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Módulo 09 Medicações e Orientações Pós-Operatórias 3 SUMÁRIO ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA .................................................................................04 PARACETAMOL ............................................................................................................04 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO .........................................................................................05 DIPIRONA ......................................................................................................................05 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) ............................................06 OPIOIDES ......................................................................................................................08 RESUMO DE ESQUEMA ANALGÉSICO ....................................................................10 COMO CALCULAR A DOSE PARA PACIENTES PEDIÁTRICOS? ...........................11 ANTIBIOTICOTERAPIA .................................................................................................12 PROFILAXIA ANTIBIÓTICA .........................................................................................15 ANTIBIOTICOTERAPIA PARA INFECÇÃO PÓS-OPERATÓRIA PRESENTE .........18 RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS ................................................................21 4 ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA Muito além do cuidado pré e transoperatório, também devemos estar atentos ao período pós-operatório, para que o paciente não tenha sintomatologia dolorosa intensa associada ao procedimento e para que o mesmo não desenvolva um processo infeccioso neste período. A sintomatologia dolorosa no período pós-operatório poderá ser leve, moderada ou intensa, dependendo da abordagem cirúrgica. Para manejar essa situação, dispomos de uma gama de opções analgésicas: PARACETAMOL • Analgésico e antitérmico de boa eficácia. • Não possui reações adversas em doses terapêuticas, mas em altas doses pode gerar hepatotoxicidade. Por isso, deve-se evitar o uso concomitante do paracetamol com álcool ou outras substâncias com potencial hepatotóxico (ex: estolato de eritromicina). • Ausência de efeito sobre agregação plaquetária e reações gastrointestinais ou renais, como os AINES. • Contraindicado para pacientes com história de alergia ao medicamento. No caso de alergia a sulfitos, a solução de paracetamol (gotas) está contraindicada, visto que contém metabissulfito de sódio em sua composição. • Dose máxima diária: 4 gramas. 5 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO • Analgésico e antitérmico de boa eficácia. • Além disso, atua também como anti-inflamatório e como antiagregante plaquetário. • Como reações adversas, temos hipersensibilidade, diminuição da função renal e agravamento de asma brônquica e rinite alérgica. • Seu uso é contraindicado para crianças que possam estar com catapora ou gripe, pois poderá gerar a Síndrome de Reye (e esta pode ser fatal). • Dose máxima diária: 4 gramas. DIPIRONA • É um analgésico de boa eficácia. • Deve ser utilizado com cautela, pois apresenta muitas reações adversas: leucopenia, agranulocitose, pancitopenia, anafilaxia, reações dermatológicas e entre outras. • O uso da dipirona deve ser evitado: no primeiro ou terceiro trimestre de gravidez, no período de lactação e em pacientes com história de anemia ou leucopenia. 