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1 PROF. GUERINO BANDEIRA JUNIOR FACULDADE SANTO ÂNGELO MEDICINA VETERINÁRIA DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS Santo Ângelo - RS 2021 Rickettsias 2 Objetivos da aula - Características das rickettsias. - Anaplasmose bovina. - Erliquiose canina. - Febre maculosa. Rickettsias - Bactérias Gram -, pleomórficas, minúsculas, imóveis. - Patógenos intracelulares obrigatórios (tipos específicos de células). - Transmitidas principalmente por vetores invertebrados. - Pouca afinidade por corantes básicos. ◦ Coram-se com coloração de Romanowsky, Giemsa ou Leishman. 3 Ehrlichia sp. em sangue periférico de cão (coloração de Romanowsky) ANAPLASMOSE BOVINA Doença de notificação MENSAL de caso confirmado ao SVO. 4 - Agente: Anaplasma marginale. - Hospedeiros: bovinos e búfalos. - Distribuição: regiões tropicais e subtropicais. - Transmissão: ◦ Picada de carrapatos, principalmente Rhipicephalus (Boophilus) microplus; ◦ Insetos dípteros; ◦ Instrumentos contaminados com sangue infectado. 5 Epidemiologia - Parasita eritrócitos. - Induz fagocitose de eritrócitos. 6 Patogenia PI 2 a 12 semanas - Inapetência; - Depressão; - Queda na produção (carne e leite); - Febre; - Anemia; - Icterícia. 7 Sinais clínicos - Sinais clínicos; - Histórico de bovinos nativos estressados (reativa infecção latente) ou bovinos susceptíveis introduzidos; - Esfregaço de sangue corado por Giemsa corpos na periferia das hemácias; - Imunofluorescência; - PCR; - Testes sorológicos (fixação de complemento, aglutinação em placa ou ELISA) detecção de infecções latentes. 8 Diagnóstico - Oxitetraciclina LA IM; ◦ Reaplicado após 3-5 d. - Ou dipropionato de imidocarb IM. 9 Tratamento - Evitar estresse; - Controle de carrapatos; - Vacinação antes de introdução de bovino susceptível em áreas endêmicas. ◦ Ainda não possui imunidade. 10 Controle 2 mL SC EMBRAVAC®-HEMOPAR Tristeza parasitária bovina Anaplasmose + babesiose (causada por protozoários do gênero Babesia) 11 ERLIQUIOSE CANINA 12 - Agente: Ehrlichia canis. - Hospedeiros: cães e canídeos selvagens. - Distribuição: mundial (especialmente regiões tropicais e subtropicais). - Transmissão: ◦ Picada de carrapatos (min. 8 h fixado), principalmente Rhipicephalus sanguineus; ◦ Iatrogênica (transfusão sanguínea, agulhas contaminadas, cirurgias...). 13 Epidemiologia - Intracelulares obrigatórios. ◦ Nos carrapatos céls. do epitélio intestinal e de glândulas salivares. ◦ Nos cães céls. mononucleares (monócitos, linfócitos e macrófagos), neutrófilos e céls. endoteliais. - Multiplicação dentro do fagossomo. ◦ 1º estágio: corpúsculos iniciais; 2º estágio: mórulas. ◦ Escapam da fagocitose inibição da fusão do fagossomo e lisossomo. 14 Patogenia PI de 8 a 20 d. - Fases: AGUDA, SUBCLÍNICA ou CRÔNICA. - Cães permanecem portadores por 2 anos após recuperação. 15 Sinais clínicos Duração: 2 a 4 semanas. - Febre; - Depressão; - Linfadenomegalia; - Esplenomegalia e hepatomegalia; - Hemorragias; - Trombocitopenia; - Leucopenia; - Anemia. A maioria se recupera, mas alguns tornam-se portadores (fase subclínica). 16 Sinais clínicos (fase aguda) Sinais clínicos 17 Duração: meses. - Valores de céls. sanguíneas continuam baixos, mas os sinais clínicos são mínimos. - Emagrecimento; - Bacteremia intermitente. Podem eliminar o agente ou evoluírem para a fase crônica. 18 Sinais clínicos (fase subclínica) Duração: meses ou anos após a infecção. - Pancitopenia por depressão da medula óssea; - Hemorragias (trombocitopenia e vasculite); - Distúrbios neurológicos; - Lesões oculares; - Edema periférico; - Emagrecimento; - Choque hipotensivo. Alta mortalidade nessa fase. 19 Sinais clínicos (fase crônica) - Sinais clínicos; - Achados hematológicos (trombocitopenia, anemia e leucopenia); - Histórico de exposição prévia a carrapatos; - Esfregaço do creme leucocitário de sangue periférico corado pelo método Giemsa; ◦ E. canis detectadas em células mononucleares. ◦ Baixa sensibilidade (↑ falsos negativos). - Imunofluorescência indireta ou ELISA; ◦ Anticorpos 3 semanas após infecção. - PCR. 20 Diagnóstico - Babesiose; - Leptospirose; - Anemia hemolítica autoimune; - Neoplasias (mieloma, linfoma e leucemia). 