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modelo de laudo psicológico conforme a ultima resolução 06-2019

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Rosimeire caetano da silva

A nova resolução tem formato mais normativo e orienta de forma mais precisa a escrita de documentos psicológicos.
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leticia oliveira

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PROCESSOS EDUCATIVOS I

Letícia de Oliveira Agostinho

PETRÓPOLIS-RJ

2019

LETÍCIA DE OLIVEIRA AGOSTINHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PROCESSOS EDUCATIVOS I

Trabalho apresentado a Professora Rosilene Ribeiro como requisito parcial para a aprovação na disciplina Estágio Supervisionado em Psicologia e Processos Educativos I no curso de bacharelado em Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis.

PETRÓPOLIS-RJ

2019

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO .................................................................................. 1

2 SONDAGEM DO CAMPO DE ESTÁGIO ............................................................................ 2

2.1 Instituição e seu Contexto ............................................................................................. 2

2.1.1 Identificação............................................................................................................... 2

2.1.2 Instalações ................................................................................................................... 2

3 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO ..................................................................................... 4

3.1 Identificação das demandas e necessidades ............................................................... 2

3.2 Propostas ....................................................................................................................... 3

3.3 Temas de Intervenção .................................................................................................. 4

3.4 Justificativa/Relevância ................................................................................................ 4

3.5 Objetivos ........................................................................................................................ 5

3.6 Fundamentação Teórica .............................................................................................. 5

3.7 Métodos .......................................................................................................................... 6

3.8 Cronograma ................................................................................................................ 11

3.9 Análise e Interpretação dos Dados ........................................................................... 12

3.10 Conclusão .................................................................................................................. 13

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 14

APÊNDICES ............................................................................................................................ 15

APÊNDICE I .......................................................................................................................... 15

APÊNDICE II ......................................................................................................................... 16

APÊNDICE III ....................................................................................................................... 17

APÊNDICE IV ........................................................................................................................ 18

ANEXOS .................................................................................................................................. 19

ANEXO 1 ................................................................................................................................ 19

ANEXO 2 ................................................................................................................................ 20

ANEXO 3 ................................................................................................................................ 21


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1 APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO

Este trabalho tem como objetivo documentar o trabalho desenvolvido, no âmbito do Estágio Supervisionado em Psicologia e Processos Educativos I, pondo em prática o conteúdo teórico visto até agora nas disciplinas anteriores ao estágio supervisionado.

O estágio foi realizado com a turma do sétimo ano do ensino fundamental da Escola Paroquial Bom Jesus. O conteúdo utilizado foi pensado e escolhido junto a professora orientadora e após o período dedicado a observação da turma, o tema escolhido para trabalhar com os adolescentes foi Habilidades Sociais, trazendo atividades que ajudam nos comportamentos e nas relações interpessoais. Neste trabalho aparecerão todas as atividades que foram utilizadas na intervenção, o porquê e a base teórica.

Foram realizados um total de 10 intervenções através de diferentes atividades com o objetivo de auxiliar no comportamento social dos alunos, permitindo assim, que o adolescente seja capaz de se colocar no lugar do outro, ter empatia, civilidade, autorregulação, dentre outras habilidades que ao decorrer dos meses foram empregadas nas aulas. Os encontros foram com atividades diversas, lúdicas, uma vez na semana, 50 minutos cada, a fim de proporcionar a eles momentos diferentes que trabalhassem o desenvolvimento pessoal de cada um, mas sempre em grupo e cooperando. Tudo que é aprendido nessa idade é de extrema importância, pois é a fase em que estão deixando a infância para trás e aprofundando-se na adolescência, descobrindo emoções que antes não existiam.

As intervenções em Psicologia devem basear-se em evidências de que os resultados sejam decorrentes dos procedimentos e das estratégias adotados, produzindo impacto duradouro na vida das pessoas, em termos de maior satisfação, adaptação social, resolução de dificuldades de vários tipos e uma vida social mais plena e feliz.