100 mg/dia → efeito antiagregante plaquetário 365-500 mg/dose → efeitos antiagregante plaquetário, analgésico e antitérmico 4g/dia → efeitos antiagregante plaquetário, analgésico, antitérmico e anti- inflamatório 6 • Por fim, é contraindicada para pacientes com hipersensibilidade aos derivados da pirazolona (pelo risco de alergia cruzada), crianças menores de 3 meses de idade/com peso inferior a 5kg ou para portadores de doenças metabólicas como a porfiria hepática ou a deficiência congênita da glicose-6-fosfato- desidrogenase. • Dose máxima diária: 4 gramas. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) • Os AINEs são medicamentos que fazem o controle da dor aguda de intensidade moderada a severa; entretanto, estão indicados apenas para as situações onde o efeito anti-inflamatório (p. ex. controle de extenso edema) seja mais necessário do que o benefício da regeneração tecidual gerado pela reação inflamatória. • Os efeitos adversos mais comuns do AINEs são os distúrbios gastrointestinais, como gastrite, eritema e erosões gástricas, ulceração gástrica e duodenal, dispepsia, dor epigástrica, náuseas e vômitos, anorexia, flatulência, diarreia e perda de sangue pelo tubo digestivo. • Além destes distúrbios, os AINEs também podem gerar retenção de sódio e água, reações de hipersensibilidade, agravamento de asma brônquica e rinite alérgica, risco de sangramento, nefrotoxicidade e problemas renais (em uso prolongado). • Os exemplos de AINES são: Ibuprofeno, Cetorolaco, Diclofenaco potássico, Nimesulida, Cetoprofeno, Piroxicam, Tenoxicam, Meloxicam, Celecoxibe e Etoricoxibe. Todos estes apresentam eficácia anti-inflamatória similar. 7 AINEs mais utilizados em odontologia IBUPROFENO: possui menos reações adversas gastrointestinais que os demais AINEs. É também o único AINE aprovado para uso em crianças, de acordo com as recomendações do FDA (Food and Drug Administration). Dose máxima diária: 3,2 gramas DICLOFENACO: é o segundo fármaco mais seguro. Possui ótima indicação no tratamento de dores relacionadas à ATM. Dose máxima diária: 150 miligramas CETOROLACO DE TROMETAMOL (Toragesic®): possui muitos efeitos adversos gastrointestinais (sangramento do trato gastrointestinal) e renais (perda de função). Por isso, se indicado, deve ser administrado em doses baixas (7,5-10mg a cada 6 horas) e seu período de uso não deve ultrapassar de 5 dias. Dose máxima diária: 40 miligramas NIMESULIDA: apresenta hepatotoxicidade e, por isso, não é comercializada em diversos países. Requer cuidado ao utilizar esta medicação. Dose máxima diária: 400 miligramas 8 OPIOIDES • Os medicamentos opioides são indicados para o tratamento de dores moderadas a intensas, que não respondem ao tratamento com outros analgésicos. OPIOIDES FORTES: morfina, oxicodona, metadona e fentanil OPIOIDES FRACOS: codeína, tramadol e propoxifeno • Os efeitos dos opioides são: analgesia, sonolência, supressão da tosse, redução dos movimentos peristálticos e da secreção ácida gástrica. • Como efeitos adversos temos a constipação, náuseas e vômitos, depressão respiratória, confusão mental (principalmente em idosos) e interações medicamentosas com inibidores do SNC. • Caso haja depressão respiratória com uso de analgésico opióides, podemos lançar mão da naxolona, medicamento que permite reverter o quadro de toxicidade. Opioides mais utilizados em odontologia CODEÍNA: se utilizado de forma isolada, possui o mesmo efeito analgésico do que o paracetamol. A sua associação com paracetamol potencializa o seu efeito, permitindo a analgesia de dores moderadas a intensas. Dose máxima diária: 240 miligramas isabelamiquilini Realce isabelamiquilini Sublinhado 9 TRAMADOL: possui potência analgésica 5 a 10 vezes menor do que a morfina e produz mais efeitos adversos do que a codeína em associação com o paracetamol. Dose máxima diária: 400 miligramas METADONA: é um opioide forte e com baixo custo. Utilizada quando a associação de analgésico não opioide + analgésico opioide fraco (ex: paracetamol e codeína) não traz a analgesia necessária. Dose máxima diária: 40 miligramas MORFINA: mais utilizada no pós-operatório de cirurgias de grande porte ou em pacientes com câncer. 