino rebentam e produzem hemorragias. Muitas raparigas com a síndroma de Turner têm dificuldades para orientar-se em relação ao espaço. Em geral, têm maus resultados em aspectos que requerem destreza e nos cálculos, embora os resultados nas provas de inteligência sejam normais ou superiores ao normal. Raramente existe atraso mental.

Síndroma do triplo X

As raparigas com três cromossomas X têm a síndroma do triplo X. Aproximadamente 1 em cada 1000 bebés aparentemente normais sofre esta doença. As raparigas com três cromossomas X costumam ser menos inteligentes do que os seus irmãos ou irmãs normais. A síndroma, por vezes, causa esterilidade, apesar de algumas mulheres com a síndroma do triplo X terem dado à luz crianças fisicamente normais, com cromossomas também normais.

Identificaram-se casos raros de bebés com quatro e inclusive cinco cromossomas X. O risco de atraso mental e anomalias físicas aumenta na proporção do número de cromossomas adicionais, especialmente quando são quatro ou mais.

Síndroma de Klinefelter

Na síndroma de Klinefelter os rapazes nascem com um cromossoma X a mais. Esta anomalia cromossómica (XXY), relativamente frequente, afecta 1 em cada 700 recém-nascidos rapazes.

Embora as suas características físicas possam variar consideravelmente, as crianças com a síndroma de Klinefelder são, geralmente, altas e com aspecto aparentemente normal. A sua inteligência é normal, mas muitos têm dificuldades na fala e na leitura. No geral, melhoram muito com uma terapia que corrija a sua maneira de falar e a linguagem e, por fim, conseguem ter um bom rendimento escolar. A puberdade costuma começar na idade adequada, mas os testículos continuam pequenos. Os rapazes afectados costumam ser estéreis. O crescimento da barba costuma ser escasso e as mamas podem desenvolver-se um pouco. Alguns rapazes melhoram com um tratamento de hormonas masculinas, dado que favorece a densidade óssea e desenvolve uma aparência mais masculina.

Síndroma XYY

Na síndroma XYY, um bebé do sexo masculino nasce com um cromossoma Y a mais. Os rapazes com esta anomalia cromossómica têm tendência a ser altos e a ter dificuldades na linguagem. No passado acreditava-se que a síndroma XYY provocava um comportamento criminal, agressivo ou violento, mas essa teoria foi rejeitada.

Síndroma do cromossoma X frágil

O atraso mental (Ver secção 23, capítulo 255afecta os rapazes mais frequentemente do que as raparigas, em parte porque o cromossoma X pode ter genes recessivos do atraso mental (genes ligados ao cromossoma X) que nas raparigas costuma estar equilibrado por um gene normal no outro cromossoma. Uma anomalia em que os ditos genes recessivos estão presentes é denominada síndroma do cromossoma X frágil. Nesta síndroma, que é a causa mais frequente de atraso mental depois da síndroma de Down, o cromossoma X é anormal.

Os sintomas da síndroma incluem atraso mental, orelhas grandes e afastadas da cabeça, queixo e fonte salientes e testículos grandes (uma característica que só se nota depois da puberdade). Surpreendentemente, alguns rapazes com esta síndroma são totalmente normais, enquanto algumas raparigas com os genes recessivos têm um aspecto normal, mas têm atraso mental. A presença da síndroma do cromossoma X frágil pode detectar-se mediante determinadas análises antes do nascimento, mas não se pode saber, independentemente do sexo do bebé, se provocará atraso mental.

fonte:http://www.manuaismsd.pt/?id=280&cn=1486

 

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