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ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM MOTORA E INICIAÇÃO ESPORTIVA

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
KAROLINE FILGUEIRA VALENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM MOTORA E INICIAÇÃO 
ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cametá 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM MOTORA E INICIAÇÃO 
ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa apresentado como requisito 
parcial para a obtenção de média necessária à 
aprovação nas disciplinas de Metodologia do 
Ensino da Ginastica, Metodologia do ensino do 
Atletismo, Metodologia do Ensino da Ginastica 
Rítmica e Dança, Aprendizagem Motora e 
Psicomotricidade e Seminário Interdisciplinar 3 do 
curso de Licenciatura em Educação Física da 
UNOPAR. 
 
 
Orientador: Prof. Margarete de Lourdes Brolesi 
Prof. Túlio Bernardo M. A. Moura 
Prof. Luana C. F. de Conti 
Prof. Anderson N. Guimarães 
Prof. Anísio Calciolari Jr 
Prof. Douglas Kratki da Silva; 
 
 
 
 
 
Cametá 
2019 
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1 ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM MOTORA E INICIAÇÃO ESPORTIVA 
 
No decorrer de sua vida, a criança passa por diversas mudanças psicológicas 
e físicas que são evidentes e podem fazer a diferença no processo de ensino da 
educação física escolar. É histórico que as atividades físicas fazem parte do cotidiano 
das pessoas há muito tempo, onde inicialmente era necessário desenvolver habilidade 
que usualmente seriam aplicadas em atividades vitais como a caça e a pesca. 
Hoje essas atividades passam a compreender e a fortalecer os vínculos entre 
as pessoas que as praticam, pois é de conhecimento comum que as relações se afinal 
durante a prática das atividades físicas. No entanto, quando se trata do ensino da 
educação física, é necessário saber como se dá o desenvolvimento motor para poder 
dar inicio as atividades esportivas na educação física, pois sabendo dessas fases de 
desenvolvimento, o educador pode elaborar melhor suas aulas e poder assim atender 
às particularidades de cada um de seus alunos. 
Para FITTS e POSNER (1967) são três os principais sistemas de classificação 
dos estágios do desenvolvimento motor, pelos quais passamos no decorrer do nosso 
desenvolvimento, e são eles: cognitivo, associativo e autônomo. Essa classificação é 
feita através da análise de cinco parâmetros, que são eles: quantidade de erros, 
qualidade de erros, capacidade de detecção e correção de erros, consistência da 
performance e automatização de movimentos. 
O estágio cognitivo, é o estágio inicial, onde há uma quantidade elevada de 
erros no desempenho, onde esses erros são considerados até grosseiros e o 
desempenho é inconsistente. No estágio associativo, os erros são menos frequentes 
e menos grosseiros, o aprendiz já possui a capacidade de detectar os seus próprios 
erros durante a execução da tarefa e o nivelamento do desempenho começa a 
equilibrar, já no estágio autônomo, o aprendiz consegue realizar duas tarefas ao 
mesmo tempo, são capazes de detectar os próprios erros e fazer os ajustes 
necessários para conseguir resolvê-los. 
Com a alteração das características comportamentais, o profissional de 
Educação Física pode entender e identificar com certa exatidão as fases do 
desenvolvimento motor em que a criança se encontra pela observação de suas 
respostas motoras, informação muito útil não apenas para avaliação do desempenho 
dos alunos, mas também para a regulação de importantes variáveis de ensino, tais 
como instrução, complexidade das tarefas e conhecimento de resultados. 
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Identificados os estágios em que os alunos se encontram, o educador pode 
traçar um perfil para aulas de iniciação esportiva, que atenda a cada um dos 
indivíduos de forma individual e favoreça a todos de forma conjunta. Almeida (2005) 
defende que a iniciação esportiva deve ser dividida em três estágios. O primeiro deles, 
chamado de iniciação desportiva propriamente dita, ocorre entre oito e nove anos. 
Nessa fase, o objetivo do treinamento é a aquisição de habilidades motoras e 
destrezas específicas e globais, realizadas através de formas básicas de movimentos 
e de jogos pré-desportivos. 
 