10 RESUMO DE ESQUEMA ANALGÉSICO Dor leve: exodontias simples e cirurgias menos invasivas (ex: frenectomia). Dor moderada: exodontias complexas e remoção cirúrgica de terceiros molares. Dor intensa: cirurgias bucomaxilofaciais extensas (ex: trauma e ortognáticas). DOR LEVE Paracetamol 500-750mg de 6/6horas Dipirona 500mg de 6/6horas Ibuprofeno 400 a 600mg de 8/8horas AAS 500mg de 6/6horas DOR Paracetamol1g de 6/6horas MODERADA Ibuprofeno 600 a 800mg de 6/6horas Paracetamol 500mg + Codeína 30mg de 6/6horas Tramadol 37,5mg + Paracetamol 325mg de 6/6horas Cetorolaco de trometamol 10mg de 8/8horas (uso sublingual) Propoxifeno 50mg + AAS 325mg de 4/4horas DOR INTENSA Paracetamol 1000mg + Codeína 60mg de 6/6horas Cetorolaco (intramuscular) Morfina (endovenosa) 11 COMO CALCULAR A DOSE PARA PACIENTES PEDIÁTRICOS? PARACETAMOL Solução oral (gotas) com 200mg/ml 10-15 mg/kg de 4/4h ou de 6/6 h = 1 gota/kg/peso (cada gota possui 15mg de fármaco) Máximo: 60mg/kg/dia DIPIRONA (crianças com mais de 3 meses de idade e acima de 5 kg) Solução oral (gotas) com 500mg/ml 10-25 mg/kg/dose de 6/6 horas = 1 gota/kg/peso (cada gota possui 25mg de fármaco) Máximo: 40 gotas/dose ou 4 gramas/dia IBUPROFENO Solução oral (gotas) com 50 mg/ml ou 100mg/ml 50mg/ml → 5 a 10 mg/kg, de 8/8 horas = 2 gotas/kg/peso 100mg/ml → 5 a 10 mg/kg, de 8/8 horas = 1 gota/kg/peso Máximo: 800mg/dia OPIOIDES Não são recomendados para uso em crianças. Se houver extrema necessidade, utilizaremos codeína (solução oral/gotas com 2mg/ml): 0,5-1mg/kg de 6/6 horas. 12 ANTIBIOTICOTERAPIA A antibioticoterapia na odontologia é indicada em 4 situações: • Profilaxia em pacientes com risco de desenvolver endocardite bacteriana; • Profilaxia em pacientes imunocomprometidos; • Cirurgias extensas; • Tratamento de infecção aguda. Na ausência de sinais de infecção, em pacientes imunocompetentes e que não apresentam risco de complicações infecciosas, a profilaxia antibiótica não é recomendada na maioria dos casos. Entretanto, pelo fato de acharem que estão intervindo em uma área “contaminada”, muitos profissionais ainda prescrevem os antibióticos de forma indiscriminada, na expectativa ou tentativa de “prevenir” a contaminação da ferida cirúrgica e suas sequelas pós-operatórias. Na medida em que todos os cuidados com a manutenção da cadeia asséptica são mantidos como um protocolo, entendemos que a prescrição de antibióticos não traz benefício ao paciente. A prevenção de processos infecciosos inclui medidas não medicamentosas que são bastante eficazes no controle dos microorganismos: 9 Uso de barreiras de proteção (desinfecção do ambiente, assepsia, uso de EPIs e esterilização do instrumental). 9 Antissepsia do paciente (com clorexidina aquosa). 9 Manutenção da cadeia asséptica no transoperatório. 9 Bochecho pós-operatório com clorexidina aquosa 0,12% (1 minuto a cada 12 horas por 7 dias). 13 9 Instrução de higiene oral (iniciar após 24 horas do procedimento cirúrgico). 