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1 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 INTRODUÇÃO • Paciente do sexo masculino, 26 anos, pardo, chega ao Pronto Socorro trazido pelo Corpo de Bombeiros, devido ao atropelamento por carro há 20 minutos com relato de ejeção. • Deu entrada neste serviço nitidamente embriagado. • Sem relato de perda de consciência, convulsões ou vômitos. Uma coisa muito importante é que até que se prove o contrário, não se pode justificar o estado do paciente por conta de intoxicação por droga exógena, mesmo que ele tenha uma marcha ébria ou fale de maneira incompreensível ou agitada. Isso porque, possa ser que seja, de fato, por influência da droga, mas pode não ser por esse motivo, e sim por outro. ❖ A: Vias aéreas pérvias. ❖ B: Eupneio (FR>14). MV universalmente audível sem esforço respiratório. ❖ C: PA: 130X90mmHg. FC: 92 bpm. ❖ D: paciente embriagado. Glasgow 13. Então, o ABCDE do paciente está todo normal, exceto no D que apresenta alteração. Então, é um paciente que muito provavelmente, está sob efeito de álcool. • Abertura ocular: está abrindo o olho a estímulos verbais. • Resposta verbal: está confuso. • Resposta motora: obedece a comandos. Por isso, tem um Glasgow de 13. Quanto as pupilas, elas estão isocóricas, fotorreagentes. E: Exposição: ❖ Sem estigma de trauma torácico ou abdominal. ❖ Oroscopia e otoscopia sem alterações. ❖ Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros. ❖ Abdome: flácido, indolor à palpação, timpânico, sem massas ou visceromegalias, com peristalse aumentada, sem pontos dolorosos. ❖ Membros: escoriações em região escapular esquerda e MI esquerdo, sem sangramento ativo, sem edema ou hematoma. ❖ O Ultrassom FAST não evidenciou líquido livre. AMPLA: Não foi capaz de informar: • Alergia medicamentosa. • Medicações de uso habitual. • Antecedentes patológicos. • O que ingeriu nas últimas horas. • Atropelamento por carro há 20 minutos com relato de ejeção. Descrição do paciente: TCE leve (Glasgow de 13-15). Sinais de alarme: rebaixamento do nível de consciência, amnésia, confusão, desorientação. Então, no TCE leve existem alguns sinais e sintomas que nos fazem mudar um pouco a conduta. Tem aquele paciente que é possível dar alta hospitalar, pois não apresenta nenhum dos critérios de internação. Não pode dar alta enquanto o paciente estiver com o Glasgow de 13 ... é preciso acompanhar. Tomografia de crânio no trauma – Hematoma extradural 2 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 Outra coisa importante é que não se pode dar alta para um paciente que está sob efeito de droga exógena, porque é um paciente que não se pode confiar totalmente no exame. Isso porque, corre o risco de estar superestimando ou subestimando as informações. Então, isso já é critério de observação/internação hospitalar. TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO LEVE CONDUTA • Leve risco: assintomático. Observar 8 horas. • Moderado risco: lesão facial grave, perda momentânea de consciência, cefaleia persistente, convulsões, trauma com grande energia cinética → fazer TC de crânio e observar 24 horas. • Alto risco: mecanismo do trauma importante → Fazer TC de crânio e observar 48 h → Repetir TC. É aqui que o paciente se encaixa, porque ele teve um mecanismo de trauma muito importante. Indicações de TC no TCE leve: • Alto risco para intervenção neurocirúrgica: escore na CGS menor do que 15 até 2 horas após o trauma, suspeita de fratura exposta ou com afundamento; qualquer sinal de fratura na base do crânio, vômitos (mais do que dois episódios), idade superior a 65 anos. • Risco moderado para lesão cerebral na TC: perda de consciência (mais do que 5 minutos); amnésia para fatos anteriores ao impacto (mais do que 30 minutos); mecanismo perigoso (por exemplo: atropelamento de pedestre por veículo automotor, ejeção do ocupante de dentro do veículo automotor, queda > 1 metro ou 3 degraus). Então, agora é preciso pedir uma TC de crânio, um raio X de coluna cervical AP e perfil e um raio x de tórax PA para o paciente. Importante fornecer suplemento