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Explique o sentido da expressão " há vícios que são virtudes", analisando-a no contexto do pensamento maquiaveliano.

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Sara Izabela

  1. Explique o sentido da expressão “há vícios que são virtudes”, analisando-a no contexto do pensamento maquiaveliano.

Para Maquiavel política é algo completamente autônomo em relação à religião e aos valores. O elemento central é lutar para a conquista e mantenimento no poder. Dentro dessa luta é preciso fazer coisas que, do ponto de vista da religião são execráveis, no entanto, dentro da política isso pode fazer com que a ação do sujeito seja extremamente eficiente. Coisas absolutamente intoleráveis, um vício, pode ser inteiramente crucial para manter-se no poder, como por exemplo, mentir, quebrar contratos.

  1. Analise a relação de Maquiavel com os pensadores da Antiguidade, ressaltando continuidades e rupturas.

Continuidade: História como maestra vitae. História não como algo que transmite valores morais, mas que ensina, que dá suporte para as posturas do governante para que ele se mantenha no poder.

Ruptura: A ideia de virtude: as virtudes que a história traz para os governantes não são as virtudes morais. A compreensão de tempo para Maquiavel é diferente, pois ele compreende a ideia de progresso, de transformação, de revolução, quando se destrói o passado e o futuro pode ser melhor do que o passado.

 

  1. Descreva a trajetória do conceito de fortuna, da Antiguidade até o pensamento de Maquiavel.

Na antiguidade a fortuna é uma dentre as muitas estratégias as quais os homens recorrem para as suas aspirações, desejos (deusa- caráter teológico, religioso)

No Medievo a fortuna será redefinida com a visão de mundo católico, perde a imagem de uma deusa autônoma e passa a simbolizar uma executora da vontade de Deus, não é uma instância deliberativa, mas realiza aquilo que o Deus Católico já decidiu, há um determinismo (no mundo finito, o tempo é visto a partir da Ideia de Novo Testamento, batalha entre bem e mal, diante disso o que se faz é aceitar os desígnios de Deus). Para os renascentistas essa visão de Deus medieval é insuportável, então retoma-se a ideia do mundo antigo, de ter vontade própria. (Uma deusa, do sexo feminino passa a ser manipulada pelo homem, que pode seduzir a mulher. Homem de coragem, ousadia e inteligência. Há a possibilidade da transformação da realidade). A fortuna abre uma janela de possibilidades. A política é o campo da experiência. Para Maquiavel a liberdade política se dava em dominar o acaso.

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Andre Smaira

INTRODUÇÃO

Nicolau Maquiavel foi um importante filósofo que viveu entre os séculos XV e XVI. Contribuiu grandemente para a expansão do conhecimento acerca das noções de poder do Estado e da dinâmica das relações sociais. Seus estudos envolveram, dessa forma, a filosofia, a política, a teologia e a moral, e serviram de base para o Iluminismo, movimento de expansão de ideias que ocorreu entre os séculos XVI e XVII. Suas contribuições envolveram ideias relacionadas à quase totalidade da validade das ideias para se mante ro poder nas mãos de determinado governante.


CONTEXTUALIZAÇÃO

Maquiavel foi um importante pensador que focou seus estudos na relação entre as esferas sociais, religiosas e políticas da sociedade. Dessa maneira, contribuiu na expansão de ideias que serviram de base para o Iluminismo, juntamente com as ideias de inúmeros outros autores. Suas obras envolveram a discussão do comportamento humano e de sua relação com as demais esferas da sociedade, casos da Política e da Religião. Estudou o Realismo Político, uma abordagem da ciência Política que faz uso dos conceitos relacionados ao Poder e ao Conflito, além disso. A época da escrita de seus textos é um contexto de crescente transformação no pensamento econômico, o Renascimento, em que o homem colocou homem o centro das observações, conceito este que seria chamado de Antropocentrismo. Enfim, o autor se afasta de ideias dos pensadores clássicos como Aristóteles, Platão e Tomás de Aquino e foca seus esforços no papel do homem na realidade social em que vive, que é considerado como um ser competidor, desleal e destrutivo – daí viria o adjetivo maquiavélico, muito tempo depois, que remete à maldade das atitudes humanas. O homem, segundo Maquiavel, possui um comportamento voltado para a política, para a elaboração e execução de estratégias e para a coragem, não sendo, portanto, naturalmente voltado para aspectos religiosos. É capaz, além disso, de se moldar em relação aos acontecimentos, alterando o rumo dos acontecimentos, conseguindo obter o que necessita. O homem, além disso, possui capacidades de analisar as situações e de perceber quando é mais coerente um recuo do que um avanço, por exemplo – senso de limite. Enfim, é um autor que rompe com parte das ideias dos autores clássicos, que rompe com a moral da época: a expressão “vícios que são virtudes” faz alusão á esfera Política da sociedade, em que seus agentes precisam não devem se preocupar com a propagação da moral tradicional, mas sim com o ensino de Política, de uma disciplina cujos valores fogem aos valores da Moral tradicional. Dessa forma, os governantes da Idade Moderna necessitariam ter e adquirir novas aspirações, únicas, diferentes das aspirações da Igreja, por exemplo, que até então era capaz de orientar os funcionamentos das Esferas de Poder. Enfim, Maquiavel contribuiu ao entender o funcionamento da sociedade com base em novas ideias, rompendo com a Moral e tradição religiosa.


