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~ 
Editora Canção Nova 
ISBN 978-85-7677- 179- 1 
111111111111111111111111111111 
9 788576 771791 
Estudos sobre a 
Reprodução Humana 
· Atividade Ovariana, Fertilidade e o 
Método de Ovulação Billings 
Professor Emérito James B. Brown 
M.Sc., Ph.D., D.Se., F.R.A.C.O.G. 
~ 
Editora Canção Nova 
ANTES DE INICIAR O USO DE QUALQUER MÉTODO 
NATURAL PROCURE UM INSTRUTOR CREDENCIADO 
PARA TIRAR TODAS AS SUAS DÚVIDAS SOBRE OS 
MESMOS, POIS SUA EFICÁCIA DEPENDE DA CORRETA 
APLICAÇÃO DE TODAS AS REGRAS.
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
Atividade Qvariana, Fertilidade e o 
Método de Ovulação Billings 
Professor Emérito James B. Brown 
M.Sc., Ph.D., D.Se., F.R.A.C.O.G. 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
Atividade Ovariana, Fertilidade e o 
Método de Ovulação Billings 
Tradução 
Heloisa Pereira e Patrícia Juruena 
Editora Canção Nova 
Título do Original em Inglês: Studies on h111111111 rr·p1v1i/111'1/11111111111rlrm activity and 
fertility and the Billings Ovulrttirm Method 
EDITOR/\ : ri s 1i 111111 Ncµr 'o 
Ass 1sT ENTI\ 1•.111·1·0 1 111 1.: J• )c' l11 w ( :r1 11, 
C 11P11 1! IJ I AC lt A M AÇ o : 'J'ingo M11 · 1:1 ,~ l1il í1 
PREPMtilÇÁO: Lilian Miyoko l urn ni 
R.Ev1sÃo: Patrícia de Fátima Sanros 
© Cenrro de Referência e Pesquisa do Método de Ovulação - Austrália, Melbourne 
Texro aprovado por: WOOMB -World Organization of the Ovulation Method (Billings) 
ISBN: O 908482 12 4 
,·~ 
CENPLAFAM 
Text approved by World Organisation of the Ovulatlon Method Billings 
©Ovulation Method Research and Reference Centre of Australia 1990 
Original design by Bernadette de Bruyn 
EDITORA CANÇÃO NOVA 
Rua São Bento, 43 - Centro 
01011-000 São Paulo SP 
Telefax [55] (l l ) 3 106-9080 
e-mail: ed itora @can uonovu , 'Olll 
vendas@cancaonovu . ·0 111 
Home pagc: hll p:// ·dllon1. ·11111•111 111o v11.l'Olll 
Todos 0.1· dirl' llos t 'l "\'l ' t'\lfti/11,1'. 
1. ' BN : 978 K~ 7<17 / 1111 1 
ílDITOR/\ ( '/\N 'AO NOVA, S o 1'11ulo, SP, Brasil, 2009 
S UMÁRIO 
PREFÁCI0 ..... ..... .. .. ........................ .......... .... ................... 7 
ATIVIDADE OVARIANA E FERTILIDADE .................... 15 
1. Sangramento Vaginal .......................... ..... .............. .... 16 
2. Muco Cervical e Fluxos Vaginais Relacionados .......... 18 
3. A Onda de LH ......... .. ....... ... ... .. ............................... .. 23 
4. Temperatura Corporal Basal (TCB) .............. .. ........... 24 
5. Medições da Produção de Estrógenos e Progesterona .25 
6. Exploração por Ultrassom .... ........................... ..... ...... 26 
FISIOLOGIA DA OVULAÇÃ0 ............ : ........................... 27 
As VARIAÇÕES DO CICLO:O CONTINUUM ............... 35 
As REGRAS DO MÉTODO DE OVULAÇÃO BILLINGS ..... .43 
Regras dos Primeiros Dias para Evitar a Gravidez ........ .. 43 
A Regra do Ápice para Evitar a Gravidez ....... .. ... .......... .45 
Conseguindo a Gravidez .. ................................ .... ........ .. 45 
PESQUISA INTENSIVA ................................................ 49 
SOBRE o AUTOR - PROFESSOR EMÉRITO 
]AMES B. BROWN ...... ... ....... .................. ..... .. .................. 5 I 
Título do Original em Inglês: Studies on h111111111 rr·p1v1i/111'1/11111111111rlrm activity and 
fertility and the Billings Ovulrttirm Method 
EDITOR/\ : ri s 1i 111111 Ncµr 'o 
Ass 1sT ENTI\ 1•.111·1·0 1 111 1.: J• )c' l11 w ( :r1 11, 
C 11P11 1! IJ I AC lt A M AÇ o : 'J'ingo M11 · 1:1 ,~ l1il í1 
PREPMtilÇÁO: Lilian Miyoko l urn ni 
R.Ev1sÃo: Patrícia de Fátima Sanros 
© Cenrro de Referência e Pesquisa do Método de Ovulação - Austrália, Melbourne 
Texro aprovado por: WOOMB -World Organization of the Ovulation Method (Billings) 
ISBN: O 908482 12 4 
,·~ 
CENPLAFAM 
Text approved by World Organisation of the Ovulatlon Method Billings 
©Ovulation Method Research and Reference Centre of Australia 1990 
Original design by Bernadette de Bruyn 
EDITORA CANÇÃO NOVA 
Rua São Bento, 43 - Centro 
01011-000 São Paulo SP 
Telefax [55] (l l ) 3 106-9080 
e-mail: ed itora @can uonovu , 'Olll 
vendas@cancaonovu . ·0 111 
Home pagc: hll p:// ·dllon1. ·11111•111 111o v11.l'Olll 
Todos 0.1· dirl' llos t 'l "\'l ' t'\lfti/11,1'. 
1. ' BN : 978 K~ 7<17 / 1111 1 
ílDITOR/\ ( '/\N 'AO NOVA, S o 1'11ulo, SP, Brasil, 2009 
S UMÁRIO 
PREFÁCI0 ..... ..... .. .. ........................ .......... .... ................... 7 
ATIVIDADE OVARIANA E FERTILIDADE .................... 15 
1. Sangramento Vaginal .......................... ..... .............. .... 16 
2. Muco Cervical e Fluxos Vaginais Relacionados .......... 18 
3. A Onda de LH ......... .. ....... ... ... .. ............................... .. 23 
4. Temperatura Corporal Basal (TCB) .............. .. ........... 24 
5. Medições da Produção de Estrógenos e Progesterona .25 
6. Exploração por Ultrassom .... ........................... ..... ...... 26 
FISIOLOGIA DA OVULAÇÃ0 ............ : ........................... 27 
As VARIAÇÕES DO CICLO:O CONTINUUM ............... 35 
As REGRAS DO MÉTODO DE OVULAÇÃO BILLINGS ..... .43 
Regras dos Primeiros Dias para Evitar a Gravidez ........ .. 43 
A Regra do Ápice para Evitar a Gravidez ....... .. ... .......... .45 
Conseguindo a Gravidez .. ................................ .... ........ .. 45 
PESQUISA INTENSIVA ................................................ 49 
SOBRE o AUTOR - PROFESSOR EMÉRITO 
]AMES B. BROWN ...... ... ....... .................. ..... .. .................. 5 I 
PREFÁCIO 
O desenvolvimento inicial do Método de Ovulação 
Billings foi resultado da investigação clínica iniciada em 
Melbourne, em 1953, com o uso e avaliação do método do 
ritmo-calendário para evitar a gravidez. Este é essencialmente 
um "método da menstruação", portanto, requer que a mulher 
apresente ciclos menstruais e que estes variem muito pouco 
em sua duração. Alguns anos mais tarde se agregou o método 
da temperatura corporal basal (TCB) a fim de conseguir uma 
maior efetividade na postergação da gravidez, ao menos na 
fase pós-ovulatória. Tal método apresentava a vantagem de 
ajudar as mulheres com ciclos irregulares a evitar a medica-
ção anticonceptiva, promovida desde os anos 1960, e pode 
ser descrito como um "método hormonal" relacionado com 
o aumento da progesterona, que usualmente começa umas 
poucas horas antes da ovulação. O aumento da temperatura, 
no entanto, não está relacionado de forma precisa com o au-
mento ·da progesterona e, em alguns ciclos, apesar de confir-
mada a ovulação pela medição de hormônios ovarianos, não 
ocorre nenhum aumento da temperatura em absoluto. Além 
7 
disso, não há uma relação constante entre o registro da tem-
peratura e o momento da ovulação; de qualquer forma, se in-
terpreta o padrão térmico. Mais ainda, o registro térmico está 
sujeito a influências que não se relacionam com a ovulação e 
não proporciona nenhuma informação' a respeito da fase pré-
ovulatória do ciclo. 
As deficiências destes métodos nos conduziram ao es-
tudo da atividade da cérvix uterina durante o ciclo e à desco-. 
berta de que implicitamente todas as mulheres férteis obser-
vam, ou podem aprender a observar, a secreção de um único 
padrão de muco originário da cérvix no período da fertilidade 
que se manifesta na vulva como um fluxo vaginal. Enquanto 
se realizavam cuidadosos estudos para determinar os dias no 
ciclo mais propícios para a mulher ficar grávida, a combina-
ção ritmo-temperatura continuava a ser utilizada. Somente 
depois da descoberta da auto-observação do padrão mucoso 
e a aplicação das regras apropriadas para o desejo do casal, 
engravidar ou não, os cálculos do ritmo-temperatura foram 
abandonados. Em 1962 decidiu-se publicar um livro com es-
tes estudos e os resultados alcançados. 
Neste mesmo ano, o Dr. James Brown foi nomeado no 
Royal Women' s Hospital de Melbourne. Sua reputação in-
ternacional, adquirida em Edimburgo, na Escócia, particu-
larmente no desenvolvimento de ummétodo para medir o~ 
/; 
metabólitos de estrógenos e progesterona na urina, o havia 
precedido. Pouco tempo depois, foi informado por nós sobre 
o trabalho que realizávamos em Melbourne e pedimos que 
8 
avaliasse todas as nossas conclusões. Imediatamente aceitou 
o nosso pedido e, durante os 38 anos que se passaram desde 
essa primeira reunião, temos a felicidade de contar com sua 
ativa colaboração e opinião. Realizou imediatamente as medi-
ções diárias dos metabólitos de estrógenos e progesterona na 
urina de duas mulheres, confirmando nossas conclusões, que 
foram agregadas ao conteúdo do livro, publicado em 1964. 
Decidimos nomear este novo método de "método de ovu-
lação", para enfatizar que a atenção agora se distanciava da 
menstruação e se dirigia à ovulação, o evento mais importan-
te do ciclo feminino. 
Observou-se que as características da secreção mucosa, 
determinadas pela sensação produzida por sua presença na 
vulva e por sua aparência, define um padrão de mudança, po-
dendo ser relacionado com os padrões hormonais, a começar 
pelo aumento progressivo dos estrógenos até a definição de um 
nível máximo, aproximadamente um dia antes do dia Ápice, 
em que há maior possibilidade de gravidez. Esta variação dos 
padrões hormonais rapidamente é seguido por uma mudança 
nas características físicas do muco, refletindo o aumento da 
progesterona, antes da ovulação. Na fase pré-ovulatória, os dias 
prévios ao desenvolvimento do sintoma mucoso foram reco-
nhecidos como inférteis e, depois da fase fértil, estabeleceu-se 
que o resto do ciclo também era infértil, depois de permitir 
uma contagem de três dias, passado o sintoma mucoso. Tais 
conclusões foram obtidas após um meticuloso estudo de vá-
rios anos, realizado com casais ansiosos para engravidar e que 
9 
disso, não há uma relação constante entre o registro da tem-
peratura e o momento da ovulação; de qualquer forma, se in-
terpreta o padrão térmico. Mais ainda, o registro térmico está 
sujeito a influências que não se relacionam com a ovulação e 
não proporciona nenhuma informação' a respeito da fase pré-
ovulatória do ciclo. 
As deficiências destes métodos nos conduziram ao es-
tudo da atividade da cérvix uterina durante o ciclo e à desco-. 
berta de que implicitamente todas as mulheres férteis obser-
vam, ou podem aprender a observar, a secreção de um único 
padrão de muco originário da cérvix no período da fertilidade 
que se manifesta na vulva como um fluxo vaginal. Enquanto 
se realizavam cuidadosos estudos para determinar os dias no 
ciclo mais propícios para a mulher ficar grávida, a combina-
ção ritmo-temperatura continuava a ser utilizada. Somente 
depois da descoberta da auto-observação do padrão mucoso 
e a aplicação das regras apropriadas para o desejo do casal, 
engravidar ou não, os cálculos do ritmo-temperatura foram 
abandonados. Em 1962 decidiu-se publicar um livro com es-
tes estudos e os resultados alcançados. 
Neste mesmo ano, o Dr. James Brown foi nomeado no 
Royal Women' s Hospital de Melbourne. Sua reputação in-
ternacional, adquirida em Edimburgo, na Escócia, particu-
larmente no desenvolvimento de um método para medir o~ 
/; 
metabólitos de estrógenos e progesterona na urina, o havia 
precedido. Pouco tempo depois, foi informado por nós sobre 
o trabalho que realizávamos em Melbourne e pedimos que 
8 
avaliasse todas as nossas conclusões. Imediatamente aceitou 
o nosso pedido e, durante os 38 anos que se passaram desde 
essa primeira reunião, temos a felicidade de contar com sua 
ativa colaboração e opinião. Realizou imediatamente as medi-
ções diárias dos metabólitos de estrógenos e progesterona na 
urina de duas mulheres, confirmando nossas conclusões, que 
foram agregadas ao conteúdo do livro, publicado em 1964. 
Decidimos nomear este novo método de "método de ovu-
lação", para enfatizar que a atenção agora se distanciava da 
menstruação e se dirigia à ovulação, o evento mais importan-
te do ciclo feminino. 
Observou-se que as características da secreção mucosa, 
determinadas pela sensação produzida por sua presença na 
vulva e por sua aparência, define um padrão de mudança, po-
dendo ser relacionado com os padrões hormonais, a começar 
pelo aumento progressivo dos estrógenos até a definição de um 
nível máximo, aproximadamente um dia antes do dia Ápice, 
em que há maior possibilidade de gravidez. Esta variação dos 
padrões hormonais rapidamente é seguido por uma mudança 
nas características físicas do muco, refletindo o aumento da 
progesterona, antes da ovulação. Na fase pré-ovulatória, os dias 
prévios ao desenvolvimento do sintoma mucoso foram reco-
nhecidos como inférteis e, depois da fase fértil, estabeleceu-se 
que o resto do ciclo também era infértil, depois de permitir 
uma contagem de três dias, passado o sintoma mucoso. Tais 
conclusões foram obtidas após um meticuloso estudo de vá-
rios anos, realizado com casais ansiosos para engravidar e que 
9 
mantinham apenas uma relação sexual nos dias de possível 
fertilidade, em sucessivos ciclos, retrocedendo a partir do 
quarto dia após o dia Ápice. 
O período preciso da ovulação poderia agora ser deter-
minado pelas medições diárias dos metabólitos de estrógenos 
e progesterona. Ficou claro que a ovulação ocorria no dia do 
sintoma Ápice, ou no dia seguinte, ou raramente no segundo 
dia depois do Ápice; considerando como aproximadamente 
24 horas o tempo de vida do óvulo, aplicava-se uma con-
tagem de três dias depois do sintoma Ápice, para assegurar 
que no início do quarto dia após o Ápice cada mulher havia 
ovulado e o óvulo se desintegrado. Desse modo, a recomen-
dação anterior de evitar as relações sexuais durante os três dias 
seguintes ao final do padrão mucoso traduz-se agora de forma 
mais precisa a uma contagem de três dias após o sintoma mu-
coso do Ápice para permitir a desintegração do óvulo. 
Pouco tempo depois do início da colaboração do Dr. 
Brown, a Dra. Evelyn Billings se uniu também à investiga-
ção. Inicialmente, o trabalho foi coordenado pelo Dr. John 
Billings, que contava com a ajuda de um conselheiro matri-
monial, o Pe. Maurice Catarinich. A Dra. Evelyn Billings 
realizou uma investigação com mulheres pré-menopáusicas 
e reconheceu a infertilidade mesmo com a presença de um 
fluxo diferente ao muco cervical. Com a valiosa assistência do 
Dr. Brown, ela demonstrou que os fluxos indicavam infertili-
dade quando permaneciam sem mudanças e não se registrava 
sangramento durante o período de duas semanas. Tais fluxos 
I O 
indicadores de infertilidade complementavam então os dias 
inférteis de secura, os "dias secos'', quando não há nenhum 
fluxo em absoluto. 
Alguns anos mais tarde, outorgou-se ao Dr. Brown o 
cargo de professor na Universidade de Melbourne, como 
uma honra especial por seu excepcional trabalho de labora-
tório no cargo de diretor do Laboratório de Investigação do 
Royal Women' s Hospital. Ultimamente, ele esteve envolvido 
no desenvolvimento do que chamou de "monitor ovariano", 
um aparelho capaz de medir de forma rápida e precisa os me-
tabólitos de estrógenos e pregnanediol em uma determinada 
amostra de urina, obtendo valores que refletem precisamente 
os níveis de estrógenos e progesterona circulantes. O moni-
tor pode ser usado no laboratório ou ainda por uma mulher 
em sua própria casa, o que tem ajudado casais aparentemen-
te estéreis a conseguir a gravidez, sendo também muito útil 
para confirmar todos os princípios básicos e regras de MOB e 
investigar as causas de qualquer sangramento uterino inexpli-
cável e outros transtornos ginecológicos. 
