Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LARISSA MENEZES – UROLOGIA EPIDEMIOLOGIA • 1,5:1 – M:F • Só três fatores de risco conhecidos: ▪ Tabagismo ▪ Obesidade ▪ Hipertensão • O diagnostico em 60% das vezes são incidentais. O paciente não tem sintomas e faz exame de imagem por outro motivo • 40% são sintomáticos • 16% são metastáticos ao diagnostico • Carcinoma de células renais 85-90% (é o tipo histológico mais comum) • Idade: 60 anos • É o câncer urológico que mais mata proporcionalmente (absoluto é o de próstata) • Tem uma média de 30-40% de sobrevida em 5 anos • Em 98% das vezes é esporádico, ou seja, ninguém da família teve CLASSIFICAÇÃO • Carcinoma de células claras: ▪ Mais comum ▪ Ocorre no túbulo contorcido proximal • Papilífero: ▪ Tendencia a multiplicidade, ou seja, aparecerem vários nódulos e as vezes nos dois rins • Cromofóbo: ▪ É o de melhor prognostico • Carcinoma dos ductos coletores • Carcinoma medular: ▪ Porção medular dos ductos coletores ▪ É o de pior prognostico ▪ Associado as heminoglobopatias (anemia falciforme, talassemia) QUADRO CLÍNICO • Tríade clássica de câncer renal: ▪ Hematúria ▪ Dor lombar ▪ Massa abdominal palpável ▪ Só aparece no câncer avançado, tumor grande, sangrando, com invasão extrarenal ou com obstrução da via excretora DIAGNÓSTICO • USG • TC de abdome com contraste: ▪ A massa/tumor capta contraste ▪ Suspeita de tumor renal = Todo nódulo renal que capta contraste ▪ TC com contraste VO x Arterial LARISSA MENEZES – UROLOGIA • RM de abdome com contraste CLASSIFICAÇÃO DE BOSNIAK o Ajuda a saber a probabilidade de um cisto ser câncer o Classificação tomográfica, não é feita pela USG. USG só lauda como cisto simples ou complexo o Se na USG vier cisto complexo, solicita TC para saber a classificação o Bosniak I: cisto simples, bolha de água, regular, sem septo, sem calcificação, conteúdo homogêneo. Não precisa acompanhar o Bosniak II: 1 septo ou calcificações pequenas ou cisto hemorrágico (pequeno e hiperproteico). É benigno. Não é necessário acompanhar o Rim direito com bosniak II e rim esquerdo com bosniak I: o Bosniak IIF: tem vários septos ou hiperproteico maior ou calcificações grosseiras. Precisa de acompanhamento periódico, pois pode virar câncer o Bosniak III: capta contraste, septos ou bordas mais grosseiras. Tem 50% de chance de ser câncer, tem que tirar o Bosniak IV: é um cisto com um nódulo dentro, capta contraste. Tem 75% de chance de ser câncer, precisa de cirurgia para retirar LARISSA MENEZES – UROLOGIA ESTADIAMENTO • RX de tórax/TC de tórax: principal sítio de metástase é pulmão • TC/RNM de abdome • Cintilografia óssea: se sintomas com dor óssea ou FA aumentada ou tumor avançado (>T3) • T3 não é mais tamanho, é local de invasão, refere ao prognostico independente de tamanho • Tumor renal tem a característica de formar trombos tumorais, vão penetrando as veias parenquimatosas, até chegar na veia renal propriamente dita. Podendo passar pelo diafragma e subir • Se grudar na parede fica complicado, porque precisa tirar um pedaço da veia cava, o que nem sempre é possível • T4 já chegou na gordura perirrenal, podendo pegar outros órgãos, como fígado, baço, cólon e psoas • Se pegar a adrenal é considerado T4 CLASSIFICAÇÃO DE FUHRMAN • Classificação histológica • Quanto mais indiferenciado, pior prognostico • I: sobrevida de 64% em 5 anos só olhando esse critério • II: 34% • III: 31% • IV: 10%, pior prognostico, mais indiferenciado TRATAMENTO • Tratamento principal: nefrectomia total ou parcial • 20% das massas renais solidas T1 que captam contraste são benignos (oncocitoma, angiomiolipoma atípico) • >3cm: 9% • Biopsia: ▪ Só quando não vai operar ▪ Active surveillance: tumores localizados em pacientes com baixa expectativa de vida ▪ Antes das terapias ablativas ▪ Antes das terapias sistêmicas sem patologia previa, para decidir sobre a QT e saber o prognostico NEFRECTOMIA RADICAL o Ainda é o tratamento de escolha na maioria dos tumores ≥T2 o Ligadura precoce da artéria e veia o Dissecção externamente à fáscia de Gerota (o rim deve estar envelopado pela fáscia porque pode ter câncer ali) o Antigamente fazia excisão da adrenal ipsilateral e linfadenectomia regional do diafragma até a bifurcação aórtica (isso só se tiver linfonodos visíveis na TC atualmente) o Por vídeo: precisa de incisão depois para retirar o rim, mas pode ser menor, mais escondida, o que esteticamente é melhor o Aberta: ▪ Tumores volumosos ▪ T4 ▪ Invasão de veia ▪ Por via extraperitoneal o Aberta ou por vídeo tem a mesma cura do câncer, a diferença é estética e de recuperação o Chance de desenvolver AVC, ICC NEFRECTOMIA PARCIAL o Depende da posição, da topografia do nódulo, do tamanho, de onde está aderido