9 Orientações pós-operatórias (repouso, evitar exposição ao sol, não fumar, não ingerir substâncias alcoólicas, não praticar exercícios físicos). Entretanto, nas 4 situações mencionadas no início, a antibioticoterapia tem um propósito claro e o protocolo padrão para cada abordagem será descrito logo abaixo. Na presença de infecção pós-operatória, a prescrição de anti-inflamatórios está CONTRA-INDICADA, pois estes medicamentos não irão proporcionar a regeneração tecidual gerada pela reação inflamatória e, com isso, a infecção poderá se disseminar mais facilmente, atingindo espaços fascias e podendo evoluir para Angina de Ludwig. ATENÇÃO: Antes de iniciarmos a prescrição de antibioticoterapia, devemos estar atentos e perguntar ao nosso paciente se o mesmo já apresentou alguma reação alérgica a algum antibiótico, principalmente à penicilina. isabelamiquilini Realce isabelamiquilini Realce 14 ALERGIA À PENICILINA TARDIA: urticária na pele ocorre após algumas horas do uso de penicilina. Medicamentos que poderão substituir: clindamicina, eritromicina (indicada para tratamento de infecções), azitromicina (indicada para profilaxia antibiótica), metronidazol (para bactérias anaeróbias = infecções periodontais) ou cefalosporina (ex: cefalexina, cefazolina e cefalotina). IMEDIATA: edema em lábio, orofaringe e glote, gerando obstrução respiratória, que pode levar à parada respiratória e morte. Ocorre em até 1 hora após o uso de penicilina. Medicamentos que poderão substituir: clindamicina, eritromicina (indicada para tratamento de infecções) e azitromicina (indicada para profilaxia antibiótica). NÃO UTILIZAR CEFALOSPORINA (ex: cefalexina, cefazolina e cefalotina). Após uma anamnese cuidadosa, podemos optar pelo nosso medicamento com base nos esquemas descritos a seguir. 15 PROFILAXIA ANTIBIÓTICA A profilaxia é a administração de antimicrobianos em situações de ausência de infecção, nas quais há risco de que essa se instale, por condições do paciente ou do procedimento. PACIENTE: imunossupressão (ex: tratamento oncológico, pacientes que fazem hemodiálise, pacientes HIV+ que não estão com carga viral indetectável, pacientes que já realizaram radioterapia, uso crônico de corticoides e pacientes transplantados), risco de endocardite bacteriana, comorbidades sistêmicas (diabetes descompensada¹, lúpus, artrite reumatoide) e extremos de idade (paciente idoso) PROCEDIMENTO²: quebra da cadeia asséptica no pré ou transoperatório, cirurgia extensa (mais de 2 horas), instalação de corpos estranhos (ex: implantes dentários e enxertos ósseos), realização de exodontia múltiplas e grande sangramento transoperatório. ¹ Pacientes diabéticos que estão com a doença descompensada deverão passar por cirurgias apenas em casos de urgência ² Nos casos onde foram observadas essas condições no transoperatório, não será possível realizar profilaxia antibiótica pré-operatória e, por isso, devemos realizar o protocolo descrito na seção “Antibioticoterapia para infecção pós- operatória presente” 16 Pacientes com maior risco de desenvolver a endocardite bacteriana com base nas atuais diretrizes da American Heart Association (AHA) e que possuem indicação de profilaxia antibiótica: 1. Portador de prótese cardíaca valvar ou válvula cardíaca reparada com material protético. 2. Portador de doença cardíaca congênita (DCC): cardiopatia congênita cianogênica não corrigida, cardiopatia congênita corrigida com material protético ou cardiopatia congênita cianogênica corrigida que evoluiu com defeito residual, impedindo a nova epitelização. 3. Paciente com história prévia de endocardite infecciosa. 