de oxigênio, pegar um acesso venoso periférico e colocar um soro (não precisa fazer hidratação, correr 2 litros, nada disso). REAVALIAÇÃO Após 40 minutos da admissão o paciente apresentou: • Anisocoria pupilar com midríase a direita. • Hemiplegia à esquerda. • Glasgow 8. No caso da reatividade pupilar, o paciente se encontra no número 1, porque ele não reage a luz do lado direito (para reagir a luz, a pupila tem que estar miótica – fechada). Então, depois dessa avaliação, o paciente se classifica como trauma cranioencefálico grave (Glasgow 3-8). TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO GRAVE Nesse momento, imediatamente, é preciso uma avaliação e acompanhamento da neurocirurgia, pois o paciente necessita de diagnóstico e acompanhamento imediato. É preciso intubar e solicitar uma vaga na UTI. Em resumo, paciente submetido a Intubação orotraqueal (IOT) de emergência e encaminhado para avaliação em neurocirurgia. 3 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 TOMOGRAFIA: • Hematoma epidural - extradural (imagem biconvexa). Essa tomografia sugere um hematoma epidural/extradural porque a imagem biconvexa é sugestiva disso. Essa biconvexidade se dá por conta da rigidez da membrana. A dura-máter está em íntima relação com a calota craniana, e como a dura é uma membrana rígida, quando o sangue vai acumulando entre a dura-máter e a calota craniana e vai empurrando a dura-máter, faz essa forma biconvexa. Do outro lado, na forma de banana (hematoma subdural), é quando o sangue se acumula entre a dura-máter e a aracnoide. Lembrar que a aracnoide é uma membrana delicada/fina. Então, quando o sangue aperta a aracnoide, ela toma o formato do cérebro, como se ela se moldasse ao cérebro. Na imagem da esquerda, anteriormente, mostra as causas do sangramento. O hematoma epidural pode ser por sangramento arterial, sangramento dos seios venosos, sangramento venoso por veia ou artéria do periósteo e da calota craniana. O hematoma subdural tem relação geralmente com sangramentos venosos, que são aquelas veias pontes que passam da superfície do cérebro para o seio venoso, mas pode ser arterial também, inclusive do tecido cerebral. Pode ser uma contusão que no segundo momento coalesce e forma um hematoma. EM QUAIS SITUAÇÕES DE TCE É INDICADA A TC DE CRÂNIO? A tomografia de crânio vai ser pedida nos casos moderados e graves, e no leve, a depender dos sinais de alarme. POR QUE A REAVALIAÇÃO DO PACIENTE COM TCE É IMPORTANTE? A reavaliação é importante porque é um paciente que pode, de uma hora para outra, apresentar sinais e sintomas de TCE grave e pode não apresentar esses sinais inicialmente, mesmo cursando com TCE grave. Isso porque o TCE foi grave desde sempre, não sendo possível identificar no primeiro momento. Por 4 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 conta disso, os protocolos já incluem observação e tomografia. Importante: O TCE grave pode NÃO dar sinais e sintomas imediatamente, caracterizado como intervalo lúcido. Então, os pacientes portadores de hematoma epidural tem intervalos lúcidos com certa frequência, por conta da Monro Kellie e também porque o que acontece é: o hematoma subdural (não é o do paciente do caso) normalmente não está associado com contusão cerebral, é um trauma, na grande maioria das vezes, de tecido cerebral também. Então isso já pode determinar o aparecimento de sinais e sintomas precoces que necessariamente podem não estar relacionado com o aumento da PIC, que vai estar acometida nesse Monro Kellie independentemente do tipo. Além disso, tem a questão de que o hematoma extradural vai acumulando sangue ali, as pressões vão se reorganizando,graças a doutrina Monro Kellie, então vai aumentando o efeito de massa, vai diminuindo o volume do sistema venoso e do líquido cefalorraquidiano que leva um tempinho. Como o paciente não tem contusão, não tem trauma de tecido cerebral, ele realmente só vai apresentar sintoma na hora que a PIC subir. Logo, são por todos os motivos citados acima que é preciso reavaliar os pacientes com TCE. Uma coisa muito importante e que é