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Qual a diferença entre princípio da razoabilidade e proporcionalidade?

💡 2 Respostas

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Laerte Fidelis Dias

A razoabilidade é o princípio constitucional implícito que impõe ao administrador público, agir dentro de padrões normais, evitando-se a negligência ou excessos. Em outras palavras pressupõe a adoção de condutas justas e adequadas, ao objetivo pretendido. Este princípio foi importando do direito anglo-saxão (Inglaterra e EUA, especialmente).

A proporcionalidade está implícita no pricípio anterior, mas tem alcance menor, pois relaciona-se com a medida quantitativa justa e adequada ao resultado pretendido. Por exemplo, diante da falta ao serviço de um agente público, a autoridade administrativa, no processo administrativa subsequente, aplica-lhe pena de suspensão de 30 dias; a dosimetria foi excessiva, em caso de primeira falta disciplinar, sendo impugnável a punição disciplinar por desproporcionalidade. Foi trazido ao ordenamento jurídico brasileiro, do direito germânico.

Por fim, é possível dizer que todo ato adinistrativo desproporcional é pouco razoável, mas a recíproca não se repete, em caso de ausência critério objetivo (quantidade). 

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Especialistas PD

O Professor Bernardo Gonçalves explica que “a proporcionalidade apresenta uma estrutura mais complexa que a razoabilidade, que se divide em três sub-regras que devem sempre ser analisadas em sequência: (1) adequação, (2) necessidade e (3) proporcionalidade em sentido estrito.” (...) “Desse modo, a noção de razoabilidade apenas corresponde à primeira das três sub-regras que compõem a estrutura da proporcionalidade, a adequação”. (...) “uma medida estatal é adequada quando o seu emprego faz com que o objeto legítimo pretendido seja alcançado ou pelo menos fomentado. Dessa forma, uma medida somente pode ser considerada inadequada se sua utilização não contribuir em nada para fomentar a realização do objetivo pretendido.” (Curso de Direito Constitucional. 9ª ed. pg. 242-243).

Quanto à origem, esses princípios também possuem diferença. A proporcionalidade tem origem no direito alemão. A razoabilidade, no direito anglo-saxão.

Importante salientar que a doutrina não é pacífica sobre o assunto. Muitos entendem que não há qualquer diferença entre os princípios. O STF, inclusive, em diversas decisões utiliza os princípios como sinônimos. Outros doutrinadores, apesar de entenderem que esses princípios não se confundem, adotam diferentes critérios para distingui-los.

           

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