21 Diagnóstico diferencial - Doxiciclina: ◦ 10 mg/kg cada 24 h VO, por 21 a 28 d. ◦ Omeprazol 1 mg/kg VO cada 24 h, 30 min antes. - Cloranfenicol: ◦ 50 mg/kg VO, IV ou SC, cada 8 h. ◦ Casos refratários à doxiciclina. - Dependendo do caso: ◦ Fluidoterapia; ◦ Transfusão sanguínea; ◦ Eritropoetina. 22 Tratamento - Controle de carrapatos: ◦ No animal (pour on, talcos, shampoos, sabonetes, coleiras, fármacos injetáveis ou via oral). ◦ No ambiente (amitraz ou cipermetrinas). 23 Controle Saúde pública - Zoonose. ◦ Transmitida por vetores e não pelos cães. ◦ Incomum. - Erliquiose humana. ◦ Geralmente por E. chaffeensis. 24 FEBRE MACULOSA Doença febril aguda, caracterizada por vasculite generalizada. Zoonose! 25 - Agente: Rickettsia rickettsii e Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica. - Hospedeiros principais: cães e humanos. ◦ Equinos também podem infectar-se. ◦ Mamíferos silvestres, como a capivara, são hospedeiros dos carrapatos. - Distribuição: Américas (Norte, Central e Sul). - Transmissão: picada de carrapatos (principalmente os do gênero Amblyomma). ◦ Vetores e reservatórios da doença. ◦ Passam para os filhos (transmissão vertical) e para hospedeiros vertebrados durante a ingestão de sangue (transmissão horizontal). ◦ O carrapato infectado deve ficar aderido por 20 h para ocorrer transmissão salivar ao hospedeiro. 26 Epidemiologia 27 Patogenia Invasão de células endoteliais vasculares Vasculite em pequenos vasos Edema por aumento da permeabilidade vascular e hemorragias PI: 2 - 10 d - Febre; - Depressão; - Anorexia; - Petéquias e equimoses na pele e mucosas; - Conjuntivite; - Hemorragia na retina; - Dores musculares e nas articulações; 28 Sinais clínicos - Claudicação; - Tosse; - Dispneia; - Edema nas extremidades; - Vômito; - Icterícia; - Lesões cutâneas. 29 Sinais clínicos Distúrbios neurológicos (80% dos cães afetados) - Letargia; - Ataxia; - Rigidez no pescoço; - Convulsões; - Coma. 30 Sinais clínicos *Cães com doença moderada e aquelas tratados no início da infecção geralmente se recuperam. **Doença severa morte por lesões cardiovasculares, neurológicas ou renais. Necropsia - Hemorragias difusas; - Esplenomegalia; - Linfadenopatia generalizada. 31 - Sinais clínicos: vasculite e claudicação. - Epidemiológico: presença de carrapatos; regiões endêmicas. - Pesquisa de anticorpos (aparecem 10 d após infecção): ◦ Imunofluorescência ou ELISA. - Hematológico: trombocitopenia e leucopenia (fase aguda). - Isolamento difícil cultivo em ovos embrionados. - PCR. 32 Diagnóstico - Erliquiose aguda; - Leptospirose; - Sepse; - Pancreatite. 33 Diagnóstico diferencial - Tetraciclina e derivados (oxitetraciclina ou doxiciclina) por 2 semanas. ◦ Doxiciclina VO ou IV: 5 a 10 mg/kg, a cada 12 a 24 h. - Terapia de suporte: ◦ Fluidoterapia; ◦ Analgésicos; ◦ Nutrição parenteral. 34 Tratamento - Combate a carrapatos: ◦ Evitar exposições; ◦ Remover carrapatos visíveis (usar luvas!); ◦ Aplicar produtos antiparasitários. 35 Controle - Zoonose grave em humanos. - Início clínico abrupto: ◦ Febre, mialgia, cefaleia, fadiga, edema e manchas na pele. - Complicações: ◦ Edema generalizado; ◦ Trombose; ◦ Lesões gastrintestinais, renais, neurológicas e pulmonares. - Tratamento precoce com antibioticoterapia tem bom efeito. - Prevenção: ◦ Repelentes, chapéu, camisa de manga comprida, calça comprida. 36 Saúde pública 37 Referências MEGID, J.; RIBEIRO, M. G.; PAES, A. C. Doenças Infecciosas em Animais de Produção e de Companhia. 1. ed. Rio de Janeiro : Roca, 2016. 1294 p. QUINN, P. J.; MARKEY, B. K.; CARTER, M. E.; DONNELLY, W. J., LEONARD, F. C. MicrobiologiaVeterinária e Doenças Infecciosas. Porto Alegre : Artmed, 2005. 512 p.
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