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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSAO - TEXTO AULA 6

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05/10/2021 16:08 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A
PROFISSÃO
AULA 6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
05/10/2021 16:08 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, falaremos de futuro. Um futuro que para alguns pode parecer distante, mas que para o
engenheiro de produção já é quase presente. Certamente, você estará em pouco tempo atuando com
algumas — senão todas — das situações aqui descritas. Começamos falando sobre as atividades do
engenheiro do futuro. Um engenheiro de quem se espera que seja multidisciplinar, ou seja, um
engenheiro capaz de detectar problemas e apontar soluções para as mais diversas situações.
A seguir, comentamos acerca de inovações tecnológicas, cuja tendência é serem rapidamente
incorporadas aos sistemas produtivos existentes. Assim, você deve não só conhecê-las, como também
saber como utilizá-las no seu dia a dia. No terceiro tema, tratamos de uma situação-problema específica
na atuação do engenheiro de produção: como proceder quando você precisa liderar pessoas? O
próximo tema trata de algo que para algumas empresas é futuro longínquo e para outras já é situação
atual, que é a Indústria 4.0. Ainda nesse tema tratamos de Sociedade 5.0, uma evolução do conceito de
Indústria 4.0.
No último tema, tratamos da acessibilidade por meio do conceito de Desenho Universal. Assim,
você estará preparado para seu futuro na profissão.
TEMA 1 – PROFISSIONAIS MULTIDISCIPLINARES
O engenheiro do futuro deve ter a clareza de que ele não será somente um técnico especializado
em um determinado assunto ao exercer seu papel dentro de uma organização. O que se espera do
engenheiro do futuro é um profissional que tenha múltiplas competências. E o que se entende por
múltiplas competências? Como você já sabe, cada engenheiro, de acordo com o curso que realizou, tem
atribuição dada pelo sistema CONFEA/CREA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia/Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia) para atuar em uma determinada área. No entanto, é possível que
em sua rotina diária o engenheiro precise atuar em mais de uma área técnica específica. Por exemplo, se
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você trabalha como engenheiro de produção, mas a empresa em que você atua solicita de você um
trabalho mais técnico, voltado à prevenção de acidentes de trabalho, você terá a necessidade de buscar
um curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a fim de poder assinar projetos
nessa área.
O engenheiro de produção, pela sua ampla formação, que contempla tanto os aspectos técnicos da
engenharia quanto os aspectos gerenciais, mais voltados à administração, sai em vantagem quanto à
multidisciplinaridade em relação aos demais cursos de engenharia. Nesse sentido, o engenheiro de
produção acaba atuando de forma versátil e criativa, pois, ao mesmo tempo em que tem uma sólida
formação científica, também tem visão sistêmica e entende não somente dos aspectos técnicos voltados
à produção dos bens ou dos serviços, mas também dos aspectos estratégicos que envolvem o sistema
produtivo. Então, em um momento, esse engenheiro pode estar resolvendo questões de qualidade ou
manutenção no chão de fábrica; no momento seguinte, em negociação com um cliente da empresa; e
logo a seguir, estar cuidando junto a um fornecedor dos aspectos logísticos do transporte de um
produto.
A formação mais ampla da graduação em Engenharia de Produção não garante a competência em
todas as áreas em que se é possível atuar, ou seja, apenas dominar as técnicas não vai fazer de ninguém
um bom engenheiro. Desenvolver novos conhecimentos e aplicá-los à rotina organizacional também é
fundamental. Para desenvolver novos conhecimentos, é essencial entender o sistema educacional do
país, ressaltando o ensino superior.
A educação superior no Brasil
abrange os cursos de graduação nas diferentes áreas profissionais, abertos a candidatos que tenham
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processos seletivos. Também
faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende programas de mestrado e
doutorado e cursos de especialização. A partir da LDB de 1996, foram criados os cursos sequenciais por
campo do saber, de diferentes níveis de abrangência, que são abertos a candidatos que atendam aos
requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior. (Menezes, 2001)
Em busca de mais competências, você tanto pode dar continuidade a seus estudos fazendo novos
cursos de graduação, como buscar os cursos de pós-graduação. No caso de novas graduações, há
engenheiros que buscam outros cursos de engenharia para poder se enquadrar em diferentes
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atribuições conferidas pelo sistema CONFEA/CREA, de forma a poder assinar projetos de diferentes
áreas de atribuição. Há também aqueles que buscam se qualificar mais na área de gestão e buscam por
cursos de Administração, Ciências Contábeis ou Economia.
