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Tireoide 1 🥴 Tireoide Tireotrofos Faz parte do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide Grupo celular específico da adeno-hipófise Regulação TRH (Hormônio liberador de tireotrofina) Estimula o tireotrofo hipofisário Tripeptídeo com ciclização de uma glutamina em sua terminação N e uma terminação C amidada Produzido por um subgrupo de neurônios parvocelulares Sintetizado como um pró-hormônio que contém 6 cópias de TRH em sua sequência Liga-se ao receptor de TRH nos tireotrofos Liberado de acordo com um ritmo diurno: mais alto durante as horas da noite para o dia e mais baixo por volta do horário do jantar Estresse inibe a secreção de TRH → estresse físico, inanição e infecção Disponibilidade de iodo limitada → menor sintetização de hormônios tireoidianos → menor retroalimentação negativa → altos níveis de TSH Altos níveis de TSH → crescimento notável da tireoide, denominado bócio T3 e T4 (triiodotironina e tiroxina) Retroalimentação negativa nos tireotrofos hipofisários e nos neurônios parvocelulares produtores de TRH, por meio da repressão da expressão de Beta-TSH e da sensibilidade dos tireotrofos a TRH, assim como devido à inibição da produção e secreção de TRH pelos neurônios Tireoide 2 Secretam o hormônio TSH (tireotrofina), que regula a função da tireoide TSH Hormônio glicoproteico hipofisário Composto por uma subunidade de alfa-glicoproteína (comum a TSH, FSH e LH) e uma subunidade beta específica do hormônio A glicosilação das subunidades aumenta a estabilidade na circulação e potencializa a afinidade e a especificidade dos hormônios por seus receptores Meia-vida relativamente longa Liga-se ao receptor nas células de folículo da tireoide Funções Estimula essencialmente todos os aspectos da função tireoidiana Efeito trófico potente Estimula a hipertrofia, hiperplasia e sobrevida das células epiteliais da tireoide Tireoide 3 Anatomia e histologia da glândula tireoide Lobos direito e esquerdo, anterolaterais, conectados por um istmo, medioventral Recebe rico suprimento sanguíneo Veias tireóideas superior, média e inferior direita e esquerda drenam a glândula Inervação simpática: vasomotora, mas não secretora Unidade funcional: folículo tireoidiano Estrutura esférica cercada por uma única camada de células epiteliais da tireoide Tireoide 4 Epitélio fica situado sobre uma lâmina basal e é cercado por um rico suprimento capilar Estrutura mais externa do folículo tireoidiano Face apical do epitélio folicular está voltada para a luz do folículo A luz do folículo é preenchida com coloide, composto por tireoglobulina, que é iodado e passa a servir como um arcabouço de produção dos hormônios tireoidianos O tamanho das células epiteliais e a quantidade de coloide são aspectos dinâmicos de acordo com a atividade da glândula Células parafoliculares ou células C, que são fonte para a produção do hormônio polipeptídeo calcitonina Dispersas no interior da glândula Hiperfunção: pouco colóide no lúmen do folículo tireoidiano, pois a proudção dos hormônios está alta, então assim que ele é produzido é liberado, não acumulando; as células ficam mais achadas Hipofunção: muito colóide no lúmen do folículo, pois a produção dos hormônios tireoidianos é baixa, fazendo com que esse material se acumule; as célula ficam cuboides Produção dos hormônios tireoidianos O produto da secreção da tireoide são as iodotironinas (uma classe de hormônios formados pelo acoplamento de duas moléculas de tirosina iodada) Hormônios derivados de aminoácidos tirosina Não há ligação peptídica, então não é classificado como proteína 90% consiste em T4: um pró-hormônio 10% consiste em T3: forma ativa do hormônio tireoidiano menos de 1% consiste em T3 reversa (rT3): forma inativa do hormônio São armazenados na glândula nas mesmas proporções em que são secretados Tireoide 5 O eixo tireoide depende muito da conversão periférica por meio da ação de desiodases específicas A maior parte da conversão T4 → T3 ocorre pela desiodase tipo 1 (D1) Presente em tecidos com alto fluxo sanguíneo e rápida troca com o plasma (fígado e rins) Supre T3 circulante basal para a