A psicologia da educação tem um papel respeitável no que se trata de aprimoramento de professores e profissionais da educação, além de auxiliar na busca de solução de problemas que envolvam o aprendiz, devendo descobrir o que ocasiona a dificuldade de aprendizado para que se possa evitá-lo e resolver o problema. (BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 2003.p.360). É muito importante o trabalho em conjunto entre psicólogos e pedagogos, porque podem auxiliar juntos para um bom desenvolvimento das crianças, a fim de melhorias no âmbito da educação e assim, consequentemente, no âmbito social.

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2 SONDAGEM DO CAMPO DE ESTÁGIO

2.1 A Instituição e seu contexto

2.1.1 Identificação

O estágio foi realizado na Escola Paroquial Bom Jesus Colégio, instituição da Mitra Diocesana conveniada com a prefeitura de Petrópolis, localizada na Rua Dr. Thouzet, nº 820, no bairro Quitandinha da cidade de Petrópolis, um local de fácil acesso, próxima a pontos de ônibus e algum comércio. A escola é do quarto (4°) período da educação infantil ao nono (9°) ano do ensino fundamental, apresentando uma estrutura adequada, contendo diretor, coordenadora, orientadora professoras, entre outros funcionários.

2.1.2 Instalações

O ambiente físico da escola é relativamente bom, envolvendo salas de aula com tamanho adequado e boa ventilação. Possui quadra de esportes, um pátio coberto, bebedouros espalhados pela escola, os banheiros são bons e apresentam pias de diferentes alturas para melhor uso das crianças. Possui uma cozinha, um refeitório que comporta os alunos e as salas do corpo técnico se apresentam de forma positiva. A divisão das salas de aula são: 02 salas utilizadas pela educação infantil, 05 salas utilizadas pelo fundamental I (1° ao 4° ano) e 06 salas utilizadas pelo fundamental II (5° ao 9° ano) que ficam no segundo andar, totalizando 625 alunos na instituição.

3 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO

3.1 Identificação das demandas e necessidades

A escolha do campo de estágio foi feita devido a sua localização, já a sondagem do campo foi através de algumas perguntas sobre a escola, como a quantidade de funcionários e alunos, quais eram os níveis de ensino atendidos e para conhecer um pouco melhor a orientadora pedagógica e o professor, o qual supervisionou e ajudou significativamente, foi solicitado que contassem sobre quanto tempo estavam na escola, quando se formaram, se existia alguma turma em especial com alguma demanda que precisasse ser trabalhada e se tivesse qual era essa turma e qual seria a demanda.

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O estágio propõe que os dois primeiros encontros sejam dedicados a observação, a fim de analisar se existe alguma demanda específica. A diretora e a orientadora da escola, e professora supervisora do estágio acharam que trabalhar as habilidades sociais seria uma boa intervenção e assim foi feito.

3.2 Proposta

É importante que seja trabalhado com os adolescentes suas relações pessoais e interpessoais, para assim proporcionar melhoria no comportamento do indivíduo, uma vez que é essencial saber respeitar o próximo, entender que cada um possui histórias de vida diferentes e que o convívio com o outro deve sempre ser bom, não só em um ambiente escolar mas também fora dele.

O desenvolvimento social do adolescente tem sido tema de interesse entre profissionais da saúde, educação e trabalho. Sabe-se que essa população é considerada bastante vulnerável podendo envolver-se em situações de risco para si e para os outros, como por exemplo abuso de álcool e drogas, gravidez precoce, dentre outros aspectos que favorecem ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, de acordo com KAZDIN, 1993; MATOS, 2008). Em contrapartida, muitos adolescentes que estão expostos a situações de risco, envolvem-se com atividades construtivas, como esportes, música e outras. Ambas as situações proporcionam reflexões sobre comportamentos diferenciados nos adolescentes.

A intervenção visa propiciar reflexões a respeito do comportamento individual e em grupo, trazer a empatia do indivíduo para superfície e fazer do convívio com o próximo algo significativo, desde o respeito com a diretora da escola até o colega de sala de aula.

