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EVANDRO CARLOS RIBEIRO DE FRANÇA KEYLA PEREIRA RÊGO QUAL A DIFERENÇA ENTRE O EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE PARA O EFEITO DEVOLUTIVO EM EXTENSÃO? Palmas -TO 2018 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por finalidade apresentar a diferença entre o Efeito Devolutivo em profundidade para o Efeito Devolutivo em extensão. Inicialmente faz-se necessário conceituar o que venha ser Efeito Devolutivo. De acordo com Carlos Henrique Bezerra Leite (2015 p. 1024) [...] Por efeito devolutivo deve-se entender a delimitação da matéria submetida à apreciação e julgamento pelo órgão judicial destinatário do recurso, uma vez que este, como é cediço, só poderá, em regra, julgar as questões debatidas no processo e que constem das razões recursais, mediante pedido de nova decisão. (LEITE, 2015, p. 1.024). Portanto, trata-se de uma maneira de impedir que o juízo ad quem profira julgamento além, aquém ou fora do contido nas razões recursais. 1. QUANTO À PROFUNDIDADE E À EXTENSÃO. O efeito devolutivo pode ser examinado em relação à sua profundidade ou à sua extensão. 1.1 PROFUNDIDADE Quanto à profundidade do efeito devolutivo este visa o exame da qualidade das matérias que são submetidas à apreciação do órgão ad quem. Sua base legal está consagrada no § 2º do art. 1.013 do NCPC, in verbis: Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Carlos Henrique Bezerra Leite ressalta que a profundidade do efeito devolutivo diz respeito à existência de pluralidade de fundamentos contidos no pedido (petição inicial) ou na defesa (contestação) e o juiz tenha acolhido apenas um deles, silenciando-se quanto aos demais fundamentos (causa de pedir). (LEITE, 2106, p. 1025) Diante de uma reclamação trabalhista, por exemplo, que aponta como causa de pedir o direito à estabilidade no emprego por dois fundamentos, e a sentença julgar procedente o pedido, acolhendo apenas um fundamento, pode (e deve) o tribunal, por força do efeito devolutivo em profundidade, apreciar os dois fundamentos. (LEITE, 2016) 1.2 EXTENSÃO No que tange à extensão do efeito devolutivo, deve-se verificar a quantidade de matérias veiculadas no recurso que serão apreciadas e julgadas pelo órgão ad quem. A base legal da extensão do efeito devolutivo está consagrada no art. 1.013, caput, e seu § 1º, do NCPC, in verbis: Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1 o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. Deste modo, vale dizer, que o efeito devolutivo em extensão diz respeito ao conhecimento pelo tribunal das matérias impugnadas ou das questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. CONCLUSÃO Diante do exposto, conclui-se que, a diferença básica primordial entre os referidos institutos é que: enquanto o Efeito Devolutivo em Profundidade diz respeito à qualidade das matérias, o Efeito Devolutivo em Extensão, por sua vez diz respeito à quantidade de matérias. BIBLIOGRAFIA LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 14. ed. de acordo com o novo CPC – Lei n. 13.105, de 16-3-2015. – São Paulo : Saraiva, 2016.
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