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Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias

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Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
1
Doenças do sistema 
digestório, hepatopatias, 
osteoporose e alergias
Professora Dra. Aline Castaldi Sampaio
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
2
Doenças do sistema digestório 3
Doenças do sistema digestório e terapia nutricional 3
Hepatopatias 7
Doenças hepáticas 7
Alterações metabólicas, estado nutricional e terapia nutricional na insuficiência hepática 8
Osteoporose 10
Aspectos gerais 10
Fatores nutricionais 11
Alergias alimentares 14
Aspectos gerais 14
Fatores nutricionais 14
Referências bibliográficas 16
SUMÁRIO
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
3
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Doenças do sistema digestório e terapia 
nutricional
Durante a ingestão de alimentos, o esôfago 
faz movimentos peristálticos leves (contrações), 
cuja função é a propagação do bolo alimentar em 
direção ao estômago. O peristaltismo esofágico é 
um processo neuromuscular coordenado em parte 
pelo sistema nervoso central e também tem ação de 
mecanismos locais.
Durante esse processo, podem acontecer 
alterações por inúmeras causas, como obstruções 
que invadem a luz do órgão (neoplasias, divertículos 
etc.), alterações manométricas, espasmos difusos, 
desordens não específicas de motilidade ou ainda 
por aquelas secundárias a processos de degeneração 
crônica dos tecidos (esclerose e escleroderma).
Refluxo gastroesofágico – esofagite
O refluxo acontece devido a uma falha anatômica 
ou funcional dos mecanismos de contenção ou 
retenção do conteúdo gástrico. Suas manifestações 
são pólipos pequenos em orofaringe, regurgitação, 
disfagia, disfonia, pirose e tosse crônica.
A esofagite é uma inflamação da mucosa do 
esôfago que tem como consequência a diminuição 
da pressão do EEI. Na fase gástrica da digestão, 
chamada gastrina aumenta sua pressão, enquanto a 
colecistocinina (CCK) e a secretin, presentes na fase 
intestinal, a diminuem. 
Característica Recomendação nutricional
Valor energético total Suficiente para manter o peso ideal.
Se necessário, promover a perda de peso.
Lipídios Hipolipídica (< 20% das calorias totais).
Evitar alimentos e preparações gordurosas, uma vez que a CCK diminui a pressão 
do EEI.
Consistência Fase aguda: líquida ou semilíquida com evolução até geral (com melhora da disfagia).
Fracionamento Seis a oito refeições de pequenos volumes para evitar o refluxo.
Líquidos Preferencialmente entre as refeições - evitar nas refeições principais (almoço e 
jantar) para diminuir o volume ingerido.
Excluir Alimentos que diminuem a pressão do EEI: café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas.
Alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos de frutas ácidas, tomate.
Alimentos que estimulam a secreção ácida: com alto teor de purinas.
Recomendações gerais Não comer antes de dormir (espaço de duas horas).
Comer em posição ereta.
Não deitar após as refeições.
Manter horários regulares para evitar aumento do volume das refeições.
Manter a cabeceira da cama elevada.
Fonte: CUPPARI, 2002.
Recomendações nutricionais na esofagite
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
4
Gastrite e úlceras gastrintestinais
Gastrite define-se como uma inflamação da mucosa 
gástrica, encontrada no interior do estômago. Ela 
aparece de repente, tem curta duração e desaparece, 
na maioria das vezes, sem deixar sequelas. Pode 
ainda persistir e evoluir para uma úlcera ou até um 
câncer de estômago.
O H. pylori aparece em cerca de 70% a 80% 
das úlceras gástricas e 90% das duodenais. Essa 
bactéria é capaz de movimentar-se em meios de 
alta viscosidade, aderindo ao epitélio superficial da 
mucosa, onde permanece protegida. 
A bactéria tem muita sensibilidade às alterações 
do pH estomacal e acaba por migrar para outra área 
na qual a camada de muco esteja íntegra.
O epitélio, livre do microrganismo, pode regenerar-
se, ou, se já inflamado (gastrite) pela presença 
do bacilo, ulcerar-se quando atingido por agentes 
agressores. 
Embora esse tipo de lesão seja distinto nas gastrites 
e úlceras do ponto de vista fisiológico e morfológico, 
no que diz respeito à conduta nutricional, pode-se 
estabelecer as mesmas orientações.
Úlcera péptica é definida como uma doença de 
evolução crônica, com crises de ativação e períodos 
de remissão, caracterizada por perda de tecido nas 
áreas do sistema digestório que entram em contato 
com a secreção ácido-péptica do estomago. 
Terapia nutricional 
A associação de gastrites e úlceras com o 
Helicobacter pylori levou a várias liberações na dieta. 
Alguns até propõem que não há necessidade de 
nenhum tipo de recomendação dietética, apenas a 
erradicação da bactéria. 