O conceito de habilidades sociais vem sendo reconhecido como um importante componente do processo de ensino-aprendizagem e vem sendo investigado enquanto uma possibilidade de respostas às demandas educativas da sociedade atual, que visa ampliar o rol de competências dos indivíduos para enfrentar um mundo cada vez mais competitivo e excludente. Os estudos sobre este tema buscam justamente prevenir dificuldades relacionais e superar problemas existentes. Assim, o campo das Habilidades Sociais se caracteriza não somente pela investigação e construção teórica, mas também pela

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perspectiva aplicada a diferentes campos de atuação como a clínica, organizacional, educacional, dentre outras.

3.3 Temas de Intervenção

O projeto desenvolvido foram as Habilidades Sociais na aprendizagem dos adolescentes com idades entre 12 a 14 anos, a turma apresentava 28 alunos, com 13 meninas e 15 meninos. Foram trabalhados com eles 10 diferentes atividades no total, cada uma trabalhando e desenvolvendo diferentes habilidades sociais. Dentre elas estão a de empatia, civilidade e ajustamento, assertividade, comunicação, enfrentamento, sentimento positivo e controle emocional. Portanto, as habilidades sociais tornam-se fundamentais, pois é de extrema importância para a formação e o desenvolvimento dos jovens como indivíduos pertencentes a uma sociedade. As habilidades sociais compreendem vários aspectos comportamentais, facilitando o exercício diário do indivíduo. Dessa forma, os adolescentes podem desenvolver suas aptidões, proporcionando diferentes aprendizagens e colaborando para o futuro.

3.4 Justificativa/relevância

A atuação do psicólogo nos dias atuais dentro do foco educativo e de promoção de saúde tem demonstrado, na sua concretude, uma crescente preocupação com as questões ligadas aos comportamentos sociais do indivíduo, entendendo que não existe uma ação “neutra” e que toda ação é sempre mediada pelas questões éticas e políticas. Esse profissional de psicologia se propõe em atuar como um agente de mudanças.

Na escola em que foi realizada a intervenção se fez notório que havia necessidade de dinâmicas ligadas as habilidades sociais, para realizar a mudança para que assim haja uma melhora. Foi um ponto positivo para todos, tendo em vista a cooperação dos demais. Foi possível perceber que os adolescentes obtinham uma percepção sobre a importância de se colocar no lugar do próximo. Com isso houve uma contribuição positiva para uma convivência entre eles mais prazerosa e menos ofensiva no âmbito escolar.

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3.5 Objetivos

O objetivo foi promover diferentes atividades para que os adolescentes tivessem a chance de se desenvolverem individualmente e coletivamente. Essas dinâmicas não só trazem resultados positivos no âmbito escolar como também fora dele, uma vez que a socialização está em todos os contextos da vida.

Pode-se entender como o foco da intervenção as habilidades sociais, dinâmicas que visão demonstrar a importância da empatia, de se colocar no lugar do outro, de trabalhar em equipe e respeitar o próximo, uma vez que a turma possui grandes dificuldades com a impulsividade e o respeito pelo outro, sejam colegas ou autoridades na escola.

3.6 Fundamentação Teórica

Para Wolpe (1980),

há três modos gerais para conduzir as relações interpessoais. O primeiro é considerar somente a si mesmo, desconsiderando os outros... O segundo é sempre colocar os outros antes de você... O terceiro é a regra de ouro... considerar a si mesmo e também os outros. (apud Del Prette, 2013, p.30)

Dessa forma, entende-se, que a aprendizagem de habilidades sociais consiste em processos que ocorrem de forma “inata” no indivíduo, por meio das frequentes interações sociais ao longo da vida. De acordo com Del Prette (2013), na infância e na adolescência, as práticas educativas da família e da escola, juntamente com a experiências de convivência com os colegas, são as principais condições para a aquisição e o aperfeiçoamento das habilidades sociais. Porém, quando essas práticas são desfavoráveis, ou seja, por algum motivo as práticas educativas tanto no âmbito familiar quanto escolar estão sendo ineficazes, podem surgir déficits de habilidades sociais que impactam negativamente as relações interpessoais e, portanto, a qualidade de vida das pessoas.

