Preciso de um resumo que contemple a pergunta de forma objetiva e clara (apronfudado no assunto)
Doença de Crohn (DC)
Retocolite Ulcerativa (RCU)
Características comuns: cronicidade, padrão recidivante, atingem mais adultos jovens
Diferenças: local e camadas afetadas
Predomina em indivíduos jovens de baixa renda
Doença recente (20 últimos anos), de ocorrência mundial, aumentando nas últimas décadas
Forte associação com industrialização e desenvolvimento econômico do país
Atinge igualmente homens e mulheres
Dois picos de incidência: 15-35 e 50-70 anos
Fatores genéticos, ambientais, microbiota e imunidade do indivíduo
Doença poligênica, sendo 30% dos genes compartilhados entre DC e RCU
Familiares 8-10x chance de desenvolver a doença
Genes envolvidos no(a): função de barreira, restituição epitelial, defesa da microbiota, regulação imune, geração de espécies reativas de oxigênio, autofagia e funcionamento do retículo endoplasmático
Fatores protetores: aleitamento materno e apendicectomia
Fatores que propiciam: ATB no 1º ano de vida, menor exposição à microorganismos na infância
Desencadeadores: vacinas, estresse psíquico, ACOs
Dieta rica em gordura acelera o processo inflamatório, dieta rica em fibras protege
Tabagismo: ↑ chance de desenvolver, ↑ agressiva e ↑ recidivas na DC; fator protetor na RCU
↓ diversidade da microbiota na DII ⇒ maior suscetibilidade a alterações do meio ambiente (uso de medicamentos, infecções)
Dieta rica em açúcares, gordura animal e ferro ↑ bactérias patogênicas
Fibras ↑ bactérias benéficas
Intestino normal: estado de “inflamação fisiológica”, responde diferente a bactérias da flora e patógenas
Sistema imune mantém relação com a luz intestinal através de células M, células epiteliais e captação de antígenos por células dendríticas
Tolerância imunológica: processo imune ativo que diferencia antígenos próprios e exógenos
RCU: inflamação restrita à mucosa do intestino grosso
Antígenos da luz → IL-13 → linfócitos viram células T NK → lise das células-alvo (epiteliais) ⇔ perpetuação do processo inflamatório
Padrão de resposta Th-2/Th-17
DC: processo inflamatório difuso, envolve todo o TGI e todas as camadas da parede intestinal
Células T na DC: ↑ proliferação, ↑ expressão de marcadores de ativação e ↑ citotóxicos
Padrão Th-1/Th-17
DC: Inflamatória, Obstrutiva (estenose e fibrose) ou Fistulizante
Complicações: Abscesso perianal ou intra abdominais, fístula perianal
RCU
Restrita ao reto (proctite) ou retossigmóide: 40-50%; formas mais brandas
Colite esquerda até a flexura esplênica (30-40%)
Colite extensa (além da flexura esplênica) ou pancolite: formas mais graves (20-30%)
Sintomas variáveis, dependendo da extensão e comportamento da doença
Diarreia, com/sem muco, pus e sangue (70%)
Dor abdominal tipo cólica, intensidade variável, sem alívio com a eliminação de flatos/fezes (80%)
FID na DC e em FID na RCU
Trato intestinal normal ou constipado (proctite)
RCU: sangramento visível nas fezes (>90%), urgência fecal, tenesmo, exsudato mucopurulento
Manifestações sistêmicas
Febre, anorexia, mal estar, anemia, cansaço, náuseas e vômitos, obstrução
Desnutrição e má absorção, com emagrecimento e perda ponderal importante (60%)
Na criança: déficit de crescimento
Manifestações Extraintestinais
Prevalentes em 20% da DC e 10% da RCU
Imunomediadas: artropatias, lesões cutâneas
Não-imunomediadas (alterações metabólicas ou processos secundários): colelitíase, nefrolitíase e anemia
Relacionadas à atividade da doença: artrite periférica, eritema nodoso, aftas orais e episclerite
Não relacionadas ao curso da doença: pioderma gangrenoso, uveíte, artropatia axial e colangite esclerosante primária
Acometimento articular
Frequente, em geral assimétrico, migratório e não causa deformidades
Artropatia periférica tipo I: aguda, autolimitada, relacionada à atividade da doença, acomete < 5 grandes articulações de forma assimétrica