Nos anos 1970, ficamos conhecendo a excelente in-
vestigação do professor Erik Odeblad, do Departamento de 
Biofísica Médica da Universidade de Umea, na Suécia. Ele 
estudou as propriedades biofísicas de várias secreções cervicais 
para definir diferentes tipos de muco e suas funções. Além 
disso, colaborou com o professorBrown e conosco por mais 
de 20 anos. Gradualmente, fomos nos conscientizando que a 
sobrevivência e o transporte dos espermatozoides dentro do 
II 
mantinham apenas uma relação sexual nos dias de possível 
fertilidade, em sucessivos ciclos, retrocedendo a partir do 
quarto dia após o dia Ápice. 
O período preciso da ovulação poderia agora ser deter-
minado pelas medições diárias dos metabólitos de estrógenos 
e progesterona. Ficou claro que a ovulação ocorria no dia do 
sintoma Ápice, ou no dia seguinte, ou raramente no segundo 
dia depois do Ápice; considerando como aproximadamente 
24 horas o tempo de vida do óvulo, aplicava-se uma con-
tagem de três dias depois do sintoma Ápice, para assegurar 
que no início do quarto dia após o Ápice cada mulher havia 
ovulado e o óvulo se desintegrado. Desse modo, a recomen-
dação anterior de evitar as relações sexuais durante os três dias 
seguintes ao final do padrão mucoso traduz-se agora de forma 
mais precisa a uma contagem de três dias após o sintoma mu-
coso do Ápice para permitir a desintegração do óvulo. 
Pouco tempo depois do início da colaboração do Dr. 
Brown, a Dra. Evelyn Billings se uniu também à investiga-
ção. Inicialmente, o trabalho foi coordenado pelo Dr. John 
Billings, que contava com a ajuda de um conselheiro matri-
monial, o Pe. Maurice Catarinich. A Dra. Evelyn Billings 
realizou uma investigação com mulheres pré-menopáusicas 
e reconheceu a infertilidade mesmo com a presença de um 
fluxo diferente ao muco cervical. Com a valiosa assistência do 
Dr. Brown, ela demonstrou que os fluxos indicavam infertili-
dade quando permaneciam sem mudanças e não se registrava 
sangramento durante o período de duas semanas. Tais fluxos 
I O 
indicadores de infertilidade complementavam então os dias 
inférteis de secura, os "dias secos'', quando não há nenhum 
fluxo em absoluto. 
Alguns anos mais tarde, outorgou-se ao Dr. Brown o 
cargo de professor na Universidade de Melbourne, como 
uma honra especial por seu excepcional trabalho de labora-
tório no cargo de diretor do Laboratório de Investigação do 
Royal Women' s Hospital. Ultimamente, ele esteve envolvido 
no desenvolvimento do que chamou de "monitor ovariano", 
um aparelho capaz de medir de forma rápida e precisa os me-
tabólitos de estrógenos e pregnanediol em uma determinada 
amostra de urina, obtendo valores que refletem precisamente 
os níveis de estrógenos e progesterona circulantes. O moni-
tor pode ser usado no laboratório ou ainda por uma mulher 
em sua própria casa, o que tem ajudado casais aparentemen-
te estéreis a conseguir a gravidez, sendo também muito útil 
para confirmar todos os princípios básicos e regras de MOB e 
investigar as causas de qualquer sangramento uterino inexpli-
cável e outros transtornos ginecológicos. 
Nos anos 1970, ficamos conhecendo a excelente in-
vestigação do professor Erik Odeblad, do Departamento de 
Biofísica Médica da Universidade de Umea, na Suécia. Ele 
estudou as propriedades biofísicas de várias secreções cervicais 
para definir diferentes tipos de muco e suas funções. Além 
disso, colaborou com o professor Brown e conosco por mais 
de 20 anos. Gradualmente, fomos nos conscientizando que a 
sobrevivência e o transporte dos espermatozoides dentro do 
II 
sistema reprodutivo da mulher são fortemente dependentes 
da presença de um padrão de muco sadio. 
Uma característica importante destas disciplinas dentro 
da investigação médica - os estudos clínicos do sintoma do 
muco cervical, o padrão hormonal o~ariano e as caracterís-
ticas físicas dos diferentes tipos de muco cervical - mostrou 
uma congruência notável. Não há contradição entre nenhum 
dos resultados obtidos em projetos individuais ou em cola-
boração. É prática comum determinar as fases dos ciclos e a 
ocorrência da ovulação por ecografias, porém é mais fácil e 
mais seguro fazê-lo por meio do Método de Ovulação Billings 
(MOB), como é chamado atualmente, seguindo a recomen-
dação de um Comitê da Organização Mundial de Saúde. 
A mulher que conhece o MOB sempre saberá o dia em 
que concebeu, permitindo-lhe fazer uma previsão confiável 
da data provável do parto. Isso protege a mulher de interfe-
rências imprudentes com a gravidez, quando os cálculos se 
realizam a partir data da última menstruação. 
Deve-se pontuar também que o estudo do Planejamento 
Natural da Família (PNF) oferece possibilidades especiais de 
pesquisa, já que a saúde ginecológica da mulher não é dis-
torc~da, nem sua fertilidade suprimida por alguma medica-
ção que tenha sido administrada ou algum instrumento ou 
operação cirúrgica. Há, portanto, oportunidades para estudar 
qualquer desvio da normalidade: infertilidade, sangramento 
irregular, transtornos por cistos ovarianos ou tumores, infec-
ções vaginais e situações parecidas. 
12 
O trabalho do professor Brown abrange muitas áreas de 
interesse para a ciência médica, além de seu grande serviço ao 
PNF. Desenvolveu explicações válidas e impressionantes sobre 
a interação entre os hormônios pituitários e os ovarianos, tanto 
no ciclo fértil normal como naquelas incidências de alterações 
fisiológicas e patológicas deste. Fez comentários muito interes-
santes sobre o hormônio folículo-estimulante (FSH) e os níveis 
de estrógenos na menopausa e posteriormente. Explicou a ação 
da prolactina no regresso da fertilidade durante um período de-
pois do parto e o estabelecimento da amamentação. Apresen-
tou também oõservações válidas sobre a supressão progressiva 
da fertilidade em mulheres submetidas a atividade física intensa 
por um longo período de tempo, como aquelas envolvidas no 
treinamento para corridas de maratonas. Seus estudos sobre a in-
fertilidade influenciaram sua opinião com relação à síndrome de 
ovários policísticos. Interessou-se pelos níveis de estrógenos em 
mulheres que desenvolveram câncer de mama e suspeitou que 
o acúmulo de material carcinogênico nos condutos mamários 
poderia ser uma das causas do câncer, apontando que tal risco 
seria evitado com a gravidez e a lactação. Além disso, foi um dos 
primeiros a reconhecer que certos transtornos adreno-genitais 
podem elevar o nível de progesterona no sistema circulatório e, 
colaborando com os estudiosos dos níveis de prolactina e infer-
tilidade, descobriu-se que o nível elevado de prolactina pode ser 
causado por tumores da hipófise e ingestão de certas drogas. 
Esta monografia foi elaborada para que as mulheres 
entendam as regras do Método de Ovulação Billings e para 
13 
sistema reprodutivo da mulher são fortemente dependentes 
da presença de um padrão de muco sadio. 
Uma característica importante destas disciplinas dentro 
da investigação médica - os estudos clínicos do sintoma do 
muco cervical, o padrão hormonal o~ariano e as caracterís-
ticas físicas dos diferentes tipos de muco cervical - mostrou 
uma congruência notável. Não há contradição entre nenhum 
dos resultados obtidos em projetos individuais ou em cola-
boração. É prática comum determinar as fases dos ciclos e a 
ocorrência da ovulação por ecografias, porém é mais fácil e 
mais seguro fazê-lo por meio do Método de Ovulação Billings 
(MOB), como é chamado atualmente, seguindo a recomen-
dação de um Comitê da Organização Mundial de Saúde. 
A mulher que conhece o MOB sempre saberá o dia em 
que concebeu, permitindo-lhe fazer uma previsão confiável 
da data provável do parto. Isso protege a mulher de interfe-
rências imprudentes com a gravidez, quando os cálculos se 
realizam a partir data da última menstruação. 
Deve-se pontuar também que o estudo do Planejamento 
Natural da Família (PNF) oferece possibilidades especiais de 
pesquisa, já que a saúde ginecológica da mulher não é dis-
torc~da, nem sua fertilidade suprimida por alguma medica-
ção que tenha sido administrada ou algum instrumento ou 
operação cirúrgica. Há, portanto, oportunidades para estudar 
qualquer desvio da normalidade: infertilidade,sangramento 
irregular, transtornos por cistos ovarianos ou tumores, infec-
ções vaginais e situações parecidas. 
12 
O trabalho do professor Brown abrange muitas áreas de 
interesse para a ciência médica, além de seu grande serviço ao 
PNF. Desenvolveu explicações válidas e impressionantes sobre 
a interação entre os hormônios pituitários e os ovarianos, tanto 
no ciclo fértil normal como naquelas incidências de alterações 
fisiológicas e patológicas deste. Fez comentários muito interes-
santes sobre o hormônio folículo-estimulante (FSH) e os níveis 
de estrógenos na menopausa e posteriormente. Explicou a ação 
da prolactina no regresso da fertilidade durante um período de-
pois do parto e o estabelecimento da amamentação. Apresen-
tou também oõservações válidas sobre a supressão progressiva 
da fertilidade em mulheres submetidas a atividade física intensa 
por um longo período de tempo, como aquelas envolvidas no 
treinamento para corridas de maratonas. Seus estudos sobre a in-
fertilidade influenciaram sua opinião com relação à síndrome de 
ovários policísticos. Interessou-se pelos níveis de estrógenos em 
mulheres que desenvolveram câncer de mama e suspeitou que 
o acúmulo de material carcinogênico nos condutos mamários 
poderia ser uma das causas do câncer, apontando que tal risco 
seria evitado com a gravidez e a lactação. Além disso, foi um dos 
primeiros a reconhecer que certos transtornos adreno-genitais 
podem elevar o nível de progesterona no sistema circulatório e, 
colaborando com os estudiosos dos níveis de prolactina e infer-
tilidade, descobriu-se que o nível elevado de prolactina pode ser 
causado por tumores da hipófise e ingestão de certas drogas. 
Esta monografia foi elaborada para que as mulheres 
entendam as regras do Método de Ovulação Billings e para 
13 
dar-lhes a confiança de que elas têm o controle de sua ferti-
lidade a todo o momento. Contudo, esta monografia é mais 
que isso, devendo ser reconhecida como um clássico na li-
teratura médica. É um exemplo da contribuição do profes-
sor Brown na proteção e restauração da saúde das mulhe-
res, principalmente no que se refere a sua capacidade para 
conceber e nutrir crianças. Seu magnífico trabalho científico 
tem sido de valor inestimável não apenas para a obstetrícia e 
a ginecologia, mas especialmente para a dignidade e autoes-
tima de todas as mulheres do mundo. 
John J. Billings 
Kew, Victoria 31O1 
Abril de 2000 
14 
Evelyn L. Billings 
Kew, Victoria 31O1 
Abril de 2000 
ATIVIDADE ÜVAHIANA E FERTILIDADE 
A ovulação - ou seja, a liberação de um óvulo do ová-
rio e, em consequência, o único momento do ciclo no qual o 
óvulo está exposto à fertilização - é o evento principal do ciclo 
ovariano fértil. A ovulação determina o período de tempo no 
qual pode ocorrer uma gravidez a partir de uma relação sexual 
praticada três a quatro dias antes da ovulação (raramente chega 
a cinco ou seis dias, dependendo do muco cervical), período 
determinado pelo tempo de vida fertilizante do espermatozoi-
de, e até 24 horas depois, tempo de vida fertilizável do óvulo. 
Fora deste período, não há nenhuma possibilidade de a mulher 
engravidar, por mais que ela tente. E mesmo dentro daquele 
intervalo, não existe a certeza de que uma relação sexual pro-
duza uma gravidez, pois as chances variam de casal para casal 
e da proximidade entre a relação sexual e o momento da ovu-
lação. A máxima fertilidade se alcança nas 24 horas anteriores 
à ovulação e algumas horas depois da mesma. Neste perío-
do, se as possibilidades de gravidez são de 70% por ciclo, são 
necessários dois ciclos para que 90% dos casais que tenham 
relações neste dia mais fértil consigam a gravidez. Se as 
15 
dar-lhes a confiança de que elas têm o controle de sua ferti-
lidade a todo o momento. Contudo, esta monografia é mais 
que isso, devendo ser reconhecida como um clássico na li-
teratura médica. É um exemplo da contribuição do profes-
sor Brown na proteção e restauração da saúde das mulhe-
res, principalmente no que se refere a sua capacidade para 
conceber e nutrir crianças. Seu magnífico trabalho científico 
tem sido de valor inestimável não apenas para a obstetrícia e 
a ginecologia, mas especialmente para a dignidade e autoes-
tima de todas as mulheres do mundo. 
John J. Billings 
Kew, Victoria 31O1 
Abril de 2000 
14 
Evelyn L. Billings 
Kew, Victoria 31O1 
Abril de 2000 
ATIVIDADE ÜVAHIANA E FERTILIDADE 
A ovulação - ou seja, a liberação de um óvulo do ová-
rio e, em consequência, o único momento do ciclo no qual o 
óvulo está exposto à fertilização - é o evento principal do ciclo 
ovariano fértil. A ovulação determina o período de tempo no 
qual pode ocorrer uma gravidez a partir de uma relação sexual 
praticada três a quatro dias antes da ovulação (raramente chega 
a cinco ou seis dias, dependendo do muco cervical), período 
determinado pelo tempo de vida fertilizante do espermatozoi-
de, e até 24 horas depois, tempo de vida fertilizável do óvulo. 
Fora deste período, não há nenhuma possibilidade de a mulher 
engravidar, por mais que ela tente. E mesmo dentro daquele 
intervalo, não existe a certeza de que uma relação sexual pro-
duza uma gravidez, pois as chances variam de casal para casal 
e da proximidade entre a relação sexual e o momento da ovu-
lação. A máxima fertilidade se alcança nas 24 horas anteriores 
à ovulação e algumas horas depois da mesma. Neste perío-
do, se as possibilidades de gravidez são de 70% por ciclo, são 
necessários dois ciclos para que 90% dos casais que tenham 
relações neste dia mais fértil consigam a gravidez. Se as 
15 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
possibilidades de gravidez no início do período fértil são de 
10% por ciclo, então são precisos 24 ciclos para que 90% dos 
casais que tenham relações neste período consigam engravidar. 
Muitos estudiosos no assunto diriam que as possibilidades são 
muito menores que os valores apresentados. 
Mesmo na fertilização in vitro (FIV), método aparente-
mente ótimo em fertilização assistida, a maioria dos fundos da 
saúde permitem até seis ciclos de tratamento. Por isso os ca-
sais que não seguem as regras do Método de Ovulação Billings 
(MOB) e não ficam grávidos, não deveriam concluir que as 
regras não são válidas para eles, e sim que a sorte tem estado 
do seu lado. De outro modo, se eles tiveram relações sexuais 
no dia mais fértil tão pouco, deveriam esperar uma gravidez 
como um fato. Nos animais, a natureza assegura uma frequên-
cia de fertilização máxima (porém não de 100%), restringindo 
o acasalamento ao dia mais fértil de seu ciclo, o estro. Assim, a 
avaliação da atividade ovariana e a fixação do tempo exato da 
ovulação são requisitos básicos ao PNF para evitar a gravidez e, 
sob todas as circunstâncias, incluindo a FIV, para consegui-lo. 
Há seis métodos principais para monitorar a atividade 
ovariana e determinar o tempo da ovulação. 
1. Sangramento Vaginal 
Este método tem sido usado para avaliar a atividade ova-
riana desde o começo da raça humana. Assim, a mulher é ins-
truída a como registrar seu padrão de sangramento. O início 
16 
Professor Emérito James B. Brown 
do sangramento vaginal marca a menarca; o término, a meno-
pausa. A gravidez é reconhecida quando a menstruação regular 
é interrompida abruptamente. O sangramento fisiológico é o 
resultado do desprendimento do revestimento interno do cor-
po do útero (endométrio) depois da estimulação hormonal dos 
estrógenos e da progesterona produzidos pelos ovários durante 
a atividade ovariana. Normalmente, é o resultado da supressão 
da atividade dos estrógenos e da progesterona ao final de um 
ciclo ovulatório. Tal sangramento se denomina menstruação. 
No entanto, o sangramento também pode ser resultado apenas 
da atividade estrogênica, produzida por um folículo ovariano 
que não resultou em ovulação. Este acontecimento é chamado 
sangramento anovulatório.O sangramento é o resultado final da atividade ovaria-
na, porém há pouca informação sobre os eventos ovarianos 
precedentes e que ocorrem em níveis variáveis de supressão 
hormonal. Em um ciclo ovulatório, o momento da ovulação 
pode ser calculado em torno de 11 a 16' dias antes do começo 
da próxima menstruação. As mulheres com ciclos menstruais 
regulares possuem condições suficientes para prever a data da 
menstruação seguinte, e, portanto, a data da ovulação por 
este mesmo cálculo. Esta é a base de cálculos do ritmo, o 
qual foi usado como método inicial do PNF. No entanto, ne-
nhuma mulher é completamente regular durante toda a sua 
vida reprodutiva e mesmo as mais regulares eventualmente 
apresentam alterações nos cálculos, em virtude das fases de 
estresse, amamentação e proximidade da menopausa. 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
possibilidades de gravidez no início do período fértil são de 
10% por ciclo, então são precisos 24 ciclos para que 90% dos 
casais que tenham relações neste período consigam engravidar. 
Muitos estudiosos no assunto diriam que as possibilidades são 
muito menores que os valores apresentados. 