A superação de déficits de habilidades sociais requer, em geral, serviços especializados no campo da Terapia ou da Educação. Esses serviços envolvem alternativas de intervenção, em termos de procedimentos, técnicas e programas, cuja eficácia é geralmente aferida por meio de pesquisa de intervenção, sob delineamento experimental ou quase experimental.

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Conforme Del Prette & Del Prette (2011), o campo das habilidades sociais apresenta uma diversidade conceitual com propostas alternativas ou complementares sobre tal tema. De acordo com a autora, ao longo do seu desenvolvimento esse campo contou com a contribuição e a influência de diversas teorias psicológicas, como a abordagem cognitivo-comportamental, a análise do comportamento e a psicologia socialcognitiva de Bandura (2008). Tal diversidade teórica resultou em definições não suficientemente uniformes de conceitos sobre diferentes estratégias para avaliações e intervenções para os comportamentos sociais dentro das habilidades sociais.

Observa-se que, embora haja uma relação bastante estreita e bem definida entre os conceitos de habilidades sociais e competência social, fica também clara a razão de diferenciá-los: enquanto as habilidades sociais são condição fundamental para a competência social, a competência social requer o atendimento a critérios que vão além daqueles aplicados as habilidades sociais, principalmente ao se considerar a dimensão ético-moral vinculada a aspectos culturais e de atendimento a direitos humanos.

3.7 Métodos

Foram realizados 10 encontros, com duração de 50 minutos. Semanalmente foram escolhidas e organizadas atividades como dinâmicas interativas com intuito de facilitar todo o processo de aprendizagem e absorção dos adolescentes de 12 a 14 anos de idade da Escola Paroquial Bom Jesus. Todas as intervenções foram supervisionadas, utilizando materiais como: fita adesiva, bola e diversos papeis. As atividades eram feitas na maioria das vezes em espaços amplos e algumas vezes dentro de sala com um bom espaço.

Durante os encontros foram escolhidas dinâmicas realizadas em grupos e com a sala toda. Antes da primeira intervenção foi realizado o planejamento com duas dinâmicas na qual poderia ser compreendido melhor o ideal para as intervenções posteriores. Todo o método foi elaborado segundo a necessidade notada. Foram utilizadas técnicas como trabalho em equipe para solução de problemas, empatia e outros. Foram realizadas oito intervenções com o foco em empatia e respeito ao próximo na escola. A primeira intervenção teve como objetivo uma melhor integração entre a turma e eu, sendo solicitado aos alunos que quem pegasse a bola, se apresentasse, falando seu nome, idade, e o que gostava de fazer dentro e fora da escola. Tive algumas dificuldades com a alguns alunos que não queriam pegar a bola aparentemente por vergonha de ter que falar sobre si para os outros. Posteriormente, foi solicitado que os alunos escrevessem em um lado

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da folha A4 como eles se veem e no lado oposto como eles acham que os outros os veem (Apêndice I). No final, os questionei se haviam entendido o sentido da atividade, levantando a questão de como a opinião dos outros influencia de forma positiva ou negativa sobre nós e sobre o que importa mais, nossos pensamentos e opiniões ou o que os outros acreditam.

Na segunda atividade, o objetivo foi avaliar os aspectos bons e ruins do grupo, tentar entender melhor as pessoas individualmente e perceber a raiz de possíveis problemas e apontar soluções. A dinâmica foi feita através das seguintes questões:

• O que vocês gostam na turma?

• Aponte 3 pontos positivos sobre a turma.

• Aponte 2 pontos negativos da turma.

• 4 coisas que lhes fizeram felizes até o momento.

• 3 aspectos que não lhe agradam na turma.

• O que você recebe da turma? Aponte pelo menos 2 aspectos.

• O que você faz para melhorar a turma?

• Aponte 3 atitudes que você quer ter para uma melhora da turma.

• Quais são os maiores desafios da turma?