4. Paciente com valvulopatia adquirida em transplante cardíaco. COMO REALIZAR A PROFILAXIA ANTIBIÓTICA? Quadro 1 - Profilaxia geral padrão. MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO VIA ADULTOS Amoxicilina 500mg Tomar 2g (4 comprimidos) 1 hora antes do procedimento Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 125mg/5ml Tomar 2ml/kg 1 hora antes do procedimento Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 250mg/5ml Tomar 1ml/kg 1 hora antes do procedimento Via oral 17 CRIANÇAS Amoxicilina 500mg/5ml Tomar 0,5ml/kg 1 hora antes do procedimento Via oral Fonte: Elaborado pelos autores e adaptado de Wannmacher e Ferreira (2007). Quadro 2 – Profilaxia para alérgicos à penicilina. MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO VIA ADULTOS Clindamicina 300mg Tomar 600mg (2 comprimidos) 1 hora antes do procedimento Via oral ADULTOS Azitromicina 500mg Tomar 500mg (1 comprimido) 1 hora antes do procedimento Via oral ADULTOS Cefalexina 500mg ** Tomar 2g (4 comprimidos) 1 hora antes do procedimento Via oral CRIANÇAS Clindamicina 150mg/ml Tomar 20mg/ kg 1 hora antes do procedimento Via oral CRIANÇAS Azitromicina 200mg/5ml ou 600mg/15ml Tomar 15mg/ kg 1 hora antes do procedimento Via oral CRIANÇAS Cefalexina 250mg/5ml ou 50mg/ml ** Tomar 50mg/ kg 1 hora antes do procedimento Via oral ** Utilizar cefalexina apenas nos pacientes que relatam alergia tardia à penicilina. Fonte: Elaborado pelos autores e adaptado de Wannmacher e Ferreira (2007). 18 ANTIBIOTICOTERAPIA PARA INFECÇÃO PÓS-OPERATÓRIA PRESENTE A infecção pós-operatória é a complicação mais frequente nas cirurgias odontológicas. O paciente pode apresentar dor localizada que se potencializa entre o 3º e 4º dia pós-operatórios, irradiando na região.Quando observamos grande comprometimento local (edema, trismo ou hematoma exacerbados), drenagem de secreção purulenta pelo alvéolo dentário e comprometimento sistêmico (febre, linfoadenopatia e fraqueza), a terapia com antibiótico está indicada e deverá seguir os protocolos descritos abaixo. Quadro 3 - Protocolo padrão para antibioticoterapia. MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO VIA ADULTOS Amoxicilina 500mg Tomar 1 comprimido 8 em 8 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 125mg/5ml Tomar 0,26- 0,53ml/kg ou 6,6-13,3mg/kg 8 em 8 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 250mg/5ml Tomar 0,13- 0,26ml/kg ou 6,6-13,3mg/kg 8 em 8 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 500mg/5ml Tomar 0,06- 0,13ml/kg ou 6,6-13,3mg/kg 8 em 8 horas por 7 dias Via oral Fonte: Elaborado pelos autores e adaptado de Wannmacher e Ferreira (2007). isabelamiquilini Realce 19 Quadro 4 - Protocolo de antibioticoterapia para infecções que não regridem com amoxicilina/pacientes resistentes. MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO VIA ADULTOS Amoxicilina 500mg + Ácido clavulânico 125mg Tomar 1 comprimido 8 em 8 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 250mg + Ácido clavulânico 62,5mg/5mL Tomar 0,13- 0,33ml/kg ou 6,6-16,6mg/ kg 8 em 8 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Amoxicilina 125mg + Ácido clavulânico 31,25mg/5mL Tomar 0,26- 0,66ml/kg ou 6,6-16,6mg/ kg 8 em 8 horas por 7 dias Via oral Fonte: Elaborado pelos autores e adaptado de Wannmacher e Ferreira (2007). Quadro 5 - Protocolo de antibioticoterapia para alérgicos à penicilina. MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO VIA ADULTOS Clindamicina 300mg Tomar 1 comprimido 6 em 6 horas por 7 dias Via oral ADULTOS Estearato de eritromicina 500mg Tomar 1 comprimido 6 em 6 horas por 7 dias Via oral 20 ADULTOS Cefalexina 500mg ** Tomar 1 comprimido 6 em 6 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Clindamicina 150mg/ml Tomar 0,05- 0,1ml/kg ou 7,5- 15mg/kg 6 em 6 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Estolato de eritromicina 250mg/5ml Tomar 0,15- 0,25ml/kg ou 7,5-12,5mg/kg 6 em 6 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Estolato de eritromicina 125mg/5ml Tomar 0,3- 0,5ml/kg ou 7,5- 12,5mg/kg 6 em 6 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Cefalexina 250mg/ml** Tomar 0,025- 0,03ml/kg ou 6,25-8,33mg/kg 6 em 6 horas por 7 dias Via oral CRIANÇAS Cefalexina 50mg/ ml ** Tomar 0,125- 0,16ml/kg ou 6,25-8,33mg/kg 6 em 6 horas por 7 dias Via oral ** Utilizar cefalexina apenas nos pacientes que relatam alergia tardia à penicilina ERITROMICINA Estolato de eritromicina deve ser utilizada em crianças. Estearato de eritromicina deve ser utilizada em adultos. Fonte: Elaborado pelos autores e adaptado de Wannmacher e Ferreira (2007). 