As recomendações dietéticas estão listadas no 
quadro abaixo e são indicadas para pacientes em 
acompanhamento ambulatorial, em acompanhamento 
de consultório ou que estejam internados, mas sem 
intercorrências.
Em situações como sangramento, que são 
considerados complicações severas, é importante 
salientar que a conduta será personalizada, exigindo 
jejum e observação da evolução clínica pelo médico 
especialista ou nutricionista. 
A endoscopia é importante para direcionar o 
tratamento, podendo ser indicada a esclerose de 
vasos sanguíneos. 
Ao introduzir-se a alimentação, é necessário iniciar 
com líquidos por via oral, evoluindo a consistência 
conforme o acompanhamento. Hemorragias, 
estenoses e subestenoses, bem como perfurações, 
podem exigir tratamento cirúrgico. 
Casos de gastrite erosiva (por ingestão de 
substâncias ácidas ou alcalinas) exigem atenção 
especial. Casos graves, eventualmente raros, podem 
ser indicação de nutrição parenteral.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
5
Característica Recomendação
Valor energético total Suficiente para recuperar o manter o peso ideal.
Distribuição calórica Normal (CHO: 50-60%, proteínas: 10-12%, lipídeos: 25-30%).
Consistência Geral ou adaptada às condições da cavidade oral.
Fracionamento 4-5 refeições ao dia.
Alimentos com 
efeito positivo
Ricos em fibras alimentares (vegetais em geral): a fibra apresenta efeitos benéficos, 
agindo como tampão, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago 
e diminuindo o tempo de trânsito intestinal, levando a menor distensão.
Alimentos a ser evitados Bebidas alcoólicas: o álcool é um potente irritante da mucosa gastrintestinal.
Café: mesmo que seja tipo descafeinado, leva um aumento da produção ácida 
gástrica, resultando em irritação da mucosa.
Refrigerantes à base de cola: relacionados ao aumento da produção ácida. Além disso, 
por serem gasosos, provocam distensão gástrica e podem relacionar-se a dispepsia.
Pimenta vermelha: possui capsaicina, substância irritante gastrintestinal. A preta 
também é irritante, assim como mostarda em grãos, chili e condimentos em geral.
Frutas ácidas Respeitar a tolerância do paciente. O pH do estômago (por volta de 2) é mais ácido 
que qualquer fruta.
Ambiente durante 
a refeição
Procurar fazer as refeições em ambientes tranquilos, comendo devagar e mastigando 
bem os alimentos.
Recomendações dietéticas para gastrite e úlcera
Fonte: CUPPARI, 2002.
É imprescindível que a conduta nutricional respeite 
e leve em consideração as tolerâncias e talvez, se 
possível, as preferências individuais, respeitando-as 
na medida do possível, sempre atentando para a 
existência de conceitos errados, muito comuns nessa 
situação, sobre a ação dos alimentos, procurando 
esclarecer o paciente sobre mitos e verdades e 
oferecer a ele um plano alimentar pessoal, com 
substitutos e variações. 
Doenças inflamatórias intestinais
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são 
crônicas e de etiologia desconhecida. Ocorrem no 
trato digestório, sendo as duas formas mais comuns 
de apresentação retocolite ulcerativa inespecífica 
(RCUI) e doença de Crohn (DC) .
A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória 
intestinal grave e que persiste no paciente por anos,sendo portanto crônica. Pode ocorrer de todos os 
segmentos sofrerem alteração, ou eles podem ser 
separados por trechos com normalidade. 
Na RCUI, a inflamação é limitada à mucosa do 
cólon, ocorrendo de forma contínua, e a manifestação 
mais comum é a diarreia com sangue, também 
chamada melena. 
Já a DC é uma doença inflamatória, também de 
caráter granulomatoso, que afeta qualquer parte do 
sistema digestório. A diarreia e a dor abdominal são 
as manifestações mais comuns.
As DIIs podem ocasionar estenose. É importante 
a determinação do grau de severidade ou atividade 
da doença inflamatória intestinal. 
A severidade, a duração e a localização da doença 
são importantes na resposta ao tratamento (doenças 
na região perianal tem uma resposta menos favorável 
à conduta nutricional). 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
6
Terapia nutricional
Como os parâmetros patológicos da doença inflamatória intestinal não estão definitivamente estabelecidos, 
nem o papel de fatores específicos da dieta na etiologia ou no tratamento, a tolerância individual deve ser 
levada em conta, sempre tendo como objetivo principal a preservação de um bom estado nutricional . 
Terapia nutricional nas doenças inflamatórias intestinais
Característica Recomendação nutricional
Valor energético total GEBa x FAb x 1,75 (levando em conta o hipermetabolismo das DIIs).
Proteínas 1,0 g a 1,5 g (até 2,0 g para desnutridos)/kg de peso ideal/dia.
Carboidratos
Lipídios Hipolipídica (20% das calorias totais), uma vez que podem piorar a diarreia (pode 
haver deficiência de sais biliares).
Fase de remissão Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis.