Mesmo na fertilização in vitro (FIV), método aparente-
mente ótimo em fertilização assistida, a maioria dos fundos da 
saúde permitem até seis ciclos de tratamento. Por isso os ca-
sais que não seguem as regras do Método de Ovulação Billings 
(MOB) e não ficam grávidos, não deveriam concluir que as 
regras não são válidas para eles, e sim que a sorte tem estado 
do seu lado. De outro modo, se eles tiveram relações sexuais 
no dia mais fértil tão pouco, deveriam esperar uma gravidez 
como um fato. Nos animais, a natureza assegura uma frequên-
cia de fertilização máxima (porém não de 100%), restringindo 
o acasalamento ao dia mais fértil de seu ciclo, o estro. Assim, a 
avaliação da atividade ovariana e a fixação do tempo exato da 
ovulação são requisitos básicos ao PNF para evitar a gravidez e, 
sob todas as circunstâncias, incluindo a FIV, para consegui-lo. 
Há seis métodos principais para monitorar a atividade 
ovariana e determinar o tempo da ovulação. 
1. Sangramento Vaginal 
Este método tem sido usado para avaliar a atividade ova-
riana desde o começo da raça humana. Assim, a mulher é ins-
truída a como registrar seu padrão de sangramento. O início 
16 
Professor Emérito James B. Brown 
do sangramento vaginal marca a menarca; o término, a meno-
pausa. A gravidez é reconhecida quando a menstruação regular 
é interrompida abruptamente. O sangramento fisiológico é o 
resultado do desprendimento do revestimento interno do cor-
po do útero (endométrio) depois da estimulação hormonal dos 
estrógenos e da progesterona produzidos pelos ovários durante 
a atividade ovariana. Normalmente, é o resultado da supressão 
da atividade dos estrógenos e da progesterona ao final de um 
ciclo ovulatório. Tal sangramento se denomina menstruação. 
No entanto, o sangramento também pode ser resultado apenas 
da atividade estrogênica, produzida por um folículo ovariano 
que não resultou em ovulação. Este acontecimento é chamado 
sangramento anovulatório. 
O sangramento é o resultado final da atividade ovaria-
na, porém há pouca informação sobre os eventos ovarianos 
precedentes e que ocorrem em níveis variáveis de supressão 
hormonal. Em um ciclo ovulatório, o momento da ovulação 
pode ser calculado em torno de 11 a 16' dias antes do começo 
da próxima menstruação. As mulheres com ciclos menstruais 
regulares possuem condições suficientes para prever a data da 
menstruação seguinte, e, portanto, a data da ovulação por 
este mesmo cálculo. Esta é a base de cálculos do ritmo, o 
qual foi usado como método inicial do PNF. No entanto, ne-
nhuma mulher é completamente regular durante toda a sua 
vida reprodutiva e mesmo as mais regulares eventualmente 
apresentam alterações nos cálculos, em virtude das fases de 
estresse, amamentação e proximidade da menopausa. 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
2. Muco CervicaJ e Fluxos Vaginais Relacionados 
Os estrógenos liberados pelos ovários durante a ativi-
dade ovariana causam a produção do muco no colo uterino e 
originam o crescimento e desprendirr{ento das células epite-
liais do revestimento vaginal. As respostas obtidas dependem 
do grau de atividade ovariana e da quantidade de estrógeno 
produzido. Estes dois locais (colo e vagina) são mais sensíveis 
à ação dos estrógenos do que o endométrio e podem sofrer 
mudanças mesmo que a atividade ovariana e os níveis de es-
trógenos produzidos sejam insuficientes para causar sangra-
mento, tal como ocorre no tempo prévio à menarca. Tais lo-
cais são as fontes das secreções vaginais utilizadas para avaliar 
a fertilidade e infertilidade em todos os métodos modernos 
de PNF, incluindo o MOB. A forma de avaliação do MOB é 
única. Enquanto a mulher está em posição vertical, realizando 
suas atividades diárias normais, as secreções vaginais drenam 
em direção à zona vulvar, sendo nela percebidas sensações pe-
gajosas, de secura, ou progressivamente escorregadias. A mu-
lher continuamente é consciente destas sensações, sem pensar 
deliberadamente nelas ou sem investigá-las, ao compreender 
seu significado, está sabendo da atividade ovariana subjacente 
e de ·sua fertilidade ao longo do dia. Enquanto a mulher está 
dormindo, as secreções não fluem, por isso é necessário que 
ela fique um tempo em posição vertical, para que a sensação 
seja percebida. Quando não há atividade ovariana e não se 
produz estrógenos, geralmente não há secreção e a sensação 
18 
Professor Emérito James B. Brown 
é de secura, que persiste ao longo do período de inatividade 
("Padrão Básico de Infertilidade de secura" ou "PBI seco"). 
Por outro lado, uma mulher pode notar um fluxo leve sem 
mudanças neste tempo. Este PBI se deve a pequenas quantida-
des de muco desprendidas do tampão mucoso do colo cervi-
cal. Quando há pouca atividade ovariana (folicular), mas não 
progressiva, se produz pequenas quantidades de estrógenos 
em forma contínua, originando um fluxo que provem prin-
cipalmente das células do epitélio vaginal ("PBI de fluxo"). 
Uma maior atividade ovariana, a qual todavia não progride, 
causa níveis mais altos e constantes de produção estrogênica, 
originando numa pequena, ainda que constante, secreção de 
muco cervical. Este terceiro PBI usualmente tem sido detecta-
do apenas durante a amamentação e quando a menopausa se 
aproxima. Desse modo, os três padrões de infertilidade são o 
resultado de níveis diferentes de produção de estrógenos, sen-
do uma característica essencial a constância da quantidade de 
estrógenos produzida por um período .de tempo. A variação 
de um nível de estrógeno a outro é reconhecida pela mudança 
no tipo de fluxo, porém, tanto a mudança como o novo fluxo 
não progridem ("não vão a lugar nenhum") e assim diferem 
marcadamente das mudanças nos níveis estrogênicos e nos 
fluxos observados durante a evolução que conduz à ovulação. 
Durante um PBI, uma vez estabelecido que é um PBI, se apli-
cam as Regras dos Primeiros Dias para as relações sexuais. 
Antes que possa ocorrer a ovulação, um folículo con-
tendo um óvulo deve iniciar e completar sua fase de rápido 
19 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
2. Muco CervicaJ e Fluxos Vaginais Relacionados 
Os estrógenos liberados pelos ovários durante a ativi-
dade ovariana causam a produção do muco no colo uterino e 
originam o crescimento e desprendirr{ento das células epite-
liais do revestimento vaginal. As respostas obtidas dependem 
do grau de atividade ovariana e da quantidade de estrógeno 
produzido. Estes dois locais (colo e vagina) são mais sensíveis 
à ação dos estrógenos do que o endométrio e podem sofrer 
mudanças mesmo que a atividade ovariana e os níveis de es-
trógenos produzidos sejam insuficientes para causar sangra-
mento, tal como ocorre no tempo prévio à menarca. Tais lo-
cais são as fontes dassecreções vaginais utilizadas para avaliar 
a fertilidade e infertilidade em todos os métodos modernos 
de PNF, incluindo o MOB. A forma de avaliação do MOB é 
única. Enquanto a mulher está em posição vertical, realizando 
suas atividades diárias normais, as secreções vaginais drenam 
em direção à zona vulvar, sendo nela percebidas sensações pe-
gajosas, de secura, ou progressivamente escorregadias. A mu-
lher continuamente é consciente destas sensações, sem pensar 
deliberadamente nelas ou sem investigá-las, ao compreender 
seu significado, está sabendo da atividade ovariana subjacente 
e de ·sua fertilidade ao longo do dia. Enquanto a mulher está 
dormindo, as secreções não fluem, por isso é necessário que 
ela fique um tempo em posição vertical, para que a sensação 
seja percebida. Quando não há atividade ovariana e não se 
produz estrógenos, geralmente não há secreção e a sensação 
18 
Professor Emérito James B. Brown 
é de secura, que persiste ao longo do período de inatividade 
("Padrão Básico de Infertilidade de secura" ou "PBI seco"). 
Por outro lado, uma mulher pode notar um fluxo leve sem 
mudanças neste tempo. Este PBI se deve a pequenas quantida-
des de muco desprendidas do tampão mucoso do colo cervi-
cal. Quando há pouca atividade ovariana (folicular), mas não 
progressiva, se produz pequenas quantidades de estrógenos 
em forma contínua, originando um fluxo que provem prin-
cipalmente das células do epitélio vaginal ("PBI de fluxo"). 
Uma maior atividade ovariana, a qual todavia não progride, 
causa níveis mais altos e constantes de produção estrogênica, 
originando numa pequena, ainda que constante, secreção de 
muco cervical. Este terceiro PBI usualmente tem sido detecta-
do apenas durante a amamentação e quando a menopausa se 
aproxima. Desse modo, os três padrões de infertilidade são o 
resultado de níveis diferentes de produção de estrógenos, sen-
do uma característica essencial a constância da quantidade de 
estrógenos produzida por um período .de tempo. A variação 
de um nível de estrógeno a outro é reconhecida pela mudança 
no tipo de fluxo, porém, tanto a mudança como o novo fluxo 
não progridem ("não vão a lugar nenhum") e assim diferem 
marcadamente das mudanças nos níveis estrogênicos e nos 
fluxos observados durante a evolução que conduz à ovulação. 
Durante um PBI, uma vez estabelecido que é um PBI, se apli-
cam as Regras dos Primeiros Dias para as relações sexuais. 
Antes que possa ocorrer a ovulação, um folículo con-
tendo um óvulo deve iniciar e completar sua fase de rápido 
19 
ESTUDOS SO BRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
crescimento, causando profundas mudanças nas secreções va-
ginais. A produção de estrógenos se eleva a um nível basal 
correspondente a uma atividade folicular mínima ou ausente 
e aumenta durante a fase de rápido crescimento num ritmo 
de aproximadamente 1,5 vezes por dia', durante um período 
de cinco a seis dias. Isso resulta em uma mudança imediata 
a partir do PBI ("elevação de estrógenos" ou "ER", sigla em 
inglês de "oestrogen rise"), seguido por um padrão mucoso 
que muda rapidamente. Assim, qualquer mudança no PBI 
pode anunciar o início de outro PBI associado com outra fase 
de infertilidade ou, mais comumente, o início de uma fase de 
crescimento rápido de um folículo associada com a fase fértil 
do ciclo e a ovulação iminente. Em consequência, é impor-
tante ter um período de abstinência baseado em "esperar e 
ver" para distinguir entre as duas possibilidades. Quando um 
folículo avança rumo à ovulação, a elevação da secreção de es-
trógenos origina mudanças importantes nas características do 
muco cervical, já descritos anteriormente (muco com carac-
terísticas férteis). A característica fundamental deste muco é a 
mudança dia após dia, adquirindo características mais férteis 
em consonância com o aumento da produção de estrógenos 
liberadas pelo folículo em crescimento, sendo uma caracterís-
tica final importante a sensação escorregadia (lubrificação). 
Este sintoma mucoso progressivo marca a fase fértil do ciclo. 
Se o objetivo é evitar a gravidez, a identificação do momento 
de mudança a partir do PBI precedente (o ER) proporciona 
o tempo suficiente para permitir o período máximo de vida 
20 
Professor Emérito James B. Brown 
fertilizante do espermatozoide, antes que o óvulo esteja dis-
ponível para a fertilização na ovulação. 
O pico de hormônio luteinizante (LH) o qual inicia 
a ovulação do folículo desenvolvido também faz que este 
produza o segundo hormônio ovariano, a progesterona. Esta 
secreção, no princípio, é pequena, ainda que significativa, e 
logo aumenta rapidamente depois da ovulação. A progeste-
rona reverte totalmente a ação dos estrógenos na cérvix e no 
epitélio vaginal e faz que as secreções percam rapidamente 
suas características férteis. Esta mudança originada pela pro-
gesterona ("mudança da progesterona'' ou PC, sigla em in-
glês de "progesterone change") é reconhecida facilmente. É 
um sintoma muito importante, pois indica definitivamente a 
ocorrência da ovulação. A partir deste conhecimento, é possí-
vel prognosticar os eventos restantes do ciclo ovulatório com 
confiança. O MOB utiliza o termo "dia Ápice" para designar 
o dia de máxima fertilidade e o define como o último dia de 
muco com características férteis (sensação escorregadia) antes 
do PC. O dia Ápice não é necessariamente o dia de máxima 
produção de muco e é comum que urna mulher perceba a 
sensação escorregadia pela manhã e que esta seja seguida pelo 
PC, que progride durante o dia. Neste caso, o dia Ápice e o 
PC se reconhecem no mesmo dia. A ovulação ocorre no dia 
Ápice ou no dia do PC ou ocasionalmente no dia seguinte. 
Assim; o PC localiza a ovulação num espaço de aproxima-
damente 24 horas. A regra do MOB para calcular o final do 
período fértil a partir do dia Ápice e a entrada na fase infértil 
21 
ESTUDOS SO BRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
crescimento, causando profundas mudanças nas secreções va-
ginais. A produção de estrógenos se eleva a um nível basal 
correspondente a uma atividade folicular mínima ou ausente 
e aumenta durante a fase de rápido crescimento num ritmo 
de aproximadamente 1,5 vezes por dia', durante um período 
de cinco a seis dias. Isso resulta em uma mudança imediata 
a partir do PBI ("elevação de estrógenos" ou "ER", sigla em 
inglês de "oestrogen rise"), seguido por um padrão mucoso 
que muda rapidamente. Assim, qualquer mudança no PBI 
pode anunciar o início de outro PBI associado com outra fase 
de infertilidade ou, mais comumente, o início de uma fase de 
crescimento rápido de um folículo associada com a fase fértil 
do ciclo e a ovulação iminente. Em consequência, é impor-
tante ter um período de abstinência baseado em "esperar e 
ver" para distinguir entre as duas possibilidades. Quando um 
folículo avança rumo à ovulação, a elevação da secreção de es-
trógenos origina mudanças importantes nas características do 
muco cervical, já descritos anteriormente (muco com carac-
terísticas férteis). A característica fundamental deste muco é a 
mudança dia após dia, adquirindo características mais férteis 
em consonância com o aumento da produção de estrógenos 
liberadas pelo folículo em crescimento, sendo uma caracterís-
tica final importante a sensação escorregadia (lubrificação). 
Este sintoma mucoso progressivo marca a fase fértil do ciclo. 
Se o objetivo é evitar a gravidez, a identificação do momento 
de mudança a partir do PBI precedente (o ER) proporciona 
o tempo suficiente para permitir o período máximo de vida 
20 
Professor Emérito James B. Brown 
fertilizante do espermatozoide, antes que o óvulo esteja dis-
ponível para a fertilização na ovulação. 
O pico de hormônio luteinizante (LH) o qual inicia 
a ovulação do folículo desenvolvido também faz que este 
produza o segundo hormônio ovariano, a progesterona. Esta 
secreção, no princípio, é pequena, ainda que significativa, elogo aumenta rapidamente depois da ovulação. A progeste-
rona reverte totalmente a ação dos estrógenos na cérvix e no 
epitélio vaginal e faz que as secreções percam rapidamente 
suas características férteis. Esta mudança originada pela pro-
gesterona ("mudança da progesterona'' ou PC, sigla em in-
glês de "progesterone change") é reconhecida facilmente. É 
um sintoma muito importante, pois indica definitivamente a 
ocorrência da ovulação. A partir deste conhecimento, é possí-
vel prognosticar os eventos restantes do ciclo ovulatório com 
confiança. O MOB utiliza o termo "dia Ápice" para designar 
o dia de máxima fertilidade e o define como o último dia de 
muco com características férteis (sensação escorregadia) antes 
do PC. O dia Ápice não é necessariamente o dia de máxima 
produção de muco e é comum que urna mulher perceba a 
sensação escorregadia pela manhã e que esta seja seguida pelo 
PC, que progride durante o dia. Neste caso, o dia Ápice e o 
PC se reconhecem no mesmo dia. A ovulação ocorre no dia 
Ápice ou no dia do PC ou ocasionalmente no dia seguinte. 
Assim; o PC localiza a ovulação num espaço de aproxima-
damente 24 horas. A regra do MOB para calcular o final do 
período fértil a partir do dia Ápice e a entrada na fase infértil 
21 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
pós-ovulatória (a Regra do Ápice) contempla esta escala e a 
vida fertilizável do óvulo. Alcançada esta fase infértil pós-ovu-
latória, não é possível a gravidez após urna relação, e para 
evitar urna gravidez todos os dias est~o disponíveis para as 
relações sexuais até o início da seguinté menstruação. 
Desse modo, a fase fértil do ciclo ("a janela de fertilida-
de") começa quando se pode reconhecer a primeira mudança 
nas características do Ruxo a partir de um PBI (o ER), pro-
gredindo até as características férteis, em consonância com 
a elevação da produção de estrógenos. A ovulação pode ser 
reconhecida pela mudança da progesterona (o PC) e o final 
da fase fértil pode ser calculada a partir deste. As letras nas 
palavras (em inglês) "prornpt day" ("dia pronto") resumem 
os eventos ocorridos no dia do PC, isto é, a elevação da pro-
gesterona (/2.rogesterone r.ise), a ovulação e o muco passaram 
(Qvulation and mucus 12ast), hoje (t.oday). O MOB acrescenta 
três dias depois do dia Ápice para ter 100% de segurança de 
que os dias inférteis pós-ovulatórios foram alcançados. 
Além de identificar a ênfase da atividade ovariana e 
localizar o momento da ovulação, o muco cervical com ca-
racterísticas férteis é essencial para a fertilidade, sendo neces-
sário para manter a capacidade fertilizante do espermatozoi-
de e para sua passagem na vagina através do colo do útero 
até as trompas uterinas. Quando a menopausa se aproxima, 
a cérvix amadurecida pode perder a capacidade de resposta 
aos estrógenos, de modo que não se observa muco quando 
a ovulação ainda está ocorrendo. Tais mulheres são inférteis. 
