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Mariana C. A. Souza Arritmias cardíacas TAQUICARDIA SINUSAL É caracterizada por um aumento do número de batimentos cardíacos. Frequência: superior a 100 bpm, chegando até 150 bpm em adultos e 180 bpm em crianças. Causas: exacerbação do tônus simpático e/ou redução do tônus vagal. Condições fisiológicas: esforço e emoção Condições patológicas: febre, hipotireoidismo, anemia, insuficiência cardíaca e insuficiência circulatória periférica. Pode ocorrer como mecanismo de compensação para o aumento do DC. Ausculta: possui FC elevada (taquicardia e taquisfigmia); aumento da intensidade da 1ª bulha (devido a ampla abertura das valvas AV); aumento do da força de contração ventricular. Ambos porque ocorre a contração atrial imediatamente antes da sístole ventricular. BRADICARDIA SINUSAL É caracterizada por uma redução do número de batimentos cardíacos. Frequência: inferior a 60 bpm, podendo variar, em torno de 40-50 bpm. Causas: exacerbação do tônus vagal e/ou redução do tônus simpático Condições fisiológicas: sono, vagotomia e treinamento intenso. Condições patológicas: hipotireoidismo, hipertensão intracraniana, ação medicamentosa (digital, reserpina, bloqueadores beta adrenérgico e amiodarona). Disfunção do nó sinusal (doenças de chagas) - A FC aumenta com o exercício e diminui com as manobras de estimulação vagal. - Ocorre alongamento do ciclo cardíaco a expensas da fase diastólica. ARRITMIA SINUSAL É caracterizada pela variação na FC, geralmente relacionada com respiração. Frequência: na fase inspiratória tem um aumento do número de batimentos cardíacos. Já na fase expiratória tem uma diminuição do número de batimentos cardíacos Causa: variações da influência vagal sobre o nó sinusal Condições fisiológicas: crianças e adolescentes Condições patológicas: hipertensão intracraniana e cardiopatia aterosclerótica. Ausculta: apresenta irregularidade na frequência das bulhas, as quais ocorrem ora mais rapidamente, ora mais lentamente. - Em sua maioria, desaparece com o exercício e a apneia. Mariana C. A. Souza EXTRASSÍSTOLES É caracterizado por sístoles extras. Elas advéns de estímulos nascidos em focos ectópicos por mecanismos variados. São prematuros, ocorrendo em um momento anterior ao da sístole normal, sendo habitualmente seguidas de uma pausa (pausa compensadora). • Origem do estimulo -Supraventricular: estímulos que são originados nos átrios (extrassístoles atriais) ou na junção atrioventricular (extrassístoles juncionais) -Ventricular: estímulos que são originados em qualquer dos ventrículos. • Apresentação -Isoladas; -Agrupadas: begenismo (extrassístoles após cada sístole normal); trigeminismo (extrassístole após duas sístoles normais); em pares ou paralelas (duas a duas extrassístoles entre sístoles normais); em salva (conjunto de três sístoles sucessivas). • morfologia - Monomórficas: possuem a mesma morfologia. - Polimórficas: possuem diferentes morfologias. Causas: cardiopatias chagásicas crônica cardiopatia isquêmica, causas extracardíacas, cardíacas ou por ação medicamentosa. Quadro clínico: podem provocar uma notável palpitação ou desconforto precordial. Quando muito frequente, podem prejudicar o enchimento diastólico, ocasionando aparecimento de manifestações de baixo DC por mecanismos semelhante ao das taquirritmias. Ausculta: - Em casos de Extrassístoles Supraventriculares, possui batimentos extras, superajuntados ao ritmo de base. A 1ª bulha é hiperfonética; onda de pulso é presente, pois a sequência das contrações ventriculares é mantida. - Em casos de Extrassístoles Ventriculares, não acompanha de onda de pulso, pois, na maioria das vezes, por despolarizarem os ventrículos, precocemente e em um momento em que o volume sanguíneo diastólico ainda é pequeno e insuficiente para a abertura das valvas sigmoides. Assim, é apenas percebida a 1ª bulha, seguido de um silencio maior que o existente entre as duas bulhas normais e que corresponde à pausa compensadora. A contração pós- extrassístólica produz bulhas mais intensas e resulta em um onda de pulso mais ampla, justamente por que houve tempo para maior enchimento das cavidades ventriculares. TAQUICARDIA PAROXÍSTICA Ao surgir um foco ectópico ativo de localização supraventricular ou ventricular, o coração passa a ser comandado pele marca-passo ectópico, e não mais pelo comando do nó sinusal. Frequência: 150-250 bpm Causas: cardiopatia chagásica crônica e cardiopatia isquêmica. Quadro clínico: suas crises possuem início e termino súbito, podendo durar segundos, horas ou dias, obtendo variação de acordo com a sua frequência. Mariana C. A. Souza Assim, geralmente o espaço de tempo entre uma crise e outra e contado em semanas, meses e até anos. Pode apresentar, ainda, palpitações, manifestações de baixo DC e de restrições diastólicas. - Quanto maior a FC, tempo de duração da arritmia e estado prévio do coração, mais intensas serão as manifestações clinicas. - Geralmente, na taquicardia paroxística ventricular, a sintomatologia é mais acentuada, do que na supraventricular, isso se da devido ao assincronismo ventricular e, também, devido a taquicardia paroxística ventricular ocorrer, normalmente, em pacientes com miocárdio lesado. Ausculta: FC alta, sendo maior que 180 bpm nas formas supraventriculares e menor nas ventriculares. Além disso, na forma ventricular pode-se perceber ligeiras variações no ritmo e intensidade da 1ªbulha. FIBRILAÇÃO ATRIAL É caracterizada pela substituição da atividade do nó sinusal, pelos estímulos nascidos na musculatura atrial. Assim, não existem contrações atriais, mas somente movimentos irregulares das fibras musculares, que prejudica o enchimento do coração. Com isso, é estabelecido, ao nível da junção atrioventricular, uma barreira protetora, que apenas uma parte dos estímulos chega aos ventrículos, de modo irregular, tornando-o compatível com a vida. O ritmo cardíaco é irregular, ocorrendo mudanças da intensidade da 1ª bulha de um batimento para o outro e uma variação nos intervalos de tempo entre as bulhas (delirium cordis). Além disso, há irregularidade do pulso radial, sendo que quando a FC é elevada, observa-se o “déficit de pulso”, isto é, o número de pulsações radiais é menor que a FC, pois não a tempo para o enchimento dos ventrículos quando as contrações se sucedem rapidamente. Frequência: 400-600 bpm Causas: estenose mitral, doenças de chagas, cardiopatias isquêmica e hipertireoidismo. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR É caracterizado pelo intervalo PR> 5 quadradinhos (>0,20s). Tipos: ✓ BAV 1º grau; ✓ BAV 2º grau mobitz tipo I ✓ BAV 2º grau mobitz tipo II ✓ BAV 3º grau ou BAVT Mariana C. A. Souza BLOQUEIO DE RAMOS É caracterizado pela ocorrência de retardo ou impossibilidade de condução do estimulo no nível dos ramos direito e esquerdo do feixe de His. BOQUEIO DO RAMO DIREITO O BRD possui QRS> 3 quadradinhos (>0,12s), e M em VI BLOQUEIO DO RAMO ESQUERDO O BRE possui QRS > 3 quadradinhos (>0,12s), e possui Torre em V6. - O débito cardíaco (DC) é o resultado do volume sistólico pela frequência cardíaca. Assim, é importante ressaltar que a bradicardia sempre diminui o DC e a taquicardia sempre aumenta o DC.
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