Fase aguda Isenta de lactose (evitar leite e derivados). A lactase é uma enzima de frágil inserção 
na mucosa intestinal, e seus níveis podem estar diminuídos na diarreia, havendo 
intolerância.
Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que possam 
aumentar a diarreia. 
Rica em fibras solúveis (por ação das bactérias intestinais, formam ácidos graxos de 
cadeia curta, que constituem importante fonte de energia para as células intestinais) 
e pobre em fibras insolúveis (para auxiliar no controle da diarreia).
Antifermentativa Evitar alimentos relacionados com a formação de gases: brócolis, couve-flor, 
couve, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde, rabanete, pepino, batata-doce, 
leguminosas, mariscos, ostras e outros frutos do mar, melão, abacate, melancia, ovo 
cozido ou frito consumido inteiro (mas não quando fizer parte de uma preparação, 
por exemplo, um bolo ou torta), sementes oleaginosas como nozes, castanhas, 
amendoim, caju etc., bebidas gasosas como refrigerantes, excesso de açúcar, doces 
concentrados como goiabada, cocada. Lembrar que a formação de gases é muito 
individual, mantendo relação com a flora bacteriana intestinal.
Via de administração Oral (fase de remissão).
Enteral e parenteral (fase aguda).
Nutrientes específicos
Glutamina Importante fonte de energia para a célula de rápida proliferação (células intestinais, 
linfócitos, fibroblastos).
Arginina e glutamina Mantêm a estrutura, o metabolismo e as funções intestinais durante estados em que 
pode haver comprometimento da barreira mucosa (30 g/dia).
Ácido graxo w3 Ativadores potentes de célula polimorfonucleares e células T (melhoram a resposta 
imunológica). Contribui para diminuir a resposta inflamatória (3- 5 g/dia).
a GEB - Gasto energético basal. Calculado pela fórmula proposta por Harris Benedict.
b FA – fator atividade (acamado: 1,2 deambulando: 1,3).
Fonte: CUPPARI, 2002.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
7
Pancreatite
É uma doença inflamatória no pâncreas, 
comprometendo sua funcionalidade, como parte de 
absorção, por exemplo. Muitas vezes, por deficiência 
na produção de insulina, pode levar o paciente a 
diabetes. 
Geralmente, os sintomas aparecem com: dor 
abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia 
(sobretudo esteatorreia) e desnutrição progressiva. 
A avaliação e o acompanhamento nutricional são 
essenciais, podendo-se adotar os conceitos de 
avaliação habituais ao nutricionista.
Característica Recomendação
Valor energético total GEB x FI (1,3 a 1,5), considerar o grau de hipermetabolismo.
Proteínas 1,5 g a 2,5 g/dia. É indicada a suplementação com glutamina devido ao 
hipermetabolismo.
Escolha da via de administração
Parenteral Deve ser escolhida para atender às necessidades nutricionais. Soluções lipídicas 
podem prover 25% a 30% das calorias não proteicas. Os lipídios têm pouca 
estimulação sobre o pâncreas quando administrados via endovenosa.
Em pacientes com hiperlipidemia devem-se usar soluções lipídicas com cautela. 
Acompanhar os triglicérides séricos, pois pode haver hipertrigliceridemia. 
Enteral Quando se opta por essa via, a posição da sonda deve ser jejunal e a 
fórmula precisa ser elementar para diminuir a estimulação pancreática.
Fonte: CUPPARI, 2002.
HEPATOPATIAS
Doenças hepáticas
Doenças como hepatite viral, alcoólica ou autoimune, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), 
cirrose hepática e carcinoma hepatocelular são algumas das mais comuns hepatopatias. 
A cirrose é uma evolução das hepatopatias, podendo evoluir para um câncer do fígado ou para a perda da 
capacidade funcional do órgão.
A insuficiência hepática crônica (IHC) define-se como uma incapacidade funcional do fígado, que se deve 
ao uso de etanol, infecção por vírus ou doença autoimune como lúpus, entre outras causas. Essa alteração 
fisiológica acontece quando pelo menos 80% do órgão perde sua funcionalidade. 
A desnutrição aparece em grande parte dos pacientes com cirrose. A orientação nutricional adequada é 
extremamente importante para esse tipo de paciente, com a qual conseguimos claramente a redução da taxa 
de complicações e mortalidade, além de qualidade de vida. 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
8
Alterações metabólicas, estado 
nutricional e terapia nutricional na 
insuficiência hepática
As hepatopatias crônicas podem induzir alterações 
no metabolismo de macronutrientes e micronutrientes, 
dependente do grau de comprometimento do fígado 
do paciente, afetando o equilíbrio dos processos 
anabólicos e catabólicos do organismo. Este pode ter 
seu gasto energético aumentado, em decorrência da 
ingestão alimentar que pode estar comprometida e 
insuficiente. 
