6. M. T. S., 58 anos, sexo feminino, hipertensa há 15 anos, faz uso de verapamil 80mg, 3 vezes ao dia. Paciente busca orientação farmacêutica relatando náusea, vômito esporádico, e diz sentir que as vezes percebe o coração bater mais rápido e em seguida, muito mais lento que o normal. Em anamnese, você descobre que a paciente foi recentemente diagnosticada com insuficiência cardíaca congestiva, onde o médico acrescentou digoxina 0,125mg, 4 vezes ao dia à terapia desta paciente. Os últimos exames bioquímicos demonstraram parâmetros normais de glicemia, lípides e enzimas hepáticas, mas foram realizados antes do início da terapia com digoxina. Sobre este caso clínico, é correto afirmar que: (1,0)

(A) Os sintomas relatados pela paciente ocorrem porque a digoxina tem alta ligação com proteínas plasmáticas, deixando o fármaco verapamil em sua forma livre na corrente sanguínea. Como verapamil possui índice terapêutico estreito, os sintomas sugerem intoxicação

(B) A arritmia relatada pela paciente pode indicar a necessidade da introdução de um fármaco antiarrítmico. Como Verapamil é um antiarrítmico Classe IV, pode-se aumentar a dosagem, ou inserir outro como amiodarona, por exemplo

(C) A digoxina está sendo utilizada em dose subterapêutica, fazendo com que os efeitos farmacológicos deste cardiotônico não sejam percebidos, promovendo uma arritmia cardíaca

(D) A digoxina é um glicosídeo não digitálico, capaz de diminuir a frequência cardíaca, aumentar a força de contração e a atividade vagal, levando a redução da pressão arterial. Quando a digoxina está em altas concentrações no plasma, leva aos efeitos de intoxicação relatados pela paciente

(E) O verapamil é um bloqueador de canais de cálcio voltagem-dependente do tipo L, que vai promover a vasodilatação em arteríolas, redução do influxo de C+2 no coração e inotropismo negativo, antagonizando as ações da digoxina e por isso não deve ser usado em pacientes com ICC