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Litiase renal Carro chefe da urologia – o que mais o urologista faz! País tropical favorece mais a formação do cálculo renal Acomete 13% de todos os homens e 7% de todas as mulheres da população geral 3° patologia mais comum Recorrência: até 1/3 após 5 anos 30% necessitarão de internação Onde é formada? No rim, ureter ou bexiga ou seja: Rim: cálculos renais (nefrolitíase) Ureter: ureterollitíase Bexiga: vesicais (vesicolitíase) Pode ocorrer formação da pedra na bexiga decorrente de uma patologia obstrutiva Temos pedras: Caliciais: no rim Piélicas: na pelve renal Coraliforme: Pedras que ocupam todo cálice e pelve renal Quando a pedra cai no canal, impacta no ureter surge a cólica renal Como ocorre a formação da pedra? (fisiopatologia) Ocorre por dois fenômenos: Por hipersaturação (ou supersaturação) da urina por constituintes formadores de cálculos: Cálcio, Oxalato de cálcio, Ácido úrico (são os mais comuns) Cistina, medicamentos (raros) Por falta de fatores inibitórios: Citrato, magnésio → Citrato é um importante inibidor da formação de cálculos de oxalato e fosfato de cálcio → É o citrato que alcaliniza a urina e ajuda a solubilizar a urina, facilitando a dissolução de cálculos principalmente de ácido úrico Alteração do pH (ácido ou básico) → pH mais alcalino é fator protetor, já um pH mais ácido facilita formar cálculo Qual é o metabolismo da litíase? É a agua da cidade que é ruim? É o leite que tem muito cálcio? NÃO! O oxalato que há na 2°-3° parte do duodeno é facilmente ligado a uma proteína e uma vez ligado a proteína ele será absorvido no intestino e absorvido no intestino haverá uma ligação muito forte com o cálcio formando um composto chamado de OXALATO DE CALCIO e assim será filtrado no rim e se precipita (como se fosse uma estalactite) nas papilas renais e assim formará o calculo O que faz maior absorção de oxalato: Hiper-concentração de proteína e sódio (então o grande vilão é a alta ingestão de proteína e sódio que aumenta absorção de oxalato que facilmente se liga ao cálcio e se precipita no rim) O aumento de ingestão de vitamina C é controverso Alimentos ricos em citratos diminuem a absorção do oxalato (como laranja) A baixa ingestão de cálcio favorece a absorção de cálcio ou seja é PIOR! Não pode parar de consumir leite RETOMANDO A FORMAÇÃO CALCULO RENAL: Existem vários tipos de cálculo (oxalato de cálcio, sulfato de cálcio e ácido úrico) e pela sua coloração sugere-se do que ele é formado Oxalato de cálcio é o mais comum! A nucleação ocorre na corrente sanguínea e esses inúmeros oxalato de cálcio vao formando pequenos cristais, esses pequenos cristais formados pela ligação de oxalato e cálcio vão se ligando uns aos outros e assim forma-se o cristal Uma vez o cristal formado há agregação de cristais na urina: chamados de cristais amorfos no exame de urina, esses cristais se precipitam no nefron, cai na papila renal e vao se aglomerando até formar uma pedra na papila renal Uma vez formada ela se adere até se desprender ate cair no ureter Causa principal: aumento da ingestão de oxalato de cálcio (que aumenta calciuria), ou diminuição do Ph e fatores inibitórios Vale lembrar que o fator genético é muito importante, se família tem pedra você tem mais chance de ter! Fatores de risco: •CÁLCIO: baixa ingestão favorece a formação de cálculo → O oxalato é absorvido no mesmo local que o cálcio; • SÓDIO: Natriúria eleva a calciúria • OXALATO: 10 a 20% do oxalato na urina relaciona-se com a ingestão • PROTEÍNAS: acidose, hipercalciúria, ácido úrico • PURINAS: hiperuricosúria (oleaginosas, grãos, miúdos, moelas) Além de baixo consumo de água, síndromes metabólicas, sedentarismo, infecções urinarias, temperaturas elevadas e algumas medicações Os antirretrovirais prevalecem a formação de cálculos de cistina (medicamento para HIV) PREVENÇÃO: Dieta balanceada Evitar uso de medicações Maior ingesta de citrato Aumento da ingestão hídrica Controle do consumo de cálcio MORBIDADE/ MORBIMORTALIDADE Obstrução do ureter que ocasiona uma cólica intensa cólica intensa (incapacitante e súbita) Persistência de sangramento na urina (hematúria) Infecção no trato urinário** PRINCIPAL – a pedra quando impacta no ureter causa uma dilatação do rim e a urina em estase no rim infecta- quando isso ocorre gera uma pielonefrite obstrutiva (urosepse) 3 pontos principais de parada do cálculo no ureter : PROVA 30% dos casos vao precisar de cirurgia Em um período 1-2 anos há um índice de recorrência