Em qualquer desses casos, a legislação brasileira prevê a possibilidade do aproveitamento de
disciplinas já cursadas em outros cursos de graduação, desde que atendam a critérios de conteúdo e de
carga horária sendo, portanto, equivalentes. Por exemplo, se você cursou Engenharia de Produção e
decide cursar Engenharia Mecânica, será dispensado de todas as disciplinas já realizadas no primeiro
curso, em que tenha sido aprovado e que sejam de conteúdo igual no segundo curso, como as
disciplinas de Cálculo, Física, Química, entre outras. Assim, um segundo curso de Engenharia terá um
prazo de finalização menor em relação ao primeiro curso realizado. O aproveitamento de disciplinas vale
para qualquer curso de graduação, em qualquer área, a ser realizado por você após ser aprovado em
disciplinas de outras graduações.
Figura 1 – Pós-graduação
 
Fonte: ELENABSL/Shutterstock.
Você também pode seguir com sua carreira acadêmica fazendo cursos de pós-graduação. A pós-
graduação no Brasil é dividida em dois ramos distintos: lato sensu e stricto sensu. Conforme MEC (2019),
As pós-graduações lato sensu compreendem programas de especialização e incluem os cursos
designados como MBA (Master Business Administration). Com duração mínima de 360 horas, ao final do
curso o aluno obterá certificado, e não diplomado. Ademais, são abertos a candidatos diplomados em
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cursos superiores e que atendam às exigências das instituições de ensino — art. 44, inciso III, Lei n.
9.394/1996. As pós-graduações stricto sensu compreendem programas de mestrado e doutorado
abertos a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das
instituições de ensino e ao edital de seleção dos alunos (art. 44, inciso III, Lei n. 9.394/1996). Ao final do
curso o aluno obterá diploma.
A pós-graduação lato sensu é recomendada para aqueles que precisam agregar mais conhecimento
específico em seu trabalho/profissão. Já a pós-graduação stricto sensu é recomendada para quem busca
uma carreira acadêmica, atuando como professor ou em projetos de pesquisa. Vale ressaltar que você
pode fazer uma pós-graduação em qualquer área, desde que tenha concluído sua graduação. Você não
está limitado a cursos de pós-graduação relacionados à engenharia.
Um último aspecto a ser abordado em relação ao engenheiro de produção multidisciplinar diz
respeito à possibilidade de atuação profissional como um “engenheiro pedagógico” (Abepro, 2019), que
busca entender e fazer avançar a educação superior em engenharia (graduação, pós-graduação,
pesquisa e extensão)e suas áreas afins,
a partir de uma abordagem sistêmica, englobando a gestão dos sistemas educacionais em todos os
seus aspectos: a formação de pessoas (corpo docente e técnico administrativo); a organização didático-
pedagógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios de
ensino/aprendizagem, [...] que busca consolidar estas questões, assim como visa apresentar como
resultados concretos das atividades desenvolvidas, alternativas viáveis de organização de cursos para o
aprimoramento da atividade docente. (Abepro, 2019)
Caso queira trabalhar na área acadêmica, é importante que o estudante de Engenharia de Produção
procure atuar desde a graduação em programas de iniciação científica e de projetos de pesquisa
disponibilizados pela Instituição de Ensino Superior (IES).
TEMA 2 – TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS
Uma série de novas tecnologias tem invadido a rotina do engenheiro de produção: Big Data ,
Realidade Virtual e Realidade Aumentada , Computação em Nuvem , Robôs Autônomos, Simulações,
Internet das Coisas (IoT) , Blockchain , entre outras.
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O engenheiro, em sua rotina de trabalho, já não faz mais cálculos à mão ou projetos a lápis no
papel, pois todas as funções repetitivas ou mecânicas, que não exigem novas soluções, são hoje
realizadas por máquinas e softwares, não mais por pessoas. Portanto, cabe aos futuros engenheiros de
produção se incluírem nesse mundo digital, pois as organizações já estão caminhando nesse sentido e é
natural que as mudanças tecnológicas afetem os mais diversos setores da economia — seja hoje, seja
num futuro próximo.
