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Em que consistem o efeito translativo, regressivo, substitutivo, devolutivo e suspensivo dos recursos:

💡 3 Respostas

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Paulo Alves

Resumidamente seriam esses, incluindo mais um efeito, o efeito EXPANSIVO:
1) EFEITO DEVOLUTIVO
Por esse efeito, reabre-se a oportunidade de reapreciar e, novamente, julgar questão já decidida.
Dessa forma, conclui-se que não se pode, logicamente, conceber um recurso que não restabeleça, no todo ou em parte, a possibilidade de rejulgamento. Por conta disso, esse é um efeito presente em todos os recursos.

2) EFEITO SUSPENSIVO
Refere-se ao impedimento da imediata execução do decisório impugnado. A nova legislação processual civil tratou esse efeito recursal como exceção, pelo fato de apenas o recurso de apelação possuir efeito suspensivo automático.
Todavia, caso a imediata decisão produza efeitos que criem riscos de dano grave, de difícil ou impossível reparação e fique demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, poderá o litigante requerer o efeito suspensivo.
Vale frisar que, essa concessão, dependerá sempre da decisão do relator, caso a caso.

3) EFEITO SUBSTITUTIVO
O efeito substitutivo é atribuído pelo art. 1.008 do CPC aos recursos em geral. Consiste ele na força do julgamento de qualquer recurso de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação.

4) EFEITO EXPANSIVO
É uma espécie de variação do efeito devolutivo do recurso.
O efeito em tela delimita a área de cognição e decisão dos Tribunais Superiores, na espécie, consiste em reconhecer que a devolução operada pelo recurso não restringe às questões resolvidas na sentença, compreendendo também as que poderiam ter sido decididas, seja porque suscitadas pelas partes, seja porque conhecíveis de ofício.

5) EFEITO TRANSLATIVO
Diz respeito à limitação de cognição do tribunal, salvo se se tratar de matéria de ordem pública. Insta observar que as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelo Tribunal ainda que não tenham sido reconhecidas objeto de recurso.

6) EFEITO REGRESSIVO
É o efeito que permite ao próprio juiz prolator da decisão impugnada rever sua decisão. Sempre que for aberto um juízo de retratação ao órgão prolator da decisão, pode-se falar em efeito regressivo.
O efeito regressivo é a regra em alguns recursos, como no caso do agravo. A apelação, por sua vez, em regra, não tem este efeito. Excepcionalmente, no entanto, o juiz pode cassar a própria sentença e determinar o regular prosseguimento do processo em primeira instância diante de apelação. São duas as hipóteses:
a) apelação contra sentença liminar de improcedência da demanda - Artigo 285-A, 1º, CPC:
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
b) apelação contra sentença que indefere a petição inicial Artigo 296, CPC:
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.
 

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Gabriela Gattulli

Efeito devolutivo: o efeito devolutivo é considerado o mais importante dos recursos, pois demonstra a própria essência do instituto, que é o de levar ao conhecimento do Tribunal a matéria objeto do recurso.  O efeito devolutivo em extensão é reflexo no princípio dispositivo, já que é a parte que decide se impugna todos os capítulos desfavoráveis ou apenas parte
deles. Já o efeito devolutivo em profundidade destaca o princípio inquisitivo, pois todos os fundamentos lançados aos autos são reanalisados pelo Poder Judiciário, mesmo sem pedido da parte recorrente.

Efeito suspensivo: conforme já estudado, trata-se de efeito excepcional na seara trabalhista, já que o art. 899 da CLT prevê que os recursos serão recebidos apenas no efeito devolutivo, permitindo desde logo a execução/liquidação provisória. O TST previu na Súmula nº 414 a possibilidade de concessão de efeito suspensivo, por meio de ação cautelar. Assim, não se requer o dito efeito na petição do recurso, e sim, por meio de ação cautelar autônoma.

Efeito translativo: o efeito em estudo está relacionado à possibilidade do Tribunal, ao analisar o recurso, conhecer as matérias de ordem pública de ofício, ou seja, mesmo sem pedido da parte recorrente. Assim, mesmo que no recurso não se alegue a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho (matéria de ordem pública), o TRT, ao analisar o recurso, reconhecerá o vício e determinará a remessa dos autos à justiça competente. Tal idéia pode ser aplicada ao reconhecimento de ausência das condições da ação, pressupostos processuais (tais como litispendência, coisa julgada, perempção, etc), já que o conhecimento dessas matérias independe de pedido das partes.

Efeito regressivo: busca impedir  o Magistrado prolator da sentença de reconsiderá-la após a sua publicação. Há hipóteses, contudo, como ocorre com as decisões interlocutórias, em que o Magistrado, ao receber o recurso, pode reconsiderar a decisão impugnada, isto é, pode reconsiderá-la. Tal possibilidade decorre do efeito regressivo. O recurso de agravo de instrumento é um bom exemplo do efeito sob análise, já que é interposto perante o juízo a quo, isto é, aquele que proferiu a decisão. Caso o Magistrado entenda que sua decisão está equivocada, poderá reconsiderá-la, julgando prejudicado o apelo manejado.

Efeito substitutivo: ao se interpor um recurso, requer-se ao Tribunal a reapreciação da matéria. A decisão a ser proferida por aquele órgão, por razões lógicas, substituirá a decisão anterior, caso o mérito do recurso seja analisado, seja para manter a decisão ou reformá-la.

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bruna Martins

 I. Efeito Devolutivo: Significa a devolução da matéria impugnada ao Tribunal ad quem. Assim, via de regra, os recursos consistem no encaminhamento do conhecimento da matéria impugnada ao Tribunal ad quem. Além disso, de acordo com o princípio da proibição da reformatio in pejus não poderá o tribunal piorar a situação do recorrente, de forma quesomentepoderá conhecer a matéria que foi impugnada. Observar que os Embargos de declaração não possuem o efeito de transferir o conhecimento da matéria ao Tribunal ad quem, pois devolvem o conhecimento d a matéria impugnada para o próprio órgão que proferiu a decisão.

O Agravo de Instrumento também merece observação especial, pois permite o juízo de retratação pelo órgão julgador, e caso haja essa retratação, vai impedir o exame da matéria pelo tribunal ad quem.

II. Efeito Suspensivo: Significa que alguns recursos impedem que a decisão seja cumprida enquanto o recurso não for julgado. No novo CPC, com exceção da Apelação, os demais recursos como regra não possuem efeito suspensivo. O Agravo de Instrumento poderá ter efeito suspensivo desde que o Recorrente faça pedido neste sentido e seja concedido pelo Relator. Portanto, alteração em relação ao CPC antigo, pois n o no v o CPC, a regra é que os recursos não impedem a eficácia da decisão, de a cordo com o artigo 995: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decis ão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

III. Efeito Translativo: Significa a possibilidade do Tribunal ad quem reavaliar questões de ordem pública;

IV. Efeito Expansivo: Significa a possibilidade de em alguns casos o Tribunal ad quem determinar que a decisão do recurso atinja partes que não recorreram da decisão. D a mesma forma, o efeito expansivo permite que o julgamento do recurso abranja outros pedidos do processo que não f oram objeto de impugnação, mas que guardam alguma relação, tais como os pedidos subsidiários ou alternativos;

V. Efeito regressivo: Significa a possibilidade de o próprio juízo a quo reconsidere a decisão impugnada. Ex: juízo de retratação no Agravo de Instrumento.  


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