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Hemoparasitoses BABESIOSE A Doença: ● Agente etiológico: ○ Babesia canis e Babesia gibsoni → protozoários parasitas de hemácias (seu ciclo ocorre dentro das hemácias causando hemólise) ● Vetores: ○ R. sanguineos (principal vetor) → áreas urbanas, dentro de casa ○ Dermacentor reticularus → área rural, grama, plantas... ○ Dermacentor marginatus ● Mecanismo de ação: ○ hemólise das hemácias do hospedeiro para se reproduzirem ● Período de incubação (ciclo): ○ 10 dias a 3 semanas → é entre esse período que o cão adoece por conta da infecção por babesia ● Onde os cães pegam babesia? ○ o R. sanguineos é um carrapato que vive dentro das casas, não fica na grama por gostar de ambientes secos (não é nada tolerante à umidade). Ele escala a parede e se esconde atrás de objetos na parede (tomada, casinha de madeira, box da cama), gosta de locais altos forma infectante: trofozoíto multiplicação intracelular nas hemácias = anemia hemolítica intravascular ● Manifestações clínicas (decorrentes da hemólise): ○ febre ■ a hemólise libera pirógenos endógenos que são reconhecidos pelo hipotálamo que responde aumento a temperatura corpórea ■ picos de febre = picos de hemólise ○ anorexia ○ mucosas hipocoradas/pálidas ○ taquicardia e taquipnéia ○ icterícia ■ hemólise exagerada causa uma grande produção de bilirrubina no sangue, causando a icterícia (pré-hepática) ■ o grau depende da evolução da doença ○ petéquias (alteração vásculo-sanguínea) ■ vasculite (presença do trofozoíto) que aumenta a permeabilidade dos vasos e extravasa hemácias → trombocitopenia associada por uso (as plaquetas tentam diminuir a permeabilidade dos vasos) ○ hepato-esplenomegalia ○ anemia arregenerativa na forma crônica da doença Formas de Infecção: ● Infecção crônica: ○ forma mais comum ○ sinais clínicos brandos, inespecíficos e intermitentes ■ perda de peso e anorexia ○ independente da demonstração de sinais, o animal está infectado e continua sendo um transmissor ○ mais difícil de diagnosticar ■ quando diagnosticada, a doença já está em um estágio avançado (demora no diagnóstico) ○ o animal pode apresentar anemia arregenerativa → medula em exaustão ● Infecção aguda: ○ atípico ○ sinais clínicos mais evidentes que se mostram de forma abrupta ■ ascite, sintomas gastrointestinais, sintomas neurológicos, edema, doença cardiopulmonar ○ o diagnóstico é mais fácil Diagnóstico: ● Anamnese + exame físico ● Hemograma → inespecífico ○ anemia regenerativa ou arregenerativa ○ trombocitopenia (vasculite) ○ encontro do parasito → pode achar na lâmina, mas é muito difícil (falso negativo) ● Bilirrubinemia e bilirrubinúria ● Definitivo: ○ IFI (imunofluorescência indireta) → menos precisos, falso negativo ou falso positivo ○ PCR (melhor) → pesquisa de material genético do agente infeccioso no sangue total do paciente (bionuclear), pode dar falso negativo quando é muito crítico ○ Kits * deve ser um exame de triagem por ser muito comum e difícil diagnosticar Tratamento: ● Suporte: ○ transfusão sanguínea (concentrado de hemácias) → Ht < 15% e Hb < 5 g/dL ○ fluidoterapia → cuidado com o edema por conta da vasculite ● Específico: ○ Dipropionato de imidocarb (Imizol®) ■ aplicar sulfato de atropina (0,022 mg/kg/SC) 10 minutos antes → evitar efeitos colaterias ■ 2-6 mg/Kg/SC ou 1 ml para cada 20 kg/SC em dose única com repetição após 15 dias ■ efeitos colaterais → salivação transitória, diarréia, dispnéia, epífora e depressão Prevenção: ● Controle dos carrapatos ○ ambiente + animal ● Seleção dos doadores sanguíneos ● Especial atenção para pacientes esplenectomizados ○ apresentam quadros muito mais graves RANGELIOSE “Nambiuvú”, “Peste de Sangue”, “Febre Amarela dos Cães” A Doença: ● Agente etiológico: ○ Rangelia vitalli → protozoário ● Vetores: ○ Amblyoma aureolatum (carrapato estrela) → área rural (cavalo e capivara) ○ Rhipicephalus sanguineus ● Mecanismo de ação: ○ hemólise das hemácias para reprodução do parasita e imunomediada, ataca neutrófilos e monócitos ■ manifestações clínicas piores que a babesiose + edema de membros (vasculite) ● Manifestações clínicas: ○ anemia ○ icterícia ○ febre ○ espleno e linfadenomegalia ○ hemorragias no trato gastrointestinal e sangramento persistente pelas bordas e face externa das orelhas, narinas e cavidade oral ○ edema de membros (vasculite) Diagnóstico: ● Anemia hemolítica extravascular auto-imune: ○ têm sido sugerido que esse patógeno induz um distúrbio hemolítico mediado pelo sistema imune → hemólise imunomediada ● Hemograma: ○ anemia regenerativa macrocítica acentuada ● Trombocitopenia por uso (vasculite - CID) ● Definitivo: ○ IFI ○ PCR ○ Kits Tratamento: O mesmo para babesiose ● Suporte: ○ transfusão sanguínea (concentrado de hemácias) → Ht < 15% e Hb < 5 g/dL ○ fluidoterapia → cuidado com o edema por conta da vasculite ● Específico: ○ Dipropionaro de imidocarb (Imizol®) ■ aplicar sulfato de atropina (0,022 mg/kg/SC) 10 minutos antes → evitar efeitos colaterias ■ 2-6 mg/Kg/SC ou 1 ml para cada 20 kg/SC em dose única com repetição após 15 dias ■ efeitos colaterais → salivação transitória, diarréia, dispnéia, epífora e depressão ERLIQUIOSE A Doença: ● Agente etiológico: ○ Erlichia sp → bactéria transmitida por carrapatos ■ E. canis (mais patogênica) → bactéria que destrói células precursoras (mononucleares) = erliquiose monocítica canina ○ Anaplasma platys (menos patogênica) → destrói plaquetas = trombocitopenia cíclica ● Vetores: ○ Rhipicephalus sanguineus (E. canis)→ área urbana ○ vetor do Anaplasma platys é desconhecido Forma de Infecção: ● Infeção aguda: ○ início = 2-3 semanas após a infecção ○ células mononucleares infectadas margeiam os pequenos vasos ou migram para os tecidos endoteliais → vasculite IMPORTANTE ○ presença de carrapatos ○ manifestações clínicas ■ febre, secreção óculo nasal (serosa ou purulenta), anorexia, perda de peso, linfadenopatia ● Infecção crônica: ○ início = dias a 5 anos ○ pode infectar a medula óssea e causar uma aplasia de medula irreversível em casos muito crônicos ○ manifestações clínicas (reação imunológica contra o parasita) → sinais brandos e difícil diagnóstico ■ perda de peso, anorexia, prostração, epistaxe, linfadenopatia, hepato/esplenomegalia (estimulação imune progressiva), PU/PD/proteinúria (insuficiência renal por deposição de imunocomplexos), poliartrite (deposição de imunocomplexos - sem alterações em Rx), oculares (hemorragia, uveíte, hifema), SNC por vasculite (paresia, convulsões, déficit em nervos cranianos), dispnéia (neutropenia - infecção bacteriana secundária) Diagnóstico ● Anamnese ○ carrapatos há quanto tempo? ● Exame físico ● Exames complementares: ○ hemograma ■ fase aguda → trombocitopenia (vasculite) + anemia regenerativa ■ fase crônica → trombocitopenia, leucopenia + anemia arregenerativa (supressão da medula óssea) ○ hiperglobulinemia associada com hipoalbuminemia → crônica ou fase de incubação ○ IFI ○ PCR ■ fase aguda → sangue ■ fase crônica → medula óssea ○ pesquisa de hematozoários → raro (preferencialmente colheita de sangue da margem da orelha) Tratamento: ● Suporte: ○ transfusão sanguínea, fluidoterapia, antieméticos ● Específico: ○ Cloridrato de doxiciclina ■ 5 mg/kg/BID por 6 a 8 semanas ○ Dipropionato de imidocarb (Imizol®) ■ 5 a 7 mg/kg/SC/EDU repetir após 15 disa ○ Associação das duas drogas quando a infecção é concomitante com Babesia canis ● Glicocorticóides: ○ uso em animais agudamente acometidos (diminuir eventos imunomediados) que têm edema ○ Prednisona ■ 2mg/kg/SID nos primeiros 3 a 4 dias ● Opcional (menos eficaz): ○ Tetracilcina → 22 mg/kg/TID/ 14 a 21 dias ○ Enrofloxacina → 3 a 5 mg/kG/bid/ 14 a 21 dias ○ Cloranfenicol → 22 a 25 mg/kg/TID/ 14 dias Prognóstico: ● Bom: ○ erliquiose aguda ● Reservado: ○ erliquiose crônica → supressão da medula óssea Cães da raça Pastor Alemão são mais suscetíveis Prevenção: ● Controle de carrapatos: ○ cão + ambiente ● Cuidados com doadores de sangue ● OBS: ○ existemcães que podem ser naturalmente infectados e assintomáticos por um período de até 5 anos ○ não há eliminação de MO e evolução para a fase crônica da doença MICOPLASMOSE A Doença: ● Agente etiológico: ○ bactérias GRAM - ■ Mycoplasma haemofelis e candidatus ■ Mycoplasma haemominutum ● Parasita OBRIGATÓRIO de hemácias ● Hospedeiros: ○ gatos → que brigam são mais suscetíveis ● Vetores: ○ Ctenocephalides felis → pulga (o gato come a pulga e se infecta) ○ rhipicephalus sanguineus ● Transmissão: ○ vetores ○ mordedura ○ transfusão ● Manifestações clínicas: ○ aparecem quando há imunossupressão (neo, FIV/FeLV, fármacos, quimio…) ■ depressão ■ fraqueza ■ anorexia ■ perda de peso ■ ICTERÍCIA ■ mucosas hipocoradas ■ esplenomegalia ■ linfadenopatia ● A maioria dos gatos são portadores assintomáticos Diagnóstico: ● Anamnese + exame físico ● Hemograma: ○ anemia regenerativa ○ trombocitopenia muito discreta pela vasculite ○ hiperglobulinemia ● Específico: ○ esfregaço sanguíneo → detecção do agente ○ fase aguda < 50% dos casos → parasitemia cíclica ○ sorologia → IFI ○ PCR Tratamento: ● Doxiciclina ○ 5 mg/kg/BID/21 dias ○ se o medicamento ficar um pouco parado no esôfago, causa esofagite e estenose de esôfago → dar muita água após (seringa) ● Enrofloxacina ○ 5 mg/kg/SID/15 dias → CUIDADO ● Prednisolona ○ 0,5-2 mg/kg/SID ou BID → dose anti-inflamatória ou imunossupressora animais tratados e recuperados podem se tornar portadores por toda a vida Prevenção: ● Controle de pulgas ○ animal + ambiente ● Castração ○ evitar brigas e saídas ● Avaliações pré transfusionais
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