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Quais os pressupostos de admissibilidade do recurso especial no julgamento de processo...?

Quais são os pressupostos de admissibilidade do recurso especial no julgamento de processos sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal?

💡 2 Respostas

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Paulo Oliveira

Sabemos que o recurso especial tem fundamentação vinculada cujo objetivo é a uniformização da aplicação das normas federais. Tendo seu Cabimento no art. 105, III, CF/88: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Agora propriamente para a resposta, Os requisitos de admissibilidade do recurso especial no julgamento de processo referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal creio que siga o mesmo procedimento que os demais, visto que, estes requisitos são comuns aos demais recursos e prequestionamento.

E os requisitos segue logo abaixo, que peguei do meu material:

  1. Requisitos de admissibilidade.

Requisitos intrínsecos: assemelham-se, em grande parte, às condiões da ação. São condições para que o recurso possa ser examinado pelo mérito.

- Cabimento. Cabimento: se existe possibilidade de recorrer, tendo em vista, que o recurso é cabível quando esta previsto no ordenamento jurídico, e, nos termos da lei, adequado a decisão. . Por exemplo: se o juiz der um simples despacho, não cabe recurso, porque ele não está analisando nenhum mérito, é somente um ato de impulso oficial. Neste caso, não existe direito de recorrer porque o ato não é impugnável. Adequação: o recurso interposto tem que ser o mais adequado à hipótese recursal. Sobre um pedido negado de antecipação de tutela, não se pode interpor uma apelação, mas um agravo de instrumento. -Interesse recursal: é preciso que por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida com a decisão ou a sentença. Ela não existirá, se a parte ou interessado tiver já obtido o melhor resultado possível, de sorte que nada haja a melhorar. O interesse está condicionada à sucumbência do interessado “Só tem interesse em recorrer quem tiver sofrido sucumbência, que existirá quando não se tiver obtido o melhor resultado possível no processo. ” “se não perdi, porque eu vou apelar?”. está consubstanciado no binômio necessidade-utilidade. Existe a necessidade quando o recurso é único meio, naquele processo, para obter o que se pretende contra a decisão impugnada. Já a utilidade está ligada ao conceito de sucumbência, ou seja, quando a parte não recebe da decisão tudo que se esperava. Possibilidade de caracterização de recorribilidade para fins meramente protelatórios...  - Legitimidade recursal: quem pode recorrer? A parte que perdeu, o terceiro interessado (aquele que tem interesse jurídico de que a sentença seja favorável a uma das partes, porque tem com ela uma relação jurídica que, conquanto distinta, daquela discutida em juízo, poderá sofrer-lhe os efeitos reflexos) e o Ministério Público (como parte poderá recorrer, mas o Promotor pode recorrer ainda quando atue como fiscal da lei). São legitimados a recorrer (art. 409 do CPC): (i) as partes: aqueles que figuram em ambos os pólos da relação jurídica processual. Os intervenientes da primeira fase do processo (opoentes, nomeados, denunciados e chamados) também são partes para fins de recorribilidade; (ii) o Ministério Público: tem a legitimidade recursal, quer como parte (art. 81 do CPC), quer como fiscal da lei (art. 82 do CPC); (iii) o terceiro prejudicado: aquele que nunca foi parte, ou se foi parte, já não era quando da prolação da decisão recorrida. Obs: estão dispensados de preparo o Ministério Público, a União, os estados e Municípios, bem como suas respectivas autarquias e os que gozam de isenção legal (beneficiários da justiça gratuita).  - Inexistência de um fato extintivo (contemplados nos arts. 502 e 503) ou impeditivo (os previstos no art.881, caput, fine, ): EXTINTIVO - Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer. IMPEDITIVO Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação (Pagar as culpas e/ou pecado) do atentado. Súmula 126 STJ É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.