A desnutrição energético-proteica, que pode 
levar o paciente à morte, está relacionada a 
hipovitaminoses e até anemia. Em pacientes que 
passaram pelo transplante hepático, a desnutrição 
aparece em todos os casos, sem exceção.
Necessidades energéticas
O fígado é responsável por inúmeras vias 
bioquímicas na produção, modificação e utilização de 
nutrientes e de outras substâncias metabolicamente 
importantes, por isso, as necessidades energéticas 
variam muito. 
A orientação nutricional deve se basear na 
determinação adequada das necessidades energéticas 
e proteicas e é fundamental para a tentativa de evitar 
ou reverter a desnutrição energético-proteica.
 O mais indicado é a determinação do gasto 
energético de repouso (GER) por calorimetria indireta, 
devido à grande variabilidade do metabolismo 
energético observada nesses pacientes e também 
por saber que a avaliação nutricional habitual tem 
muitas falhas. 
Na indisponibilidade do calorímetro, recomenda-
se estimar as necessidades energéticas nas DHCs, 
utilizando-se 25 kcal a 35 kcal/kg de peso corpóreo 
por dia, de acordo com o objetivo de manter ou 
restaurar o estado nutricional do paciente. 
Para esse cálculo, aconselha-se utilizar o peso 
corpóreo atual ou, na presença de edema periférico 
e ascite, aquele adequado para o paciente. 
Vale considerar que a ascite, por ser um 
compartimento metabolicamente ativo, eleva o GER 
em cerca de 10%. Portanto, deve ser considerada 
durante a programação das necessidades energéticas. 
A utilização de fórmulas como a clássica Harris e 
Benedict paraestimar o GER não é recomendada, 
devido às alterações metabólicas e à grande 
variabilidade dos valores individuais do GER 
observadas nos hepatopatas. 
Tais fatores induzem a uma grande margem de 
erro no cálculo final das calorias. Segundo estudos, 
o resultado do GER em pacientes cirróticos estimado 
por várias fórmulas para o cálculo de gasto energético 
foi significativamente mais baixo do que os valores 
obtidos por calorimetria indireta, em ambos os sexos. 
O valor energético total (VET) deve ser distribuído 
normalmente entre os macronutrientes, como 
habitual e geral. Recomenda-se que os lipídios não 
sejam ofertados acima de 30% do VET, para evitar 
desconforto abdominal, retardo no esvaziamento 
gástrico e hiperlipidemias. 
Os carboidratos simples ou complexos, sendo 
considerados como totais, variam entre 50% e 60% 
do VET, dando-se preferência aos complexos. Os 
carboidratos simples podem ser usados normalmente 
desde que a glicemia esteja controlada, e, caso o 
paciente aceite, podemos ainda evitá-los pensando 
em prevenção e controle. 
Devemos ainda levar em consideração a resistência 
à insulina e a intolerância à glicose, comuns nos 
pacientes cirróticos.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
9
Necessidades proteicas
Atualmente, não temos na literatura uma 
orientação que indique a restrição total de proteína 
em pacientes com falência hepática.
A quantidade insuficiente de proteína por longo 
período pode levar a perda de massa magra devido à 
proteólise intensa de proteínas viscerais e musculares. 
Os últimos estudos relacionados a cirrose e 
encefalopatia dão como orientação uma dieta normo 
(30 kcal/kg de peso/dia) ou hiperproteica (1,2 g de 
proteína/kg de peso/ dia), sendo indicado também 
o aumento da ingestão de proteínas lácteas (leite, 
iogurtes, queijos e requeijão cremoso) e proteínas 
vegetais. 
Necessidades de micronutrientes
Em muitos casos, a suplementação de acordo com 
as DRIs de sulfato de zinco (220 mg) em doenças 
hepáticas pode ajudar a melhorar alguns sintomas, 
como cãibras musculares, principalmente em 
pacientes hospitalizados. 
Essa orientação é dada quando os níveis de zinco 
plasmáticos estão abaixo da normalidade. Algumas 
outras suplementações são indicadas. 
A vitamina A pode influenciar positivamente no 
ganho de peso, graças à melhora no paladar e ao 
estímulo para alimentação voluntária dos pacientes. 
Na DHC, pode ocorrer deficiência ou excesso de ferro, 
sobretudo em pacientes alcoólatras. 
A anemia ferropriva geralmente está presente 
quando ocorrem hemorragias digestivas (HD) por 
lesões gastrintestinais provocadas pelo álcool ou 
por hipertensão portal, com varizes esofagianas 
hemorrágicas. Indica-se suplementar por via oral ou 
parental os nutrientes comprometidos para prevenir 
ou reverter manifestações clínicas de deficiências 
nutricionais. 
Em alcoólicos crônicos com excesso de ferro 
plasmático, ou pacientes com alteração no 
metabolismo desse mineral (hemocromatose), 
recomenda-se a redução do ferro alimentar com 
acompanhamento periódico dos valores plasmáticos, 
para evitar progressão do dano hepático.
