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Qual os impactos da reforma trabalhista na vida do trabalhador?

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

Diversos são os impactos da reforma trabalhista na vida do trabalhador, algumas em aspectos positivos, outros negativos e outros ainda indefinidos, por serem objeto de ainda não concluído debate jurisprudencial e doutrinário.

Exemplificativamente, podemos trazer alguns institutos:

  1. Extinção das chamadas "horas in intinere" (art. 58, §2º, CLT): são as horas gastas pelos trabalhadores no deslocamento de suas residências até o local de trabalho, quando residia em local de difícil acesso ou não guarnecido por transporte público e fosse servido por transporte dado pelo empregador. Com a reforma, passa a ter essa redação:
    Art. 58. [...] 
    2º  O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. 
     
  2. Banco de horas (art. 59, §§ 5º e 6º, CLT): antes, o banco de horas dependia de acordo coletivo, mas agora pode se dar por meio de pactuação individual, entre empregado e empregador, se admitindo a compensação por 6 meses;
     
  3. Contrato de trabalho intermitente (Art. 443, §3º, da CLT): é aquele trabalho subordinado, remunerado e prestado com pessoalidade que se admite a descontinuidade e determina pagamento por diária ou hora, não podendo ser a remuneração final inferior a um salário mínimo.
     
  4. Teletrabalho (art. 75-A e sgts, da CLT): é um novo tipo de contrato de trabalho, exercido preponderantemente fora das dependência físicas do empregador.
     
  5. Trabalho em regime de tempo parcial (art. 58-A, da CLT): antes da reforma, se referia a jornadas de até 25 horas semanais, sem possibilidade de prorrogação, mas agora é "aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. "
     
  6. Há quem cite a redução de custos da empresa: "A jornada está entre os itens que podem ser fixados nos acordos e convenções coletivas, desde que respeitados os limites constitucionais de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais. Assim, empregadores e empregados podem determinar a jornada que mais lhes convém e a mais adequada para a atividade laboral. Essa flexibilização possibilita a regularização de situações que atualmente estão na informalidade e inegavelmente reduz custos para as empresas." (CAROLINA HERNANDES GRASSI, em 16/04/2019).

Deste ponto 6, surge a grande dualidade: a redução destes custos gerará aumento de empregos ou apenas a precarização do trabalho no Brasil? É basicamente este o principal tema que se encontra em discussão, seja no âmbito do Direito, da política, da sociedade ou da mídia.

 

Como alterou grande parte da legislação trabalhista, citamos diversos pontos, mas o tema não será esgotado. Contudo, gostaria de disponibilizar um Resumão sobre a reforma trabalhista, disponível aqui no Passei Direto: https://www.passeidireto.com/arquivo/30926134/resumao-reforma-trabalhista-2017

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Evelyn Dutra

maior flexibilização de seus direitos.

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