captação por outros tecidos nos quais a geração local de T3 seja baixa ou ausente D1 também é expressa na tireoide e tem uma afinidade relativamente baixa para T4 Os níveis de D1 aumentam no hipertireoidismo e contribuem para a elevação dos níveis circulantes de T3 Conversão de T4 → T3 pela desiodase tipo 2 (D2) Mantém os níveis intracelulares de T3 constantes no encéfalo, mesmo quando T4 circulante cai para níveis baixos D2 é uma desiodase de alta afinidade expressa pelas células da glia do SNC D2 também está presente nos tireotrofos hipofisários, atuando como um sensor do eixo tireoidiano que regula a capacidade de retroalimentação de Tireoide 6 T4 circulante sobre a secreção de TSH Os níveis de D2 estão aumentados durante o hipotireoidismo, o que ajuda a manter os níveis constantes de T3 no encéfalo Conversão de T4 → rT3 pela desiodase tipo 3 (D3) D3 é uma desiodase inativadora com um anel interno de alta afinidade a T4 D3 aumenta durante o hipertireoidismo, ajudando a amortecer a produção excessiva de T4 Todas as formas de iodotironinas eventualmente são desiodadas em tironina não iodada Equilíbrio do Iodeto O iodeto é concentrado ativamente na glândula tireoide, glândulas salivares, glândulas gástricas, glândulas lacrimais, glândulas mamárias e plexo corióideo O iodeto só é organificado na tireoide Necessidade diária mínima 150 microgramas - adultos 90 a 120 microgramas - crianças 200 microgramas - gestantes Cerca de 70 a 80 microgramas de iodeto são captados diariamente pela glândula tireoide em um pool circulante que contém 250 a 750 microgramas de iodeto O teor total de iodeto na glândula tireoide corresponde em média a 7500 microgramas, na forma de iodotironina armazenada tireoglobulina do coloide Em equilíbrio, 70 a 80 microgramas de iodeto (1% do total) são liberados diariamente da glândula, sendo 3/4 liberados como hormônio tireoidiano e o restante como iodeto livre A grande proporção de iodeto armazenado na forma de hormônio em relação à quantidade metabolizada diariamente protege contra deficiência de iodeto por cerca de 2 meses Tireoide 7 Uma redução acentuada da excreção renal quando a concentração de iodeto no plasma diminui também conserva o iodeto Visão geral da síntese de hormônios tireoidianos A síntese do hormônio tireoidiano requer dois precursores: iodeto e tireoglobulina A síntese envolve um movimento de basal para apical desses precursores na luz folicular A tireoglobulina é sintetizada e secretada pela membrana apical para a luz folicular O iodeto é transportado pelas células da face basal (vascular) para a face apical (luminal folicular) do epitélio da tireoide A síntese de iodotironinas ocorre por via enzimática no interior da luz folicular, perto da membrana apical das células epiteliais, sendo que a secreção envolve Tireoide 8 um movimento de apical para basal Endocitose da tireoglobulina iodada Movimento de apical para basal das vesículas endocitóticas, que se fundem aos lisossomos Tireoglobulina é degrada enzimaticamente pelas enzimas lisossomais Liberação de hormônios da tireoide do arcabouço da tireoglobulina A luz do folículo é preenchida com coloide, que é composto por tireoglobulina. Essa proteína é secretada na luz e iodada pelas células epiteliais da tireoide, servindo de arcabouço para produção dos hormônios tireoidianos. Hormônios tireoidianos se movem pela membrana basolateral, por meio de um transportador específico e, por fim, para o sangue Tireoide 9 Síntese de Iodotironinas em um Arcabouço de Tireoglobulina Tireoglobulina: glicoproteína com eixo proteico que acopla os resíduos de tirosina A glicosilação se completa no aparelho de Golgi; a síntese da TG evolui até a formação das vesículas exocitóticas, que se unem à membrana acelular apical, e a tireoglubina é liberada na luz dofolículo Simporter de sódio-iodeto (NIS): transporta o iodeto ativamente para a glândula contra gradientes químicos e elétricos Localiza-se na membrana basolateral das células epiteliais da tireoide Altamente expresso na glândula tireoide Tireoide 10 1 íon iodeto é transportado em um movimento ascendente contra um gradiente de iodeto, enquanto 2 íons de sódio