Realizar essa tarefa com os alunos foi muito difícil, pois eles não permaneciam quietos por muito tempo, tampouco sabiam esperar a vez de falar, falando todos juntos quando foi solicitado que compartilhassem suas respostas e gradativamente o barulho só aumentou. Por fim, o objetivo final dessa dinâmica após as respostas serem compartilhadas (Apêndice II), foi estabelecer metas e meios que ajudassem a alcançar uma melhora coletiva no comportamento da turma. Dessa forma, ficou estabelecido entre eles que falar menos e mais baixo ajudaria no relacionamento com os professores. Essa meta foi escrita em um cartaz que ficou colado na sala deles.

Para a terceira intervenção foi proposto a dinâmica baseada no filme ‘escritores da liberdade’, cujo objetivo é fazer com que os membros da turma percebam o quanto tem em comum uns com outros, mesmo aqueles que não possuem tanto contato. O resultado das perguntas foi bem chocante para mim, pois não esperava que adolescentes de 12 a 14 anos já tivessem experiências com bebidas alcoólicas ou sequer o conhecimento de onde comprar droga. Nessa atividade percebi uma mudança de olhares significativa nas relações da turma.

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Na quarta intervenção separei a turma em quatro grupos e dei quatro situações diferentes para que eles em grupo encontrassem a melhor resolução para os problemas. As situações:

1) Maria teve uma foto intima divulgada pelo seu ex-namorado e todos da escola a zoaram constantemente. Maria ficou muito deprimida, já não comia e não conversava com ninguém. O que você pode fazer para ajudar Maria? Como lidaria com essa situação se fosse Maria?

2) Os pais de Joao estão se separando e ele tem andando muito agressivo e com intenso descontrole emocional tanto na escola quanto em casa. O que você pode fazer para ajudar Joao? Como lidaria com essa situação se fosse João?

3) Matheus e Marina estavam andando à toa na rua e decidiram entrar nas lojas americanas para ver as coisas. O segurança puxou os dois e disse que ambos estavam roubando a loja. O funcionário os acusou injustamente. O que você faria para ajudar Matheus e Marina com essa injustiça? Como lidaria com a situação se fosse com você?

4) Joaquim mudou de cidade há pouco tempo e entrou nessa escola nova. Ele além de ser um menino extremamente tímido e sensível, não conhece ninguém na turma. Seus colegas de sala estão sempre o zoando devido ao seu jeito. Joaquim sofre muito com todas as zoações e não gosta dos apelidos que colocam nele. O que você pode fazer para ajudar Joaquim? Como lidaria com essa situação se estivesse no lugar de Joaquim?

O modo de resolução para o grupo 1 foi com briga. Os membros deste grupo disseram que brigariam com o ex-namorado de Maria e tentariam ajudá-la a enfrentar o problema não zombando e nem compartilhando a foto. Na segunda situação, o grupo 2 disse que João deve procurar alguém com quem possa conversar para falar sobre seus sentimentos e tentar entender os motivos que seus pais têm para se separarem. O grupo 3 disse que “armariam um barraco” falando que não fizeram nada se fosse com eles, mas o jeito que encontraram para ajudar nessa situação foi pedir para olhar as câmeras. Por último, na quarta situação, o jeito de ajudar Joaquim seria falar para os alunos que o zoam para pararem com isso. Caso a conversa não funcionasse, chamariam os pais para solucionar o problema. Quando se colocaram no lugar do menino, pensaram em se enturmar, conversar com alguém da turma que seja parecido com ele.

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A quinta intervenção foi sobre empatia e como eles podem se colocar no lugar do outro para solucionar os problemas. Pedi para que cada aluno escrevesse em um papel anonimamente um problema que eles tenham na vida, que os incomodasse, e depois com uma caixa de sapato recolhi (Apêndice III). Antes de distribuir os papeis, pedi para que ao pegarem os problemas, só abrissem quando eu autorizasse. Nessa atividade, apesar de algumas respostas negativas, a maioria dos alunos se dedicou para que a tarefa fosse positiva. Pude ver que de fato foi significativa, pois houveram alunos que choraram quando outros expuseram suas opiniões a respeito dos problemas. Houve um caso, o qual uma aluna respondeu negativamente a um dos problemas e no final da atividade quando eu estava indo embora, o aluno que escreveu tal problema perguntou se eu não iria dizer a solução para o seu problema. Conversando com ele, ele falou que o pai está preso, pois violentou a irmã a qual está com depressão. Tentei o máximo que pude ser disponível para ele, não só naquele momento como em outros dias que estive na instituição, sempre pedindo sua ajuda e conversando com ele após as dinâmicas.