De acordo com o autor, nessa faixa etária, a criança encontra-se apta para a 
aprendizagem inicial dos esportes, contudo, ainda não está apta para o esporte 
coletivo de competição. Entende-se, assim, que o esporte coletivo atrai as crianças 
muito mais pelo prazer da atividade em si do que pela própria competitividade. O 
professor que percebe como é o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças 
dessa faixa etária tem a possibilidade de planejar o seu trabalho de forma a torná-lo 
interessante e motivador, baseado em atividades lúdicas e recreativas, na busca de 
um aprendizado objetivo, eficiente e pouco monótono. O ideal, nessa fase, é oferecer 
um grande número de oportunidades para o desenvolvimento das mais variadas 
formas de habilidades à criança, instrumentalizando-a com atividades motoras que 
poderão ser utilizadas em diversos esportes coletivos. 
 
Entre 10 e 11 anos de idade, fase do aperfeiçoamento desportivo, a criança já 
experimenta e participa plenamente de ações baseadas na cooperação e 
colaboração. Neste caso, o jogo assume um aspecto sócio desportivo, em que seus 
participantes interagem desempenhando um papel definido a ser cumprido. 
 
O objetivo dessa etapa é introduzir os elementos técnicos fundamentais, táticas 
gerais e regras através de jogos educativos e contestes e atividades esportivas com 
regras. Para o autor, essa é considerada uma excelente faixa etária para o 
aprendizado. Assim, as atividades físicas esportivas a serem oferecidas nessa faixa 
etária devem ter o intuito de ampliar o repertório de movimentos dos fundamentos 
básicos dos diversos esportes e, também, instrumentalizar as crianças com 
elementos psicossociais que permitam a socialização e as ações cooperativas através 
de jogos e brincadeiras (ALMEIDA, 2005). 
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Na terceira e última etapa proposta por Almeida (2005), chamada de introdução 
ao treinamento, a criança entre 12 e 13 anos alcança um significativo 
desenvolvimento da sua capacidade intelectual e física. Assim, o objetivo dessa fase 
é o aperfeiçoamento das técnicas individuais, dos sistemas táticos, além da aquisição 
das qualidades físicas necessárias para a prática do desporto. 
 
As atividades físicas esportivas a serem oferecidas para atender as 
necessidades dessa faixa etária devem visar ao aperfeiçoamento das qualidades 
físicas, às técnicas individuais e às táticas (individuais e coletivas) dos diversos 
desportos, através de preparação física e de práticas esportivas (jogos), nas quais a 
ação do professor oferece oportunidade para o desenvolvimento corporal e para a 
melhoria do desempenho individual dos alunos. O professor, enquanto adulto e 
profissional, tem a responsabilidade de criar, através de atividades adequadas e 
diversificadas (motivadoras), condições que possibilitem às crianças e jovens uma 
aprendizagem individualizada, dentro do grupo, permitindo-lhes solucionar conflitos 
em coletividade. 
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ANÁLISE DE SITUAÇÕES PROBLEMAS: ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM 
MOTORA 
 
Selecione uma habilidade relacionada a ginástica rítmica e dança (Escolha uma: 
ROLAMENTO PARA FRENTE OU ROLAMENTO PARA TRÁS). Descreva a 
execução dessa habilidade. Imaginando que um dos alunos se encontra no 
estágio COGNITIVO, descreva as características presentes neste estágio de 
acordo com a habilidade motora selecionada acima. 
 