movem-se para baixo em seu gradiente eletroquímico do líquido extracelular para a célula da tireoide A força determinante para esse transportador ativo secundário é fornecida pela bomba de sódio e potássio na membrana plasmática A expressão do gene NIS é inibida pelo iodeto e estimulada por TSH Efeito Wolf Charcoff: supressão da expressão da NIS na presença de doses elevadas de iodo, fazendo com que a secreção de hormônios tireoidianos diminua quando grandes quantidades de iodo são consumidos Uma redução da ingestão dietética de iodeto causa depleção do pool circulante de iodeto e aumenta muito a atividade do transportador de iodeto, podendo chegar 80% ou 90% Também está expressa em tecidos como mamas, ovários, glândula salivar... TPO (Tireoperoxidase) A atividade da TPO restringe-se à membrana apical, mas a maior parte do total de TPO tireoidea é intracelular Ações Oxidação do iodo Iodação das tirosinas, que estão acopladas na tireoglobulinas, formando MIT e DIT Mais facilidade em formar MIT do que DIT Etapas Após entra na glândula, o iodeto move-se rapidamente para membrana plasmática apical das células epiteliais O iodeto é transportado para a luz dos folículos por um transportador de iodo/cloreto independente de sódio chamado pendrina, localizado na membrana apical Tireoide 11 O iodeto é oxidado e incorporado em resíduos de tirosina no interior da tireoglobulina Uma iodação única fornece uma monoiodotirosina (MIT), uma segunda iodação do mesmo resíduo produz diiodotirosina (DIT) Duas moléculas de DIIT são acopladas para formar T4 e uma molécula de DIT é acoplada a uma molécula de MIT para formar T3. Assim, o acoplamento ocorre entre tirosinas iodadas, que continuam fazendo parte da estrutura primária da tireoglobulina Toda a sequência de reações é catalisada pela tireoide peroxidase (TPO), complexo enzimático que se espalha na membrana apical O oxidante imediato para a reação é o peróxido de hidrogênio. A geração de H2O2 na luz folicular é catalisada por oxidases duais (DUOX1, DUOX2), que também estão localizadas na membrana apical Quando a disponibilidade de iodeto é restrita, a formação de T3 é favorecida, pois T3 é 3 vezes mais potente que T4, fornecendo mais hormônio ativo por molécula de iodeto organificado Quando a glândula tireoide é hiperestimulada por TSH ou outro ativadores a proporção de T3 também aumenta Secreção de Hormônios Tireoidianos A tireoglobulina, após ser iodada, é armazenada na luz do folículo como coloide Pelos processos de macro e micropinocitose a liberação de T4 e T3 na corrente sanguínea é iniciada por endocitose da forma coloide a partir da luz folicular A expressão da proteína megalina é dependente da sinalização via TSH e promove formação de vesículas de pinocitose As vescículas endocíticas fundem-se com lisossomos e a tireoglobulina é degradada As moléculas de MIT e DIT, que não formaram hormônios tireoidianos, são liberadas durante a proteólise da tireoglobulina e são rapidamente desiodadas no interior da célula folicular pela enzima iodotirosina desiodase Tireoide 12 Essa desiodase é específica para MIT e DIT e não usa T4 e T3 como substrato A tireoglobulina armazena o hormônio tireoidiano no colóide, sendo que possui mais MIT E DIT acoplado na sua estrutura do que T4 e T3 O iodeto liberado pela desiodação então é reciclado na síntese de T4 e T3 Os aminoácidos derivados da clivagem da tireoglobulina entram novamente no pool de aminoácidos intratireoidianos e podem ser reutilizados para síntese proteica Quantidades mínimas de tireoglobulina intacta deixam a célula folicular em circunstâncias normais T3 e T4 liberadas enzimaticamente são transportadas pelo lado basal da célula e entram no sangue Transporte e Metabolismo dos Hormônios Tireoidianos T3 e T4 circulam na corrente sanguínea ligadas a proteínas quase que totalmente T3 livre é biologicamente ativa e media os efeitos do hormônio tireoidiano sobre tecidos periféricos, além de exercer uma retroalimentação negativa sobre a hipófise e o hipotálamo As proteínas de ligação não se relacionam com a potência do hormônio, mas sim os receptores. Sendo que T4 tem mais afinidade às proteínas de ligação