muito comum no hematoma epidural na região do lobo temporal é que, é por conta da artéria meníngea média (é a que mais sangra nesses hematomas). A lesão isquêmica é mais no hematoma subdural. No hematoma extradural vai ter isquemia, mas vai ser mais quando a pressão intracraniana aumentar e a pressão de perfusão cerebral diminuir. SÍNDROME CLÁSSICA DE HERNIAÇÃO DO UNCUS Por que o paciente teve um rebaixamento rápido de consciência e anisocoria pupilar com midríase do lado direito após 40 minutos (ou após algum tempo)? Síndrome clássica de herniação do uncus. Lembrar: A tenda do cerebelo vai dividir o cérebro em compartimento supratentorial e infratentorial. Esse paciente tem um quadro típico de herniação da porção média do lobo temporal (chamado de uncus) pela tenda do cerebelo. Essa heniação acaba comprimindo o tronco. Pela superfície da tenda do cerebelo passa o 3º par craniano, que é o nervo oculomotor. As fibras parassimpáticas são superficiais no nervo e serão comprimidas pela herniação do uncus. As fibras parassimpáticas são responsáveis pela contração da pupila, enquanto que as fibras simpáticas, são responsáveis pela dilatação. Como os nervos parassimpáticos são lesados, o estímulo simpático fica descontrolado, dependendo o antagonismo da relação entre simpático e parassimpático. Por conta disso, a pupila abre, midríase. É uma MIDRÍASE DO MESMO LADO DO TRAUMA (ipsilateral). Já a lesão do trato corticoespinhal do mesencéfalo por conta da compressão do uncus, vai causar HEMIPARESIA CONTRALATERAL, pois o trato corticoespinhal ao chegar no forame magno ele cruza. Dessa forma, o que está vindo pela direita no mesencéfalo vai para a esquerda e o que está vindo pela esquerda vai para a direita. Por conta disso, o déficit motor é contralateral. Em algumas situações a compressão é muito importante e o trato corticoespinhal do outro lado pode ser comprometido, podendo ter hemiparesia ipsilateral, mas não é o clássico. Além disso, existe uma diminuição do score de Glasgow por conta do comprometimento do sistema reticular, que se localiza na porção superior do tronco cerebral e que está sendo comprimido pelo uncus. Esse paciente precisa de cirurgia para realizar a descompressão. Por isso, na hora que fez a intubação orotraqueal, já acionou a neurocirurgia. CONDUTA NO TCE • Evitar hipovolemia, líquidos hipotônicos, hiponatremia, hiperglicemia. A conduta no TCE é prevenir lesão secundária. O que se quer agora é poupar tecido cerebral. Lembrando que existe uma autorregulação dos vasos cerebrais, que alguns estímulos fazem com que os 5 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 vasos sofram contração, outros fazem com que sofram dilatação, e que a pressão de perfusão cerebral é a PAM - PIC (PPC = PAM – PIC). Com isso em mente, medidas precisam ser tomadas para que se diminua a pressão intracraniana e mantenha uma pressão arterial média no limite superior da normalidade, pois a hipertensão desregula o mecanismo de autorregulação do cérebro. Existe um mecanismo de autorregulação pressórico e químico; pela pressão, pela própria PAM, e pelos estímulos químicos (PaCO2, PaO2, níveis de sódio etc.). PREVENIR LESÃO SECUNDÁRIA • Líquidos intravenosos: solução salina isotônica; ringer lactato. • Normocapnia preferível. Se usa líquidos isotônicos (solução salina ou RL). Além disso, mantem-se os valores de PaO2 no limite superior e de PaCO2 no limite inferior da normalidade. Os vasos cerebrais respondem muito aos níveis de PaCO2. Logo, PaCO2 alta faz vasodilatação cerebral e aumenta a PIC; PaCO2 baixa faz vasoconstricção cerebral e diminui a PIC, mas se for uma PaCO2 muito baixa pode fazer isquemia cerebral. O recomendado é uma PAM em torno de 90 mmHg, uma PaO2 maior que 80, uma PaCO2 no limite inferior da normalidade (menor que 35), o sódio no limite superior da normalidade (135 – 155). Evitar hiperglicemia, evitar hipertermia (aumenta a função nervosa), evitar hipovolemia. PIORA NEUROLÓGICA AGUDA • Hiperventilação temporária: PaCo2: 30- 32mmHg. • Manitol: solução de Manitol a 20% 1h/kg EV em bolus OU. • Solução salina