Artropatia periférica tipo II: poliartrite de pequenas articulações (mãos), de curso crônico não relacionado à atividade da doença
Artropatia axial: sacroileíte e EA, sem relação com a atividade intestinal
Lesões cutâneas
Eritema nodoso: nódulos subcutâneos dolorosos, de 1-5cm, em superfícies extensoras, relacionados à atividade da doença
Pioderma gangrenoso: trauma local → pústula(s) eritematosas que coalescem → úlcera profunda com fundo necrótico e estéril
Manifestações oculares
Episclerite e esclerite
Uveíte: hiperemia ocular, dor, lacrimejamento e fotofobia
Cegueira noturna (↓ vit A) e catarata (CEs)
Viagens recentes, intolerâncias alimentares
Uso de medicamentos (ATB, AINEs), tabagismo
História familiar
HDA: início dos sintomas, sintomas noturnos, manifestações extraintestinais (boca, olhos, pele, articulações)
EF geral: estado geral, peso e coloração das mucosas (desnutrição e anemia)
EF abdome: cicatrizes cirúrgicas, dor à palpação geralmente sem sinais de irritação peritoneal
Exame da região perianal DC: fissura, fístulas e abscessos
Provas de atividade inflamatória: PCR, calprotectina, lactoferrina
Hemograma, avaliação hepática, amilase, lipase
Outros: ferro cinética, vitamina B12, ácido fólico, albumina, vit D
Marcadores sorológicos (pouco usados): p-ANCA (RCU) e ASCA (DC)
EDA apenas se síntomas dispépticos presentes
Retossigmoidoscopia
Colonoscopia: padrão ouro
Enteroscopia
Cápsula endoscópica (risco de obstrução)
Doença de Crohn
Afeta qualquer parte do TGI
Pode poupar o reto
Lesões salteadas (padrão descontínuo)
Úlceras aftóides ou úlceras lineares serpiginosas profundas (acometimento transmucoso)
Ulcerações no íleo terminal
Padrão “pedra de calçamento”
Predisposição à fibrose, estenose e fístulas
Retocolite Ulcerativa
Reto quase sempre envolvido, não envolve o delgado
Padrão contínuo, ascendente e simétrico
Perda do padrão vascular, eritema difuso
Mucosa granular
Geralmente sem fístulas
US: espessura da mucosa, estrutura vascular
Trânsito delgado e clister opaco (desuso)
TC e RNM (duplo contraste): principais; sinais de inflamação, espessamento de mucosa, linfonodos, sinal do pente ( ↑ vascularização), estenose
Criptite (distorção das criptas), abscesso de criptas, úlceras
Hiperplasia reacional de linfonodos
Inflamação ativa: ↑ neutrófilos, agregados linfóides
DC: granulomas e fístulas da parede intestinal
Etiologias infecciosas: parasitária, bacteriana, fúngica ou viral
Colite eosinofílica
Fármacos: AINEs, ACO, quimioterapia
Neoplasia: linfoma, carcinoma metastático ou ileal, polipose familiar
Objetivos: melhora clínica e endoscópica, evitar complicações, hospitalizações e cirurgias
Orientação
Alimentação saudável rica em fibras
Cessação do tabagismo e uso de álcool
Resposta clínica, cicatrização da mucosa, remissão profunda (histopatologia)
Agudizações/tratamento inicial (emergência/clínico geral)
Diminuir inflamação e combater infecção
Antibióticos (Metronidazol e ciprofloxacina): fístulas, abscessos, profilaxia pós-cirúrgica
Aminossalicilatos (sulfassalazina e mesalazina)
Corticóides (prednisona, metilprednisolona, budesonida)
Doença grave: especialista
Indução e manutenção da remissão (especialista)
Não usar corticóide
Imunossupressores (metotrexato, azatioprina e 6-MP): cicatrização da mucosa, doença moderada e grave
Terapia biológica (adalimumabe, infliximabe): DC fistulizante/estenosante, RCU grave
Indicações:
Agudizações graves sem resposta aos medicamentos
Doença crônica refratária
Displasia/neoplasia
Complicações: obstrução, megacólon tóxico, hemorragia maciça, perfuração
Critérios de pior prognóstico DC
Paciente jovem <40 anos
Doença extensa
Forma fibroestenosante ou fistulizante
Úlceras profundas
Cirurgia precoce (< 1 ano de diagnóstico)
DC gastrointestinal
Emagrecimento > 10
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