A vítima de um atentado é baleada e levada ao hospital, de ambulância. No caminho, um motorista bêbado colide com a ambulância e mata aquele que estava sendo socorrido. O agente que baleou a vítima responde pelo homicídio consumado?
Trata-se de causa superviniente relativamente indepedente, prevista no art. 13, §1º, do CP. Aqui, ainda que haja nexo causal entre a conduta do agente e o resultado, esse nexo é tênue, pois os acontecimentos seguintes fogem da linha de acontecimentos previsíveis para o delito praticado. Assim, o agente só vai responder pelo praticado antes do "imprevisto", ou seja, pela tentativa de homicídio.
O agente incorrerá no delito de homicídio tentado ( art. 121 C/C art. 14 II CP ), pois o dolo era matar a vítima, o qual não atingiu a consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente. Outrossim, o fato de o motorista embriagado colidir com a ambulância e culminar a morte de quem estava sendo socorrido é causa superveniente relativamente independente , que por sua vez rompe o nexo de causalidade. A ruptura do nexo de causalidade nesse caso está em conformidade com o art. 13 , parágrafo I do diploma repressivo o qual enuncia: A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
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Direito Penal III
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