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Qual a diferença do neoconstitucionalismo para constitucionalismo?

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Vitor H Resende

Constitucionalismo é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico, a partir do qual emergem as Constituições  nacionais. Em termos genéricos e supranacionais, constituir-se parte do estabelecimento de normas fundamentais de um ordenamento jurídico de um Estado, localizadas no topo da pirâmide normativa, ou seja, sua constituição. Seu estudo implica, deste modo, uma análise concomitante do que seja constituição com suas formas e objetivos. O constitucionalismo moderno, é uma técnica específica de limitação do Poder com fins garantísticos.

O termo constitucionalismo apresenta vários significados. Embora se enquadre numa perspectiva jurídica, tem alcance sociológico. Sendo os principais significados, a limitação de poderes dos órgãos governantes, bem como a imposição das leis escritas, sendo o princípio fundamental da organização social do estado, denominado império da lei.

Constitucionalismo refere-se a um sistema normativo, consigando na na Constituição, e que se encontra acima dos detentores do poder. Sociologicamente representa um movimento social que dá sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os governantes possam fazer prevalecer seus interesses e regras na condução do Estado. De qualquer modo, o constitucionalismo não pode ser entendido senão integrado com as correntes filosóficas, ideológicas, políticas e sociais dos séculos XVIII e XIX.

Por outro lado, o neoconstitucionalismo é uma ruptura com o constitucionalismo liberal de previsão meramente formal de direitos. É tentativa de garantia material de direitos fundamentais para todos.

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DLRV Advogados

Constitucionalismo é a denominação atribuída pelo movimento político-jurídico-social que causou a evolução do conceito de Constituição, de seu conteúdo e do detentor do poder nos Estados.

A referida evolução ocorreu quase que simultâneamente em duas frentes diversas. Uma na França, e outra nos Estados Unidos, sendo certo que ambas concorreram para a formação da idéia atual de Constituição.

Na Europa o constitucionalismo teve início com a revolta burguesa, detentora do poder econômico, contra o absolutismo monarquico, onde todo poder político se concentrava nas mãos do monarca. Munidos do arcabouço teórico dos pensadores iluministas e contratualistas (Locke, Hobes e Rousseau) e dos ideais de Estado de Montesquieu, a burguesia passou a pressionar a monarquia, o que culminou com a revolução francesa e, logo após, com a proclamação da nova Constituição Francesa, a primeira que trazia apenas normas de organização do Estado e direitos e garantias de primeira geração (liberdades individuais).

Nos Estados Unidos o movimento ocorreu de forma diversa. Ao se tornarem independentes da Inglaterra, os estados se reuniram e optaram, na Convenção da Filadélfia, por produzir uma Constituição. Adotaram um Estado Federado Republicano, tendo o consitucionalismo evoluido para garantir direitos já conquistados (civis e políticos) e para a implantação de direitos econômicos e sociais e direitos de igualdades.

Já o Neoconstitucionalismo consiste em um estilo mais aberto de raciocinar o direito, uma retórica e argumentação mais abrangente, a ponderação sobre a razão, os princípios se sobrepõe as regras, a Constituição como centro do ordenamento jurídico, a reaproximação entre o direito e a moral e como reflexo direto o judiciário concentrando um papel mais expressivo na sociedade, havendo o fenômeno chamado de constitucionalização das decisões.

Segundo Daniel Sarmento, “a percepção de que as maiorias políticas podem perpetrar ou acumpliciar-se com a barbárie, como ocorrera no nazismo alemão, levou as novas constituições a criarem ou fortalecerem a jurisdição constitucional, instituindo mecanismos potentes de proteção dos direitos fundamentais mesmo em face do legislador. Sob esta perspectiva, a concepção de Constituição na Europa aproximou-se daquela existente nos Estados Unidos, onde, desde os primórdios do constitucionalismo, entende-se que a Constituição é autêntica norma jurídica, que limita o exercício do Poder Legislativo e pode justificar a invalidação de leis. Só que com uma diferença importante: enquanto a Constituição norte-americana é sintética e se limita a definir os traços básicos de organização do Estado e a prever alguns poucos direitos individuais, as cartas europeias foram, em geral, muito além disso.”

O Neoconstitucionalismo tem como marco histórico o pós-guerra, e traz traços filosóficos do Pós-Positivismo. No Neoconstitucionalismo houve a adoção de uma nova hermeneutica constitucional, na qual a Constituição é vista como dotada de força normativa, houve ampliação da jurisdição constitucional, e dos direitos fundamentais.

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