hiertônica: solução salina 3% a 23,4%. No caso do nosso paciente, ele piorou na nossa cara e existem algumas condutas que podem serem tomadas enquanto se espera a cirurgia. Uma delas é a hiperventilação temporária; o objetivo é diminuir a PaCO2 a níveis abaixo do normal para tentar diminuir a PIC dessa forma. Essa hiperventilação só vai ser efetiva em torno de 4 horas. Se mantiver a hiperventilação com níveis muito baixos de PaCO2 por mais de 4 horas, o próprio cérebro desenvolve mecanismos de regulação, pois ele próprio entende que essa PaCO2 nesse nível é anormal, além de ser uma agressão. Dessa forma, ele faz essa vasoconstricção; essa regulação é feita através da alteração do pH cerebral. Depois de algumas horas, essa vasoconstricção se resolve, mesmo o paciente estando com a PaCO2 baixa. Ao se normalizar a PaCO2 (pois o paciente não vai ficar assim para sempre), faz vasodilatação, pois o cérebro já tinha se organizado com aquela PaCO2 baixa. Por isso que a hiperventilação prolongada é deletéria para o tecido cerebral. A intenção dessa hiperventilação temporária é que o paciente não morra até chegar o momento da cirurgia. Além disso, pode-se usar também – nesses casos – o manitol (Solução de Manitol a 20%, 1g/kg EV em bolus). Outra opção é a solução salina hipertônica. Eles dois tem o mesmo objetivo: baixar a PIC. A solução salina pode ser de 3% a 23,4%, por exemplo, pode usar a ampola de NaCl a 20% (que é o que é acostumado) e no caso em discussão se usa 0,5 mL/kg. O manitol não pode usar em pacientes hipovolêmicos, em pacientes chocados. Logo, nesses pacientes se usa solução salina hipertônica. Entretanto, tanto o manitol como a solução salina são condutas controversas, com uma indicação muito pontual: nesses casos de pacientes que pioraram na nossa frente. Não é para ficar fazendo manitol de horário, manitol de 4 em 4 horas, não é! Resumindo: paciente herniou, chama o neurocirurgião, o neurocirurgião diz “vai fazendo o manitol (ou solução salina hipertônica) que eu estou chegando”. 6 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 PRESCRIÇÃO 1. Repouso absoluto com cabeceira elevada a 30º. Em relação ao colar cervical, o mesmo pode ser retirado, tendo em vista que o paciente está falando, sem dor em nenhuma localização e não apresenta lesão cervical. 2. Dieta zero → o paciente está indo para o centro cirúrgico. Em um momento posterior se pode avaliar a possibilidade de mudar essa dieta (uma enteral, talvez, se ele não conseguir deglutir ou não acordar). 3. SG a 5% -------------1000 mL. NaCl a 20% ----- -------15 mL/500 mL. Aporte calórico + Hidratação. 30 mL dessa solução pois é aproximadamente a necessidade basal de um paciente. Esse paciente deve-se ficar muito atento com a possibilidade de fazer hiponatremia. O aporte de glicose é pouco e não é suficiente, podendo fazer mais glicose nesse soro (não colocou agora pra não fazer hiperglicemia). 4. SF a 0,9% ------------- 500 mL ACM (a critério médico). Esse paciente tem que ter cuidado para não enxarcar nem fazer hipovolemia. 5. Fentanil + Propofol//Fentanil + Quetamina: Sedação e analgesia. Ele está intubado e vai precisar de sedação. Vai depender muito da solução,da concentração e da diluição (institucional). Não precisa colocar controle de sódio de 6 em 6h, porque é difícil. Importante: repouso, dieta, aporte calórico, hidratação e medicações. Não usa mais corticoide nesse caso. 6. Manitol a 20% -------- 350mL EV: O paciente piorou na nossa frente, tem uma história forte de herniação uncal e está apenas aguardando a cirurgia. O manitol a 20%: a cada 100mL tem 20g. Esse paciente tem 70kg, então vai ser usado 350mL EV em bolus, deve ser usado então 75g de manitol. Por ele não estar chocado, usa manitol e não solução hipertônica; se fosse solução hipertônica seria: 0,5mL/kg, seriam 35mL. 7. Hidantal (fenitoína) ----- 100mg EV de 8/8h: Epilepsia pós-traumática pode ser precoce ou tardia. Tratar a precoce não previne a tardia. Normalmente, a medicação anticonvulsivante é indicada naquele paciente que apresentou convulsão. É dada 1g de fenitoína de dose