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qual a teoria do atavismo segundo cesare e Lombroso

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Fernando Scherer

Cesare Lombroso, nascido na Itália em 1835, é um nome comum ao estudarmos Criminologia, sua concepção positivista o tornou um autor a ser estudado até os dias de hoje. Sua visão acerca do indivíduo praticante de delitos, baseado em autores como Darwin o levaram a traçar uma “face” ao criminoso, relacionando certos aspectos físicos com a prática de delitos.

Ao ter contato com inúmeros detentos e cadáveres, chegou à conclusão que certas características eram comuns. Determinou que a hereditariedade deveria  ser levada em consideração. A pessoa não seria influenciada pelo meio, as influências externas em pouco iriam contribuir,  pois a patologia criminosa já se encontrava nele, era questão de tempo até desencadear. Seu trabalho foi amplamente divulgado e ganhou diversos adeptos, inclusive no Brasil. No entanto, sua tese foi, aos poucos, rebatida e caindo em desuso.

O autor determinou seis tipos de criminosos: o nato, o louco moral, o epiléptico, o louco, o ocasional e o passional. No entanto, as características encontradas por Lombroso eram basicamente do negro, imigrante na Itália. A tal “face” criada pelo autor se confundia com a figura  afro, fato que tachou sua tese como racista.

Cesare foi um pioneiro, um estudioso renomado, mas apesar de sua teoria ter caído em desuso, tachar alguém de “marginal” é algo presente em nossa sociedade até os dias atuais. Falar que os parâmetros são iguais se mostra um erro. Ao contrário do autor que usava o formato do crânio, mandíbula, ente outros para formar sua opinião, hoje as características são outras. O local de sua moradia, suas vestimentas, a forma de andar, os aspectos físicos determinados por Lombroso foram substituídos por aspectos sociais.

Uma pessoa, independente de negra ou caucasiana, morador de favela, vestindo bermuda, boné e uma camisa de time, essa é a típica antropologia criminosa moderna. A evolução científica em que nos encontramos não traduz o mesmo preconceito que sempre existiu na raça humana, um senso de superioridade que certas camadas têm sobre as outras. Identificar alguém como criminoso se traduziu em verdadeiros excessos quando relacionados à segurança pública, que notoriamente possui dois tipos de tratamento, um para o rico e outro para o pobre. Senso de igualdade é raro em nossa sociedade, seria uma tarefa para Freud desvendar a necessidade humana de tachar e julgar outras pessoas mesmo sem conhecimento ou parâmetros para tal.

A idéia de Cesare é vista como racista,  pois focava sua tese nos negros, no entanto, mais de cem anos depois, será que evoluímos? Talvez não. Em nosso país a maior parte do preconceito é social e não racial,  tal alegação é embasada por diversos antropólogos, como Darcy Ribeiro:

 

“apesar da associação da pobreza com a negritude, as diferenças profundas que separam e opõem os brasileiros em extratos flagrantemente contrastantes são de natureza social”. (RIBEIRO, 2006, p. 215). 

 

                   A nova “cara” do criminoso não é associada à  forma do seu rosto como propunha Lombroso, mas sim a fatores sociais. Independente de onde nasceu, sua cor ou escolaridade, o que predomina hoje é seu status social, não falamos de uma patologia criminosa,  mas sim de contextos, o que levou a tal pessoa a cometer tal crime.

                   Cometer pré-julgamentos parece inerente aos humanos, no entanto, tal aspecto não merece ser perdurado em um mundo em constante evolução e da mesma forma que a teoria lombrosiana se mostrou ineficiente, julgamentos sociais também deverão cair em desuso.

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andrea santana

MT obrigada pela ajuda!!!!
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