A restrição do sal está indicada apenas quando 
ocorrer retenção hídrica de sódio (Na) e sobrecarga 
de fluidos. 
Pacientes internados poderão requerer restrição 
severa de Na (250 mg a 500 mg/dia), o que 
corresponde a 0,63 g a 1,3 g de sal acrescido às 
preparações. A restrição excessiva de sódio pode 
diminuir drasticamente o paladar da dieta, fazendo com 
que haja importante redução do consumo alimentar. 
Portanto, deve-se evitar ao máximo a restrição 
acentuada para pacientes internados. Se houver 
sobrecarga nesses pacientes, sugere-se restrição 
leve, em torno de 2,5 g de sódio ou 6 g de sal de 
adição por dia. Dessa forma, garante-se o efetivo 
manejo de fluidos, sem limitar a ingestão energética 
e proteica. 
Lanche noturno
Em relação à ceia noturna ou lanche noturno, 
existem alguns estudos que mostram melhora do 
estado catabólico de pacientes com cirrose. Essa 
orientação na prática nutricional eleva o peso do 
paciente em por volta de 2 kg de massa magra e 
pode se manter por até um ano, o que favorece sua 
qualidade de vida.
Indicação de prebióticos, probióticos e 
simbióticos no tratamento de pacientes com 
DHC
A indicação de prebióticos, probióticos e simbióticos 
no tratamento de pacientes com doenças hepáticos 
estão sendo alvo de estudos atuais e deve fazer parte 
da terapêutica nutricional atual. 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
10
Pacientes internados com cirrose hepática têm 
vários níveis de desequilíbrio na microbiota do intestino. 
Esses pacientes, quando recebem suplementação de 
probióticos, prebióticos e simbióticos, apresentam 
significativa melhora no lúmen intestinal, o que faz 
seu quadro geral melhorar. Portanto, a indicação de 
suplementos probióticos, prebióticos e simbióticos é 
bem-vinda na terapia nutricional. 
Alguns dos mais indicados são: Bifidobacterium, 
Lactobacillus acidophilus, Enterococcus, Bacillus 
subtilis e Enterococcus faecium.
A DHGNA relacionada com aspectos 
nutricionais como obesidade, ingestão de 
gordura saturada e resistência à insulina
A DHGNA está associada com desordens 
metabólicas que incluem: obesidade (em especial a 
central), desequilíbrio ou alterações de produção no 
metabolismo da insulina, dislipidemias, hipertensão, 
hiperglicemia ou hipoglicemia, ou ainda alguns desses 
fatores associados gerando um quadro de síndrome 
metabólica. 
Com isso, o fator de risco para o desenvolvimento 
da esteato-hepatite não alcoólica (NASH) aumenta. 
Os principais fatores que alteram a fisiopatogênese 
da DHGNA estão relacionados com a ingestão de 
alimentos de forma geral, em especial de forma 
desequilibrada, a regulação do metabolismo corporal 
por meio de hormônios, fatores de transcrição e vias 
metabólicas de lipídios. 
OSTEOPOROSE
Aspectos gerais 
É uma doença que faz os ossos ficarem fracos 
e com possibilidade de quebrarem aos mínimos 
esforços, podendo atingir todos os ossos do corpo. 
Osso normal
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2011.
Osso com osteoporose
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2011.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
11
A osteoporose pode acontecer de várias formas, 
como: osteoporose pós-menopausa, que atinge 
mulheres após a menopausa; osteoporose senil, que 
atinge pessoas com mais de 70 anos; e osteoporose 
secundária, que atinge pessoas com doença renal 
hepática, endócrina, hematológica ou que usam 
alguns medicamentos. 
 
Fatores nutricionais
A nutrição tem papel fundamental quando se 
trata de osteoporose, em especial para prevenção. 
Veremos a seguir os aspectos relacionados a vitamina 
D e cálcio.
O papel atribuído à nutrição está relacionado ao 
desenvolvimento da maior e melhor massa óssea 
possível durante o crescimento (infância a idade 
adulta) e à proteção do esqueleto contra a perda 
de cálcio em longo prazo, embora a deficiência de 
vitamina D também tenha papel no desenvolvimento 
de baixa massa óssea em algumas populações. 
Dieta balanceada, com calorias suficientes, 
vitaminas e minerais adequados à idade da pessoa, 
atividade física e suplementação, quando necessária, 
estão associados a maior e melhor massa óssea. 
Os níveis adequados de ingestão de cálcio podem 
potencializar o efeito positivo da atividade física sobre 
a saúde óssea durante o período de crescimento das 
crianças.
Alguns estudos sobre suplementação de cálcio, 
frutas e legumes foram bem positivas em relação a 
qualidade de vida de mulheres. 
Quando pensamos em mulheres pós-
menopáusicas, a suplementação de cálcio pode 
ter um efeito positivo na densidade mineral óssea. 