22 
Professor Emérito James B. Brown 
No entanto, nestas circunstâncias, requerem-se cuidadosas 
observações no caso de urna breve secreção de muco que con-
fere um curto período de fertilidade. A ausência de muco 
ou sua pobre secreção antes da ovulação é frequentemente 
a causa da infertilidade. Deve-se recordar que a inibição da 
secreção do muco cervical é um mecanismo de ação impor-
tante da pílula anticonceptiva, que atua dessa forma por 
meio dos progestágenos contidos nela. 
3. A Onda de LI-1 
A onda de LH liberado pela glândula pituitária desen-
cadeia a ovulação, a qual ocorre aproximadamente 36 horas 
depois do início da subida de LH ou 17 horas depois do pico 
de LH. Assim, o momento da ovulação pode ser determinado 
em um espaço de poucas horas por qualquer um destes crité-
rios. O pico de LH pode ser facilmente identificado por meio 
de equipamentos de detecção domésticos e, corno precede 
imediatamente ao dia de máxima fertilidade, cornurnente é 
eleito o melhor momento para ter relações sexuais quando se 
busca a gravidez. Para detectar o início do aumento de LH, 
análises de laboratório de maior sensibilidade são essenciais. 
No entanto, este foi o procedimento usado na FIV para coin-
cidir a retirada de óvulos em ciclos sem estimulação, porque 
proporcionava um período de tempo preciso de 36 horas em 
preparação para a laparoscopia. Hoje em dia, é comum hipe-
restirnular os ovários para que produzam rnultiplos folículos 
23 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
pós-ovulatória (a Regra do Ápice) contempla esta escala e a 
vida fertilizável do óvulo. Alcançada esta fase infértil pós-ovu-
latória, não é possível a gravidez após urna relação, e para 
evitar urna gravidez todos os dias est~o disponíveis para as 
relações sexuais até o início da seguinté menstruação. 
Desse modo, a fase fértil do ciclo ("a janela de fertilida-
de") começa quando se pode reconhecer a primeira mudança 
nas características do Ruxo a partir de um PBI (o ER), pro-
gredindo até as características férteis, em consonância com 
a elevação da produção de estrógenos. A ovulação pode ser 
reconhecida pela mudança da progesterona (o PC) e o final 
da fase fértil pode ser calculada a partir deste. As letras nas 
palavras (em inglês) "prornpt day" ("dia pronto") resumem 
os eventos ocorridos no dia do PC, isto é, a elevação da pro-
gesterona (/2.rogesterone r.ise), a ovulação e o muco passaram 
(Qvulation and mucus 12ast), hoje (t.oday). O MOB acrescenta 
três dias depois do dia Ápice para ter 100% de segurança de 
que os dias inférteis pós-ovulatórios foram alcançados. 
Além de identificar a ênfase da atividade ovariana e 
localizar o momento da ovulação, o muco cervical com ca-
racterísticas férteis é essencial para a fertilidade, sendo neces-
sário para manter a capacidade fertilizante do espermatozoi-
de e para sua passagem na vagina através do colo do útero 
até as trompas uterinas. Quando a menopausa se aproxima, 
a cérvix amadurecida pode perder a capacidade de resposta 
aos estrógenos, de modo que não se observa muco quando 
a ovulação ainda está ocorrendo. Tais mulheres são inférteis. 
22 
Professor Emérito James B. Brown 
No entanto, nestas circunstâncias, requerem-se cuidadosas 
observações no caso de urna breve secreção de muco que con-
fere um curto período de fertilidade. A ausência de muco 
ou sua pobre secreção antes da ovulação é frequentemente 
a causa da infertilidade. Deve-se recordar que a inibição da 
secreção do muco cervical é um mecanismo de ação impor-
tante da pílula anticonceptiva, que atua dessa forma por 
meio dos progestágenos contidos nela. 
3. A Onda de LI-1 
A onda de LH liberado pela glândula pituitária desen-
cadeia a ovulação, a qual ocorre aproximadamente 36 horas 
depois do início da subida de LH ou 17 horas depois do pico 
de LH. Assim, o momento da ovulação pode ser determinado 
em um espaço de poucas horas por qualquer um destes crité-
rios. O pico de LH pode ser facilmente identificado por meio 
de equipamentos de detecção domésticos e, corno precede 
imediatamente ao dia de máxima fertilidade, cornurnente é 
eleito o melhor momento para ter relações sexuais quando se 
busca a gravidez. Para detectar o início do aumento de LH, 
análises de laboratório de maior sensibilidade são essenciais. 
No entanto, este foi o procedimento usado na FIV para coin-
cidir a retirada de óvulos em ciclos sem estimulação, porque 
proporcionava um período de tempo preciso de 36 horas em 
preparação para a laparoscopia. Hoje em dia, é comum hipe-
restirnular os ovários para que produzam rnultiplos folículos 
23 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
e óvulos, induzindo a ovulação em um tempo pré-establecido 
com a administração de uma dose de HCG (gonadotropina 
coriônica humana) 36 horas antes. No entanto, a ovulação 
não se produz necessariamente no ovário depois de uma su-
bida de LH hipofisária, como é analisado em uma seção pos-
terior, que descreve o continuum da atividade ovariana.Mais 
ainda, tem-se documentado ovulações sem que seja identi-
ficado um aumento súbito de LH, se bem que deve ter-se 
produzido alguma liberação de LH para provocar a ovulação. 
O aumento da secreção de progesterona até alcançar um certo 
nível, o qual pode ser definido na maioria das mulheres, é re-
almente um marcador mais confiável da ovulação e a melhor 
prova do aumento de LH, além de comprovar que o ovário, 
de fato, tenha ovulado em resposta a ela. 
4. Ten1peratura Corporal Basal (TCB) 
O aumento da produção de progesterona na ovulação 
define o final da produção de muco e também produz uma 
ascensão da TCB de aproximadamente 0,3 graus centígrados. 
Esta elevação é medida facilmente e tem sido amplamente 
usada para confirmar a ocorrência da ovulação. No entanto, 
a relação entre a subida da temperatura e as mudanças nos 
níveis de progesterona é muito variável para que a localização 
da ovulação pela ascensão térmica possa ter um erro de -1 
(dia) a +4 dias. A informação é retrospectiva e não tem valor 
para predizer a ovulação. Os métodos sintotérmicos de PNF 
24 
Professor Emérito James B. Brown 
incluem medições de TCB para determinar a ocorrência de 
ovulação e calcular o início da fase infértil pós-ovulatória. O 
MOB considera que as medições de TCB são desnecessárias e 
que a mudança da progesterona (PC) na produção do muco 
mostra toda a informação necessária. 
5. Medições da Produção de Estrógenos e 
Progesterona 
O MOB mede efetivamente as mudanças cíclicas na pro-
dução de estrógenos e progesterona pelos ovários mediante a 
observação das mudanças do fluxo vaginal. Os níveis de es-
trógenos e progesterona podem ser medidos no sangue por 
radioimunoensaio ou seus metabólitos podem ser medidos na 
urina. As análises de sangue são amplamente usadas, mas tem 
a desvantagem do estresse do dia-a-dia na amostra, necessária 
para ter um panorama completo da atividade ovariana per-
to da ovulação, pode inibi-la. A maior .parte da validação do 
MOB tem sido feita usando análises de urina. As mulheres 
não têm dificuldade em recolher urina diariamente (três ho-
ras de coleta) e os testes têm sido simplificados a ponto de elas 
mesmas terem a prova de forma precisa em sua casa (usando 
o monitor ovariano caseiro). Tal aparelho é utilizado em mui-
tos centros do MOB para ajudar as mulheres que necessitam 
adquirir confiança sobre a correta interpretação de seus sin-
tomas e têm muitas aplicações na reprodução assistida e em 
outras investigações. 
25 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
e óvulos, induzindo a ovulação em um tempo pré-establecido 
com a administração de uma dose de HCG (gonadotropina 
coriônica humana) 36 horas antes. No entanto, a ovulação 
não se produz necessariamente no ovário depois de uma su-
bida de LH hipofisária, como é analisado em uma seção pos-
terior, que descreve o continuum da atividade ovariana. Mais 
ainda, tem-se documentado ovulações sem que seja identi-
ficado um aumento súbito de LH, se bem que deve ter-se 
produzido alguma liberação de LH para provocar a ovulação. 
O aumento da secreção de progesterona até alcançar um certo 
nível, o qual pode ser definido na maioria das mulheres, é re-
almente um marcador mais confiável da ovulação e a melhor 
prova do aumento de LH, além de comprovar que o ovário, 
de fato, tenha ovulado em resposta a ela. 
4. Ten1peratura Corporal Basal (TCB) 
O aumento da produção de progesterona na ovulação 
define o final da produção de muco e também produz uma 
ascensão da TCB de aproximadamente 0,3 graus centígrados. 
Esta elevação é medida facilmente e tem sido amplamente 
usada para confirmar a ocorrência da ovulação. No entanto, 
a relação entre a subida da temperatura e as mudanças nos 
níveis de progesterona é muito variável para que a localização 
da ovulação pela ascensão térmica possa ter um erro de -1 
(dia) a +4 dias. A informação é retrospectiva e não tem valor 
para predizer a ovulação. Os métodos sintotérmicos de PNF 
24 
Professor Emérito James B. Brown 
incluem medições de TCB para determinar a ocorrência de 
ovulação e calcular o início da fase infértil pós-ovulatória. O 
MOB considera que as medições de TCB são desnecessárias e 
que a mudança da progesterona (PC) na produção do muco 
mostra toda a informação necessária. 
5. Medições da Produção de Estrógenos e 
Progesterona 
O MOB mede efetivamente as mudanças cíclicas na pro-
dução de estrógenos e progesterona pelos ovários mediante a 
observação das mudanças do fluxo vaginal. Os níveis de es-
trógenos e progesterona podem ser medidos no sangue por 
radioimunoensaio ou seus metabólitos podem ser medidos na 
urina. As análises de sangue são amplamente usadas, mas tem 
a desvantagem do estresse do dia-a-dia na amostra, necessária 
para ter um panorama completo da atividade ovariana per-
to da ovulação, pode inibi-la. A maior .parte da validação do 
MOB tem sido feita usando análises de urina. As mulheres 
não têm dificuldade em recolher urina diariamente (três ho-
ras de coleta) e os testes têm sido simplificados a ponto de elas 
mesmas terem a prova de forma precisa em sua casa (usando 
o monitor ovariano caseiro). Tal aparelho é utilizado em mui-
tos centros do MOB para ajudar as mulheres que necessitam 
adquirir confiança sobre a correta interpretação de seus sin-
tomas e têm muitas aplicações na reprodução assistida e em 
outras investigações. 
25 
E STUDOS SO BRE A REPRO DUÇÃO H UMANA 
6. Exploração por Ultrassorn 
O ultrassom permite visualizar o crescimento dos folí-
culos, a ruptura de um deles (ovulação) e o desenvolvimento 
do corpo lúteo. Com efeito, a ruptura do folículo, a libe-
ração do óvulo e o líquido folicular, a provisão de sangue a 
estas estruturas e o grau de estimulação do endométrio como 
resultado dos hormônios produzidos podem ser vistos facil-
mente. Por isso, é o método mais preciso para detectar o 
momento da ovulação. A exploração por ultrassom tem tido 
um papel importante por proporcionar a informação básica 
sobre todas as fases da atividade ovariana; ademais, sua con-
cordância com os achados baseados nos padrões hormonais e 
os sintomas mucosos tem acrescentado nossa prévia confian-
ça nas regras do MOB. Para a aplicação diária, o ultrassom 
é oneroso, assim, é comum avaliar a atividade ovariana por 
outro método e usar o ultrassom como uma prova final de 
que a ovulação é iminente. 
FISIOLOGIA DA ÜVULAÇÃO 
A ovulação ocorre ao longo de um período de aproxi-
madamente 15 minutos, e quando se libera mais de um óvu-
lo, como em uma gravidez de gêmeos, estas ovulações múltiplas 
ocorrem muito próximas entre si. Assim, a ovulação é o único 
evento do ciclo menstrual com um tempo fixado muito preciso. 
O mecanismo ovulatório produz dois hormônios ovarianos - o 
estrógeno e a progesterona. O óvulo está dentro de um folículo 
ovariano e amadurece quando este alcança a fase de rápido cres-
cimento, na qual produz quantidades crescentes de estrógeno. 
Este hormônio estimula as glândulas da cérvix para que secretem 
um tipo especial de muco ("muco com 'características férteis"), 
essencial para que o espermatozoide atravesse a cérvix e alcance 
o óvulo. O estrógeno também estimula o crescimento do en-
dométrio, que recobre o corpo do Útero, ou seja, a matriz ("fase 
proliferativa"). Depois da ruptura do folículo e da liberação do 
óvulo, o corpo amarelo formado a partir daquele secreta tanto es-
trógenos como progesterona. O rápido aumento na secreção de 
progesterona neutraliza o efeito dos estrógenos sobre a cérvix e 
o epitélio vaginal, provocando a mudança da progesterona (PC) 
no padrão mucoso, o que ocorre próximo à ovulação e define o 
27 
E STUDOS SO BRE A REPRO DUÇÃO H UMANA 
6. Exploração por Ultrassorn 
O ultrassom permite visualizar o crescimento dos folí-
culos, a ruptura de um deles (ovulação) e o desenvolvimento 
do corpo lúteo. Com efeito, a ruptura do folículo, a libe-
raçãodo óvulo e o líquido folicular, a provisão de sangue a 
estas estruturas e o grau de estimulação do endométrio como 
resultado dos hormônios produzidos podem ser vistos facil-
mente. Por isso, é o método mais preciso para detectar o 
momento da ovulação. A exploração por ultrassom tem tido 
um papel importante por proporcionar a informação básica 
sobre todas as fases da atividade ovariana; ademais, sua con-
cordância com os achados baseados nos padrões hormonais e 
os sintomas mucosos tem acrescentado nossa prévia confian-
ça nas regras do MOB. Para a aplicação diária, o ultrassom 
é oneroso, assim, é comum avaliar a atividade ovariana por 
outro método e usar o ultrassom como uma prova final de 
que a ovulação é iminente. 
FISIOLOGIA DA ÜVULAÇÃO 
A ovulação ocorre ao longo de um período de aproxi-
madamente 15 minutos, e quando se libera mais de um óvu-
lo, como em uma gravidez de gêmeos, estas ovulações múltiplas 
ocorrem muito próximas entre si. Assim, a ovulação é o único 
evento do ciclo menstrual com um tempo fixado muito preciso. 
O mecanismo ovulatório produz dois hormônios ovarianos - o 
estrógeno e a progesterona. O óvulo está dentro de um folículo 
ovariano e amadurece quando este alcança a fase de rápido cres-
cimento, na qual produz quantidades crescentes de estrógeno. 
Este hormônio estimula as glândulas da cérvix para que secretem 
um tipo especial de muco ("muco com 'características férteis"), 
essencial para que o espermatozoide atravesse a cérvix e alcance 
o óvulo. O estrógeno também estimula o crescimento do en-
dométrio, que recobre o corpo do Útero, ou seja, a matriz ("fase 
proliferativa"). Depois da ruptura do folículo e da liberação do 
óvulo, o corpo amarelo formado a partir daquele secreta tanto es-
trógenos como progesterona. O rápido aumento na secreção de 
progesterona neutraliza o efeito dos estrógenos sobre a cérvix e 
o epitélio vaginal, provocando a mudança da progesterona (PC) 
no padrão mucoso, o que ocorre próximo à ovulação e define o 
27 
.. 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
dia Ápice (o último dia de fluxo com características férteis prévio 
à mudança). A progesterona também atua sobre o endométrio 
previamente estimulado pelos estrógenos, tornando-o apto para 
a implantação do óvulo fertilizado ("fase secretora''). Na ausência 
de uma gravidez, a secreção de estrógeno e progesterona atinge 
o pico aproximadamente sete dias depois da ovulação, e logo 
declina. Isso conduz à desintegração do endométrio como san-
gramento menstrual, 11 a 16 dias depois da ovulação. 
As mudanças cíclicas na atividade ovariana são controladas 
pela secreção de dois hormônios pela glândula hipófise, situada 
no cérebro, o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormô-
nio luteinizante (LH). A produção destes dois hormônios é, por 
sua vez, controlada por uma área do cérebro denominada hipo-
tálamo. Este atua como um computador, analisando os sinais ner-
vosos de outras áreas do cérebro, inclusive aquelas que são geradas 
pelas emoções e os fatores ambientais, como o estresse e a nutri- . 
ção; também analisa os sinais hormonais ( estrógeno e progeste-
rona) gerados pelos ovários e outras glândulas endócrinas e que 
são transmitidos pela corrente sanguínea. A soma de todos estes 
efeitos determina a qualidade da atividade ovariana produzida. 
O ciclo ovariano progride por meio de uma série bem 
ordenada de eventos (ver figura 1). Durante a última fase do ci-
clo precedente, a elevada produção de estrógeno e progesterona 
pelo corpo amarelo, que age via hipotálamo, suprime a produ-
ção de FSH e LH pela glândula hipófise. Ao final do ciclo, a 
diminuição dos níveis de estrógeno e progesterona elimina ~sta 
supressão e eleva os níveis circulantes de FSH. Os folículos den-
tro dos ovários necessitam de um nível de limiar de FSH abaixo 
Professor Emérito James B. Brown 
do qual permanecem inativos. Inicialmente, os valores de FSH 
que chegam aos folículos estão abaixo do nível limiar, porém, 
quando se elimina a supressão hormonal, os níveis de FSH se ele-
vam até o nível limiar, alcançando alguns folículos mais sensíveis, 
inclusive os que têm o melhor suporte sanguíneo. Tais folículos 
iniciam sua fase de rápido crescimento, enquanto que os folículos 
restantes, cujos níveis de limiar não foram alcançados, permane-
cem em estado latente. Este é um mecanismo essencial para a 
conservação dos folículos, de modo que a quantidade inicial ao 
momento do nascimento dure por todo o período da vida repro-
dutiva do indivíduo. Esta é a fase proliferativa do ciclo ovariano. 