Para a sexta intervenção planejei uma dinâmica que tinha como objetivo ajudar os alunos a reconhecer suas emoções e controlá-las. A atividade foi elaborada com emojis que tinham cinco emoções: tristeza, alegria, raiva, vergonha e medo. Posteriormente, perguntei se eles sabiam identificar o que os desequilibrava, colocando situações para que em seguida eles levantassem os emojis de acordo com a emoção se sentissem. Por fim, pedi para que em grupo de quatro, realizassem demonstrações das emoções básicas, como felicidade, tristeza, medo, surpresa, raiva e nojo, apenas com comportamentos, sem nenhuma palavra, como em um jogo de mímica. A sétima intervenção foi falado sobre bullying com os alunos. Ao início da aula foi exposto duas situações as quais ocorreram recentemente. A primeira foi sobre situação que ocorreu com o Mc Gui na Disney. A segunda foi sobre a Miss que zombou do entregador do Uber Eats por ele estar realizando a entrega de bicicleta. Foram feitas reflexões a respeito dos tipos de bullying que existem e posteriormente pedi para que eles se organizassem em grupos e criassem uma peça sobre tipos de bullying para apresentar na frente da sala.

Um grupo escolheu falar sobre o bullying virtual, outro sobre o bullying na escola, outro abordou as consequências que o bullying têm na vida da pessoa, levando algumas a cometerem suicídio, outro sobre o bullying físico e o último sobre bullying material. Nesse dia o tempo foi curto para que todos os grupos se apresentassem tendo que

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transferir três para a próxima aula em que eu iria. Foi possível observar que as atividades vinham sendo muito positivas desde a dinâmica do dia 14 de outubro que tratou sobre a empatia.

Na oitava intervenção foi encerrado a atividade do teatro sobre bullying com os alunos. Os três grupos restantes se apresentaram e no final questionei a todos sobre o que teve em comum em todas as apresentações. Cada aluno falou algo diferente e por fim falei que todos tiveram a “zoação” e agressões, tanto físicas como verbais. Em seguida foi sorteado quatro números da pauta para que quatro alunos fossem juízes e estes decidiriam quais ideias que o restante da turma daria para que o bullying não aconteça seriam são válidas.

De todas as ideias, uma que chamou bastante minha atenção foi da aluna Kléo que deu a ideia de fazer uma caixa para que pudessem colocar cartas sobre como eles estão se sentindo para que a coordenadora Renata e a orientadora Tatiana soubessem como ajudá-los. No final dessa aula falei com eles que esse era o penúltimo encontro e na aula seguinte seria o encerramento do meu estágio e das atividades na escola. Eles ficaram chateados e pediram para que eu continuasse indo, entretanto expliquei como funciona o estágio e que há uma quantidade determinada de encontros. Diante disso, foi possível observar que um vínculo foi criado. No dia 18 de novembro realizei o último encontro com os alunos. Foi feito um café da manhã com eles no refeitório da escola, onde conversamos sobre as dinâmicas com perguntas sobre o que foi trabalhado. No final, busquei a caixa idealizada por eles para que pudessem ver e saberem que podem ser ouvidos, basta saberem o modo como falam com as pessoas. Quando me despedi da turma, alguns alunos me entregaram “cartinhas” agradecendo pelo tempo que estive com eles (Apêndice IV).

