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Quais as contribuições das seguintes correntes teóricas para compreensão do seu desenvolvimento humano.

A)     Behaviorismo; 

B)      Psicanálise; 

C)      Psicologia cognitiva;

D)     Perspectiva Etológica;

 

 

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Jéssica Ketly da Silva Alves

2.1. Teorias Psicológicas do Desenvolvimento e Aprendizagem: uma Tessitura Contemporânea

A seguir faremos a caracterização das Teorias que vigoram no cenário teórico da psicologia contemporânea: Teorias maturacionais, Teorias comportamentistas, Teorias de campo, Teorias psicanalíticas e neopsicanalíticas, Teorias fenomenológicas e humanistas e, por fim, Teorias psicogenéticas. Compreende-las é imprescindível à formação do educador sob o ponto de vista de apreensão de fundamentos psicológicos para a educação que possibilitem uma formação de qualidade. Conhecer as diversas perspectivas teóricas da psicologia acerca do desenvolvimento e aprendizagem nos credencia a compreender o processo ensino-aprendizagem, e assim desenvolver a docência com clareza e eficácia. Sobre cada uma das teorias evidenciaremos a base epistemológica a que pertencem os teóricos representantes, as proposições teóricas e a contribuição dada aos conhecimentos acerca do desenvolvimento e aprendizagem.

2.1.1. Teorias Maturacionais

De base epistemológica racionalista tem como principais representantes Arnold Gesell, Francis Galton, Cattell, Stanley Hall e Alfred Binet. Essa teoria tem como propositura que as características fundamentais de qualquer organismo vivo estão programadas em sua constituição genética e enraizadas em processos biológicos, significando que há uma sequência ordenada no desenvolvimento do comportamento humano. Para os teóricos maturacionistas o desenvolvimento e aprendizagem se dão por determinantes genéticos e maturacionais.

A principal contribuição dessa teoria para o conhecimento acerca das questões do desenvolvimento e aprendizagem se deu, sobretudo nas décadas de 30, 40 e 50, com os estudos normativos, nos quais o ritmo e as sequências previsíveis do desenvolvimento infantil eram caracterizados.

Arnold Gesell

Para Arnold Gesell, um dos pioneiros acerca da teoria maturacional, o desenvolvimento é um desdobramento natural de um plano biológico, em que a experiência não interessa.

Gesell incentiva os pais a deixarem as crianças desenvolverem-se sozinhas, sem ajuda. Pois acredita que sem ajuda dos adultos, comportamentos como falar, brincar e raciocinar surgiriam com a naturalidade da idade.

Sendo operacional Gesell é responsável pela produção de escalas de desenvolvimento. Estas escalas estão dividas em 4 dimensões que são: motora, verbal, adaptativa e social fazendo parte da teoria da maturação.

Outra teoria da perspectiva biológica é a teoria etológica. Esta é referente a uma perspectiva evolucionista e defende que, muitos comportamentos das crianças, são da adaptação para sobreviver. Exemplos desses comportamentos como abraçar, chorar e agarrar que tem como objetivo a de aliciarem os cuidados dos adultos.

 

Figura 2.1. Gesell em observação e registro. Foto de Cushing / Whitney Medical Library.

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2.1.2. Teorias Comportamentistas

A base epistemológica dessa teoria é o empirismo. Seus principais representantes são John Watson, Skinner e outros. Essa posição teórica defende que todo conhecimento provém da experiência (pedra angular das teorias comportamentistas). Propõe como ideal de objetividade a utilização de uma metodologia experimental e rompe com o objeto tradicional da Psicologia, a alma, o espírito, a consciência, os fenômenos psíquicos. Para os representantes dessa teoria o objeto de estudo é o comportamento ou as reações observáveis de um organismo através de respostas a estímulos do meio ambiente, também observáveis. Essa perspectiva tem a crença na possibilidade do controle objetivo do estímulo do meio ambiente na determinação de respostas do indivíduo a tais estímulos, ou seja, crença na possibilidade de manipulação do comportamento humano. Assim, todo e qualquer comportamento pode ser previsto. Na prática o comportamento humano é fracionado em seus elementos constituintes, em estímulos e respostas (E — R).

A contribuição dessa teoria, ao possibilitar a medida e avaliação quantitativa dos fenômenos de estudo (o comportamento humano), foi fundamental para o campo do saber da psicologia se firmasse no cenário científico. A possibilidade de quantificação do comportamento humano permitiu à psicologia o uso do método cientifico estabelecido pala ciência na modernidade e assim, a Psicologia adquire o status de ciências. E por fim, essa teoria colabora, de alguma forma, com a possibilidade de compreender os processos de desenvolvimento e aprendizagem humanos com ênfase na natureza social do homem.

Skinner defendia um sistema empírico (conhecimento derivado de experiências cotidianas, que provém de tentativas, erros e acertos) sem estrutura teórica para a condução de uma pesquisa.

A visão de Skinner era resumida da seguinte forma: "Nunca ataquei um problema construindo uma hipótese. Jamais deduzi teoremas, nem os submeti a verificação experimental. Até onde consigo enxergar, não tenho nenhum modelo preconcebido de comportamento e, certamente, nem fisiológico nem mentalista e, creio, nem conceitual"

Skinner aceitava a existência das condições fisiológicas internas ou mentais, apenas não concordava a sua validade no estudo científico do comportamento. Um biógrafo reiterou que a posição de Skinner “não era uma negação dos eventos mentais, mas uma recusa em classificá-los como entidades explicativas” (Riuchelle, 1993, p. 10).