21 RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Nesta seção, vamos sugerir um modelo de recomendações pós-operatórias, seguindo as recomendações descritas durante todo o curso. Fique à vontade para imprimi-lo e entregá-lo aos seus pacientes! Lembre-se: uma orientação clara por parte do profissional a fim de proporcionar o entendimento do paciente sobre as etapas do período pós-operatório é crucial para uma cicatrização adequada, não exacerbação da sintomatologia dolorosa e o não desenvolvimento de um processo infeccioso. No modelo abaixo, você poderá ver algumas lacunas para preenchimento. Nossa sugestão: • O bochecho mais indicado para pós-operatório de procedimentos bucais é a clorexidina aquosa 0,12% por 1 minuto de 12 em 12 horas durante 7 dias. • A duração do período sem realizar atividade física pode variar. No caso de exodontia simples, podemos recomendar 7 dias. Já para procedimentos cirúrgicos mais complexos (como remoção de terceiro molar retido), podemos indicar até 21 dias, dependendo do trauma e dificuldade cirúrgica. • Assim como o item anterior, o período sem exposição ao calor e sol excessivo também pode variar. Para casos de exodontia simples, 7 dias. Este período poderá variar por até 45 dias pós-operatórios, de acordo com o procedimento e dificuldade cirúrgica. * A exposição ao calor/sol e a realização de exercícios físicos em período anterior ao processo de cicatrização inicial poderá desencadear um quadro infeccioso. 22 RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 1º DIA APÓS O PROCEDIMENTO (PRIMEIRAS 24 HORAS): Aplique bolsa de gelo na face, sobre o lado operado, por 30 minutos a cada 1 ou 2 horas. Alimentação: líquida/pastosa, fria/gelada (ex.: suco, gelatina, sorvete, batida de fruta).Mas não faça uso de canudos. Mantenha-se em repouso absoluto. Sempre que for se deitar, apoie a cabeça em dois travesseiros. Neste dia, não exerça atividades que exijam raciocínio e concentração (estudantil/profissional, mexer no celular com a cabeça baixa) ou atividades motoras (dirigir veículo, por exemplo). Não faça bochechos e não realize higiene bucal. Siga corretamente a medicação prescrita. 2º DIA APÓS O PROCEDIMENTO (48 HORAS APÓS): Não realize mais aplicação de gelo. Inicie a higiene bucal com escova e creme dental, evitando a região da cirurgia. Inicie bochecho com _________________________ , de ____ em _____ horas. Siga corretamente a medicação prescrita. Siga a alimentação líquida ou pastosa. A partir deste momento ela pode ser levemente aquecida. A PARTIR DO 3º DIA APÓS O PROCEDIMENTO: Escove normalmente os dentes. Higienize bem o local operado. Passe a ingerir alimentos progressivamente aquecidos e com maior consistência, conforme tolerância. OUTRAS RECOMENDAÇÕES (estas precisam ser seguidas todos os dias até, pelo menos, a remoção dos pontos) Não faça uso de bebidas alcoólicas. Não fume. Evite cuspir e não realize movimentos de sucção (como a utilização de canudos). Não se exponha ao sol ou a calor excessivo por _____ dias pós-operatórios. Não pratique esportes ou exercícios físicos por _____ dias pós-operatórios. Em caso de dor intensa, sangramento excessivo, febre (acima de 38ºC), calafrios ou vômito, procure um serviço de emergência. 