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A leitura do material referencial nos ajudou a compreender algumas das mais importantes escolas antropológicas. Uma delas é o estruturalismo, cujo principal expoente é Claude Lévi-Strauss. Observe as assertivas abaixo:

I. O estruturalismo busca compreender, comparativamente, os significados que cada cultura atribui a determinados objetos ou comportamentos. Buscando, assim, encontrar similaridades nas estruturas de diferentes grupos humanos.

II. O estruturalismo é decorrente das teorias psicossociais fundadas por Karl Marx e tem como propósito analisar as ações humanas dentro de uma lógica subjetiva e individual, no contexto da sociedade pós-industrial.

III. Max Weber foi o fundador da escola estruturalista alemã que, por pressuposto, analisava os diferentes grupos sociais sob um prisma puramente econômico e eurocêntrico.

Estão corretas as assertivas:

a.

Apenas I

b.

Apenas II

c.

Apenas I e II

d.

Apenas III

e.

Apenas II e III

💡 2 Respostas

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Wiliany Rodrigues Nabeiro

A unica explicação para as pinturas rupestres ainda é a de que se trata das mais antigas relíquias da crença universal no poder produzido pelas imagens .
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LR

Resposta: Está CORRETA (b) Apenas I - O estruturalismo busca compreender, comparativamente, os significados que cada cultura atribui a determinados objetos ou comportamentos. Buscando, assim, encontrar similaridades nas estruturas de diferentes grupos humanos.

Justificativa: Segundo consta na opção dada e são elementos da antropologia estruturalista: 1) O método comparativo; 2) A busca, preferencialmente pelas vias do Trabalho de Campo, de objetos e comportamentos dotados de significados cultural; 3) A busca pelos elementos estruturantes generalizáveis e ahistóricos, ou seja, recorrentes em diversos povos e resistentes ao tempo histórico da humanidade.

Segundo Bobbio, a Antropologia Estruturalista categoriza a Estrutura segundo dois requisitos:

“A) Tem de ser um conjunto de elementos expressos em forma simbólica, dotado de propriedades (regras) que lhe garantam a coesão interna. Esta primeira condição admite uma dupla interpretação: a Estrutura, ou é um conjunto dotado de propriedades, ou se resolve nas propriedades desse mesmo conjunto. A última solução é a mais provável, como é lícito inferir da própria definição da Estrutura elementar da parentela, identificada com as leis internas da inclusão nas, e da exclusão das classes exógamas, expressas na forma simbólica como foi subdividida uma determinada população (v. C. Lévi- Strauss, Le strutture elementari della parentela, Milano 1969).” (BOBBIO, 1993: 447 – 448).

“B) Há de ser transformação estrutural (de uma Estrutura elementar da parentela, por exemplo, em outra), ou seja, deve fazer parte de uma variedade de transformações. O caráter fundamental de uma Estrutura é, pois, o de se poder converter em outro conjunto de elementos, tendo por base as regras da transformação. Convém precisar que as transformações não são de natureza histórica, mas lógica, uma vez que são efetuadas, mediante operações lógicas (permutações), de um conjunto de símbolos em outro. A inclusão de uma Estrutura num grupo de transformações é condição fundamental da sua inteligibilidade. Além disso, os grupos de transformações seguem uma única linha combinatória, cujas regras são as do espírito humano, que gera, através de uma atividade incônscia, todas as Estruturas possíveis. O conjunto destas Estruturas, de caráter inconsciente, acentuamos, está universalmente presente em potência, ao passo que a sua realização depende da ação humana, baseada no material histórico de que dispõe. O caráter universal da Estrutura garante a objetividade do modelo que a exprime: uma única Estrutura está por baixo, tanto do sistema que é objeto de pesquisa, como dos modelos de conhecimento do antropólogo.” (BOBBIO, 1993: 448).

O aspecto a-histórico, surge no esclarecimento de Bobbio da seguinte forma: “Por fim, a última característica da Estrutura é a nãohistoricidade: ela se opõe à história. Paralela a esta oposição é a existente entre sincronia e diacronia. Não convém confundir a Estrutura com as relações sociais de um sistema concreto: estas são só a matéria-prima utilizada na construção do modelo que evidencia a Estrutura, convertida então na "Estrutura do sistema". Esta Estrutura consiste na relação entre os elementos simultâneos, constituindo um estado de equilíbrio. A história é, em vez disso, a sucessão dos fatos contingentes (migrações, guerras, alianças) que podem provocar modificações na Estrutura; mas, se a tendência estrutural resiste ao choque, as novas soluções serão mantidas na linha anterior. Verificar-se-á então um deslocamento dos limites da Estrutura, mas esta, embora alterando-o, conservará seu equilíbrio interno. O ordenamento estrutural não possui em si mesmo o princípio do próprio movimento: este reside fora, na história. Enquanto a Estrutura é uma sucessão deestados em equilíbrio, a história é o catalisador das mudanças estruturais, isto é, da realização das possibilidades intrínsecas à Estrutura. Ao equilíbrio estrutural se opõe a série dos fatos individuais e fortuitos; à ordem do necessário se opõe a ordem do contingente. O método da antropologia estrutural é, pois, um método fundamentalmente aristotélico, que só julga cientificamente inteligível o que ocorre necessariamente ou com frequência.” (BOBBIO, 1993: 448).

Sobre a produção do conhecimento antropológico: Para Lévi-Strauss não é possível um fazer antropológico desvinculado ao fazer etnográfico. A pesquisa de campo deve ser central na produção de conhecimento feita pelo antropólogo, pois sem ela não é possível constituir o todo, ou seja, compreender a cultura em sai totalidade: “Para ele, ela não é nem um objetivo de sua profissão, nem um remate de sua cultura, nem uma aprendizagem técnica. Representa um momento crucial de sua educação, antes do qual ele poderá possuir conhecimentos descontínuos que jamais formarão um todo, e após o qual, somente, estes conhecimentos se “prenderão” num conjunto orgânico e adquirirão um sentido que lhes faltava anteriormente.” (Lévi-Strauss, 1991: 415 - 416).

Referências Bibliográficas:

LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1991.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.

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