de 50% ANATOMIA DO URETER 1- Junção ureteropélvica (JUP): saída da pelve renal ao ponto de estreitamento que costuma parar mais 2- Cruzamento dos vasos ilíacos: quando ureter passa por cima das artérias e veias ilíacas é o segundo ponto de maior parada 3- Junção ureterovesical (JUV): onde ureter faz um túnel antes de entrar no detrusor Ou seja: Existem 3 pontos: JUP (junção uretero-pélvica), no cruzamento dos vasos ilíacos e na JUV (junção ureterovesical) locais em que geralmente tem-se uma cólica bem forte QUADRO CLINICO: Cólica renal: clássica, severa acompanhada de náusea que irradia para região de abdome anterior e inferior, nas mulheres irradia para os grandes lábios e nos homens para os testículos, pode acompanhar sintomas irritativos como diusuria e polaciúria Calculo colariliforme: formação lenta e gradual que pode ser assintomático, é um calculo grande que se forma no rim. Quando o cálculo obstrui o canal, aumenta a pressão na pelve renal e se diminui o fluxo da arterial renal diminui a TFG e isso pode causar uma IRA ou transitória – dor característica na região dorsal que irradia para região de fossa ilíaca direita e grandes lábios e testículos – essa acompanha sinal de Giordano ou sinal de punho percussão de Murphy por distensão da capsula renal Essa dor ocorre NA MADRUGADA- pois tem relação com ciclo circadiano e por aumento da pré- carga Ficar atento em sinais de alerta- caso o cálculo esteja progredindo para uma sepse Febre Taquicardia Hipotensão Leucograma com desvio a esquerda Sudorese fria Nausea e vomita Litíase obstruindo ureter + infecção = sinônimo de emergência As vezes uma pedra na JUV direita simula peritônio agudo Ou seja há vários diagnósticos diferenciais como: Diagnóstico diferencial Abscesso abdominal Discopatia lombar. Dissecção da aorta. Espondilose lombar. Apendicite Pancreatite aguda. LITÍASE URETERAL X ANEURISMA DE AORTA • 18% dos pacientes com aneurisma de aorta tinha diagnóstico de litíase renal. • Todos tinham mais de 60 anos e NÃO tinham história de cálculos previamente. • 80% tinham massa pulsátil ao exame físico, em algum momento (por isso tem que examinar direito) • 43% tinham microhematúria (devido a dissecação da ilíaca) • Atraso no diagnóstico de AAA aumentou a mortalidade EXAME FÍSICO • Giordano + Pode se confundir com outras afecções peritoneais inflamatórias Mesmo que a pedra esteja lá em baixo no ureter, a dor vai ser lá em cima (lombar) Local da dor não indica localização do cálculo. Observar irradiação • Infecção*** → quando tem infecção associada podemos observar taquicardia, sudorese, febre, hipotensão... • Hematúria: pode ser microscópica. As vezes podemos ter cálculos baixos dando cólicas no dorso, e vice-versa DIAGNOSTICO Quando se fala em litíase PRECISARÁ de algum exame de imagem, dificilmente não pede um exame - Raio-x simples: Apenas os que tem cálcio são radiopacos (aparecem no raio-x), o cálculo de ácido úrico aparece transparente. Raio X dá diagnostico até 80%, existe uma sensibilidade baixa Primeira imagem: Raio x simplesde abd mostrando uma imagem calcificada no ureter proximal direito, provavelmente se compatível com a clinica do paciente se trata de um cálculo impactado na JUP (primeiro ponto de parada do cálculo) Segunda imagem: Uma mulher pela bacia ginecoide (arredondada) O cálculo é coraliforme – que é mais comum em mulher, pega toda pelve renal e os cálices; esse é de origem infecciosa Principalmente causada pelo Proteus que coloniza a urina e lentamente forma sedimentos de FOSFATO, MAGNESIO E AMONIA (PROVA) Ou seja na prova irá cair: do que é formado o cálculo coraliforme? – fosfato, magnésio e amônia Muitas vezes ele é assintomático INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR: USG- ruim para calculo médio e distal, USG só é bom para calculo no rim e bexiga e no ureter não é bom! Sensibilidade 60% - vemos a imagem do rim, uma imagem branca calcificada e o principal diagnostico é uma sombra acústica – uma imagem hiperrefringente com sombra acústica Urografia excretora: não se faz mais Tomografia computadorizada de abd total SEM contraste OBS: Quando injeta contraste ele fica branco e não vimos o calculo Imagem de urografia excretora: o contraste foi injetado na veia, vai ser excretado no rim. CALCULO CORALIFORME: Fosfato magnesiano de amônia (estruvita) Atinge ao menos 2 cálices renais Relacionado a infecção crônica (mais de 6 meses) Produtores de urease: ► Proteus sp ► Ureaplasma ► Pseudomonas Ultrassonografia (USG) Melhor que raio-x