Frutas, legumes e verduras foram positivamente 
associados com a densidade óssea em um estudo 
realizado em homens e mulheres. 
Uma boa nutrição é uma parte importante de um 
programa de reabilitação bem-sucedido em pacientesque tiveram uma fratura osteoporótica. A intolerância 
à lactose tem sido associada com uma baixa massa 
óssea. e.risco.aumentado.de.fratura .
Cálcio
Aproximadamente 99% do cálcio corporal está 
nos ossos. Esse mineral é excretado diariamente por 
meio de urina, suor e fezes e deve ser reposto pela 
alimentação. Com o passar dos anos, nossa absorção 
diminui, portanto as recomendações devem ser 
seguidas. 
Nosso corpo perde cálcio em quantidades que vão 
de 4 mmol a 8 mmol/dia em adultos. Isso está ligado 
a alguns fatores, como atividade física e alimentação. 
A maioria das mulheres tem um consumo média de 
cálcio de 475 mg a 575 mg/dia.
De todos os micronutrientes, o cálcio é um dos mais 
estudados na área de saúde, principalmente devido a 
sua ação importante na prevenção e tratamento da 
osteoporose. 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
12
A absorção intestinal de cálcio feita de forma ativa 
é principalmente regulada pelo calcitriol, que é um 
hormônio esteroide formado a partir da vitamina 
D. Devido a isso, o hormônio paratireóide (PTH), 
os hormônios de crescimento, o estrógeno e a 
progesterona podem aumentar a absorção de cálcio 
por diferentes meios.
Conforme envelhecemos, a absorção de cálcio 
modifica-se, tendo queda significativa. Alguns 
fatores estão relacionados com essa diminuição, 
como deficiência de vitamina D na dieta e redução 
na produção de vitamina D endógena, que ocorre em 
parte devido à redução da exposição solar ao sol ou 
ao menor número de receptores. Além disso, ocorre 
naturalmente, pois, o prejuízo na função renal com 
a idade e a falta de estrógenos na pós-menopausa 
contribuem para diminuir a produção de calcitriol 
renal.
A falta ou o declínio da produção do hormônio 
feminino estrógeno que ocorre durante a fase da 
menopausa acaba contribuindo para a perda da 
massa óssea. 
Para mulheres que têm idades entre 50 e 60 
anos e nunca fizeram tratamento para reposição 
hormonal, é muito comum a perda de massa óssea 
geral, sendo que essa diminuição é de 20% a 30% 
no osso esponjoso (trabecular) e de 5% a 10% no 
osso compacto (cortical).
 Desde o nascimento até a idade de 20 a 25 
anos de vida, a massa óssea aumenta gradativa e 
ativamente, até que um pico ocorra por volta dos 30 
anos. A maior parte desse ganho de massa óssea que 
irá acompanhar a pessoa até a idade adulta ocorre 
durante a pré-adolescência e a adolescência. Para 
mulheres, essa massa permanece mais ou menos 
intacta até que a menopausa ocorra. Para homens, 
com o avanço dos anos, ela entra em declínio, não 
havendo uma idade de referência. 
Vitamina D
A vitamina D, atualmente considerada um 
hormônio, ainda permanece chamada de vitamina, 
pois se acredita ser sua maior fonte de origem 
dietética. Esse hormônio está diretamente ligado à 
absorção intestinal de cálcio e sua síntese pelo osso. 
A suplementação de vitamina D de acordo com 
as DRIs é necessária sempre que algum fator 
relacionado à absorção estiver comprometido. Esses 
casos geralmente acontecem na osteoporose. 
Atualmente a exposição a radiação solar é 
bastante discutida no meio científico, sabe-se que a 
adequada exposição solar é indispensável à produção 
de vitamina D., sabe – se também que a vitamina 
D pode ser sintetizada na pele, sob a catalisação 
dos raios solares, mais especificamente dos raios 
ultravioletas.
A seguir algumas conclusões científicas 
importantes sobre os estudos relacionados vitamina 
D e suas aplicações, fibras, proteínas e sódio, peso 
corporal, hábitos de vida e inatividade física: 
Em nosso país tropical, com temperaturas altas na 
maior parte do tempo, não existem muitos estudos 
em relação a níveis de vitamina D na população.
O consumo aumentado de fibras, de modo geral, 
além do excesso de sódio, contidos em embutidos, 
enlatados e condimentos, entre outros, pode 
diminuir a absorção intestinal e elevar a excreção de 
cálcio. Vegetais e cereais ricos em fibras não alteram 
a absorção de cálcio, exceto espinafre e aveia, que 
são ricos em uma substância chamada ácido oxálico. 
Essa substância bloqueia a absorção de cálcio. 
Alguns estudos sugerem que pessoas com 
IMC acima do normal apresentam uma densidade 
óssea maior, o que confere mais proteção contra o 
desenvolvimento da osteoporose. 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
13
Uma grande curiosidade vem de uma descoberta 
recente, relacionada a mulheres obesas que estão na 
menopausa. Esses estudos apresentam resultados, 
após investigação científica, de que a massa óssea 
é mantida nesses casos, em especial pela produção 
estrogênica decorrente do tecido gorduroso. 