Tomando como habilidade o rolamento para trás, temos a seguinte descrição 
para a realização correta da atividade. Partindo da posição pernas unidas, flexionar 
os joelhos, deixar as mãos espalmadas próximo as orelhas, mãos à largura dos 
ombros, cotovelos flexionados, flexionar a cabeça à frente, encostando o queixo no 
peito e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar para trás sobre as costas em 
posição grupada, mantendo os joelhos unidos e pés em flexão plantar ao saírem do 
solo.Ao completar 360 graus de rotação ao redor do eixo transversal do corpo, em 
deslocamento para trás no plano sagital, finalizar o movimento em apoio sobre os pés, 
elevando-se à posição de pé (ortostática), com elevação os braços em extensão, e 
assumindo a postura estendida. 
Para dar apoio o professor deverá colocar uma das mãos sobre o posterior da 
coxa e a outra na nuca do aluno. Para dar mais equilíbrio para o professor, o mesmo 
deverá apoiar a perna sentido contrário a realização do movimento do aluno com o pé 
no chão e joelho em 90º, a outra perna sentido movimento do aluno deverá ficar 
apoiada com o joelho ao solo. O professor dará uma leve ajuda (com a mão) ao aluno, 
para que de impulso para realizar o movimento e que não toque o pescoço no 
momento do rolamento. Finalizará com a mão na nuca do seu aluno. 
Como parte do processo pedagógico na execução dessa atividade, há a 
sugestão de sentar-se na borda de um colchão ou no gramado, com as pernas 
flexionadas, abraçando-as com os dois braços. Mantendo as costas arredondadas, 
deixar-se cair para trás, mantendo a postura descrita anteriormente, e balançar sobre 
as costas, tal e qual um “mata-borrão”. Após sucessivos balanços, sentar-se 
novamente de forma contínua. Ou terminando na posição de pé, tentando levantar-se 
sem o auxílio das mãos; pedir aos alunos que corram livremente e, ao sinal, deitem- 
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se em decúbito dorsal, abracem as pernas e balancem-se algumas vezes sobre as 
costas arredondadas. Ao segundo sinal, deverão correr novamente. 
Em face das descrições acima, um aluno que está no estágio cognitivo do 
desenvolvimento motor, utilizando-se da atividade de rolamento para trás, pode, 
desde que feito corretamente, desenvolver com maior facilidade os músculos da 
região das pernas e abdômen, auxiliando assim na melhoria de atividades como 
caminhada e corrida, além de melhorar o equilíbrio. 
Podemos afirmar que para o movimento de rolamento para trás pode ser 
corretamente apresentado como o movimento que passou por importante processo 
de evolução do mesmo, como por exemplo, a busca por mecanismos corpóreos que 
impedissem a realização de danos a músculos e demais componentes do corpo, de 
forma a prejudicar a função e atuação dos membros. 
 
 
Selecione uma habilidade relacionada a ginástica (Escolha uma: SALTOS ou 
GIROS). 
Descreva a execução dessa habilidade. Imaginando que um dos alunos se 
encontra no estágio ASSOCIATIVO, descreva as características presentes neste 
estágio de acordo com a habilidade motora selecionada acima. 
 
Os saltos são movimentos em que a ginasta se desprende do chão a partir de 
um impulso e volta a ter contato com o solo sem que haja rotação do eixo transversal 
do corpo. Os saltitos são movimentos semelhantes, porém diferenciam-se dos saltos 
por apresentarem uma altura e amplitude de movimento menor. 
Os saltos devem ser sempre acompanhados de movimentos de manejo dos 
aparelhos, como as largadas e retomadas. A posição do corpo e, principalmente, das 
pernas da ginasta durante os saltos determina a denominação específica desses 
elementos. 
Podemos compreender que o estágio associativo dos movimentos pode ser 
caracterizado da seguinte forma: aquele em que o aluno realiza um número menor de 
erros, e estes erros podem ser descritos como menos grosseiros. 
Sendo assim, é imprescindível nesse estágio para realização dos saltos bem 
como os giros o aprendizado de conceitos acerca da realização de tal mobilidade 
evidenciada, logo, necessita de prática e experiência. 
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Selecione uma habilidade relacionada ao atletismo (Escolha uma: SALTO EM 
ALTURA OU SALTO EM DISTÂNCIA). 
Descreva a execução dessa habilidade. Imaginando que um dos alunos se 
encontra no estágio AUTÔNOMO, descreva as características presentes neste 
estágio de acordo com a habilidade motora selecionada acima. 
 
