Em 31 de março de 1964 foi lançado, no Brasil, um movimento que tinha como objetivo declarado livrar o país da corrupção e do comunismo e restaurar a democracia. Os militares e a burguesia nacional viam o presidente João Goulart (Jango) e seu projeto de reformas de base como ameaçadores da ordem democrática e capitalista.
Nos meses seguintes ao golpe, pregava-se a ideia de que o poder seria devolvido aos civis. Esta, pelo menos, era a posição da ala dos militares chamada de “castelista”, pois era ligada ao primeiro presidente Humberto Castelo Branco. Havia ainda a ala dos militares “linha dura” que defendia a criação de um regime de força que afastasse completamente a “ameaça comunista”.
Os “castelistas” permaneceram no poder até 1968, tentando instaurar uma “democracia restrita”. No fim desse mesmo ano foi publicado o Ato Institucional nº 5, considerado a derrota dessa ala militar para a ala “linha dura”, que fechou completamente o regime, instalando no Brasil uma cruel ditadura.
Os militares passaram a governar o país através de decretos, chamados Atos Institucionais (AIs), além de Atos Complementares e Leis excepcionais. Essas eram medidas de exceção que eram justificadas como uma “necessidade temporária” para afastar a ameaça comunista e viabilizar a reconstrução da democracia e da economia.
A ditadura militar no Brasil teve a característica de não ser uma ditadura pessoal. Os presidentes eram eleitos indiretamente pelo Congresso (ou seja, civis não tinham direito ao voto). No entanto, a sucessão presidencial acabava acontecendo no interior da corporação militar, pois os militares tinham força repressora e manipuladora sobre o Congresso e sobre os partidos políticos existentes.
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