Neste estudo,
partimos do pressuposto de que o ser humano é corpo e, por isso, está no
mundo em movimento e expressão. Portanto, a corporeidade é nossa presença no mundo, a
maneira como as relações e interações que estabelecemos com o outro e com os objetos
que nos rod
eiam, influenciam e orientam nossa atuação na sociedade. Na educação infantil,
a criança tem o universo ampliado por meio das interações com a professora e com outras
crianças, que até então estava restrito apenas ao ambiente familiar. A professora tem pap
el
fundamental de mediação nesse processo e a maneira como ela conduz sua ação docente
favorece evoluções de caráter social, moral, cognitivo, motor, afetivo e cultural. Portanto, a
corporeidade é um elemento presente no processo de ensino e aprendizagem.
Como
objetivo principal investigamos a compreensão de corporeidade de seis professoras
profissionais da educação infantil,
que atuam com
crianças entre quatro e cinco anos de
idade. Verificamos se havia relação entre sua concepção e sua
ação docente.
A pesquisa
tem uma abordagem qualitativa e para coleta de dados, utilizamos: a
entrevista semi
-
estruturada e
quatro observações em sala com cada professora. Ao término das
observações, selecionamos os dados transcritos da entrevista para serem analisados em
ass
ociação com sua ação pedagógica e com auxílio da fundamentação teórica desse
estudo. De acordo com a análise consideramos que muitas respostas dadas pelas
professoras estavam baseadas no senso comum, sem apresentar consistência teórica. De
modo geral, perc
ebemos que
,
em muitos momentos
,
as crianças eram condicionadas
,
por
exigência das professoras
,
a uma não mobilidade corporal como se esse não movimentar
fizesse o estudante a aprender melhor. Apenas duas professoras expuseram seus conceitos
com maior segur
ança e clareza
. Atribuímos a isso
o contato anterior
,
durante seu processo
formativo
,
com aspectos da co
rporeidade. Da mesma forma ficou
evidenciad
o
em suas
ações o predomínio de atitudes reflexivas e atividades que estimulavam as crianças a serem
mais par
ticipativas, a opinar e fazer escolhas. Com isso concluímos que os processos
formativos para professores da educação infantil devem contemplar temas peculiares como
a corporeidade. Essa discussão se faz importante, por
tratar do ―ser
-
estar
-
no
-
mundo‖, uma
v
ez que a aprendizagem passa pelas relações corporais, dialeticamente. Entendido desse
modo, que o viver corporalmente é que nos faz evoluir como sujeitos sociais, a intervenção
desse professor se modifica, podendo favorecer, aos estudantes, a aprendizagem
mais
significativa. Para que o professor contribua para o desenvolvimento das qualidades
humanas em seus alunos, necessariamente precisa ter construído isso em si durante
seu
processo formativo. Em outras palavras
, é necessário que o professor tenha a toma
da de
consciência de si
, que é a partir da sua ação consciente que há evolução.
Palavras
-
chave:
Docência; Formação de professores
;
Ação pedagógica; Corporeidade;
Educação infantil.
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Pedagogia - Corpo e Movimento
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