CONCLUSÃO

Maquiavel foi um importante filósofo que contribuiu para a expansão do conhecimento acerca da sociedade humana e as relações sociais que a compõem. Seus conceitos foram inovadores e voltados para a análise da realidade social concreta, com base na visão de que o homem estaria no centro das realizações históricas. Dessa forma, suas ideias rompem com a Moral da Igreja e fazem alusão à capacidade dos governantes de interagirem com a esfera Política de diferentes formas. O autor foi capaz de caracterizar os membros da sociedade como aqueles que possuem grandes capacidades de administração, controle e superação de obstáculos. O homem seria, com isso, capaz de realizar novas tarefas, seja principalmente devido às suas características, como a sua sorte, que o colocam como uma gente chave para definir o destino das próprias nações.


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Andre Smaira

INTRODUÇÃO

Nicolau Maquiavel foi um importante filósofo que viveu entre os séculos XV e XVI. Contribuiu grandemente para a expansão do conhecimento acerca das noções de poder do Estado e da dinâmica das relações sociais. Seus estudos envolveram, dessa forma, a filosofia, a política, a teologia e a moral, e serviram de base para o Iluminismo, movimento de expansão de ideias que ocorreu entre os séculos XVI e XVII. Suas contribuições envolveram ideias relacionadas à quase totalidade da validade das ideias para se mante ro poder nas mãos de determinado governante.


CONTEXTUALIZAÇÃO

Maquiavel foi um importante pensador que focou seus estudos na relação entre as esferas sociais, religiosas e políticas da sociedade. Dessa maneira, contribuiu na expansão de ideias que serviram de base para o Iluminismo, juntamente com as ideias de inúmeros outros autores. Suas obras envolveram a discussão do comportamento humano e de sua relação com as demais esferas da sociedade, casos da Política e da Religião. Estudou o Realismo Político, uma abordagem da ciência Política que faz uso dos conceitos relacionados ao Poder e ao Conflito, além disso. A época da escrita de seus textos é um contexto de crescente transformação no pensamento econômico, o Renascimento, em que o homem colocou homem o centro das observações, conceito este que seria chamado de Antropocentrismo. Enfim, o autor se afasta de ideias dos pensadores clássicos como Aristóteles, Platão e Tomás de Aquino e foca seus esforços no papel do homem na realidade social em que vive, que é considerado como um ser competidor, desleal e destrutivo – daí viria o adjetivo maquiavélico, muito tempo depois, que remete à maldade das atitudes humanas. O homem, segundo Maquiavel, possui um comportamento voltado para a política, para a elaboração e execução de estratégias e para a coragem, não sendo, portanto, naturalmente voltado para aspectos religiosos. É capaz, além disso, de se moldar em relação aos acontecimentos, alterando o rumo dos acontecimentos, conseguindo obter o que necessita. O homem, além disso, possui capacidades de analisar as situações e de perceber quando é mais coerente um recuo do que um avanço, por exemplo – senso de limite. Enfim, é um autor que rompe com parte das ideias dos autores clássicos, que rompe com a moral da época: a expressão “vícios que são virtudes” faz alusão á esfera Política da sociedade, em que seus agentes precisam não devem se preocupar com a propagação da moral tradicional, mas sim com o ensino de Política, de uma disciplina cujos valores fogem aos valores da Moral tradicional. Dessa forma, os governantes da Idade Moderna necessitariam ter e adquirir novas aspirações, únicas, diferentes das aspirações da Igreja, por exemplo, que até então era capaz de orientar os funcionamentos das Esferas de Poder. Enfim, Maquiavel contribuiu ao entender o funcionamento da sociedade com base em novas ideias, rompendo com a Moral e tradição religiosa.


CONCLUSÃO

Maquiavel foi um importante filósofo que contribuiu para a expansão do conhecimento acerca da sociedade humana e as relações sociais que a compõem. Seus conceitos foram inovadores e voltados para a análise da realidade social concreta, com base na visão de que o homem estaria no centro das realizações históricas. Dessa forma, suas ideias rompem com a Moral da Igreja e fazem alusão à capacidade dos governantes de interagirem com a esfera Política de diferentes formas. O autor foi capaz de caracterizar os membros da sociedade como aqueles que possuem grandes capacidades de administração, controle e superação de obstáculos. O homem seria, com isso, capaz de realizar novas tarefas, seja principalmente devido às suas características, como a sua sorte, que o colocam como uma gente chave para definir o destino das próprias nações.


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