e T3 tem mais afinidade ao receptor. Por isso também que T4 tem uma meia-vida mais longa As proteínas carreadoras interferem na meia vida do hormônio tireoidiano Principal proteína de ligação: globulina de ligação a tiroxina (TBG) Sintetizada no fígado Liga-se a uma molécula de T3 ou T4 70% de T4 e T3 circulantes são ligados a TBG Em condições normais, apenas alterações da concentração de TBG afetam de modo significante os níveis plasmáticos totais de T3 e T4 Funções biológicas importantes Tireoide 13 Mantém grande reservatório circulante de T4, capaz de tamponar qualquer alteração aguda da função da glândula tireoide A ligação de T4 e T3 plasmáticas a proteínas previne a perda dessas moléculas hormonais relativamente pequenas na urina, ajudando a conservar o iodeto Maior afinidade ao T4 Transtirretina (TTR) Proteína de ligação tireoidiana que se liga a cerca de 10% a 15% do T3 e T4 circulantes Transporta T4 no LCR e fornece hormônio tireoidianos ao SNC Albumina Liga-se a 15% a 20% do T3 e T4 circulantes Lipoproteínas Liga-se a 3% do T3 e T4 circulantes Receptor dos hormônios tireoidianos Receptor nuclear, pois assemelha-se a um hormônio esteroidal Regulação da Função da Tireoide Eixo do hormônio liberador da tireoide - hormônio estimulante da tireoide Tireoide 14 TSH Estimula todos os aspectos da função tireoidiana Ações imediatas, intermediárias e de longo prazo sobre o epitélio da tireoide Ações imediatas: Pinocitose de gotículas de coloide no citoplasma, que representam tireoglobulina no interior de vesículas endocíticas Estimula a proteólise de tireoglobulina e a liberação de T3 e T4 da glândula A captação do iodeto e a atividade de TPO (antioxidase tireoidiana) aumentam Estimula a entrada de glicose na via de shunt da hexose monofosfato, que gera NADPH, necessário para a reação de peroxidase Ações intermediárias Síntese e expressão de proteínas de numerosos genes, como aqueles que condificam NIS, tireoglobulina e TPO Ações de longo prazo Estímulo de TSH mantido: hipertrofia e hiperplasia das células foliculares Capilares se proliferam e o fluxo sanguíneo na tireoide aumenta Produção local de fatores de crescimento Aumento perceptível na glândula tireoide → bócio (bócio endêmico é decorrente da ausência de iodo na dieta, provocando baixos níveis de hormônios tireoidianos e elevação de TSH) Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos Os hormônios tireoidianos atuam em todas as células e tecidos, possui muitas ações diretas, mas tem age de formas mais sutis para otimizar as ações de vários outros hormônios e neurotransmissores Efeitos cardiovasculares Os efeitos cardíacos ionotrópicos de T3 são diretos e indiretos Tireoide 15 Diretos Regulação de múltiplas proteínas que aumentam a contratilidade, incluindo um aumento da expressão da cadeia pesada de alfa-miosina e a inibição do trocador de Na+/Ca+ na membrana plasmática A função da Ca++ ATPase do retículo sarcoplasmático é aumentada por T3, enquanto fosfolambam é diminuída → sequestro de cálcio durante a diástole aumenta e o tempo de relaxamento é encurtado Aumento dos canais de rianodina Ca++ do retículo sarcoplasmático promove a liberação de Ca++ do retículo durante a sístole Indiretos Decorrente da maior sensibilidade a catecolaminas EFEITOS T3 aumenta o débito cardíaco, garantindo o fornecimento de O2 suficiente para os tecidos Frequênciacardíaca e volume sistólico em repouso ficam aumentados Velocidade e força das contrações miocárdicas ficam aumentadas Tempo de relaxamento diastólico fica encurtado Pressão arterial sistólica aumenta modestamente e a pressão arterial diastólica dica diminuída Pressão de pulso fica ampliada, devido os efeitos combinados do aumento do volume sistólico e da redução da resistência vascular sistêmica secundária à dilatação dos vasos sanguíneos na pele, músculos e coração Efeitos decorrentes do ⬆ da produção tissular de calor e CO2 induzido pelo hormônio tireoidiano O hormônio tireoidiano diminui a resistência sistêmica ao dilatar as arteríolas na circulação periférica O volume sanguíneo total aumenta pela ativação do sistema RAA, que aumenta a reabsorção de sódio pelos túbulos renais