de ataque e depois é feita 100mg 8/8h, durante 7 dias, inicialmente. A epilepsia pós traumática precoce é nos primeiros 7 dias, mas pode utilizar a fenitoína profilaticamente, naqueles pacientes que a gente acha que tem um risco muito grande de fazer convulsão (pacientes com afundamento de crânio, pacientes com hematoma extra e subdural, pacientes submetidos a neurocirurgia). Não vai ser feita dose de ataque porque ele não teve convulsão. Se esse paciente estiver na convulsão: Diazepam, midazolam, propofol. Hidantal e fenitoina não são utilizadas para parar a convulsão, é sim pra evitar. Às vezes o paciente com a fenitoina, fazendo diazepam, convulsiona, fazendo convulsão toda hora (muito tempo): 30 min em média, pode causar lesão cerebral irreversível. Então esses pacientes algumas vezes vão precisar ser submetidos a anestesia geral (os sedativos de maneira possuem efeito anticonvulsivante). Lembrar que BNM não trata convulsão, o cérebro continua convulsionando, a gente só não vê o sinal. Quando usar relaxante muscular, usar os de ação curta e se usar por muito tempo por necessidade, ficar muito atento a esse paciente. Lembrar de olhar os outros sinais de convulsão, como nistagmo, para avaliar se o paciente está convulsionando ou não. 8. Omeprazol ----- 40mg EV, dia Principais profilaxias: LAMG (lesão aguda de mucosa gástrica) e TVP (trombose venosa profunda). Pacientes com TCE fazem muito lesão de mucosa gástrica. Não será feita quimioprofilaxia para TVP porque ele está sangrando, não se sabe o fluxo. O problema do sangramento cerebral não é chocar, quanto mais sangra, mais faz lesão de massa encefálica, mais vai comprimir o tecido cerebral adjacente. O outro motivo é que esse paciente vai operar, não pode ser submetido a quimioprofilaxia para TVP. Vai ser utilizada meia de compressão para esse paciente. 7 Grupo de transcrição Radiologia – Aula 6 OBS: esse paciente não precisa de ATB. Se ele chegasse com uma faca encravada na cabeça, ou fratura exposta, com barro e grama, já teria motivo de antibiótico. Provavelmente o neurocirurgião fará uma profilaxia de antibiótico. Faz 30min antes da indução anestésica (pode ser cefalosporina de 1ª geração). Sempre se perguntar se o antibiótico é profilático ou terapêutico. 9. Dipirona --------- 1g EV se Temp >=37. Lembrar que hipertermia lesa tecido cerebral. 10. HGT 4/4h. 11. IR SC conforme esquema a seguir, 170 a 250 UI, 250 a 300 4UI, 300 a 350 - 6UI, 350 a 400 8UI, >400 10UI. IR: insulina regular. Normalmente bota acima de 200, mas nesse paciente vai ser acima de 170, porque ele é mais preocupante. 12. GH a 50% --------- 30mL EV se HGT <70. 13. Uso de dispositivo de compressão. 14. Monitorização. 15. Solicito hemograma, Na, K, Ureia, Creatinina, Glicemia, tipagem e reserva, TP, TTPA. Se não tiver TP ele opera do mesmo jeito. Barbitúrico: pode ser usado para diminuir a PIC, mas não está indicado nesse primeiro momento de reanimação. Ele diminui a pressão, tem várias complicações e ele está sendo usado em quem tem aumento de PIC refratário, inclusive a cirurgia. Nessa prescrição não será utilizado. Ainda se pode fazer uma hiperventilação mais violenta, deixando com uma PaCO2 de 25mmHg, mas aí será necessário outro nível de monitorização. São condutas com maior risco de complicação. Essa lesão do paciente, diminui a atividade cerebral, a demanda desse tecido e a a necessidade de oxigênio, podendo fazer hipotermia nesse paciente. Ele precisa de cirurgia: provavelmente uma craniotomia no local do hematoma. Não faz mais treponação. Observação relativa a outro assunto: O ATLS10 diz que é para puncionar no 5EIC, no mesmo local de drenagem, próximo a linha axilar média, no pneumotórax hipertensivo. Nos pacientes obesos, robustos, com musculatura hipertrofiada era mais difícil fazer a punção no 2EIC na linha hemiclavicular. Na topografia da drenagem 5EIC, aumenta o risco de outras estruturas, o paciente pode fazer uma hérnia, por exemplo, e é um procedimento completamente as cegas, sendo um risco, mas hoje foi reajustado.
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