Uma vez que um folículo começa sua fase de rápido crescimento, 
só há dois resultados possíveis: ou progride até seu destino final, a 
ovulação e a potencial formação de um novo indivíduo, ou falha 
em sua corrida até a ovulação e morre pelo processo de atresia, 
não podendo retornar ao grupo original de folículos. São neces-
sários vários dias de crescimento, antes que os folículos em desen-
volvimento secretem estrógeno suficiente na corrente sanguínea, 
para proporcionar o sinal ao hipotálamo/hipófise para que seus 
níveis de limiar de FSH sejam alcançados. Há também um nível 
intermediário de produção de FSH, que deve ser excedido antes 
que um folículo seja finalmente impulsionado para completar 
o processo integral da ovulação; e um nível máximo, que não 
deve ser excedido, pois, desta maneira, muitos folículos seriam 
estimulados, causando uma ovulação múltipla. O nível máximo 
é somente 20% a 30% acima do limiar inicial, para que o FSH 
aumente lentamente e o controle exato da retroação pelo estróge-
no produzido pelos folículos em desenvolvimento é essencial. 
29 
.. 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
dia Ápice (o último dia de fluxo com características férteis prévio 
à mudança). A progesterona também atua sobre o endométrio 
previamente estimulado pelos estrógenos, tornando-o apto para 
a implantação do óvulo fertilizado ("fase secretora''). Na ausência 
de uma gravidez, a secreção de estrógeno e progesterona atinge 
o pico aproximadamente sete dias depois da ovulação, e logo 
declina. Isso conduz à desintegração do endométrio como san-
gramento menstrual, 11 a 16 dias depois da ovulação. 
As mudanças cíclicas na atividade ovariana são controladas 
pela secreção de dois hormônios pela glândula hipófise, situada 
no cérebro, o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormô-
nio luteinizante (LH). A produção destes dois hormônios é, por 
sua vez, controlada por uma área do cérebro denominada hipo-
tálamo. Este atua como um computador, analisando os sinais ner-
vosos de outras áreas do cérebro, inclusive aquelas que são geradas 
pelas emoções e os fatores ambientais, como o estresse e a nutri- . 
ção; também analisa os sinais hormonais ( estrógeno e progeste-
rona) gerados pelos ovários e outras glândulas endócrinas e que 
são transmitidos pela corrente sanguínea. A soma de todos estes 
efeitos determina a qualidade da atividade ovariana produzida. 
O ciclo ovariano progride por meio de uma série bem 
ordenada de eventos (ver figura 1). Durante a última fase do ci-
clo precedente, a elevada produção de estrógeno e progesterona 
pelo corpo amarelo, que age via hipotálamo, suprime a produ-
ção de FSH e LH pela glândula hipófise. Ao final do ciclo, a 
diminuição dos níveis de estrógeno e progesterona elimina ~sta 
supressão e eleva os níveis circulantes de FSH. Os folículos den-
tro dos ovários necessitam de um nível de limiar de FSH abaixo 
Professor Emérito James B. Brown 
do qual permanecem inativos. Inicialmente, os valores de FSH 
que chegam aos folículos estão abaixo do nível limiar, porém, 
quando se elimina a supressão hormonal, os níveis de FSH se ele-
vam até o nível limiar, alcançando alguns folículos mais sensíveis, 
inclusive os que têm o melhor suporte sanguíneo. Tais folículos 
iniciam sua fase de rápido crescimento, enquanto que os folículos 
restantes, cujos níveisde limiar não foram alcançados, permane-
cem em estado latente. Este é um mecanismo essencial para a 
conservação dos folículos, de modo que a quantidade inicial ao 
momento do nascimento dure por todo o período da vida repro-
dutiva do indivíduo. Esta é a fase proliferativa do ciclo ovariano. 
Uma vez que um folículo começa sua fase de rápido crescimento, 
só há dois resultados possíveis: ou progride até seu destino final, a 
ovulação e a potencial formação de um novo indivíduo, ou falha 
em sua corrida até a ovulação e morre pelo processo de atresia, 
não podendo retornar ao grupo original de folículos. São neces-
sários vários dias de crescimento, antes que os folículos em desen-
volvimento secretem estrógeno suficiente na corrente sanguínea, 
para proporcionar o sinal ao hipotálamo/hipófise para que seus 
níveis de limiar de FSH sejam alcançados. Há também um nível 
intermediário de produção de FSH, que deve ser excedido antes 
que um folículo seja finalmente impulsionado para completar 
o processo integral da ovulação; e um nível máximo, que não 
deve ser excedido, pois, desta maneira, muitos folículos seriam 
estimulados, causando uma ovulação múltipla. O nível máximo 
é somente 20% a 30% acima do limiar inicial, para que o FSH 
aumente lentamente e o controle exato da retroação pelo estróge-
no produzido pelos folículos em desenvolvimento é essencial. 
29 
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"v~ ta seu conteúdo de células granulosas e produz quantidades "O "O ..s 
rJ) "' o " o ~§ ~ ~ rapidamente crescentes de estrógeno. Ao mesmo tempo, di-·;::: 
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2-.. o "' e: dois ou mais folículos estiverem igualmente nivelados em sua 
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31 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
(o pico pré-ovulatório de estrógenos) , aproximadamente 36 
horas antes da ovulação, e logo desce conforme progride o 
mecanismo ovulatório. Esta queda é um marcador importante 
que indica o final da fase de rápido crescimento desse folículo, 
ou seja, que progrida até a ovulação ou se atrofie. O pico de 
LH provoca a luteinização do folículo antes de sua ruptura, o 
que conduz ao começo da produção de progesterona. Por isso 
uma mulher que controla sua produção de estrógenos e pro-
gesterona verá uma acentuada elevação nos níveis de estróge-
no até alcançar um máximo, seguido por uma queda. Ela sabe 
que a ovulação se produzirá nas 24 horas seguintes, depois 
de identificar o dia da queda e que este é o dia mais fértil de 
seu ciclo. Se a ovulação está realmente ocorrendo, quer dizer, 
se houve o pico de LH, provocando o processo ovulatório, 
ela também detectará no dia da queda um pequeno aumento 
no nível de progesterona. Pode-se especificar, com pequena 
variação, o nível real de produção de progesterona, associadoao momento da ovulação, aplicável para a maioria das mu-
lheres e este nível, em presença de uma queda de estrógenos, 
é um indicador muito preciso do momento da ovulação. No 
entanto, se a queda de estrógenos assinala o final da fase de 
rápido crescimento de um folículo que não ovulará, nenhum 
aumento na progesterona (ciclo anovulatório) será detectado 
ou esta subida será mínima e não progressiva (folículo lutei-
nizado sem ruptura). Depois da ovulação, o folículo rompido 
se transforma no corpo amarelo e a produção de progesterona 
aumenta rapidamente (aproximadamente se duplica a cada 
32 
Professor Emérito James B. Brown 
dia) junto com um segundo aumento na produção de estró-
geno. A subida dos níveis de progesterona provoca a mudança 
da progesterona no muco cervical, o que permite o cálculo 
do dia Ápice. A diminuição dos níveis de progesterona ao 
final do ciclo provoca o sangramento menstrual. A produção 
de estrógeno também diminui ao final do ciclo, porém esta 
queda é menos importante para induzir o sangramento que 
a queda da progesterona. O sangramento sempre segue a su-
bida e a queda na produção de progesterona na fase pós-ovu-
latória, porém o correspondente aumento e queda da produ-
ção de estrógeno, sem produção de progesterona, como na 
atividade ovariana anovulatória, pode ou não ser seguido por 
um sangramento. 
33 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
(o pico pré-ovulatório de estrógenos) , aproximadamente 36 
horas antes da ovulação, e logo desce conforme progride o 
mecanismo ovulatório. Esta queda é um marcador importante 
que indica o final da fase de rápido crescimento desse folículo, 
ou seja, que progrida até a ovulação ou se atrofie. O pico de 
LH provoca a luteinização do folículo antes de sua ruptura, o 
que conduz ao começo da produção de progesterona. Por isso 
uma mulher que controla sua produção de estrógenos e pro-
gesterona verá uma acentuada elevação nos níveis de estróge-
no até alcançar um máximo, seguido por uma queda. Ela sabe 
que a ovulação se produzirá nas 24 horas seguintes, depois 
de identificar o dia da queda e que este é o dia mais fértil de 
seu ciclo. Se a ovulação está realmente ocorrendo, quer dizer, 
se houve o pico de LH, provocando o processo ovulatório, 
ela também detectará no dia da queda um pequeno aumento 
no nível de progesterona. Pode-se especificar, com pequena 
variação, o nível real de produção de progesterona, associado 
ao momento da ovulação, aplicável para a maioria das mu-
lheres e este nível, em presença de uma queda de estrógenos, 
é um indicador muito preciso do momento da ovulação. No 
entanto, se a queda de estrógenos assinala o final da fase de 
rápido crescimento de um folículo que não ovulará, nenhum 
aumento na progesterona (ciclo anovulatório) será detectado 
ou esta subida será mínima e não progressiva (folículo lutei-
nizado sem ruptura). Depois da ovulação, o folículo rompido 
se transforma no corpo amarelo e a produção de progesterona 
aumenta rapidamente (aproximadamente se duplica a cada 
32 
Professor Emérito James B. Brown 
dia) junto com um segundo aumento na produção de estró-
geno. A subida dos níveis de progesterona provoca a mudança 
da progesterona no muco cervical, o que permite o cálculo 
do dia Ápice. A diminuição dos níveis de progesterona ao 
final do ciclo provoca o sangramento menstrual. A produção 
de estrógeno também diminui ao final do ciclo, porém esta 
queda é menos importante para induzir o sangramento que 
a queda da progesterona. O sangramento sempre segue a su-
bida e a queda na produção de progesterona na fase pós-ovu-
latória, porém o correspondente aumento e queda da produ-
ção de estrógeno, sem produção de progesterona, como na 
atividade ovariana anovulatória, pode ou não ser seguido por 
um sangramento. 
33 
As V ARIAÇõEs no C:rcLo: 
o CüNTINUUM 
Requer-se sempre aproximadamente 21 dias para que 
se produza o processo ovulatório fértil de forma completa, ou 
seja, o começo da fase de cresciment~ rápido de um folículo, 
seu desenvolvimento, a ovulação, a formação do corpo lúteo 
e sua desintegração (a menstruação). Em um ciclo de 28 dias, 
são necessários aproximadamente sete dias para que os valores 
de FSH aumentem até o nível limiar e um folículo comece 
sua fase de crescimento rápido. Durante .esses sete dias, muito 
pouco estrógeno é produzido e a mulher experimenta vários 
dias de um PBI depois do término do sangramento menstrual. 
Muitas variações do ciclo ovulatório de 28 dias pode ocorrer. 
Tem-se observado ciclos ovulatórios completos de so-
mente 19 dias. Nestes, os valores dos estrógenos já estavam se 
elevando no primeiro dia do ciclo, indicando que neste tempo 
se desenvolvia um folículo, e que a fase fértil havia começado. 
Por outro lado, a elevação da produção de FSH até 
o valor limiar pode demorar, sendo esta uma das causas de 
35 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
prolongação dos ciclos. Enquanto os níveis de FSH perma-
necem abaixo do limiar, nenhum folículo começa sua fase de 
crescimento rápido, muito pouco estrógeno é produzido e 
a cérvix permanece sem estimulação. A mulher experimen-
ta uma sucessão de dias "secos" ou dias com fluxo vaginal 
mínimo, sem mudanças (PBI). No entanto, a menos que a 
mulher tenha alcançado a menopausa ou tenha amenorréia 
permanente, a produção de FSH se elevará acima do limiar e 
se colocarão em marcha os eventos ovulatórios com a mesma 
sincronização que no ciclo de 28 dias. 
Em outra variante, os níveis de FSH ultrapassam o valor 
limiar, desenvolve-se um folículo, mas este não progride até a 
ovulação. O folículo em desenvolvimento produz estrógeno, 
provocando a correspondente mudança no fluxo vaginal. Os 
níveis de FSH podem regressar aos valores abaixo do limiar, o 
folículo sofre atresia, os níveis de estrógeno regressam a seus va-
lores básicos (linha de base), com um retorno do PBI seco. Não 
libera LH, não se produz progesterona e não se identifica nem 
o PC nem o dia Ápice. Dependendo da quantidade de estróge-
no produzida e da sensibilidade do endométrio do indivíduo, 
pode haver ou não suficiente estimulação endometrial que re-
sulte em um sangramento de retirada de estrógenos. Se ocorrer 
um sangramento, este é do tipo anovulatório (ver abaixo). 
O folículo seguinte que se desenvolve pode ter o mes-
mo final, porém, com o tempo, um folículo se desenvolve e 
progride até alcançar uma resposta ovulatória completa. Neste 
caso, a mulher vê fragmentos da produção de muco quando 
Professor Emérito James B. Brown 
cada folículo se desenvolve parcialmente e os níveis de estró-
genos estão correspondentemente elevados, com um regresso 
ao PBI quando o folículo sofre atresia e os níveis de estrógeno 
retornam à linha base. No entanto, quando o folículo que fi-
nalmente ovulará é desenvolvido, a produção de muco mos-
trará então um desenvolvimento progressivo e a mudança da 
progesterona e o dia Ápice serão reconhecidos. Assim, a mu-
lher poderá concluir que ovulou, calcular quando entrará na 
fase infértil pós-ovulatória e prever que a menstruação ocorre-
rá aproximadamente 14 dias após. Tais intentos transitórios de 
desenvolvimento folicular, antes da matutação folicular plena 
e a ovulação, constituem outra causa de ciclos longos. 
Em outra variação possível, a elevação da produção de 
FSH acima do limiar pode deter-se antes que se exceda o ní-
vel intermediário, permanecendo os folículos em um estado 
de estimulação crônica. A quantidade de estrógeno secretada 
se estabiliza em níveis abaixo daqueles do pico pré-ovulatório. 
O fluxo vaginal mostra características férteis, de acordo com 
o nível alcançado de estrógenos, porém estes não mudam 
progressivamente. Se esta situação persistir, pode ocorrer que 
o endométrio uterino estimulado se desintegre, produzindo 
um sangramento de rompimento (breakthrough bleeding). Os 
níveis de FSH podem então descer abaixo do limiar,os níveis 
de estrógeno regressam a sua linha de base e o fluxo vaginal 
retorna a um PBI seco. 
Entretanto, mais comumente, o mecanismo de retroali-
mentação se autocorrige, os valores de FSH começam a subir 
37 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
prolongação dos ciclos. Enquanto os níveis de FSH perma-
necem abaixo do limiar, nenhum folículo começa sua fase de 
crescimento rápido, muito pouco estrógeno é produzido e 
a cérvix permanece sem estimulação. A mulher experimen-
ta uma sucessão de dias "secos" ou dias com fluxo vaginal 
mínimo, sem mudanças (PBI). No entanto, a menos que a 
mulher tenha alcançado a menopausa ou tenha amenorréia 
permanente, a produção de FSH se elevará acima do limiar e 
se colocarão em marcha os eventos ovulatórios com a mesma 
sincronização que no ciclo de 28 dias. 
Em outra variante, os níveis de FSH ultrapassam o valor 
limiar, desenvolve-se um folículo, mas este não progride até a 
ovulação. O folículo em desenvolvimento produz estrógeno, 
provocando a correspondente mudança no fluxo vaginal. Os 
níveis de FSH podem regressar aos valores abaixo do limiar, o 
folículo sofre atresia, os níveis de estrógeno regressam a seus va-
lores básicos (linha de base), com um retorno do PBI seco. Não 
libera LH, não se produz progesterona e não se identifica nem 
o PC nem o dia Ápice. Dependendo da quantidade de estróge-
no produzida e da sensibilidade do endométrio do indivíduo, 
pode haver ou não suficiente estimulação endometrial que re-
sulte em um sangramento de retirada de estrógenos. Se ocorrer 
um sangramento, este é do tipo anovulatório (ver abaixo). 
O folículo seguinte que se desenvolve pode ter o mes-
mo final, porém, com o tempo, um folículo se desenvolve e 
progride até alcançar uma resposta ovulatória completa. Neste 
caso, a mulher vê fragmentos da produção de muco quando 
Professor Emérito James B. Brown 
cada folículo se desenvolve parcialmente e os níveis de estró-
genos estão correspondentemente elevados, com um regresso 
ao PBI quando o folículo sofre atresia e os níveis de estrógeno 
retornam à linha base. No entanto, quando o folículo que fi-
nalmente ovulará é desenvolvido, a produção de muco mos-
trará então um desenvolvimento progressivo e a mudança da 
progesterona e o dia Ápice serão reconhecidos. Assim, a mu-
lher poderá concluir que ovulou, calcular quando entrará na 
fase infértil pós-ovulatória e prever que a menstruação ocorre-
rá aproximadamente 14 dias após. Tais intentos transitórios de 
desenvolvimento folicular, antes da matutação folicular plena 
e a ovulação, constituem outra causa de ciclos longos. 
Em outra variação possível, a elevação da produção de 
FSH acima do limiar pode deter-se antes que se exceda o ní-
vel intermediário, permanecendo os folículos em um estado 
de estimulação crônica. A quantidade de estrógeno secretada 
se estabiliza em níveis abaixo daqueles do pico pré-ovulatório. 