Estudos que analisam a ingestão de álcool 
chegaram à conclusão de que mais de duas doses 
diária de qualquer bebida alcoólica podem ter um 
resultado prejudicial ao tecido ósseo, tanto em 
homens como em mulheres.
Em relação ao hábito de fumar, as mulheres são as 
mais prejudicadas, pois têm seus níveis de estrógeno 
diminuídos e muitas vezes acabam iniciando a 
menopausa precocemente, quando comparadas com 
mulheres que não fumam. 
Outro fator estudado foi a cafeína. As chances de 
desenvolver osteoporose aumentam apenas com a 
ingestão de duas ou mais xícaras de café/dia e baixo 
aporte de cálcio. Isso se estende a alimentos ricos 
em cafeína, como certos refrigerantes e chás.
A inatividade física ou permanências prolongadas 
no leito aumentam os riscos de fraturas ósseas. 
 É imprescindível que a atividade física faça parte da 
rotina das pessoas, em especial aquelas com fatores 
de risco associados, pois aumenta consideravelmente 
o ganho de massa muscular, a elevação da massa 
óssea ou a redução de sua perda, além de gerar maior 
tolerância ao esforço e melhorar o equilíbrio, o que 
diminui o risco de quedas e fraturas, aumentando a 
qualidade de vida das pessoas.
Dessa forma, realização de exercícios físicos 
específicos regulares possibilita a manutenção da 
independência física para realização das atividades 
da vida diária e melhor qualidade de vida. A infância 
e a adolescência são momentos particularmente 
valiosos para melhorar a massa óssea por intermédio 
do exercício.
Na nutrição, o tratamento da osteoporose depende 
muito da situação de cada paciente, caso tenha ou 
não fratura. Não conseguimos cura para osteoporose 
e sim uma reabilitação.
 A seguir, temos as recomendações de cálcio 
necessárias para diferentes idades, que são 
importantes para a reabilitação e também na 
prevenção. O cálcio pode ser obtido da dieta ou 
suplementado quando necessário. 
Aporte alimentar adequado e recomendações 
(European Union Scientific Committee on 
Food)
Fonte: Sociedade Portuguesa de Reumatologia, 2007.
Cálcio Vitamina D
Ingestão diária >/ = 
900 mg (limite superior 
adequado 2.500 mg)
Valores mínimos 
adequados:
< 60 anos: 5 ug/dia
>/ = 60 anos: 10 ug/dia
Valor limite superior: 
50 ug/dia.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
14
ALERGIAS ALIMENTARES
Aspectos gerais
Existe uma confusão entre intolerância alimentar e 
alergias alimentares. Elas têm definições diferentes, 
mas as duas causam processos alérgicos, como 
pruridos e coceiras. Na alergia alimentar, ocorre uma 
reação a algum tipo de alimento. 
Alguns são considerados mais alérgenos, como 
os que discutiremos a seguir. Os mecanismos que 
envolvem as alergias são imunológicos e têm por 
característica uma elevação de capacidade de os 
linfócitos B sintetizarem a imunoglobulina do isotipo 
IgE contra antígenos que acessam o organismo por 
meio da alimentação ou outras vias. 
Fatores nutricionais
Nós alimentamo-nos diariamente de vários tipos 
de alimentos. Alguns deles podem causar algum tipo 
de alergia. 
Para o tratamento das reações alérgicas, algumas 
opções são empregadas: eliminar totalmente ou evitar 
o alimento alérgeno, utilizar remédios específicos ou 
lançar mão de alternativas, como atividade física, 
pensando em prevenção. 
A partir do momento do diagnóstico dealergia 
alimentar, o alimento identificado é totalmente 
excluído. Na parte da dietoterapia de alergias 
alimentares, essa é a única atitude a ser tomada. 
Isso se torna mais difícil se o alimento a ser 
excluído está presente na maioria dos alimentos, 
como leite ou glúten. Por isso, os rótulos são muito 
importantes, apesar de muitas vezes confusos. Pode 
acontecer até mesmo uma contaminação oculta, 
na forma de traços do alimento excluído. Cabe ao 
profissional de nutrição orientar o paciente quanto à 
leitura e boa compreensão dos rótulos. 
Hipovitaminoses, anemia ou desnutrição podem 
ocorrer devido à exclusão. Nessa situação, a 
suplementação de acordo com as DRIs é recomendada, 
bem como, dentro da dietoterapia, a indicação de 
alimentos substitutos. As necessidades do paciente 
devem ser calculadas e orientadas conforme idade e 
outros aspectos. 
A eliminação do alérgeno promove imediatamente 
um controle das reações de alergia. Esse alimento 
deve ficar em suspensão por seis meses, de modo 
geral, após o que a reintrodução pode ocorrer de 
forma gradativa e mediante observação das reações. 