No salto em altura, os atletas correm em direção a uma barra horizontal presa 
por dois suportes em uma determinada altura, com o objetivo de saltar por cima do 
sem derrubá-la. Esse salto é comumente feito de costas, pois esse movimento 
aumenta a impulsão do atleta. Cada competidor tem direito a três saltos iniciais a uma 
altura definida pelo juiz. Caso consiga acertar um, o competidor segue na disputa e 
precisa subir a medida do obstáculo em pelo menos dois centímetros. O salto mais 
alto conta como resultado final de cada competidor, e o atleta que conseguir a maior 
altura é o campeão. Caso o competidor seja punido com três faltas seguidas, será 
eliminado. 
O salto em altura é ideal no desenvolvimento e melhoria no estagio autônomo, 
pois o aprendiz possui a capacidade de detectar seus erros e corrigi-los, no caso da 
modalidade citada, ele pode através do seu erro, colocar mais força nas pernas, por 
exemplo, para aumentar a altura o salto e assim alcançar a marca indicada pela vara 
azul. 
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CONCLUSÃO 
 
A iniciação esportiva no ensino básico é primordial pois promovem o 
desenvolvimento não só físico, bem como intelectual e psicológico, haja vista que é 
necessário ter tais conhecimentos para poder se aplicar métodos mais eficazes 
durante o processo de ensino aprendizagem, pois saber os estágios do 
desenvolvimento motor leva os professores a desenvolver aulas mais especificas e 
que possam atender as necessidades de cada um de seus alunos. 
Em contrapartida a isso, é necessário também que o educador tenha o 
discernimento de saber como trabalhar com cada um de seus alunos, pois cada 
indivíduo possui um tempo de maturação, o que pode varia muito de pessoa para 
pessoa, fazendo assim com que se aplicados os mesmos exercícios, nas mesmas 
intensidades para todos os alunos, acarretem em problemas no desenvolvimento, não 
só motor, mas psicológico, dentro ambiente escolar. 
Priorizar o aluno e intensificar a formação correta dos educadores é de 
fundamental importância para a evolução dos alunos e de uma melhor adequação às 
normativas descritas não só na BNCC, como no ECA e nos PPP das escolas, e seguir 
essa cronologia de elaboração das aulas é a base para um melhor desenvolvimento 
dos alunos não só como educando, mas como ser social, pois manter uma execução 
pedagógica das aulas, torna as dinâmicas leves e descontraídas, mantendo o foco do 
aluno em participar ainda mais. 
Então é valido dizer que os conhecimentos dos estágios de desenvolvimento 
motor favorecem o professor e os alunos, pois saber como agir em cada diante de 
cada situação requer de fato um conhecimento aprofundado e alargado a respeito 
desde assunto. Levar em consideração as particularidades de cada um dos alunos 
também é fundamental e para isso é necessário que o educador possa adaptar-se à 
essas adversidades. 
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REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Luiz Tadeu Paes de. Iniciação Esportiva na escola – a aprendizagem 
dos esportes coletivos. Disponível em: http://www.boletimef.org.br. Acesso em 22 
de abril de 2019. 
 
ALMEIDA, Paula de. Ginástica Rítmica: Descrição técnica, apoio e processos 
pedagógicos. Disponível em: 
http://ginasticaolimpicaeduca.blogspot.com/2014/08/rolamento-para-tras.html. 
Acessado em 19 de abril de 2019. 
 
FITTS, P.M.; POSNER, M.I. Human performance. Belmont, Brooks/Colemann, 1967. 
 
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 
1980. 
 
SANTANA, Wilton Carlos de. Iniciação esportiva e algumas evidências de 
complexidade. In: SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DO SUL DO 
BRASIL, 14., 2002, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: Universidade Estadual de 
Ponta Grossa, 2002. p. 176-180. 
 
 . Uma proposta pedagógica para o futsal na infância. Disponível 
em: http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_029.htm. Acesso em 19 de abril de 
2019. 
 
TEIXEIRA, Luíz Augusto. Estágios de aprendizagem motora e o processo de 
interação professor – aluno. Disponível em: 
https://periodicos.ufsm.br/kinesis/article/view/8504. Acessado em 27/04/2019.VANCINI, Rodrigo Luís. A pedagogia do ensino das modalidades esportivas 
coletivas e individuais: um ensaio teórico. Disponível em: 
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8643437 
http://www.boletimef.org.br/
http://ginasticaolimpicaeduca.blogspot.com/2014/08/rolamento-para-tras.html
http://www.pedagogiadofutsal.com.br/texto_029.htm
https://periodicos.ufsm.br/kinesis/article/view/8504
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8643437

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