Em defeito ou vício de consentimento do negócio jurídico
Defeito ou vício do negócio jurídico ocorre quando há determinada imperfeição, de consentimento ou social, que macule a livre e desembaraçada declaração da vontade ou que busque lesar terceiros, o que pode gerar anulação do negócio jurídico celebrado, desde que requerida pela parte interessada, no prazo decadencial de 4 anos, a contar dos fatos previstos no art. 178, I e II, do CC:
"Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;"
Os vícios ou defeitos dos negócios jurídicos estão regulados entre os arts. 138 e 165, do CC e podem ser de consentimento ou sociais.
1) Vícios de consentimento: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão;
2) Vícios sociais: fraude contra credores.
Do dolo:
No dolo existe a ação da outra parte ou de terceiros para induzir à falsa percepção de quem pratica o negócio jurídico. Quando o dolo for fundamental para a prática do negócio, este será anulável (art. 145, do CC).
Lembramos que o dolo acidental se trata daquele que macula o consentimento, mas que não dá causa à celebração do negócio jurídico, ou seja, com ou sem dolo o negócio seria praticado, mas em outras condições. Assim, não gera anulação, mas enseja perdas e danos (art. 146, do CC).
O dolo pode ser manifesto ou por meio do silêncio intencional, bem como pela omissão dolosa, ensejando a anulação do negócio quando for essencial e perdas e danos quando for acidental (art. 147, do CC).
Pode haver dolo de terceiro, quando este induz alguém a erro para que haja prática do negócio jurídico. Neste caso, se a parte a quem aproveite tivesses ou devesse ter conhecimento, poderá haver anulação. Se a parte não sabia e nem deveria saber, responde o terceiro por perdas e danos (art. 148, do CC).
Quanto ao dolo recíproco, ou seja, quando ambas as partes agirem com dolo, não será possível anulação ou pleito de indenização (art. 150, do CC).
"Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização."
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