Requisitos extrínsecos:              - Preparo: no momento da interposição do recurso deve ser comprovado o preparo, sob pena de desersão. Todavia, será possível o recolhimento posterior se houver justo impedimento. Também, é possível ao recorrente complementar o preparo feito “a menor” dentro de 5 dias a contar da intimação para esse fim específico. Excluem o preparo do agravo retido e embargo de declaração. Nos outros recursos a lei estadual poderá garantir a isenção se for o caso. Isentas sempre estão: O ministério Público, fazenda Pública e os beneficiários da justiça.              - Regularidade formal: a lei impõe ao recorrente que observe a forma segunda a qual deve revestir-se. Se o recorrente não deduzir o recurso em consonância formal com o que a lei processual determina, terá desatendido o requisito da regularidade formal e, consequentemente, o recurso não era conhecido. Assinatura, juntada de procuração. Os recursos são em regra apresentados por escrito, temos exceções como o agravo retido, que tem sua interposição oral, embargo de declaração em juizado especiais, deve estar presente as razões do recurso devendo ser apresentadas em sua totalidade, devendo formular sua pretensão recursal, aduzindo o que se pretende com a reforma ou anulação da decisão ou de parte dela, indicando os fundamentos para tanto.              - Tempestividade: o recurso, para ser admitido, deve ser interposto dentro do prazo fixado na lei. Não sendo exercido o poder de recorrer dentro daquele prazo, operar-se-á a preclusão, e, via de consequência, formar-se-á a coisa julgada. A Fazenda Pública, o Ministério Público e os litisconsortes com procuradores distintos têm prazo em dobro para recorrer (arts. 188 e 191 do CPC), assim como os beneficiários da justiça gratuita, assistidos pela Defensoria Pública ou por órgão público de assistência judiciária (art. 5º§ 5º, da Lei nº 1.060/50). Tempo hábil para a interposição do recurso. Juízo a quo: juiz originário, o que proferiu a decisão. Juízo ad quem: juiz de 2ª instância. Em regra, os juízos a quo e ad quem fazem juízo de admissibilidade. No caso de apelação, o juízo de admissibilidade é feito por quem proferiu a sentença, ou seja, o juiz a quo. E o Tribunal é o juízo que analisará a apelação.

Espero ter ajudado Sonia, se gostou ou contribui de alguma maneira que a ajudou não deixa de aprovar a resposta, obrigado!

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Larissa Zanelatto

Os requisitos de admissibilidade dos processos sobre a aplicação da legislação referentes a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal serão analisados e julgados pelo CARF, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 

No artigo 67 do regimento interno do CARF está disposto: 

Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF.

§ 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente. (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) §

2º Para efeito da aplicação do caput, entende-se que todas as Turmas e Câmaras dos Conselhos de Contribuintes ou do CARF são distintas das Turmas e Câmaras instituídas a partir do presente Regimento Interno.

§ 3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF 76 ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso.

§ 4º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de 1ª (primeira) instância por vício na própria decisão, nos termos da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999.

§ 5º O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais.

§ 6º Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida indicando até 2 (duas) decisões divergentes por matéria.

§ 7º Na hipótese de apresentação de mais de 2 (dois) paradigmas, serão considerados apenas os 2 (dois) primeiros indicados, descartando-se os demais.

§ 8º A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão recorrido.

§ 9º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas.

§ 10. Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou do Diário Oficial da União.

§ 11. As ementas referidas no § 9º poderão, alternativamente, ser reproduzidas, na sua integralidade, no corpo do recurso, admitindo-se ainda a reprodução parcial da ementa desde que o trecho omitido não altere a interpretação ou o alcance do trecho reproduzido. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017)

§ 12. Não servirá como paradigma acórdão proferido pelas turmas extraordinárias de julgamento de que trata o art. 23-A, ou que, na data da análise da admissibilidade do recurso especial, contrariar: (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017)

I - Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103-A da Constituição Federal;

II - decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543-B e 543- C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil; e (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016)

III - Súmula ou Resolução do Pleno do CARF, e 77

IV - decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal que declare inconstitucional tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017)

§ 13. As alegações e documentos apresentados depois do prazo fixado no caput do art. 68 com vistas a complementar o recurso especial de divergência não serão considerados para fins de verificação de sua admissibilidade.

§ 14. É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou negar provimento a recurso de ofício.

§ 15. Não servirá como paradigma o acórdão que, na data da interposição do recurso, tenha sido reformado na matéria que aproveitaria ao recorrente. (Incluído pela Portaria MF nº 39, de 2016)

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