Se o paciente permanecer sem reações alérgicas, o 
alimento pode ser liberado, caso contrário, volta-se à 
dieta de eliminação. 
O tratamento pode durar a vida toda. Medicamentos 
como anti-histamínicos e estabilizadores de 
mastócitos muitas vezes têm ação insignificante nas 
manifestações gastrintestinais. Os corticosteroides 
podem ser indicados em casos muito graves.
Manifestação cutânea de alergia alimentar. 
Fonte: FERREIRA; SEIDMAN, 2007.
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
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Alimentos associados
Existem alimentos que são considerados mais 
“perigosos” quando se trata de alergias alimentares. 
Alguns podem, ainda, provocar reações cruzadas, ou 
seja, alimentos diferentes podem causar as mesmas 
reações alérgicas no indivíduo e vice-versa. Ou 
alimentos iguais causarem reações diferentes.
A seguir, veremos alguns dos principais alérgenos 
alimentares. Segundo estudos científicos realizados 
por Pereira (2008), são responsáveis por até 90% de 
todas as reações alérgicas. Os alérgenos mais comuns 
são: proteínas do leite de vaca, ovo, amendoim, trigo, 
soja, peixe, frutos do mar e nozes.
Leite de vaca
A alergia ao leite de vaca é bastante comum. Esse 
produto é alvo de muitos estudos e é considerado um 
dos maiores alergénos alimentares.
 “O leite de vaca é uma mistura de mais de 20 
componentes. Das proteínas implicadas nas reações 
imunológicas, os principais alérgenos encontrados 
neste alimento são a caseína, α-lactoalbúmina e a 
ß-lactoglobulina” (CASTELLO et al., 2004). 
Essa alergia ocorre eventualmente nos primeiros 
anos de vida e pode desaparecer com o passar dos 
tempos. Além de prurido e coceira, podem aparecer 
sintomas de asma e eczema. 
A alergia ao leite de vaca é uma doença 
quase exclusiva dos lactentes e da infância, 
raramente é descrita na adolescência, porém 
pode acontecer como exceção, ou iniciar-se na 
infância e perdurar até a idade adulta ou idosa. O 
uso abusivo do leite de vaca como substituto do 
leite humano levou a um aumento da incidência 
dessa doença, esta incidência está situada entre 
1,9 e 7,5% (CARVALHO, 2001).
Para a intervenção nutricional nesses casos, o 
profissional exclui o leite e seus derivados e orienta 
a leitura cautelosa dos rótulos, orientando o paciente 
ou responsável aos seguintes termos: caseína, 
caseinatos, hidrolisados (de caseína, de proteínas do 
leite e do soro), lactoalbumina, β-lactoglobulina, soro 
de leite, creme de leite.
O profissional de nutrição precisa ficar atendo aos 
efeitos adversos da exclusão do leite nas crianças, 
que podem causar deficiência de crescimento, além 
de falta de cálcio nos ossos, o que pode levar a 
osteoporose na idade adulta. O ideal é a substituição 
do leite por outros produtos ricos em cálcio. 
Ovo
“A ocorrência de alergia ao ovo é mais frequente 
nos primeiros anos de vida, geralmente devido 
às proteínas da clara” (CASTELLO et al., 2004). O 
paciente que possui esse tipo de alergia precisa ficar 
atento a alguns componentes descritos em rótulos, 
como: ovoalbumina, ovomucoide e a conalbumina.
Após a ingestão do ovo ou algum dos seus 
componentes, dentro de três a quatro horas, as 
reações começam a ocorrer. Os mais comuns são: 
choque, hipotensão, anafilaxia, espasmos, coceira e 
urticaria. 
Frutos do mar
As reações mais comuns para pacientes com 
alergia a frutos do mar são similares às que 
ocorrem no ovo. Os frutos do mar mais comuns 
para desenvolver alergias são: mariscos, lagosta, 
caranguejo e camarão. 
Aditivos
Os aditivos estão em todos os alimentos de modo 
geral, cada vez mais presentes na alimentação 
humana, e isso acaba contribuindo para reações de 
alergia alimentar. 
A seguir, os aditivos a que o paciente deve ter 
atenção na hora de observar os rótulos de alimentos. 
Doenças do sistema digestório, hepatopatias, osteoporose e alergias
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 » Corante artificial tartrazina: sucos 
artificiais, gelatinas e balas coloridas.
 » Glutamato monossódico: alimentos 
salgados, como temperos (caldos de carne ou 
galinha).
 » Sulfitos: conservante em alimentos (frutas 
desidratadas, vinhos, sucos industrializados).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da alergia ao leite de vaca com sintomatologia 
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GAVAZZONI, F. et al. Esofagite por refluxo 
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PEREIRA, P. B. Alergia da proteína do leite 
de vaca em crianças: repercussão da dieta de 
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