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Como interpretar a desconsideração da personalidade jurídica?

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Thamiris Da Silva

desconsideração da personalidade jurídica é uma decisão judicial a partir da qual os direitos e, mais comumente, deveres de uma pessoa jurídica, passam a se confundir com os direitos ou responsabilidades de seus proprietários. A Desconsideração da Personalidade Jurídica é uma prática no Direito Civil e no Direito do Consumidor de, em certos casos, desconsiderar a separação patrimonial existente entre o capital de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano causado ao consumidor.

Diz o Código Civil:

Artigo 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.”

No mesmo sentido versa o Código de Defesa do Consumidor:

Artigo 28: “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.”

A desconsideração da personalidade jurídica, compatibilizando-se com a vedação ao abuso de direito, é orientada para reprimir o uso indevido da personalidade jurídica da empresa pelo cônjuge (ou companheiro) sócio que, com propósitos fraudatórios, vale-se da máscara societária para o fim de burlar direitos de seu par”.

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Mariana Costa

É o ato jurídico concedido ao juíz em casos de abuso de personalidade, fraude ou má fé, para desconsiderar o príncipio de que pessoa jurídica tem personalidade distinta de seus membros e aoturize a penhora dos bens particulares de seus sócios para sacir possíveis prejudicados. 

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

Trata-se de instituto do Código Civil que prevê a possibilidade de desconsiderar, temporaria e pontualmente, de forma excepcional, a existência da Pessoa Jurídica para acessar os bens de seus sócios e satisfazer os débitos contraídos, desde que preenchidos os requisitos legais.

O principal efeito é o rompimento da blindagem patrimonial, com possibilidade de alcançar os bens dos sócios.

"Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso."

O Código Civil adotou a teoria maior, sendo necessário o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial.

Desvio de finalidade ocorre por realização de atividades estranhas ao objeto contratual, por exercício de atividade ilícita e por utilização da pessoa jurídica para enriquecer os sócios em detrimento da pessoa jurídica.

A confusão patrimonial ocorre quando o patrimônio da pessoa jurídica é utilizado para pagar dívidas do sócio e vice-versa. Se o interessado não respeita a blindagem, por que o Estado-juiz deve fazê-lo?

"Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 

§ 1º  Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.   

§ 2º  Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:     

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;     

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.    "

Já a teoria menor foi adotada para o Direito do Trabalho, do Consumidor e Ambiental. Basta comprovar o inadimplemento para que possa ser rompida a blindagem patrimonial do devedor.

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