Assim, será parte da rotina do engenheiro de produção trabalhar para fazer a conexão entre todas
essas novas tecnologias, integrando pessoas, sistemas, fornecedores, clientes e outras partes
interessadas, e inserindo inteligência nos processos produtivos que já sentem os impactos disruptivos do
uso dessas novas tecnologias. Organizações resistentes às mudanças serão organizações que terão
produtos com pouco valor agregado a oferecer ao mercado. Já as organizações que estão aderindo às
inovações tecnológicas têm reduzido seus custos (embora possa haver um investimento inicial de
impacto financeiro relevante), ao elevar a eficiência de seus sistemas de produção, que se tornam mais
inteligentes, autônomos e customizáveis conforme novas tecnologias são agregadas a esses sistemas.
Figura 2 – Inovações tecnologias na produção
Fonte: SCHARFSINN/Shutterstock.
Será possível observar que os produtos passarão a ser rastreáveis com mais facilidade, o que
garantirá o alcance de algumas prioridades competitivas da manufatura, tais como qualidade, por meio
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do desempenho correto do produto e de sua conformidade com os padrões estabelecidos; ou
desempenho, quanto aos prazos de entrega. Além disso, haverá redução de custos na medida em que
haverá diminuição da quantidade de mão de obra empregada nos processos produtivos.
Por outro lado, ao reduzir a mão de obra humana, aumentará a quantidade de softwares e de
robotização nos sistemas produtivos. O engenheiro trabalhará lado a lado com robôs participativos,
modificando a relação homem-máquina. Cada vez mais serão usadas formas mais refinadas de
relacionamento, que começa com o já usual reconhecimento de comandos por voz, até a leitura de
sinais cerebrais humanos para interação com as máquinas, avançando e modificando as interfaces
homem-máquina. A produtividade e, por consequência, a vantagem competitiva das organizações será
diretamente dependente da capacidade de melhorar essas interfaces para otimizar o processo
produtivo.
Nesse cenário, o engenheiro de produção estará mais voltado aos aspectos estratégicos e menos
aos operacionais dos sistemas produtivos. É preciso, então, se preparar para entender e trabalhar com
mudanças, ser flexível e aberto a inovações. Com todas as alterações que já ocorreram e que ainda
ocorrerão em nossa sociedade, a capacidade de operar com todas as novas tecnologias necessárias aos
sistemas produtivos e, simultaneamente, lidar com as pessoas envolvidas nos processos será um dos
maiores desafios para o futuro profissional de engenharia de produção.
TEMA 3 – O ENGENHEIRO COMO GESTOR DE PESSOAS
Quando você resolve ser um engenheiro, alguns mitos são levados em consideração, sem saber,
nessa tomada de decisão. Em especial, aquele de que você não gosta de pessoas, é antissocial e prefere
ficar isolado em frente a seu computador a ter de conviver com outros seres humanos. O que ninguém
conta é que isso é uma farsa. O tempo todo, em especial se você é um engenheiro de produção, haverá
a necessidade de se relacionar com pessoas, como seu chefe (caso seja empregado), seus colegas de
trabalho, clientes, fornecedores, entre outros. Caso você progrida na carreira, haverá também
subordinados. Você não terá apenas que conviver com pessoas e trabalhar em equipe, mas também
comandá-las.
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Na sua rotina diária, o engenheiro precisa, além de seus conhecimentos técnicos, entender como
gerir pessoas, comunicar-se com elas e liderar adequadamente, de forma a obter dessas pessoas eficácia
e produtividade. Há ainda outros complicadores. Um exemplo é o caso de projetos que terão um ciclo
de vida. Ao encerrar as atividades do projeto, é necessário planejar como desmobilizar todo o pessoal
utilizado, mantendo o contato com pessoal estratégico que pode ser utilizado em novos projetos. No
caso do Brasil, esses complicadores são acrescidos das dificuldades em se lidar com toda a
complexidade de nossa legislação trabalhista, embora tenha havido uma certa flexibilização
recentemente.
Figura 3 – O engenheiro gestor de pessoas
Fonte: STOCKPHOTOVIDEO/Shutterstock.
Assim, há a necessidade de se capacitar tanto em termos comportamentais, quanto em questões
mais técnicas relacionadas a recursos humanos para poder atuar como um engenheiro líder de pessoas.
No quesito comportamental, é necessário perceber que cada pessoa é diferente, ou seja, tem valores e
experiências diferentes que levam a formas diferentes de pensar e resolver situações de trabalho. Então,
um quesito importante é aprender a gerir conflitos, o que exige saber escutar e saber colocar-se no
lugar do outro.