Tireoide 16 Efeitos sobre a taxa metabólica basal e termogênese Metabolismo lipídico fica aumentado sob efeito de T3: liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo e oxidação T3 induz enzimas para a síntese de ácidos graxos, incluindo a carboxilase de acetil-CoA e sintase de ácido graxo T3 aumenta a lipólise por meio do aumento do número de receptores Beta- adrenérgicos T3 aumenta a eliminação de quilomícrons Metabolismo da glicose fica aumentado sob efeito de T3 Aumenta a absorção de glicose no trato gastrointestinal Aumenta a captação, oxidação e síntese de glicose Metabolismo proteico fica aumentado sob ação de T3: Liberação de aminoácidos musculares Degradação de proteínas Em menor grau, síntese proteica e formação de ureia T3 potencializa os respectivos efeitos estimulantes da adrenalina, da noradrenalina, do glucagon, do cortisol e do hormônio de crescimento sobre a gliconeogênese, Tireoide 17 lipólise, cetogênese e proteólise do pool de proteínas lábeis T3 acelera a resposta fisiológica à inanição (deficiência de nutrição grave e prolongada) T3 estimula a síntese de ácidos biliares a partir de colesterol e promove a secreção biliar Efeito resultante: diminuição do pool corporal e dos níveis plasmáticos de colesterol total e de lipoproteína de baixa densidade T3 aumenta o clearence metabólico de hormônios esteroides da adrenal e gônadas, algumas vitaminas B e alguns medicamentos administrados Os hormônios tireoidianos promovem tanto anabolismo como catabolismo da carboidratos e proteínas (mais anabólico do que catabólico) EX: Glicogênio Tireoide 18 Termogênese Termorregulação: capacidade de equilibrar a temperatura corporal Gasto de energia Produção e dispersão do calor Obrigatória (calor necessário para manutenção das funções vitais) X Facultativa (produção de calor aumentada para balancear o frio extremo do ambiente ou uma dieta hipercalórica) Hormônios tireoidianos regulam ambas Termorregulação facultativa: aumento do metabolismo muscular (por tremor); aumento do metabolismo do tecido adiposo marrom (por não tremor) Resultado do aumento da ineficiência termodinâmica mitocondrial e do aumento do turn over de ATP associado Os hormônios tireoidianos estimulam a termogênese, afetando a utilização do ATP e a eficiência da síntese de ATP A utilização do ATP é aumentada pela suprarregulação de vários processos dependentes de energia, incluindo o funcionamento da bomba de sódio e potássio e da ATPase de cálcio do retículo sarcolasmático (SERCA), particularmente nos músculos esqueléticos, onde o uso cíclico de cálcio entre o citoplasma e o retículo sarcoplasmático utiliza ATP e gera calor A gordura marrom tem um papel na termogênese facultativa em adultos Presença de tecido adiposo marrom no mediastino, particularmente em indivíduos magros, que tem sua atividade metabólica ampliada pela exposição ao frio Expressa a proteína desacopladora 1 (UCP1) ou termogenina Localizada na membrana interna da mitocôndria Faz com que o gradiente de prótons do espaço intermembrana atravesse a membrana mitocondrial interna, e vá para o espaço interno mitocondrial. A energia formada é dissipada como calor, que é disseminado para o resto do corpo pela circulação, pois a proteína Tireoide 19 UCP1, diferentemente da ATP sintase, não é capaz de unir ADP a um fosfato inorgânico formando ATP. UCP1 é regulada pelo hormônio tireoidiano e a gordura marrom expressa D2, fornecendo conversão intracelular de T4 e T3 Quanto mais hormônio tireoidiano houver no tecido adiposo marrom, maior vai ser a expressão de UCP1 Envolve interação sinérgica entre os hormônios tireoidianos e o sistema nervoso simpático Catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) promovem lipólise e estimulam a expressão de D2 T3 estimula os receptores adrenérgicos e potencializa a resposta a catecolaminas O hipertireoidismo é acompanhada por intolerância ao calor e o hipotireoidismo intolerância ao frio Frio intenso → SNS é ativado e libera noradrenalina → noradrenalina se liga ao receptor Beta adrenérgico localizado na membrana do adipócito marrom → ativa a vida do AMPc → ativa a PKA Efeitos agudos: Estimula lipólise