23 REFERÊNCIAS ADA Science Institute. Antibiotic prophylaxis prior to dental procedures. Oral Health Topics, 2017. Available from: http://www.ada.org/en/member-center/ oral-health-topics/antibiotic-prophylaxis DIETERICH, S. M. Macrolídeos. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 28, p. 288-294. FERREIRA, M.B.C. et al. Analgésicos Opióides. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 21, p. 214-230. FLYNN, T. R. Princípios dos Tratamentos das Infecções Maxilofaciais. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER, M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Cap 15, p. 287-307. HUPP, J. R. Controle Pós-operatório do Paciente. In: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER, M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Cap. 10. NISHIMURA, R. A. et al. 2017 AHA/ACC Focused Update of the 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on 24 Clinical Practice Guidelines. Circulation AHA, v. 135, n. 25, p. 1159-1195, jun. 2017. PURICELLI, E. Princípios gerais aplicados ao tratamento cirúrgico-odontológico. In: ___. (org.). Técnica anestésica, exodontia e cirurgia dentoalveolar. Porto Alegre: Artes médicas, 2014. Cap 1, p. 13-22. SUSIN, C.; FERREIRA, M.B.C. Anaerobicidas. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 30, p. 298-310. WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. Princípios gerais do correto tratamento da dor. In: ___ (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 17, p. 147-153. WANNMACHER, L. AnalgésicosNão-opióides. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 20, p. 205-213. WANNMACHER, L. Anti-inflamatórios Não-esteróides. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 24, p. 254-260. 25 WANNMACHER, L. Princípios gerais do correto tratamento da infecção. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 26, p. 271-279. WANNMACHER, L. Antibióticos betalactâmicos. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 27, p. 280-287. WANNMACHER, L. Profilaxia antimicrobiana em odontologia. In: WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. (org.). Farmacologia clínica para dentistas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap 34, p. 351-359. 26 EQUIPE RESPONSÁVEL Coordenação Geral Roberto Nunes Umpierre Marcelo Rodrigues Gonçalves Gerência do projeto Ana Célia da Silva Siqueira Coordenação Executiva Rodolfo Souza da Silva Responsável Teleducação Ana Paula Borngräber Corrêa Gestão educacional Ylana Elias Rodrigues Coordenação do curso Adriana Corsetti Taíse Simonetti Conteudistas Adriana Corsetti Taíse Simonetti Elaboração de questionários e testes Adriana Corsetti Angelo Luiz Freddo Taíse Simonetti Gravação das etapas cirúrgicas Adriana Corsetti Carlos Eduardo Baraldi Bruna Pires Porto Camila Longoni Luiza Bastos Nozari Taíse Simonetti Revisores Angelo Luiz Freddo Carlos Eduardo Baraldi Deise Ponzoni Vinicius Coelho Carrard Revisão ortográfica Ana Paula Borngräber Corrêa Angélica Dias Pinheiro Normalização Geise Ribeiro da Silva Projeto gráfico Lorenzo Costa Kupstaitis Diagramação e Ilustração Davi Perin Adorna Lorena Bendati Bello Michelle Iashmine Mauhs Pedro Vinícius Santos Lima 27 Filmagem/ Edição/Animação Héctor Gonçalves Lacerda Luís Gustavo Ruwer da Silva Camila Alscher Kupac Divulgação Angélica Dias Pinheiro Camila Hofstetter Camini Carolina Zanette Dill Laíse Andressa de Abreu Jergensen Dúvidas e informações sobre o curso Site: www.telessauders.ufrgs.br E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br Telefone: 51 3308-2098 ou 51 3308-2093 Esta obra está protegida por uma licença Creative Commons: Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
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