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Doença Inflamatória Pélvica Introdução A Doença Inflamatória Pélvica é a infecção aguda do trato genital superior feminino decorrente da ascensão canalicular de microrganismos cervicovaginais endógenos e pela transmissão sexual Agentes etiológicos: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae As sequelas mais importantes são dor pélvica crônica, infertilidade e gravidez ectópica Epidemiologia Perfil social Incidência crescente Internações de urgência DIP É uma síndrome clínica gerada pelo acometimento de órgãos genitais superiores, por processo inflamatório/infeccioso a partir da ascensão de germes do TGI Ciclo gravídico-puerperal? Manipulação do trato genital? ➔ podem levar a uma inflamação pélvica Doença inflamatória pélvica: é a síndrome clinica Inflamação pélvica: causada por outros mecanismos Mecanismo de defesa do TGI Comunicação da cavidade abdominal com o meio externo o Muco cervical o Barreira anatômica o Fatores imunológicos o Ecossistema vaginal Fatores de risco Idade Estado socioeconômico Promiscuidade Coito per-menstrual DST prévia ou atual Infecções do TGI Tabagismo DIU Contraceptivos hormonais Mulheres que usam DIU e AC tendem a não usar preservativo – DIU e AC Fisiopatologia Ascensão dos microrganismos Facilitado no período perimenstrual ou pós-menstrual imediato Endometrite Inflamação tubária Aderências Abcessos tubo-ovarianas e em fundo de saco Agentes etiológicos Quadro clínico Cerca de 65% dos casos podem ser oligossintomáticos e assintomáticos e apresentam, mais tarde, infertilidade por fator tubário Sintomas: Corrimento vaginal + febre / dor abdominal pélvica Pode haver sangramento uterino anormal em 1/3 dos casos O aparecimento recente de dor abdominal ou pélvica, ou ambas, que se intensifica durante o coito ou durante movimentação vigorosa, pode ser o único sintoma Endocervicite Endometrite Apenas uma minoria desenvolve peritonite ou abscesso pelvico, que geralmente se manifestam por dor mais intensa, maior sensibilidade ao exame e caracteristicas sistêmica, como febre. Mais raramente, ocorre extensao até a cápsula hepática, causando perihepatite (síndrome de Fitz- Hugh Curtis) Evolução clínica da DIP Investigação laboratorial Os exames laboratoriais são solicitados somente no quadro subagudo, pois o diagnóstico é clínico Teste de gravidez Hemograma completo VHS/PCR Urina tipo l Cultura de materiais da cérvice uterina Sorologias para sífilis, hepatites, HIV USG abdominal e pélvico RNM Biópsia de endométrio Videolaparoscopia (padrão ouro) Diagnóstico O diagnóstico clínico de suspeição da DIP é realizado a partir da presença de 3 critérios maiores associados a um critério menor ou um critério elaborado Critérios maiores Dor no hipogástrico Dor à palpação dos anexos Dor à mobilização do colo uterino Critérios menores Temperatura axilar >37,5°C ou temperatura retal > 38,3°C Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal Massa pélvica Mais de 10 leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice Leucocitose em sangue periférico Proteína C reativa ou VHS elevado Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasma Critérios elaborados Evidência histopatológica de endometrite Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem Laparoscopia com evidência de doença inflamatória pélvica Diagnóstico diferencial Ginecológica: dismenorreia, endometriose, cisto ovariano, torção ovariana, miomatose Obstétricas: gravidez ectópica, aborto séptico Renais: cistite, pielonefrite, nefrolitíase GI: apendicite, colecistite, diverticulite, constipação intestinal, doença inflamatória intestinal Musculoesquelética: psoíte, discopatias Tratamento O tratamento deve ser iniciado imediatamente, visando evitar complicações tardias como infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica Além de antibióticos, podem ser utilizados analgésicos e anti- inflamatórios para diminuir a sintomatologia O tratamento ambulatorial se aplica às mulheres que apresentam quadro clínico leve sem sinais de pelviperitonite A antibioticoterapia deve ser de amplo espectro, ter eficácia contra N. gonorrhoeae, C. trachomatis e os anaeróbios, em especial o Bacteroides fragilis, ainda que não tenham sido confirmados nos exames laboratoriais, e contemplar a vaginose bacteriana, bactérias Gram negativas, bactérias facultativas e estreptococos Tratamento ambulatorial: Ceftriaxona 500mg, IM, dose única + Dociciclina 100mg, 1 cp, VO, 2x/dia por 14 dias + Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias Tratamento hospitalar: Cefoxitina 2g,IV, 4x/dia, por 14 dias + Dociciclina 100mg, 1cp, VO, 2x/dia por 14 dias Tratamento dos parceiros: azitromicina + ciprofloxacino ou ofloxacino Gravidez: devem ser hospitalizadas e tratadas com antibióticos parenterais Dispositivos intrauterinos: acompanhamento clínico Paciente com DIP não necessariamente precisa tirar o DIU Complicações Sequelas precoces Abscesso tubo-ovarianos Fase aguda da síndrome de Fitz-Hugh- Curtis Morte Sequelas tardias Infertilidade Prenhez ectópica Dor pélvica crônica Dispareunia Recorrência da DIP Fase crônica da síndrome de Fitz-Hugh- Curtis Medidas de controle para evitar complicações Educação sexual Rastreamento de casos assintomáticos Diagnóstico e tratamento eficaz dos casos
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