Ativa a ação da UCP1 Tireoide 20 Efeitos crônicos Transcrição do gene de UCP1 Biogênese mitocondrial Hiperplasia do tecido adiposo marrom Recrutamento de adipócitos marrons no tecido adiposo branco (browning) UCPs Proteínas desacopladoras de prótons UCP1 - gordura marrom - produção de calor UCP2 - músculo esquelético, placenta, coração, pulmão, rins, pâncreas e tecido unilocular - diminuição de ROS (espécie reativa de oxigênio), redução da secreção de insulina UCP3 - m. esquelético - oxidação de ácidos graxos Efeitos respiratórios T3 estimula a utilização de O2 e aumenta o fornecimento de O2 T3 aumenta a FR em repouso, o volume-minuto e a resposta ventilatória à hipercapnia e hipóxia → manutenção da PO2 arterial normal quando a utilização de O2 está aumentada e uma PCO2 normal quando a produção de CO2 está aumentada T3 → aumento discreto do hematócrito para ampliar a capacidade de transporte de O2 → estimulação da produção de eritropoietina nos rins Efeitos nos músculos esqueléticos Hormônios tireoidianos regulam a produção e armazenamento de energia nos músculos esqueléticos Glicólise e glicogenólise aumentam Glicogênio e creatinina fosfato são reduzidos Tireoide 21 A incapacidade de captação e de fosforilação de creatinina nos músculos provoca sua maior excreção urinária Efeitos sobre o Sistema Nervoso Autônomo e a Ação de Catecolaminas Sinergia entre catecolaminas e os hormônios tireoidianos Aumento da taxa metabólica, da produção de calor, da frequência cardíaca, da atividade motora e da excitação do SNC T3 pode potencializar a atividade do sistema nervoso simpático por meio de um aumento do número de receptores Beta-adrenérgicos nos músculos cardíacos e pela geração de segundos mensageiros intracelulares como o AMPc Efeitos sobre o crescimento e a maturação T3 promove o crescimento e a maturação Uma quantidade pequena, mas crucial, de hormônio tireoidianos atravessa a placenta e o eixo fetal da tireoide torna-se funcional na metade da gestação Fundamental para o desenvolvimento neurológico normal e formação óssea adequada no feto Efeitos sobre os ossos, tecidos duros e derme Promove ossificação endocondral, crescimento ósseo linear e maturação dos centros ósseos epifisários T3 aumenta a maturação e a atividade de condrócitos na placa de crescimento cartilaginosa, devido ao aumento da produção e da ação local do fator de crescimento T3 favorece as ações do GH, IGF-I e outros fatores de crescimento durante o crescimento pós-natal linear T3 favorece a remodelagem óssea em adultos Hormônio tireoidiano aumenta a expressão dos receptores de GH O processo de degradação normal dos tecidos estruturais e tegumentares são estimulados por T3 Tireoide 22 Anormalidades nos níveis desse hormônio podem provocar queda de cabelo e formação anormal nas unhas Regula a estrutura do tecido subcutâneo, inibindo a síntese e aumentando a degradação de mucopolissacarídeos e fibronectina no tecido conjuntivo extracelularEfeitos sobre o Sistema Nervoso Regula o momento e o ritmo do desenvolvimento do SNC Deficiência do hormônio na vida intrauterina e na infância: inibe o crescimento do córtex cerebral e cerebelar, a proliferação de axônios e a ramificação de dendritos, a sinaptogênese, a mielinização e a migração celular Aumenta a vigília, o nível de alerta, a sensibilidade a múltiplos estímulos, o sentido da audição, percepção de fome, memória e capacidade de aprendizado Tônus emocional depende da disponibilidade adequada de T3 Velocidade e amplitude dos reflexos nervosos periféricos são aumentadas por T3, assim como a motilidade gastrointestinal Efeitos sobre os órgãos reprodutores e as glândulas endócrinas Papel permissivo na regulação da função reprodutora Desvios importantes nos níveis de hormônio tireoidiano em relação à faixa normal causa perturbações no ciclo ovariano normal, no processo testicular homólogo e na manutenção do estado gestacional saudável, devido a alterações no metabolismo ou na disponibilidade de hormônios esteroides O hormônio tireoidiano estimula a síntese hepática e a liberação da globulina de ligação a esteroides sexuais
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