Ruim para cálculos no ureter médio e distal (sensibilidade de 70%) em cada 10, 2 ou 3 não vamos conseguir ver, devido a presença de gases e obesidade por exemplo Urografia excretora Tamanho e localização dos cálculos Uso de contraste (risco) Tomografia helicoidal sem contraste sensibilidade de 98% padrão ouro atualmente Presença de pedra, dilatando todo o rim, observe os cálices dilatados. A pedra impede que o contraste seja eliminado pelo rim. imagem acima: rim e duas estruturas brancas, formando uma sombra acústica, fica um preto abaixo da preda. Logo: imagens calcificadas hiperecoico + sombra acústica posterior = pedra no rim. Se nao formar sombra acústica posterior provavelmente nao se trata de pedra no rim IMAGEM C TAMBÉM É CÁLCULO NA JUV Calculo praticamente dentro da bexiga, na JUV Pedra gigante em ureter distal, já esta lá há muito tempo. Parece um ovo grande que obstrui tanto que já perdeu o rim provalvemente Imagem sagital e coronal: cálculo de 3 mm quase chegando na JUV a esquerda. Sendo que essa paciente tinha uma dor em cólica intensa, que começou meia noite, decidiu tomar uma medicação em casa, no outro dia o USG estava normal. Teve mais uma cólica, fez uma TC que então identificou o cálculo PS: Qual é o cálculo que não se ve no RX mas se vê na TC: o cálculo de ácido úrico pois tem pouco cálcio e ele fica mais radiotransparente TRATAMENTO: Paciente apresenta cólica renal no PS o que fazer? - tirar a dor do doente – o principal medicamento é anti-inflamatório (AINES), buscupan tem pouquíssima ação mas muita gente usa - fazer exame de imagem -hidratação (normohidratar) OBS: Até 6mm sai sozinho na maioria das vezes, maior que isso precisa operar para tirar FARMACO: DICOFLENATO OU CHAMADO VOLTAREM – IM (NA BUNDA) AJUDA MUITO (caso não tenha recursos) + dipirona tira a dor Tratamento definitivo: Pode ser ambulatorial caso seja ate 6mm Diminuir consumo de proteína, diminuir sódio, aumentar consumo de citrato e aumentar agua mais de 2l de agua por dia para urinar (devemos urinar 2l por dia mas para que isso ocorra devemos beber mais) Deve-se beber agua no período agudo da doença? Há controvérsia pois dizem que por estar obstruído piora a dor porem ajuda mais a desobistruir O baixo volume urinário ( < 2 L de aua por dia) aumenta as chances de formar cálculo não é o tanto de água que você toma, e sim o seu volume urinário; Alta ingesta de fibras, baixo consumo de sódio e menor ingestão de proteínas diminuí as chances de cálculos; Ingestão refrigerantes aumenta as chances de nefrolitíase TRATAMENTO CIRURGICO Litotripicia extracorpórea: Caso a pedra esteja no rim ou na JUP (ureter proximal) que tenha ate 1cm de comprimento - onde uma máquina de RX localiza a pedra no rim, posicionando o paciente no eixo mecânico uma bolha de agua encosta nas costas do paciente e foca essa pedra, estímulos elétricos dentro de uma bolha de ar causam propucao na agua e essa gera ondas de choque (pancadas)- essa é convergente no sentido da pedra que quebra a pedra dentro do rim e ela posteriormente sai na urina Tem uma taxa de sucesso de 80% Na verdade o procedimento não é cirurgico, terminou o paciente vai para casa. Ureterolitotripcia transureteroscopica: Calculo de ureter médio ou distal de até 1,5 cm (se rígido)– é um aparelho que entra pelo canal da urina, sobe o ureter guiado por um fio guia e através desse aparelho consegue fazer a retirada da pedra ou junto a um laser consegue quebrar a pedra (sendo tudo isso pela uretra) posteriormente com uma pinça extratora retira os fragmentos, no final do procedimento deixa-se o duplo J para o paciente não ter cólica e drenar o liquido OBS: caso seja um aparelho flexível pode ser feito em qualquer lugar do trato urinário Nefrolitotrepicia percutânea Cálculos maiores de 1,5cm (ex: calculo coraliforme) no rim ou na pelve renal - procedimento cirúrgico no qual faz uma punção na lateral (percutânea) de largo trajeto até o rim, passa um fio guia (dilatando) e através desse pertuito conseguimos chegar ao rim e triturar a pedra e aspirar ou pegar uma pinça e retirar. Após isso é necessário deixar uma sonda dentro do rim para fechar a passagem do aparelho Ureteroscopia: Indicação: Cálculos parados no ureter: seja proximal, médio ou distal. Coloca-se o paciente em posição de litotomia na mesa → o ureteroscopio entra na uretra → sobe pelo canal da urina → através de uma fibra de laser ou pinça retiramos ou fragmentamos o cálculo Stefanye Catezani
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