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Disciplina: Relações Parasito-Hospedeiro Docente: Juliana Pereira Lyon Discente: Murilo Leone Miranda Fajardo Matrícula: 202650059 ESTUDO DIRIGIDO 6: GENÉTICA BACTERIANA Com base no capítulo 20 do livro Microbiologia Tortora 10 ed. e na vídeo aula sobre resistência aos antimicrobianos disponibilizada, responda as questões a seguir: 1. Explique cada um dos mecanismos de resistência aos antibacterianos (Resistência intrínseca, impermeabilidade ao antimicrobiano, modificação enzimática, modificação do alvo do antimicrobiano, alteração de via metabólica e bomba de efluxo) Resistência intrínseca: o microrganismo é naturalmente desprovido da estrutura alvo do antimicrobiano. Por exemplo, os Micoplasmas não têm parede celular, por isso são naturalmente resistentes à penicilina porque ela atua na parede; Resistência dos microrganismos que não têm d-alanina-alanina terminal à Vancomicina. Impermeabilidade ao antimicrobiano: Bactérias gram-negativas são relativamente mais resistentes a antibióticos devido à natureza de suas paredes celulares, que restringem a absorção de moléculas e seu movimento por aberturas denominadas porinas. Alguns mutantes bacterianos modificaram a abertura das porinas de forma que os antibióticos são incapazes de entrar no espaço periplasmático. Além disso, há resistência intrínseca dos bacilos Gram- negativos à penincilina, eritromicina, clindamicina e vancomicina e de Pseudomonas aeruginosa ao timetoprim. Há também a resistência adquirida: alteração na porina específica, pode ser completamente perdida, pode ter canal estreitado, impedindo passagem do antibiótico, ou ter menos porinas, permitindo a passagem de menos antibiótico. Modificação enzimática: Degradação do antimicrobiano por enzimas. Exemplos: degradação da penicilina por enzima B-lactamases, que hidrolisam a ligação amida do anel beta-lactâmico, que é codificada em cromossomos ou sítios extracomossômicos (plasmídeos ou transposons). Ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam - adicionados à penicilina para o micro-organismo anteriormente resistente, para que se torne suscetível à penicilina. O ácido clavulânico se liga ao sítio de ligação da beta lactamase impedindo a ligação da penincilina, que fica livre para atuar. Modificação do alvo do antimicrobiano: Aquisição de um gene que codifica um novo produto resistente ao antibiótico, substituindo o alvo original. Exemplo: Staphylococcus aureus resistente e estafilococos coagulase-negativos adquirem o gene cromossômico Mec A e produzem um proteína de ligação da penicilina (PBP ou PLP) resistente aos beta lactâmicos, a PBP2a. Alteração da via metabólica: Alteração de via metabólica bloqueada por um antimicrobiano. A sequência de enzimas até substância de interesse é renovada de modo que o antimicrobiano não impeça a produção do produto final. Bomba de efluxo: O bombeamento ativo do antimicrobiano do meio intracelular para o extra, produz resistência bacteriana a determinados antimicrobianos. A resistência às tetraciclinas codificadas por plasmídeos em Escherichia coli resulta deste efluxo. 2. Explique a seleção de micro-organismos resistentes aos antibacterianos Alguns micro-organismos possuem genes de resistência. Os antibióticos não são mutagênicos, mas se utilizados de forma equívoca atuam selecionando as bactérias resistentes. Os micro-organismos podem possuir esses genes de resistência da seguinte forma: (1) Organismos produtores de antibióticos (defesa do seu próprio produto); (2) Micro-organismos do ambiente, especialmente do solo. Dessa forma, os antibacterianos são capazes de matar um grupo de bactérias enquanto pode haver, entre elas, algumas previamente resistentes ao antibiótico utilizado. Essas células sobreviventes formam uma nova colônia resistente ao antibiótico usado inicialmente e é capaz de, através de estruturas como os plasmídeos, transmitir essa resistência às bactérias anteriormente suscetíveis. 3. O que são bactérias multi-resistentes? Quais os mecanismos de multi-resistência? Bactérias multi-resistentes são aquelas com resistência a múltiplas drogas (superbactérias). Algumas linhagens são resistentes a praticamente todas as drogas disponíveis. Os mecanismos de multi-resistência são dois: (1) Presença de vários genes de resistência, normalmente em plasmídeos; (2) Bomba de efluxo a múltiplos agentes. 4. Explique o que são MRSA MRSA é a sigla para Staphylococcus aureus resistente à Meticilina, droga criada em 1960 para combater os Staphylococcus aureus resistentes as penicilinas comercializadas no início do século. O que aconteceu é que o MSSA (staphylococcus susceptível a penicilina) começou produzir beta- lactamases, de forma a criar um mecanismo de resistência para o primeiro antibiótico utilizado, a penicilina. Foi desenvolvida uma penicilina de segunda geração, a meticilina, para combater Staphylococcus resistentes, mas ouve um desenvolvimento da resistência à essa penincilina de segunda geração pelos agora chamados de MRSA - Staphylococcus aureus resistente a penicilina e penicilinas de segunda geração. 5. Explique como se avalia a suscetibilidade de uma linhagem a antimicrobianos A verificação da susceptibilidade aos antimicrobianos de uma linhagem se dá pela realização de antibiograma. O antibiograma é uma prova laboratorial para avaliar a sensibilidade ou a resistência de um determinado microrganismo frente a diferentes antimicrobianos com os objetivos de guiar o clínico na escolha do agente apropriado, avaliar in vitro a atividade de novos agentes e avaliar suscetibilidade de diferentes linhagens. O procedimento é realizado seguindo o protocolo CLSI. Há a formação de halos de inibição em discos de antibióticos numa placa com colônias de bactérias e deve-se consultar qual padrão do halo determina resistência ou suscetibilidade do micro-organismo ao antimicrobiano. A análise de suscetibilidade de uma linha a antimicrobianos também pode ser feita por método da diluição. Há a mesma concentração de microrganismo em tubos distintos e várias diluições do antibiótico, até se encontrar a concentração inibitória mínima.
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