3.8 Cronograma

ATIVIDADES SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO Conversa com a diretora e com a orientadora para X

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conhecer a escola, a turma e as demandas. Conhecendo a turma com objetivo de identificar as características e observar a situação problema. X Conversa com a turma para explicar o que trabalharíamos durante o estágio, apresentação sobre si com bola e escrever em uma folha como eu me vejo e como os outros me veem. X Dinâmica: Avaliar os aspectos bons e ruins do grupo, tentar entender melhor as pessoas individualmente e perceber a raiz de possíveis problemas e apontar soluções. X Dinâmica: dinâmica baseada no filme ‘escritores da liberdade’, cujo objetivo é fazer com que os membros da turma percebam o quanto tem em comum uns com outros. X Dinâmica: Trabalho em equipe, resolução de problemas e empatia. X Dinâmica: Empatia; se colocar no lugar do outro X

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para solucionar as situações expostas. Dinâmica: Identificar o que eu sinto, as emoções e aprender a controlá-las. X Dinâmica: Apresentação de duas situações as quais ocorreram recentemente sobre bullying. X Dinâmica: Dramatização sobre bullying e elaboração de ideias para que este não ocorra mais. X Encerramento e conversa sobre as dinâmicas realizadas. X

3.9 Análise e Interpretação dos Dados

Os procedimentos foram de natureza qualitativa e não quantitativa, com um pouco de categorização; dando total importância a qualidade das intervenções. Os dados obtidos foram analisados através de técnicas discursivas, ocasionando em uma análise mais detalhada sobre um determinado problema.

3.10 Conclusão

Foi trabalhado ludicamente a questão das habilidades sociais entre os alunos através de acontecimentos do cotidiano, trabalhos em grupos, reflexões sobre seus comportamentos e gostos pessoais e imagens projetivas. Foram realizadas dinâmicas em grupo, brincadeiras, dentre outras atividades para levantar questionamentos nos alunos sobre temas como, empatia, respeito com os professores e entre eles, trabalho em equipe, civilidade e controle emocional.

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O desafio encontrado foi trabalhar de forma eficaz, porém não maçante todos os temas impostos e os questionamentos dos alunos. Havia apenas duas alunas que não interagiam muito, uma dela era por timidez, entretanto a outra menina, que têm 18 anos, é possível que tenha algum déficit, visto que a turma são adolescentes de 12 a 14 anos e a mesma já reprovou quatro vezes a série a qual está cursando. Com o decorrer das atividades, a que possui extrema timidez se mostrou um pouco mais aberta à comunicação com os outros alunos e nas atividades de grupo, conseguiu interagir. Acredito que houve um impacto positivo na atividade escolar, atingindo significativamente cada um à sua forma. No final das atividades, além da ótima recepção e carinho, a turma apresentou maior integração entre os membros.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizar o estágio foi algo muito construtivo, tive a oportunidade de crescer mais em diversas áreas particulares. Houve um impacto muito positivo no ambiente escolar, tendo em vista que a maioria dos alunos se sentiram motivados com as dinâmicas propostas. Principalmente no último encontro com a turma, onde demonstraram grande entusiasmo ao perceberem que foram ouvidos através de uma ideia que tiveram durante um dos encontros.

Cada dinâmica foi pensada de modo cuidadoso para que não houvessem expressões negativas, e diante das “cartinhas” que recebi no último dia, pude perceber o quanto foi significativo para cada um. Creio que muitos aprenderam o que foi imposto de maneira saudável, o que deu uma motivação maior para todos.

No âmbito escolar encontram-se diversas histórias de vida que me fizeram questionar diversos aspectos da minha própria vida pessoal e voltar a dar valor aos detalhes simples que esquecemos no dia a dia. Conviver, mesmo que apenas um dia na semana, com esses adolescentes, gera em mim um sentimento muito positivo e motivador, e por isso posso afirmar que o estágio foi um privilégio para mim.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. Competência Social e Habilidades Sociais; manual teórico/prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2017

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. Habilidades Sociais: Programas Efetivas em Grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes: manual de aplicação, apuração e interpretação. São Paulo: Casa dos Conselhos, 2009, 77p.

BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2003.360p.

Petrópolis, 03/12/2019.

Estagiária: Letícia de Oliveira Agostinho

RA: 11620123

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Marineide Santos

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