O fluxo vaginal mostra características férteis, de acordo com 
o nível alcançado de estrógenos, porém estes não mudam 
progressivamente. Se esta situação persistir, pode ocorrer que 
o endométrio uterino estimulado se desintegre, produzindo 
um sangramento de rompimento (breakthrough bleeding). Os 
níveis de FSH podem então descer abaixo do limiar, os níveis 
de estrógeno regressam a sua linha de base e o fluxo vaginal 
retorna a um PBI seco. 
Entretanto, mais comumente, o mecanismo de retroali-
mentação se autocorrige, os valores de FSH começam a subir 
37 
ESTUDOS SOBRE A REPROD UÇÃO HUMANA 
novamente, excedem o nível intermediário e então um folí-
culo é lançado até a ovulação com os mesmos mecanismos, 
sincronização e cálculo do dia Ápice, como no ciclo ovula-
tório de 28 dias. Esta situação é a causa do sangramento ou 
das manchas pré-ovulatórias. Na verdade, é a rápida elev;ição 
final do estrógeno até o pico pré-ovulatório que detém o san-
gramento, e a mulher deveria estar consciente de que está em 
uma fase de alta fertilidade durante tal sangramento, isto é, um 
sangramento que não tenha sido precedido aproximadamente 
14 dias por uma mudança da progesterona (PC) identificável 
por meio do muco. 
Em outras variações do ciclo ovariano, um folículo é 
lançado até a ovulação, porém a liberação de LH é defeituosa. 
Algumas vezes, o mecanismo de liberação deste hormônio não 
funciona em absoluto, não há uma onda de LH resultante dos 
níveis elevados de estrógeno, o folículo dominante tem uma 
vida limitada, sofre atresia e diminui a produção de estróge-
no, assinalando o fim da fase de rápido crescimento do folícu-
lo e produzindo um sangramento de retirada de estrógenos. 
Os níveis elevados de estrógeno fazem que se produza muco, 
porém não se pode identificar um PC (ou dia Ápice), já que 
não há aumento na produção de progesterona. Este é um tipo 
de atividade ovariana anovulatória. 
Em outra modalidade, um pouco de LH pode ser li-
berado, porém não a quantidade necessária para provocar a 
rutura (ovulação) do folículo impulsionado, ainda que sufi-
ciente para causar uma pequena quantidade de luteinização 
Professor Emérito James B. Brown 
do folículo, que, por sua vez, produz uma mínima quanti-
dade de progesterona durante um curto período de tempo. 
Este fenômeno é conhecido como folículo luteinizado sem 
ruptura (LUF). Não há um dia de mudança da progesterona 
(nem dia Ápice) claramente identificável (os sintomas não são 
muito definidos, são "confusos"). 
Um LUF pode ou não ser seguido por um sangramento 
e, como na variação anterior, pode ser que o episódio seguinte 
de atividade ovariana seja um ciclo ovulatório fértil completo 
ou uma repetição de alguma variação. 
Outra variação se dá quando a onda de LH é suficiente 
para provocar a ovulação, porém não para produzir um cor-
po lúteo completamente formado, capaz de sustentar uma 
gravidez. Os níveis de progesterona se elevam acima dos re-
gistrados em um LUF, usualmente suficientes para definir um 
PC. No entanto, tampouco estes níveis não alcançam os re-
gistrados em um corpo lúteo totalmente formado, ou chegam 
aos níveis pós-ovulatórios normais, porém caem prematura-
mente, de modo que se produz o sangramento até dez dias 
depois da ovulação. O primeiro caso é conhecido como "fase 
lútea deficiente", o segundo como "fase lútea curta''. Ambos 
os ciclos são ovulatórios, porém inférteis, são seguidos pela 
menstruação e se aplica a regra do Ápice. 
A fase lútea deficiente pode estar associada com alguma 
dificuldade para reconhecer um PC e calcular o dia Ápice ou 
dificuldade no diagnóstico por análise hormonal, e a fase lútea 
curta se reconhece pelo encurtamento do intervalo entre o dia 
39 
ESTUDOS SOBRE A REPROD UÇÃO HUMANA 
novamente, excedem o nível intermediário e então um folí-
culo é lançado até a ovulação com os mesmos mecanismos, 
sincronização e cálculo do dia Ápice, como no ciclo ovula-
tório de 28 dias. Esta situação é a causa do sangramento ou 
das manchas pré-ovulatórias. Na verdade, é a rápida elev;ição 
final do estrógeno até o pico pré-ovulatório que detém o san-
gramento, e a mulher deveria estar consciente de que está em 
uma fase de alta fertilidade durante tal sangramento, isto é, um 
sangramento que não tenha sido precedido aproximadamente 
14 dias por uma mudança da progesterona (PC) identificável 
por meio do muco. 
Em outras variações do ciclo ovariano, um folículo é 
lançado até a ovulação, porém a liberação de LH é defeituosa. 
Algumas vezes, o mecanismo de liberação deste hormônio não 
funciona em absoluto, não há uma onda de LH resultante dos 
níveis elevados de estrógeno, o folículo dominante tem uma 
vida limitada, sofre atresia e diminui a produção de estróge-
no, assinalando o fim da fase de rápido crescimento do folícu-
lo e produzindo um sangramento de retirada de estrógenos. 
Os níveis elevados de estrógeno fazem que se produza muco, 
porém não se pode identificar um PC (ou dia Ápice), já que 
não háaumento na produção de progesterona. Este é um tipo 
de atividade ovariana anovulatória. 
Em outra modalidade, um pouco de LH pode ser li-
berado, porém não a quantidade necessária para provocar a 
rutura (ovulação) do folículo impulsionado, ainda que sufi-
ciente para causar uma pequena quantidade de luteinização 
Professor Emérito James B. Brown 
do folículo, que, por sua vez, produz uma mínima quanti-
dade de progesterona durante um curto período de tempo. 
Este fenômeno é conhecido como folículo luteinizado sem 
ruptura (LUF). Não há um dia de mudança da progesterona 
(nem dia Ápice) claramente identificável (os sintomas não são 
muito definidos, são "confusos"). 
Um LUF pode ou não ser seguido por um sangramento 
e, como na variação anterior, pode ser que o episódio seguinte 
de atividade ovariana seja um ciclo ovulatório fértil completo 
ou uma repetição de alguma variação. 
Outra variação se dá quando a onda de LH é suficiente 
para provocar a ovulação, porém não para produzir um cor-
po lúteo completamente formado, capaz de sustentar uma 
gravidez. Os níveis de progesterona se elevam acima dos re-
gistrados em um LUF, usualmente suficientes para definir um 
PC. No entanto, tampouco estes níveis não alcançam os re-
gistrados em um corpo lúteo totalmente formado, ou chegam 
aos níveis pós-ovulatórios normais, porém caem prematura-
mente, de modo que se produz o sangramento até dez dias 
depois da ovulação. O primeiro caso é conhecido como "fase 
lútea deficiente", o segundo como "fase lútea curta''. Ambos 
os ciclos são ovulatórios, porém inférteis, são seguidos pela 
menstruação e se aplica a regra do Ápice. 
A fase lútea deficiente pode estar associada com alguma 
dificuldade para reconhecer um PC e calcular o dia Ápice ou 
dificuldade no diagnóstico por análise hormonal, e a fase lútea 
curta se reconhece pelo encurtamento do intervalo entre o dia 
39 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
Ápice e a menstruação. Um ciclo que resulta em uma gravidez 
deve, . por esse fato, ser um ciclo fértil normal. No entanto, 
quando os níveis de progesterona da fase lútea de tal ciclo es-
tão no limite inferior da normalidade, é difícil distingui-lo de 
um ciclo com uma fase lútea deficiente. Esta distinção não é 
importante para evitar a gravidez, porém é importante quando 
se tenta consegui-la, uma vez que os níveis baixos de progeste-
rona em forma persistente na fase lútea podem ser fortalecidos 
com a administração da droga clomifeno, um modo impor-
tante de aumentar as taxas de gravidez nestes casos. 
Foram descritas estas variações do ciclo como se fossem 
separadas. Na realidade, uma entra na seguinte, de modo que 
haja uma graduação contínua desde a ausência de atividade 
folicular (amenorréia), passando pela atividade folicular sem 
uma onda de LH (atividade ovariana anovulatória), em segui-
da a crescente maturação do mecanismo produtor de LH, até 
subir a um ciclo ovulatório completamente fértil. Chamamos 
esta graduação de o continuum de atividade ovariana. 
Na menarca, o primeiro ciclo de sangramento é usual-
mente anovulatório e pode demorar vários anos para que a 
resposta de LH amadureça e comecem os ciclos ovulatórios 
férteis. O contrário ocorre quando se aproxima a menopausa. 
O retorno da fertilidade depois do parto e durante a amamen-
tação é similar ao mecanismo na menarca, porém os interva-
los de tempo entre as variações são mais curtos. Em atletas, 
uma mulher com ciclos ovulatórios regulares mostra fre-
quentemente mudanças durante o período de treinamento 
40 
Professor Emérito James B. Brown 
intensivo, primeiro as fases lúteas deficientes, em seguida 
o LUF, a anovulação e finalmente a amenorréia, e então se 
reverte a ciclos ovulatórios completamente férteis uns poucos 
meses depois de abandonar o treinamento. 
As variações do ciclo nem sempre se repetem de ciclo 
a ciclo. Por exemplo, com a aproximação da menopausa ou 
durante situações de estresse, a mulher pode experimentar 
períodos de amenorréia ou uma série de ciclos anovulatórios, 
ou LUF, intercalados com ciclos ovulatórios completamen-
te férteis. Como uma gravidez só pode resultar de um ciclo 
ovulatório completamente desenvolvido, esperaria-se que 
todos os dias em que as outras variações do ciclo ocorreram, 
pudessem ser utilizados para as relações sexuais, se a intenção 
é evitar a gravidez. O problema é que o desenvolvimento 
destas variações inférteis do ciclo é o mesmo que para os 
ciclos ovulatórios, e o fato de que sejam na verdade inférteis 
só pode ser detectado retrospectivamente pela ausência de 
um PC evidente ou um encurtamento da fase lútea. Por isso, 
é necessário vigilância em todo momento e as Regras dos 
Primeiros Dias devem ser aplicadas até que se perceba um 
PC com clareza. As variações nos ciclos não devem ser con-
sideradas anormais, elas são respostas normais ao ambiente 
para assegurar que não ocorra a gravidez sob condições mui-
to desfavoráveis para a mãe e o feto. A identificação de uma 
variação infértil do ciclo, enquanto em processo, é o objetivo 
de futuras pesquisas. 
41 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
Ápice e a menstruação. Um ciclo que resulta em uma gravidez 
deve, . por esse fato, ser um ciclo fértil normal. No entanto, 
quando os níveis de progesterona da fase lútea de tal ciclo es-
tão no limite inferior da normalidade, é difícil distingui-lo de 
um ciclo com uma fase lútea deficiente. Esta distinção não é 
importante para evitar a gravidez, porém é importante quando 
se tenta consegui-la, uma vez que os níveis baixos de progeste-
rona em forma persistente na fase lútea podem ser fortalecidos 
com a administração da droga clomifeno, um modo impor-
tante de aumentar as taxas de gravidez nestes casos. 
Foram descritas estas variações do ciclo como se fossem 
separadas. Na realidade, uma entra na seguinte, de modo que 
haja uma graduação contínua desde a ausência de atividade 
folicular (amenorréia), passando pela atividade folicular sem 
uma onda de LH (atividade ovariana anovulatória), em segui-
da a crescente maturação do mecanismo produtor de LH, até 
subir a um ciclo ovulatório completamente fértil. Chamamos 
esta graduação de o continuum de atividade ovariana. 
Na menarca, o primeiro ciclo de sangramento é usual-
mente anovulatório e pode demorar vários anos para que a 
resposta de LH amadureça e comecem os ciclos ovulatórios 
férteis. O contrário ocorre quando se aproxima a menopausa. 
O retorno da fertilidade depois do parto e durante a amamen-
tação é similar ao mecanismo na menarca, porém os interva-
los de tempo entre as variações são mais curtos. Em atletas, 
uma mulher com ciclos ovulatórios regulares mostra fre-
quentemente mudanças durante o período de treinamento 
40 
Professor Emérito James B. Brown 
intensivo, primeiro as fases lúteas deficientes, em seguida 
o LUF, a anovulação e finalmente a amenorréia, e então se 
reverte a ciclos ovulatórios completamente férteis uns poucos 
meses depois de abandonar o treinamento. 
As variações do ciclo nem sempre se repetem de ciclo 
a ciclo. Por exemplo, com a aproximação da menopausa ou 
durante situações de estresse, a mulher pode experimentar 
períodos de amenorréia ou uma série de ciclos anovulatórios, 
ou LUF, intercalados com ciclos ovulatórios completamen-
te férteis. Como uma gravidez só pode resultar de um ciclo 
ovulatório completamente desenvolvido, esperaria-se que 
todos os dias em que as outras variações do ciclo ocorreram, 
pudessem ser utilizados para as relações sexuais, se a intenção 
é evitar a gravidez. O problema é que o desenvolvimento 
destas variações inférteis do ciclo é o mesmo que para os 
ciclos ovulatórios, e o fato de que sejam na verdade inférteis 
só pode ser detectado retrospectivamente pela ausência de 
um PC evidente ou um encurtamento da fase lútea. Por isso, 
é necessário vigilância em todo momento e as Regras dos 
Primeiros Dias devemser aplicadas até que se perceba um 
PC com clareza. As variações nos ciclos não devem ser con-
sideradas anormais, elas são respostas normais ao ambiente 
para assegurar que não ocorra a gravidez sob condições mui-
to desfavoráveis para a mãe e o feto. A identificação de uma 
variação infértil do ciclo, enquanto em processo, é o objetivo 
de futuras pesquisas. 
41 
As REGRAS DO MÉTODO DE 
ÜVULAÇÃO BILLINGS 
Regras dos Primeiros Dias para Evitar a Gravidez 
Para evitar a gravidez, o MOB aplica quatro regras, 
três Regras dos Primeros Dias e a Regra do Ápice. As Regras 
dos Primeiros Dias têm sido formuladas para proporcionar a 
predição antecipada da ovulação e permitir a sobrevivência 
espermática mais longa possível. Como o MOB se baseia na 
sensação vulvar e leva tempo para que as secreções escorram 
até a vulva, é necessário um certo tempo com a mulher em 
posição vertical para uma identificação exata. Além disso, o 
fluido seminal oculta as observações e precisa ser absorvido 
ou escoado para fora, antes de observações exatas serem feitas. 
Portanto, para conseguir estes dois requisitos em todos os tipos 
de atividade ovariana, as Regras dos Primeiros Dias estabele-
cem o seguinte: 
1. Os dias de sangramento menstrual intenso ou ou-
tros tipos de sangramento não estão liberados para as relações 
sexuais, pois ocultam os sintomas do fluxo. A relação pode 
43 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
ser reiniciada no final do sangramento menstrual (isto é, um 
sangramento que se produz depois de um PC e dia Ápice 
evidentes), quando está leve ou ocorrem manchas que não 
ocultem os sintomas de fertilidade. 
2. Quando um PBI é identificado, pode-se manter 
relações sexuais em noites alternadas. 
3. Quando se observa qualquer mudança no PBI, seja 
no fluxo ou no sangramento, o casal aguarda sem manter re-
lações sexuais. Se o mesmo PBI retorna, as relações sexuais 
podem ser repetidas a partir da quarta noite depois do retor-
no do PBI. Esta é a regra "Esperar e ver, 1, 2, 3". 
Frequentemente, a mudança a partir de um PBI é pro-
gressiva, com um fluxo cujas características mudam diaria-
mente, tornando-se cada vez mais férteis e sendo a lubrifi-
cação a qualidade final mais importante. A fase de possível 
fertilidade começa com a primeira mudança a partir do PBI 
(o ER) e desde então deve ser observada a abstinência genital. 
Nos ciclos curtos, é possível que não haja tempo suficiente, 
depois do sangramento, para identificar um PBI antes que 
um folículo comece a desenvolver-se, caso em que não haverá 
dias pré-ovulatórios disponíveis para as relações sexuais. 
Ocasionalmente, durante a amamentação ou com a apro-
ximação da menopausa, um PBI pode mudar para outro PBI 
com características mais férteis. Neste caso, é importante um 
período de "esperar e ver" de duas semanas antes de assumir 
que esta mudança é, de fato, um novo PBI e retornar as rela-
ções sexuais. A mulher nota que a mudança não é progressiva 
44 
Professor Emérito James B. Brown 
("não vai a lugar nenhum''). Quando não há um PC que pro-
porcione o reconhecimento do dia Ápice, a mulher continua 
aplicando as Regras dos Primeiros Dias. 
A Regra do Ápice para Evitar a Gravidez 
O dia Ápice é o último dia no qual se percebe muco com 
características férteis (sensação escorregadia), experimentado 
antes da mudança da progesterona (PC). É, portanto, deter-
minado retrospectivamente por esta mudança. A Regra do 
Ápice estabelece que as relações sexuais podem ser retomadas 
na quarta manhã depois do dia Ápice. A partir de então, as 
relações sexuais podem ser praticadas a qualquer hora, até a 
próxima menstruação. A Regra do Ápice prevê uma margem 
de segurança mínima muito bem comprovada entre o retorno 
das relações ao começo da fase infértil pós-ovulatória e o dia 
Ápice, o dia de máxima fertilidade. 
Conseguindo a Gravidez 
Para conseguir a gravidez, o casal deveria ter relações 
sexuais no dia Ápice, ou seja, no dia de máxima fertilidade. 