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Aprender técnicas de trabalho e de comando de equipes é outro item fundamental para o
engenheiro gestor de pessoas. Para tanto, ele precisa conhecer as pessoas que comporão sua equipe de
trabalho e assegurar que cada uma delas está fazendo a função que melhor pode desempenhar. Há a
necessidade de estabelecer com clareza quais os papéis e as responsabilidades de cada componente da
equipe. Conforme o trabalho vai se desenrolando, também é função do líder dar feedback de
desempenho para cada pessoa do grupo, de forma a reconhecer o bom trabalho e reconduzir ações que
não estejam em conformidade com o planejado.
Ainda no âmbito comportamental, é necessário compreender acerca das questões de
comprometimento, incentivo e motivação das pessoas em relação ao trabalho. É preciso entender que a
motivação é uma questão interna de cada pessoa. Assim, não é possível motivar ninguém, mas é
possível incentivar e criar condições de trabalho que favoreçam o comprometimento das pessoas. Uma
equipe comprometida será mais produtiva, menos sujeita a erros.
Há também o aspecto mais técnico da gestão de pessoas, habitualmente tratado por um gestor de
recursos humanos, que diz respeito à folha de pagamento, contratação, demissão, entre outros aspectos.
O engenheiro normalmente não é responsável por essesaspectos, mas deve conhecer os trâmites, pois,
como gestor de pessoas, auxiliará o responsável na decisão de contratação ou demissão, de premiações
quando do cumprimento de metas, de advertências ou penalizações quando do descumprimento de
normas, entre outras situações de rotina trabalhista.
Pode-se observar que esse papel do engenheiro de produção, como gestor de pessoas, é realmente
importante para qualquer empresa, já que, por meio de suas ações e exemplos, a equipe de trabalho ou
projeto sob sua responsabilidade deverá ser proativa e trazer soluções criativas, inovadoras e eficazes às
situações problemas que surgem no processo produtivo. O engenheiro deve levar em consideração que
as pessoas constituem o capital humano da organização. Sem elas e seu conjunto dos conhecimentos e
habilidades para desenvolver, não haverá valor econômico agregado à organização.
TEMA 4 – INDÚSTRIA 4.0 E SOCIEDADE 5.0
A forma de produzir vem se modificando significativamente, em especial por conta da inserção de
alta tecnologia na indústria. Por alta tecnologia, entende-se aquela considerada de ponta, ou seja,
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relacionada às mais recentes inovações tecnológicas que possam ser utilizadas em processos produtivos.
Essa transição de processos produtivos analógicos em processos altamente informatizados e
automatizados nas indústrias tem sido denominada de Indústria 4.0. Uma combinação de sistemas ciber-
físicos, a Internet das Coisas e a Internet dos Sistemas tornaram possível a Indústria 4.0 e a fábrica
inteligente.
Esse conceito surge na Alemanha, em 2011, quando o governo alemão decide incentivar o uso de
alta tecnologia em sua indústria, não somente em grandes organizações, mas também em pequenas e
médias empresas. A Alemanha entende que esse caminho é estratégico para seu desenvolvimento
socioeconômico. Assim, em 2013, é criado o Industrie 4.0 Working Group, cujo objetivo era apresentar ao
governo alemão recomendações para a implantação do conceito de Indústria 4.0.
Interessante ressaltar que, embora as políticas e programas elaborados pelo governo alemão
estejam voltadas ao financiamento de sistemas ciber-físicos, entende-se que as pessoas é que são
estratégicas no processo e a tecnologia vem para auxiliar o desenvolvimento do trabalho, melhorando o
ambiente e a segurança na execução das tarefas e aumentando a eficiência e a produtividade do
trabalhador. Nessa nova indústria, o trabalhador será direcionado a atividades de alto valor agregado e
não realizará mais tarefas repetitivas e operacionais. Essa situação exigirá capacitação de mão de obra
para essa nova forma de produzir.
No Brasil, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços decidiu instituir, em 2017, um
grupo de trabalho para trazer à sociedade uma proposta acerca da Indústria 4.0 para o país. A ideia é
que esse grupo de trabalho — o GTI 4.0 — elabore premissas sobre como fomentar o aumento da
competitividade da indústria nacional por meio dos avanços produzidos pela Indústria 4.0.
Figura 4 – A Indústria 4.0
 
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Fonte: ZAPP2PHOTO/Shutterstock.