 

Figura 2.2. Burrhus Skinner em ação (condicionamento operante de animais). Fonte: http://webspace.ship.edu/cgboer/genpsylearning.html

 

2.1.3. Teorias de Campo

De base racionalista e idealista essa teoria tem como principais representantes Wertheimer (1880-1943), Köhler (1887-1967), Koffka (1886-1941) e Kurt Lewin (1890-1947) e apresentam como proposição A Psicologia da Gestalt ou Psicologia da Forma, principal representante deste grupo de teorias. Essa posição teórica representa forte reação à psicologia elementarista, que explica o comportamento mediante o seu fracionamento em estímulos e respostas por entender e defender cientificamente que os comportamentos e as experiências não são fracionáveis. O todo não é a soma das partes. A associação dos elementos não se constitui num mero processo aditivo, mas há também a ocorrência da “síntese integradora”, irredutível às partes constituintes. Os teóricos gestaltistas procuravam descrever e compreender os fenômenos a partir da observação da experiência dos sujeitos, evitando a idiossincrasia. Procuravam encontrar leis gerais explicativas, sem, contudo reduzir o todo às partes. Buscavam organizações universais nos campos perceptivos dos indivíduos. Esta universalidade é que possibilitava, de acordo com o positivismo, um discurso verdadeiramente científico.

O ser humano é dotado de estruturas pré-formadas que determinam e condicionam todas as suas experiências perceptuais em uma totalidade do ser.

A principal contribuição dessa teoria reside no fato de atribuir importância à percepção no processo de conhecimento. Enfatiza as diferenças individuais e a maturação das funções cognitivas, fundamentando a organização do material didático segundo as leis da percepção e importância da significação de conteúdos e experiências para os alunos.

Gestalt

A Psicologia do Gestalt surge na Alemanha, no ano de 1912. Por isso, também é conhecida como Escola de Berlim. Surgiu com o objetivo de questionar a psicologia americana.

Ernst Mach (1838-1916), físico, e Chrinstiam von Ehrenfels (1859-1932), filósofo e psicólogo, desenvolviam uma psicofísica com estudos sobre as sensações (o dado psicológico) de espaço-forma e tempo-forma (o dado físico) e podem ser considerados como os mais diretos antecessores da Psicologia da Gestalt. Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram as bases de uma teoria eminentemente psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento.

Os Gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito com uma forma diferente do que ele é na realidade.

 

Figura 2.3. Cubo de Necker e Cálice com Perspectiva de Figura e Fundo

 

2.1.4. Teorias Psicanalítícas e Neopsicanalíticas

A base epistemológica dessa teoria é a dialética, que constitui uma síntese entre o racionalismo e o empirismo. Freud (1856-1939), médico psiquiatra vienense, é o fundador da teoria psicanalítica que serve de base para o surgimento das teorias neopsicanalíticas desenvolvidas por teóricos tais como Eric Erikson (1950), Margareth Mahler (1977), Spitz (1954) dentre outros. Freud ao colocar em dúvida a abordagem organicista da psiquiatria do seu tempo, desenvolve uma abordagem psicológica para estudo das doenças mentais em que, mesmo usando o modelo cartesiano de ciência contrapõe-se aos racionalistas acerca a razão humana. Na visão freudiana o homem é grandemente comandado pelo inconsciente. Racionalidade (consciente) e irracionalidade (inconsciente) não se opõem, constituem as bases dialéticas de um único processo: o da formação da personalidade.

As proposituras freudianas tem enorme relevância na constituição da Psicologia científica. Dentre as contribuições que oferece podemos destacar o resgate da subjetividade — enquanto objeto de estudo da psicologia — que foi abandonada na transição do saber psicológico, da filosofia, para o campo cientifico estabelecido pela modernidade. Assim, a partir de Sigmund Freud inaugura-se a possibilidade de estudar a subjetividade (dimensão humana essencial) atendendo ao rigor do método científico.

A contribuição desse arsenal teórico à educação encontra-se, principalmente na definição que paz do papel da escola: ajudar o aluno a equilibrar as exigências instintivas, proibitivas e da realidade. Educar é procurar fazer com que as pessoas atuem e pensem de modo mais racional e mais prazeroso.

Sigmund Freud

As teorias Psicanalíticas tiveram início com os estudos de Sigmund Freud e repercutiram em todos os campos do conhecimento psicológico. Contudo, ao contrário das demais teorias em Psicologia, a Psicanálise não surgiu na psicologia acadêmica, mas sim na clínica médica.

Essas teorias revolucionaram a concepção e o tratamento de problemas emocionais, como também o campo de estudo do comportamento, visto terem surgido num período em que o objeto de estudo da Psicologia consistia na análise da consciência e em que o comportamento humano era estudado a partir de uma visão mecanicista e positivista.

Fonte: FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da Personalidade. Trad. Camila P. S. Sybil Safdié. São Paulo: Habra, 1986.

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