No entanto, o dia Ápice se identifica retrospectivamente pela 
mudança da progesterona, e as relações sexuais no dia Ápice 
produzem fluido seminal que oculta esta mudança. Portanto, 
nestas circunstâncias, não se pode determinar com certeza o 
dia Ápice. O melhor a fazer é manter relações sexuais quando o 
45 
_j 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
ser reiniciada no final do sangramento menstrual (isto é, um 
sangramento que se produz depois de um PC e dia Ápice 
evidentes), quando está leve ou ocorrem manchas que não 
ocultem os sintomas de fertilidade. 
2. Quando um PBI é identificado, pode-se manter 
relações sexuais em noites alternadas. 
3. Quando se observa qualquer mudança no PBI, seja 
no fluxo ou no sangramento, o casal aguarda sem manter re-
lações sexuais. Se o mesmo PBI retorna, as relações sexuais 
podem ser repetidas a partir da quarta noite depois do retor-
no do PBI. Esta é a regra "Esperar e ver, 1, 2, 3". 
Frequentemente, a mudança a partir de um PBI é pro-
gressiva, com um fluxo cujas características mudam diaria-
mente, tornando-se cada vez mais férteis e sendo a lubrifi-
cação a qualidade final mais importante. A fase de possível 
fertilidade começa com a primeira mudança a partir do PBI 
(o ER) e desde então deve ser observada a abstinência genital. 
Nos ciclos curtos, é possível que não haja tempo suficiente, 
depois do sangramento, para identificar um PBI antes que 
um folículo comece a desenvolver-se, caso em que não haverá 
dias pré-ovulatórios disponíveis para as relações sexuais. 
Ocasionalmente, durante a amamentação ou com a apro-
ximação da menopausa, um PBI pode mudar para outro PBI 
com características mais férteis. Neste caso, é importante um 
período de "esperar e ver" de duas semanas antes de assumir 
que esta mudança é, de fato, um novo PBI e retornar as rela-
ções sexuais. A mulher nota que a mudança não é progressiva 
44 
Professor Emérito James B. Brown 
("não vai a lugar nenhum''). Quando não há um PC que pro-
porcione o reconhecimento do dia Ápice, a mulher continua 
aplicando as Regras dos Primeiros Dias. 
A Regra do Ápice para Evitar a Gravidez 
O dia Ápice é o último dia no qual se percebe muco com 
características férteis (sensação escorregadia), experimentado 
antes da mudança da progesterona (PC). É, portanto, deter-
minado retrospectivamente por esta mudança. A Regra do 
Ápice estabelece que as relações sexuais podem ser retomadas 
na quarta manhã depois do dia Ápice. A partir de então, as 
relações sexuais podem ser praticadas a qualquer hora, até a 
próxima menstruação. A Regra do Ápice prevê uma margem 
de segurança mínima muito bem comprovada entre o retorno 
das relações ao começo da fase infértil pós-ovulatória e o dia 
Ápice, o dia de máxima fertilidade. 
Conseguindo a Gravidez 
Para conseguir a gravidez, o casal deveria ter relações 
sexuais no dia Ápice, ou seja, no dia de máxima fertilidade. 
No entanto, o dia Ápice se identifica retrospectivamente pela 
mudança da progesterona, e as relações sexuais no dia Ápice 
produzem fluido seminal que oculta esta mudança. Portanto, 
nestas circunstâncias, não se pode determinar com certeza o 
dia Ápice. O melhor a fazer é manter relações sexuais quando o 
45 
_j 
E STUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
fluxo aparentemente estiver em sua máxima fertilidade, princi-
palme,.nte quando se sentir uma sensação escorregadia na vulva. 
Isso é melhor compreendido por mulheres que tenham tido 
experiências prévias com seus sintomas para evitar a gravidez. 
Quando se procede desse modo e não resulta uma gravidez, o 
casal usualmente começa a desesperar-se e quer saber a razão. 
A fertilidade é um dos fenômenos mais variáveis da atividade 
humana e é a soma total da fertilidade de ambos os membros 
do casal. Os casais mais férteis são aqueles nos quais o homem 
produz um esperma forte e abundante e a mulher proporcio-
na a produção de muco cervical mais duradourae de melhor 
qualidade para nutrir os espermatozoides. Tais casais concebem 
depois de qualquer relação sexual durante a fase fértil com uma 
taxa de gravidez de aproximadamente 70% por relação, du-
rante a fase fértil. Por outro lado, a interação esperma/muco 
pode ser tão pobre que os espermatozoides apenas tem habili-
dade fertilizante durante as poucas horas de produção de muco 
ótimo, bem perto da ovulação. Estes casais selecionam-se a si 
mesmos e são o grupo principal que apresenta problemas de 
infertilidade. Eles têm uma probabilidade de concepção de 
aproximadamente 10% por ciclo, portanto, uma imprecisa 
sincronização da relação, por isso demorariam vários anos de 
tentativas antes que a maioria consiga a gravidez. Quando a 
concepção não ocorre dentro de seis ciclos sincronizados com 
sucesso, segundo os sintomas do MOB, pode ser valioso utili-
zar métodos ainda mais precisos para determinar o momento 
da ovulação, como os kits de LH ou o monitor ovariano de 
Professor Emérito James B. Brown 
uso caseiro. Não poder conceber quando se deseja é estressante, 
favorecendo a infertilidade. Deve-se recordar que, sem levar em 
conta umas poucas situações, como as trompas uterinas blo-
queadas, espermatozoides ausentes e anovulação contínua, a 
maioria dos casais conceberia finalmente sem ajuda. Entretan-
to, as expectativas modernas são de resultados imediatos, assim, 
a principal função das técnicas de reprodução assistida é reduzir 
o tempo de espera para a concepção. 
Verificou-se que as regras do MOB cobrem efetivamente 
todos os tipos de atividade ovariana até agora descobertos. De-
vendo-se enfatizar que o MOB reconhece um só tipo de ciclo, 
isto é, o ciclo ovulatório no qual se observa um PC que prevê 
cálculos de um dia Ápice e termina com a menstruação. Isso 
inclui o ciclo ovulatório plenamente fértil e os ciclos ovulató-
rios inférteis com fase lútea deficiente ou curta. O primeiro 
dia de menstruação é contado como o primeiro dia do ciclo. 
O sangramento que ocorre sem um dia Ápice precedente não 
é considerado como o final de um ciclo, e sim como a primei-
ra parte de um futuro ciclo ovulatório (possivelmente fértil). 
Por isso, a ênfase no MOB está na fertilidade cíclica, o que 
contrasta com outras definições que se referem a ciclos de 
sangramento ou ciclos de atividade ovariana. Assim, é pos-
sível ter ciclos ovulatórios ou anovulatórios de sangramento 
ou de atividade ovariana. Em nosso trabalho de medição da 
produção de hormônios, o termo "ciclo" se aplica ao cresci-
mento e regressão dos folículos dentro dos ovários, ou seja, 
que ovulem ou não por meio da medição da elevação e queda 
47 
1 
1 
E STUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
fluxo aparentemente estiver em sua máxima fertilidade, princi-
palme,.nte quando se sentir uma sensação escorregadia na vulva. 
Isso é melhor compreendido por mulheres que tenham tido 
experiências prévias com seus sintomas para evitar a gravidez. 
Quando se procede desse modo e não resulta uma gravidez, o 
casal usualmente começa a desesperar-se e quer saber a razão. 
A fertilidade é um dos fenômenos mais variáveis da atividade 
humana e é a soma total da fertilidade de ambos os membros 
do casal. Os casais mais férteis são aqueles nos quais o homem 
produz um esperma forte e abundante e a mulher proporcio-
na a produção de muco cervical mais duradoura e de melhor 
qualidade para nutrir os espermatozoides. Tais casais concebem 
depois de qualquer relação sexual durante a fase fértil com uma 
taxa de gravidez de aproximadamente 70% por relação, du-
rante a fase fértil. Por outro lado, a interação esperma/muco 
pode ser tão pobre que os espermatozoides apenas tem habili-
dade fertilizante durante as poucas horas de produção de muco 
ótimo, bem perto da ovulação. Estes casais selecionam-se a si 
mesmos e são o grupo principal que apresenta problemas de 
infertilidade. Eles têm uma probabilidade de concepção de 
aproximadamente 10% por ciclo, portanto, uma imprecisa 
sincronização da relação, por isso demorariam vários anos de 
tentativas antes que a maioria consiga a gravidez. Quando a 
concepção não ocorre dentro de seis ciclos sincronizados com 
sucesso, segundo os sintomas do MOB, pode ser valioso utili-
zar métodos ainda mais precisos para determinar o momento 
da ovulação, como os kits de LH ou o monitor ovariano de 
Professor Emérito James B. Brown 
uso caseiro. Não poder conceber quando se deseja é estressante, 
favorecendo a infertilidade. Deve-se recordar que, sem levar em 
conta umas poucas situações, como as trompas uterinas blo-
queadas, espermatozoides ausentes e anovulação contínua, a 
maioria dos casais conceberia finalmente sem ajuda. Entretan-
to, as expectativas modernas são de resultados imediatos, assim, 
a principal função das técnicas de reprodução assistida é reduzir 
o tempo de espera para a concepção. 
Verificou-se que as regras do MOB cobrem efetivamente 
todos os tipos de atividade ovariana até agora descobertos. De-
vendo-se enfatizar que o MOB reconhece um só tipo de ciclo, 
isto é, o ciclo ovulatório no qual se observa um PC que prevê 
cálculos de um dia Ápice e termina com a menstruação. Isso 
inclui o ciclo ovulatório plenamente fértil e os ciclos ovulató-
rios inférteis com fase lútea deficiente ou curta. O primeiro 
dia de menstruação é contado como o primeiro dia do ciclo. 
O sangramento que ocorre sem um dia Ápice precedente não 
é considerado como o final de um ciclo, e sim como a primei-
ra parte de um futuro ciclo ovulatório (possivelmente fértil). 
Por isso, a ênfase no MOB está na fertilidade cíclica, o que 
contrasta com outras definições que se referem a ciclos de 
sangramento ou ciclos de atividade ovariana. Assim, é pos-
sível ter ciclos ovulatórios ou anovulatórios de sangramento 
ou de atividade ovariana. Em nosso trabalho de medição da 
produção de hormônios, o termo "ciclo" se aplica ao cresci-
mento e regressão dos folículos dentro dos ovários, ou seja, 
que ovulem ou não por meio da medição da elevação e queda 
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1 
1 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
da produção de estrógenos e progesterona. Desse modo, o 
uso do termo "ciclo" se refere à atividade ovariana cíclica, a 
qual está relacionada, porém não é idêntica, a uma fertilidade 
cíclica. O MOB faz esta distinção para dissuadir as mulhe-
res do velho hábito de concentrar-se nos sintomas de sangra-
rnento, que não preveem informação, e fazê-las concentrar 
nos sintomas de fertilidade, que são realmente importantes. 
Além disso, o MOB se concentra mais nos padrões de Buxo, 
os quais refletem os eventos ovarianos dinâmicos subjacentes, 
associados à fertilidade e à infertilidade, do que nas descrições 
detalhadas dos Buxos, que variam de mulher para mulher. 
PESQUISA INTENSIVA 
O MOB só foi desenvolvido depois de urna comple-
ta avaliação dos métodos de PNF disponíveis no final dos 
anos 1950, inclusive o método do ritmo e o uso da TCB, 
descobrindo que nenhum deles poderia competir em eficá-
cia e aceitabilidade com a recentemente desenvolvida pílula 
anticonceptiva. A compreensão da utilização dos sintomas 
do Buxo vaginal para reconhecer a fertilidade, corno é apli-
cado no MOB, foi conseguida depois de mais de 30 anos de 
investigação intensa, com muito pouco apoio de entidades 
promotora de fundos. Primeiramente, as observações foram 
realizadas pelas mesmas mulheres enquanto se desenvolviam 
as regras e usavam-nas na prática. Algumas mulheres que pla-
nejavam ficar grávidas foram voluntárias para examinar sua 
fertilidade nos dias próximos ao dia Ápice, e todas as gravide-
zes foram cuidadosamente avaliadas quanto ao momento da 
relação sexual que a resultou. Em segundo lugar, o professor 
Erik Odeblad, na Suécia, realizou anos de investigação pio-
neira ao tipificar o muco cervical e determinar o significa-
do de cada tipo no processo de fertilidade. Em terceiro, o 
49 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃOHUMANA 
da produção de estrógenos e progesterona. Desse modo, o 
uso do termo "ciclo" se refere à atividade ovariana cíclica, a 
qual está relacionada, porém não é idêntica, a uma fertilidade 
cíclica. O MOB faz esta distinção para dissuadir as mulhe-
res do velho hábito de concentrar-se nos sintomas de sangra-
rnento, que não preveem informação, e fazê-las concentrar 
nos sintomas de fertilidade, que são realmente importantes. 
Além disso, o MOB se concentra mais nos padrões de Buxo, 
os quais refletem os eventos ovarianos dinâmicos subjacentes, 
associados à fertilidade e à infertilidade, do que nas descrições 
detalhadas dos Buxos, que variam de mulher para mulher. 
PESQUISA INTENSIVA 
O MOB só foi desenvolvido depois de urna comple-
ta avaliação dos métodos de PNF disponíveis no final dos 
anos 1950, inclusive o método do ritmo e o uso da TCB, 
descobrindo que nenhum deles poderia competir em eficá-
cia e aceitabilidade com a recentemente desenvolvida pílula 
anticonceptiva. A compreensão da utilização dos sintomas 
do Buxo vaginal para reconhecer a fertilidade, corno é apli-
cado no MOB, foi conseguida depois de mais de 30 anos de 
investigação intensa, com muito pouco apoio de entidades 
promotora de fundos. Primeiramente, as observações foram 
realizadas pelas mesmas mulheres enquanto se desenvolviam 
as regras e usavam-nas na prática. Algumas mulheres que pla-
nejavam ficar grávidas foram voluntárias para examinar sua 
fertilidade nos dias próximos ao dia Ápice, e todas as gravide-
zes foram cuidadosamente avaliadas quanto ao momento da 
relação sexual que a resultou. Em segundo lugar, o professor 
Erik Odeblad, na Suécia, realizou anos de investigação pio-
neira ao tipificar o muco cervical e determinar o significa-
do de cada tipo no processo de fertilidade. Em terceiro, o 
49 
E STUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
estudo desenvolvido aqui sobre a relação entre as mudanças 
de muco, a atividade ovariana e a fertilidade envolveu apro-
ximadamente 750 mil análises hormonais, tanto para evitar 
como conseguir a gravidez, inúmeras observações de ultras-
som e o uso monitorado de FSH, LH (HCG) e clomifeno 
na indução da ovulação. Este amplo estudo foi necessário, 
porque aproximadamente 90% dos ciclos ovarianos são ovu-
latórios e as outras variantes representam os 10% restante. O 
ciclo ovulatório tem sido extensamente estudado por muitos 
pesquisadores, porém as outras variantes não tem sido exami-
nadas a fundo. Isso porque tais variantes não são previsíveis, 
sendo necessário estudar grande número de ciclos para docu-
mentá-las e determinar seu mecanismo, frequência e impacto 
nos sintomas mucosos e a fertilidade. Para acelerar o estudo, 
concentrou-se a investigação nos momentos em que são mais 
comuns as variações, principalmente a menarca, o estresse, a 
infertilidade após o parto, a amamentação e a aproximação da 
menopausa. Como o PNF opera com um sistema reproduti-
vo intacto e em funcionamento tem sido importante estudar 
todos os tipos de atividade ovariana que ocorrem nas mulhe-
res, a fim de que se possa reconhecer com certeza os tempos 
de possível fertilidade e infertilidade absoluta e compreender 
o pleno potencial do método. Todo o trabalho envolvido no 
desenvolvimento completo dos métodos modernos de PNF 
tem sido necessariamente muito mais extenso e exigente que 
o requerido para outros métodos de planejamento familiar, 
os quais são desenhados para interferir de forma previsível 
50 
Professor Emérito James B. Brown 
nos complexos processos da reprodução, sendo o principal 
requerimento de investigação determinar a eficácia, a aceita-
bilidade, e minimizar os efeitos secundários danosos. Deve-
se afirmar que muitas das investigações em PNF têm sido 
conduzidas em paralelo com a investigação sobre reprodução 
assistida, e cada campo tem realizado contribuições impor-
tantes ao outro. De fato, é improvável que se obtenha o pleno 
potencial de cada campo sem a informação fornecida pelo 
outro. Esta é a direção das futuras pesquisas. 
...................... .... ..... ..... .......... ... .. .............. ....... ....... ... .. 