O nome Indústria 4.0 é elaborado pensando na evolução da sociedade ao longo da história. Assim,
nossa sociedade teria passado, ao longo de 20 séculos, pelo primeiro estágio, de caça e coleta, no qual o
homem começa a se relacionar e a modificar a natureza ao seu redor, de forma a atender melhor às suas
necessidades, iniciando a criação e o cultivo para sua subsistência. O segundo estágio está relacionado
ao surgimento da agricultura, em que o homem deixa de ser nômade, passa a ter seu próprio espaço de
cultivo, inicia as trocas de produtos e todo esse cenário propicia o surgimento de pequenas cidades. O
terceiro estágio diz respeito à criação de máquinas e ao surgimento das fábricas, ao longo da Revolução
Industrial, que transformam a vida das pessoas, tornando-as cada vez mais urbanas e dependentes
dessa sociedade industrial.
Assim, um próximo momento da sociedade seria o quarto, levando então à ideia de denominá-lo de
Indústria 4.0, ou seja:
As três primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a
eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da
competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que
terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que
permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico. (Indústria 4.0, 2019)
Com a transformação do setor produtivo, advinda da implantação das tecnologias propostas pela
Indústria 4.0, começam a surgir mudanças na sociedade como um todo, em um processo de avanços
que acaba por afetar a todos nós. Esse efeito, que transborda da indústria, está relacionado ao uso de
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tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) não somente para a
produção, mas também para a criação de soluções relacionadas a todo o tipo de necessidades humanas.
Figura 5 – Smart City
Fonte: MONICAODO/Shutterstock.
Surge então, como proposta, construir um modelo de organização social, a Sociedade 5.0, em que
essas tecnologias são utilizadas para fornecer o que for necessário para estabelecer o bem-estar para
qualquer pessoa, em qualquer hora e lugar. A proposta surge no Japão, como um projeto de governo
para a criação de uma smart society, ou seja, uma sociedade composta por sistemas híbridos, na qual
pessoas e máquinas trabalham integradas para construir uma sociedade mais inteligente. Um primeiro
passo para a construção de uma smart society é o planejamento de smart cities, ou seja, cidades
totalmente conectadas, nas quais mundo físico e ciberespaço se integram em harmonia.
TEMA 5 – DESENHO UNIVERSAL
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Além das preocupações técnicas, cabe ao engenheiro conectar-se a um mundo que exige maior
acessibilidade e inclusão a todas as pessoas, de forma que possa abranger a toda a diversidade humana
ao realizar um projeto. Esse parece um pensamento utópico, mas a ideia é que efetivamente se possam
criar produtos acessíveis a todo o tipo de pessoas, sem que o produto esteja sujeito às suas
características individuais específicas.
Conforme Carletto e Cambiaghi (2016, p. 10) os produtos universais deveriam, portanto, adaptar-se
a uma larga escala
de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários. A meta é que qualquer
ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do
corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade.
O desenho universal seria realizado para toda as pessoas, e não somente àquelas que dele
dependem.
Dessa forma, o desenho universal preconiza que se evite a necessidade de projetar ambientes e
produtos especiais para pessoas com deficiências, já que qualquer pessoa apresentará, ao longo de sua
vida, situações de limitação, seja pela sua idade, pelo seu tamanho, por uma enfermidade, por ser
gestante, por segurança, entre outras variadas situações. “Portanto, a normalidade é que os usuários
sejam muito diferentes e que deem usos distintos aos previstos em projetos” (Carletto; Cambiaghi, 2016,
p. 11).
Figura 6 – Desenho universal
 
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Fonte: VSTOCK24/Shutterstock.
O conceito de Desenho Universal surgiu com mais força na década de 1990 por causa da
necessidade de dois grupos distintos:
O primeiro composto por pessoas com deficiência que não sentiam suas necessidades contempladasnos espaços projetados e construídos. O segundo formado por arquitetos, engenheiros, urbanistas e
designers que desejavam maior democratização do uso dos espaços e tinham uma visão mais
abrangente da atividade projetual. (Governo do Estado de São Paulo, 2010, p. 14)
Dentre esses profissionais, um grupo de arquitetos norte-americanos define, na década de 1990,
critérios para que os projetos atendessem a um maior número de usuários. Esse grupo definiu os sete
princípios do Desenho Universal, que são:
uso equitativo;
uso flexível;
uso simples e intuitivo;
informação de fácil percepção;
tolerância ao erro (segurança);
esforço físico mínimo;
dimensionamento de espaços para acesso;
uso abrangente.