SOBRE o AUTOR - PROFESSOR 
EMÉRITO JAMES B. BROWN 
Esta seção foi escrita para que sirva de respaldo à auten-
ticidade dos estudos aqui mencionados e para mostrar que são 
parte da corrente principal de investigaÇão na área da repro-
dução humana. Historicamente, as linhas principais de inves-
tigação em reprodução e sua publicação têm sido dominadas 
pelo objetivo de deter a explosão demográfica mundial e mais 
recentemente pelas expectativas de obter créditos econômi-
cos. O planejamento natural familiar (PNF) não se enquadra 
em nenhuma destas expectativas, portanto, a obtenção de 
fundos disponíveis para a investigação e a capacidade para 
publicar os achados não são proporcionais à importância 
desta investigação. Além disso, as companhias farmacêuticas 
·1 
J 
E STUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
estudo desenvolvido aqui sobre a relação entre as mudanças 
de muco, a atividade ovariana e a fertilidade envolveu apro-
ximadamente 750 mil análises hormonais, tanto para evitar 
como conseguir a gravidez, inúmeras observações de ultras-
som e o uso monitorado de FSH, LH (HCG) e clomifeno 
na indução da ovulação. Este amplo estudo foi necessário, 
porque aproximadamente 90% dos ciclos ovarianos são ovu-
latórios e as outras variantes representam os 10% restante. O 
ciclo ovulatório tem sido extensamente estudado por muitos 
pesquisadores, porém as outras variantes não tem sido exami-
nadas a fundo. Isso porque tais variantes não são previsíveis, 
sendo necessário estudar grande número de ciclos para docu-
mentá-las e determinar seu mecanismo, frequência e impacto 
nos sintomas mucosos e a fertilidade. Para acelerar o estudo, 
concentrou-se a investigação nos momentos em que são mais 
comuns as variações, principalmente a menarca, o estresse, a 
infertilidade após o parto, a amamentação e a aproximação da 
menopausa. Como o PNF opera com um sistema reproduti-
vo intacto e em funcionamento tem sido importante estudar 
todos os tipos de atividade ovariana que ocorrem nas mulhe-
res, a fim de que se possa reconhecer com certeza os tempos 
de possível fertilidade e infertilidade absoluta e compreender 
o pleno potencial do método. Todo o trabalho envolvido no 
desenvolvimento completo dos métodos modernos de PNF 
tem sido necessariamente muito mais extenso e exigente que 
o requerido para outros métodos de planejamento familiar, 
os quais são desenhados para interferir de forma previsível 
50 
Professor Emérito James B. Brown 
nos complexos processos da reprodução, sendo o principal 
requerimento de investigação determinar a eficácia, a aceita-
bilidade, e minimizar os efeitos secundários danosos. Deve-
se afirmar que muitas das investigações em PNF têm sido 
conduzidas em paralelo com a investigação sobre reprodução 
assistida, e cada campo tem realizado contribuições impor-
tantes ao outro. De fato, é improvável que se obtenha o pleno 
potencial de cada campo sem a informação fornecida pelo 
outro. Esta é a direção das futuras pesquisas. 
...................... .... ..... ..... .......... ... .. .............. ....... ....... ... .. 
SOBRE o AUTOR - PROFESSOR 
EMÉRITO JAMES B. BROWN 
Esta seção foi escrita para que sirva de respaldo à auten-
ticidade dos estudos aqui mencionados e para mostrar que são 
parte da corrente principal de investigaÇão na área da repro-
dução humana. Historicamente, as linhas principais de inves-
tigação em reprodução e sua publicação têm sido dominadas 
pelo objetivo de deter a explosão demográfica mundial e mais 
recentemente pelas expectativas de obter créditos econômi-
cos. O planejamento natural familiar (PNF) não se enquadra 
em nenhuma destas expectativas, portanto, a obtenção de 
fundos disponíveis para a investigação e a capacidade para 
publicar os achados não são proporcionaisà importância 
desta investigação. Além disso, as companhias farmacêuticas 
·1 
J 
ESTUDOS SO BRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
são importantes provedoras de fundos. James Brown recebeu 
uma parte dos recursos como subsídios e em adição teve a sor-
te de ganhar dinheiro suficiente por meio de seu laboratório 
para financiar os outros projetos considerados importantes. À 
medida que realizavam avanços, as aplicações de rotina foram 
usualmente assumidas por outros profissionais, liberando-o 
para que pudesse assumir novos desafios. A aplicação do sin-
toma mucoso é a única exceção. Esta tem sido firmemente re-
jeitada por seus colegas da clínica, sendo a razão um absoluto 
mistério. Ele acredita que chegar ao pleno potencial do PNF 
é o maior desafio para a investigação em reprodução humana 
na atualidade, e que o Método de Ovulação Billings é o mais 
capacitado de atingir este objetivo. 
O interesse de James Brown sobre reprodução começou 
nos anos 1940 na Nova Zelândia, quando observou o rápi-
do progresso que acontecia no campo da reprodução animal 
nesse tempo. Isso foi possível graças ao entendimento do fe-
nômeno do estro, que permitia determinar com precisão o 
tempo fértil do ciclo ovariano animal e a ovulação (o estro 
faz com que a fêmea aceite o macho só no momento mais 
fértil do ciclo). Ele deduziu que um método igualmente apu-
rado para localizar a ovulação na mulher permitiria alcançar 
os mesmos avanços. Além disso, como a natureza utiliza a in-
teração entre os estrógenos e a progesterona produzidos pelos 
ovários para manifestar o estro, a medição desses hormônios 
seria o método mais provável para alcançar este objetivo. Em 
consequência, uniu-se à equipe de investigação do professor 
52 
Professor Emérito James B. Brown 
Guy Marrian, em Edimburgo, um dos homens que isolou e 
caracterizou os estrógenos. Durante os anos 1950, a equipe 
teve êxito ao desenvolver métodos para medir de forma preci-
sa os metabólitos dos estrógenos, a progesterona e o hormô-
nio luteinizante na urina e, pela primeira vez, documentou os 
padrões precisos destes hormônios ao longo do ciclo ovulató-
rio fértil e relacionou-os com a ovulação e a fertilidade. 
Ao estabelecer uma reputação neste campo, James 
Brown envolveu-se em praticamente todas as pesquisas im-
portantes sobre reprodução humana até se aposentar em 
1985. Foi membro do grupo de experts do Dr. Gregory 
Pincus para o desenvolvimento da pílula anticonceptiva e 
realizou o trabalho inicial sobre sua ação. Surpreendeu-se 
com sua rápida e universal aceitação pelas mulheres, sem 
um estudo adequado sobre sua segurança e possíveis efeitos 
a longo prazo. Ao mesmo tempo, realizou um trabalho pio-
neiro sobre reprodução assistida, incluindo o uso do melhor 
momento para as relações sexuais (como faz a natureza com 
o fenômeno do estro), usando a droga clomifeno e gona-
dotropinas humanas em mulheres com atividade ovariana 
deficiente. Os suecos foram pioneiros na utilização das go-
nadotropinas humanas, mas relataram uma taxa alarmante 
de gravidezes múltiplas e hiperestimulação. 
Em 1962, James Brown se uniu ao Departamento de 
Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Melbourne. 
Com seus colegas, desenvolveu métodos para o uso seguro 
da gonadotropina humana com um mínimo de gravidezes 
53 
ESTUDOS SO BRE A REPRODUÇÃO H UMANA 
são importantes provedoras de fundos. James Brown recebeu 
uma parte dos recursos como subsídios e em adição teve a sor-
te de ganhar dinheiro suficiente por meio de seu laboratório 
para financiar os outros projetos considerados importantes. À 
medida que realizavam avanços, as aplicações de rotina foram 
usualmente assumidas por outros profissionais, liberando-o 
para que pudesse assumir novos desafios. A aplicação do sin-
toma mucoso é a única exceção. Esta tem sido firmemente re-
jeitada por seus colegas da clínica, sendo a razão um absoluto 
mistério. Ele acredita que chegar ao pleno potencial do PNF 
é o maior desafio para a investigação em reprodução humana 
na atualidade, e que o Método de Ovulação Billings é o mais 
capacitado de atingir este objetivo. 
O interesse de James Brown sobre reprodução começou 
nos anos 1940 na Nova Zelândia, quando observou o rápi-
do progresso que acontecia no campo da reprodução animal 
nesse tempo. Isso foi possível graças ao entendimento do fe-
nômeno do estro, que permitia determinar com precisão o 
tempo fértil do ciclo ovariano animal e a ovulação (o estro 
faz com que a fêmea aceite o macho só no momento mais 
fértil do ciclo). Ele deduziu que um método igualmente apu-
rado para localizar a ovulação na mulher permitiria alcançar 
os mesmos avanços. Além disso, como a natureza utiliza a in-
teração entre os estrógenos e a progesterona produzidos pelos 
ovários para manifestar o estro, a medição desses hormônios 
seria o método mais provável para alcançar este objetivo. Em 
consequência, uniu-se à equipe de investigação do professor 
52 
Professor Emérito James B. Brown 
Guy Marrian, em Edimburgo, um dos homens que isolou e 
caracterizou os estrógenos. Durante os anos 1950, a equipe 
teve êxito ao desenvolver métodos para medir de forma preci-
sa os metabólitos dos estrógenos, a progesterona e o hormô-
nio luteinizante na urina e, pela primeira vez, documentou os 
padrões precisos destes hormônios ao longo do ciclo ovulató-
rio fértil e relacionou-os com a ovulação e a fertilidade. 
Ao estabelecer uma reputação neste campo, James 
Brown envolveu-se em praticamente todas as pesquisas im-
portantes sobre reprodução humana até se aposentar em 
1985. Foi membro do grupo de experts do Dr. Gregory 
Pincus para o desenvolvimento da pílula anticonceptiva e 
realizou o trabalho inicial sobre sua ação. Surpreendeu-se 
com sua rápida e universal aceitação pelas mulheres, sem 
um estudo adequado sobre sua segurança e possíveis efeitos 
a longo prazo. Ao mesmo tempo, realizou um trabalho pio-
neiro sobre reprodução assistida, incluindo o uso do melhor 
momento para as relações sexuais (como faz a natureza com 
o fenômeno do estro), usando a droga clomifeno e gona-
dotropinas humanas em mulheres com atividade ovariana 
deficiente. Os suecos foram pioneiros na utilização das go-
nadotropinas humanas, mas relataram uma taxa alarmante 
de gravidezes múltiplas e hiperestimulação. 
Em 1962, James Brown se uniu ao Departamento de 
Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Melbourne. 
Com seus colegas, desenvolveu métodos para o uso seguro 
da gonadotropina humana com um mínimo de gravidezes 
53 
EST UDOS SOBRE A REPROD UÇÃO HUMANA 
múltiplas, e por um tempo produziram toda a gonadotropina 
para uso clínico na Austrália, Nova Zelândia, Cingapura e par-
tes do Canadá. A partir dos resultados clínicos, desenvolveu o 
sistema adicional de terapia com gonadotropina sobre o ovário 
e propôs a hipótese do nível de limiar para explicar a ação da 
gonadotropina sobre o ovário. Tal hipótese explicou, pela pri-
meira vez, como somente um folículo é usualmente seleciona-
do para a ovulação nos humanos, mas levou 20 anos para ser 
universalmente aceita. A taxa de gravidezes atingidas com a te-
rapia de gonadotropinas não tem tido melhoras. A chave deste 
êxito foi imitar os padrões hormonais do ciclo natural, tão fiel 
quanto possível, a um ponto que até hoje não é plenamente 
apreciado. Ele tem melhorado de forma contínua a sensibili-
dade, a velocidade e a conveniência dos métodos para medir 
os metabólitos dos estrógenos e progesterona na urina, poden-
do medir as concentrações mais baixas encontradas nos seres 
humanos. Nos princípios dos anos 1970, o resto do mundo se 
voltou às análises de sangue para monitorar a atividade ovaria-
na e pituitária. A validação destas análises de sangue depende 
da demonstração de que os padrões hormonais obtidos eram 
os mesmos que os obtidos com análises na urina. 
Com a infertilidade por anovulação agora completamen-
te tratável,James Brown se uniu à equipe do professor Carl 
Wood, que desenvolvia a fecundação in vitro (FIV), para atin-
gir a gravidez em mulheres com trompas uterinas obstruídas. 
Durante os sete anos seguintes, dispôs sua experiência para co-
letar no tempo devido os óvulos para a FIV, e era otimista no 
54 
Professor Emérito James B. Brown 
quanto obteriam êxitos. Seus métodos para eleger o momen-
to da coleta do óvulo foram usados para atingir a primeira 
gravidez por FIV na Grã-Bretanha. Embora ele seja um dos 
"pais" da FIV em Melbourne, é um crítico de algumas de suas 
aplicações estranhas, de alguns dos desenvolvimentos subse-
quentes e de suas baixas taxas de gravidez. 
Outro de seus intereses é a investigação da relação do 
câncer com os hormônios, em particular os cânceres de mama, 
endométrio e ovários. Dedicou tanto tempo para a investi-
gação sobre o câncer quanto para a reprodução. Durante os 
anos 1950, conduziu estudos sobre o efeito endócrino como 
um tratamento para o câncer de mama. Posteriormente, com 
colegas da Universidade de Harvard, conduziu um grande es-
tudo internacional sobre fatores de risco no desenvolvimento 
do câncer de mama. Este trabalho foi premiado com o prêmio 
Antoine Lacassagne, de Paris, em 1986, como a contribuição 
mais importante daquele ano ao estudo do câncer de mama. 
James Brown conheceu os doutores John e Evelyn 
Billings em 1962 e imediatamente aprovou seus achados e 
propósitos. A investigação desenvolvida subsequentemente e 
o modo em que esta se encaixou com seus outros estudos é 
descrito neste artigo. Como o sangue não é adequado para 
os ensaios seriados requeridos para o monitoramento a longo 
prazo da atividade ovariana, sobretudo no lar, e seu labora-
tório era aparentemente o único no mundo em que se podia 
realizar ensaios na urina, ele dedicou seus últimos anos no de-
senvolvimento de um monitor ovariano de uso caseiro. Este 
55 
EST UDOS SOBRE A REPROD UÇÃO HUMANA 
múltiplas, e por um tempo produziram toda a gonadotropina 
para uso clínico na Austrália, Nova Zelândia, Cingapura e par-
tes do Canadá. A partir dos resultados clínicos, desenvolveu o 
sistema adicional de terapia com gonadotropina sobre o ovário 
e propôs a hipótese do nível de limiar para explicar a ação da 
gonadotropina sobre o ovário. Tal hipótese explicou, pela pri-
meira vez, como somente um folículo é usualmente seleciona-
do para a ovulação nos humanos, mas levou 20 anos para ser 
universalmente aceita. A taxa de gravidezes atingidas com a te-
rapia de gonadotropinas não tem tido melhoras. A chave deste 
êxito foi imitar os padrões hormonais do ciclo natural, tão fiel 
quanto possível, a um ponto que até hoje não é plenamente 
apreciado. Ele tem melhorado de forma contínua a sensibili-
dade, a velocidade e a conveniência dos métodos para medir 
os metabólitos dos estrógenos e progesterona na urina, poden-
do medir as concentrações mais baixas encontradas nos seres 
humanos. Nos princípios dos anos 1970, o resto do mundo se 
voltou às análises de sangue para monitorar a atividade ovaria-
na e pituitária. A validação destas análises de sangue depende 
da demonstração de que os padrões hormonais obtidos eram 
os mesmos que os obtidos com análises na urina. 
Com a infertilidade por anovulação agora completamen-
te tratável, James Brown se uniu à equipe do professor Carl 
Wood, que desenvolvia a fecundação in vitro (FIV), para atin-
gir a gravidez em mulheres com trompas uterinas obstruídas. 
Durante os sete anos seguintes, dispôs sua experiência para co-
letar no tempo devido os óvulos para a FIV, e era otimista no 
54 
Professor Emérito James B. Brown 
quanto obteriam êxitos. Seus métodos para eleger o momen-
to da coleta do óvulo foram usados para atingir a primeira 
gravidez por FIV na Grã-Bretanha. Embora ele seja um dos 
"pais" da FIV em Melbourne, é um crítico de algumas de suas 
aplicações estranhas, de alguns dos desenvolvimentos subse-
quentes e de suas baixas taxas de gravidez. 
Outro de seus intereses é a investigação da relação do 
câncer com os hormônios, em particular os cânceres de mama, 
endométrio e ovários. Dedicou tanto tempo para a investi-
gação sobre o câncer quanto para a reprodução. Durante os 
anos 1950, conduziu estudos sobre o efeito endócrino como 
um tratamento para o câncer de mama. Posteriormente, com 
colegas da Universidade de Harvard, conduziu um grande es-
tudo internacional sobre fatores de risco no desenvolvimento 
do câncer de mama. Este trabalho foi premiado com o prêmio 
Antoine Lacassagne, de Paris, em 1986, como a contribuição 
mais importante daquele ano ao estudo do câncer de mama. 
James Brown conheceu os doutores John e Evelyn 
Billings em 1962 e imediatamente aprovou seus achados e 
propósitos. A investigação desenvolvida subsequentemente e 
o modo em que esta se encaixou com seus outros estudos é 
descrito neste artigo. Como o sangue não é adequado para 
os ensaios seriados requeridos para o monitoramento a longo 
prazo da atividade ovariana, sobretudo no lar, e seu labora-
tório era aparentemente o único no mundo em que se podia 
realizar ensaios na urina, ele dedicou seus últimos anos no de-
senvolvimento de um monitor ovariano de uso caseiro. Este 
55 
ESTUDOS SOBRE A REPRODUÇÃO HUMANA 
equipamento utiliza urina; é suficientemente simples para 
que as mulheres possam medir sua produção de hormônios 
em casa; pode ser utilizado em clínicas de reprodução assis-
tida para manter um controle diário de seus tratamentos; e 
qualquer pessoa pode usá-lo para corroborar as afirmações re-
alizadas nesse estudo. Como nota final, a busca do equivalen-
te ao fenômeno do estro nos seres humanos agora terminou; 
está contido nos conceitos de Padrão Básico de Infertilidade 
(PBI), elevação de estrógeno (ER) e mudança de progesterona 
(PC), os quais provêm do trabalho de John e Lyn Billings. 
Alguns reconhecimentos por seu trabalho: 
1952 Ph.D. Edimburgo; 1958 Verbas de pesquisa da 
American Cancer Society; 1961 Apresentação na Lauren-
tian Hormone Conference, U.S.A.; 1970 D.Se. Edimburgo; 
1971 Professor (livre-docente) Departamento de Obstetrícia 
e Ginecologia, Universidade de Melbourne; 1978 Senior Or-
ganon Prize (com Henry Burger); 1981 Membro do Royal 
Australian College of Obstetricians and Gynaecologists ad 
eundum; 1983 Citation Classic, o sétimo especialista a ser 
premiado em Melbourne; 1986 Professor Emérito, Universi-
dade de Melbourne, Membro Vitalício da Australian Endo-
crine Society e da Fertility Society of Australia. 
Publicações: 
Aproximadamente 230 publicações em revistas científi-
cas de referência e capítulos em livros. 
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