Carletto e Cambiaghi (2016, p. 12-16) explicam cada um dos sete princípios da seguinte forma:
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O princípio do uso equitativo (igualitário ou equiparável) diz respeito aos espaços, objetos e produtos
que podem ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades, tornando os ambientes iguais para
todos.
O princípio do uso flexível (adaptável) está relacionado ao design de produtos ou espaços que atendem
pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis para qualquer uso.
O princípio do uso simples e intuitivo (óbvio) refere-se a projetos de fácil entendimento para que uma
pessoa possa compreender, independentemente de sua experiência, conhecimento, habilidades de
linguagem, ou nível de concentração.
O princípio da informação de fácil percepção (conhecido) faz referência àquelas informações
necessárias que são transmitidas de forma a atender as necessidades do receptador, seja ela uma
pessoa estrangeira, com dificuldade de visão ou audição.
O princípio da tolerância ao erro (segurança) é previsto para minimizar os riscos e possíveis
consequências de ações acidentais ou não intencionais.
O princípio do esforço físico mínimo relaciona-se ao produto para ser usado eficientemente, com
conforto e com o mínimo de fadiga.
O princípio do dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente estabelece dimensões e
espaços apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso, independentemente do tamanho
do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com
carrinhos de bebê, bengalas etc.).
Para que o Desenho Universal possa ser cumprido de forma adequada na sociedade, criaram-se
uma série de leis e de normas de forma a garantir as especificações necessárias e que as mesmas sejam
cumpridas. No Brasil, a publicação do Decreto Federal n. 5.296/2004, complementado pelo Decreto n.
10.014/2019, deu ao Desenho Universal força de lei, estabelecendo normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Assim, o desenho universal passa a ser, a partir de 2004, uma determinação que deve ser cumprida, para
a garantia do direito de todos os cidadãos brasileiros.
Operacionalizando a lei, uma série de normas técnicas foram criadas ao longo do tempo de forma a
gerar os parâmetros necessários ao atendimento dos princípios do desenho universal no momento em
que profissionais estejam criando seus projetos. Um exemplo é a NBR 9050, norma relativa à
acessibilidade a edificações mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. No Brasil, tais normas ficam
sob a responsabilidade da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
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Quando você estiver realizando um projeto, deverá se preocupar com a questão do desenho
universal, não apenas para cumprir com a lei, mas também porque, além de garantir a acessibilidade a
todos, traz a vantagem de reduzir custos e preço por não exigir adaptações. As soluções de engenharia
sempre devem seguir esse caminho, resolver os problemas, serem eficientes, produtivas, conformes e de
custo adequado.
FINALIZANDO
Você pôde conhecer nessa aula um pouco sobre o futuro próximo do engenheiro de produção ao
entender que essa profissão exige conhecimentos multidisciplinares, dentre eles o conhecimento do uso
de novas tecnologias produtivas, mas também de como trabalhar com pessoas e liderá-las. Tudo isso no
cenário da Indústria 4.0 e da Sociedade 5.0, bem como da preocupação de inclusão e acessibilidade por
meio do conceito de Desenho Universal.
REFERÊNCIAS
CARLETTO, A. C.; CAMBIAGHI, S. Desenho Universal: um conceito para todos. 2016. Disponível em:
<https://www.maragabrilli.com.br/wp-content/uploads/2016/01/universal_web-1.pdf>. Acesso em: 9
dez. 2019.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Desenho Universal: habitação de interesse social. 2010.
Disponível em <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenho-universal.pdf>.
Acesso em: 9 dez. 2019.
MEC. Ministério da Educação. Qual a diferença entre pós-graduação lato sensu e stricto sensu?
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13072:qual-a-diferenca-entre-
pos-graduacao-lato-sensu-e-stricto-sensu>. Acesso em: 9 dez. 2019.
MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Dicionário Interativo da Educação Brasileira: Educabrasil.
São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <https://www.educabrasil.com.br/sistema-educacional-
brasileiro/>. Acesso em: 11 dez. 2019.
05/10/2021 16:08 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17
 Big Data é o estudo e análise de grandes conjuntos dados que não podem, pelo seu tamanho,
ser analisados pelos sistemas tradicionais.
 São tecnologias utilizadas em equipamentos eletrônicos. Na realidade virtual, você se sente
imerso em cenários informatizados. Na realidade aumentada, a tecnologia projeta imagens no mundo
real.
 Serviços de computação e acesso on-line a esses serviços sem a necessidade de instalar
programas.
 Interconexão de objetos com a internet por meio digital.
 Tecnologia de segurança de dados.
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