LARISSA MENEZES – UROLOGIA o Normalmente para T1A o Manitol X Placebo: sem diferença o Dopamina o Hipotensão o Os guidelines mostraram que não existem dados suficientes para estabelecer o ponto de corte de 30min para isquemia quente o O parênquima renal restante é mais importante que o tempo de isquemia o “Zero isquemia” o Desclampeamente precoce o Clampeamento intermitente CRIOABLAÇÃO X RFA o Quando o paciente não tem condições cirúrgicas muitas comorbidades ou idoso e o nódulo é pequeno, faz a biopsia para descobrir o que vai acompanhar. Porque a probabilidade de morrer de outra coisa é maior que morrer pelo câncer o Crioablação: destruir o nódulo com gelo o Radiofrequencia: aquecer e queimar o nódulo o Outras modalidades: ▪ Ablação com microondas ▪ Laser ▪ HIFU ▪ Porém ainda são experimentais o Embolização: ▪ A embolização pré-operatória não tem beneficio ▪ Indicada em tumores não ressecáveis para paliação de hematúria ou dor lombar ▪ Grau de recomendação C NEFRECTOMIA CITORREDUTORA o Reservada para pacientes com metástase o A intenção é aumentar a sobrevida o Pacientes com boa PS – Karnofsky > 80 o Pacientes sem metástases cerebrais o HB normal o Baixo volume metastático o Efeito semelhante ao do QT, por isso está entrando em desuso SEGUIMENTO PÓS NEFRECTOMIA EPIDEMIOLOGIA • M:F 4:1 • 60% estão relacionados ao cigarro • >65 anos • 95-97% é um tumor urotelial (principal tipo de tumor; o restante é de carcinoma escamoso) • 10-40% na África é por carcinoma escamoso (é maior pela endemia do S. haematobium que infecta a bexiga, que cronicamente é fator de risco para carcinoma escamoso) FATORES DE RISCO • Exposição à toxinas: aminas aromáticas • Infecções crônicas: Schistosoma haematobium • Radioterapia previa na região pélvica • QT (ciclofosfomida) LARISSA MENEZES – UROLOGIA QUADRO CLÍNICO • Hematúria macroscópica indolor • Hematúria microscópica • 50% têm uma causa urológica (mesmo em uso de anticoagulante) INVESTIGAÇÃO • TC de abdome com contraste Nem todos precisam fazer TC, como Ta que é baixo grau solitário • Cistoscopia: ▪ Lesão papilífera brotando da parede da bexiga ▪ Vários vasos novos ▪ Friável (se tocar com a câmera já sangra) ▪ Pode tratar com ressecção transuretral • Citologia oncótica: baixa sensibilidade, alta especificidade • USG ▪ É pior, preferir TC com contraste ▪ Pólipos ANATOMOPATOLÓGICO • Ao retirar as lesões para investigação, precisa raspar um pouco mais profundo da base, para mandar para o anatomopatológico que diz o estadiamento ▪ Ta: mucosa ▪ T1: submucosa ▪ T2: atinge o musculo ▪ T3: pega a gordura, não pode raspar até a gordura porque fura a bexiga. Podendo chegar ao peritônio e ter extravasamento de células neoplásicas ▪ Todo cis é alto grau TRATAMENTO • Até T1 é superficial, após é musculo invasivo • Superficialo tto é RTU de bexiga • Musculo invasivo o tto é cistostectomia • Quando repetir a RTU? • Quando claramente sobrou tumor • Em Ta de alto grau • T1 • Chance de ter subestadiado em 25% • Chance de ter tumor residual em 50% TRATAMENTO COMPLEMENTAR o Após retirar o tumor, porque tem recidiva alta, porque as mutações que levaram ao câncer estão presentes em todo o endotélio, toda a mucosa o BCG: ▪ É o bacilo da vacina, mas em dose diferente e injetada na bexiga ▪ 1x/semana por 6 semanas. Dose de ataque e depois de manutenção ▪ É melhor LARISSA MENEZES – UROLOGIA ▪ Resposta imunológica que combate o BCG e as células neoplásicas ▪ Reduz em 25% a chance de recidiva ▪ Reduz em 35% a chance de progressão ▪ Tumor >3 cm ▪ Múltiplo ▪ T1 ▪ Recorrência ▪ Cis o QT intravesical ACOMPANHAMENTO • Cistoscopia de 3/3 meses e depois de 6/6 meses • USG • TC • RX de tórax • Citologia oncótica TRATAMENTO DO CÂNCER MÚSCULO-INVASIVO • Pede a TC e vê que o tumor não é superficial, irregular, sem limites definidos, captando contraste, passando a bexiga, é um tumor musculo-invasivo e já faz cistoscopia com biopsia • Maior ou igual a T2: ▪ Cistectomia radical com ou sem QT neoadjuvante CISTECTOMIA o Retirar a bexiga, no homem retira a próstata junto e na mulher retira uretra, útero e parede anterior da vagina. Esse é o procedimento clássico, tem os adaptados dependendo da idade reprodutiva e do grau da doença DERIVAÇÃO URINÁRIA o Por onde a urina vai sair depois que tirou a bexiga o Cutânea: ▪ Sai pela pele ▪ Puxa os ureteres para a pele ▪ Incontinente ou Continente ▪ Tende a ter estenose de ureter, por isso coloca um duplo J e vai trocando sempre ▪ Maior risco de pielonefrite ▪ Precisa usar uma bolsa coletora ▪ É mais rápida e com menor chance de contaminação porque não tem anatomose dentro da barriga ▪ Derivação cutânea Bricker: para diminuir as complicações, ao invés de costurar na pele, costura o ureter em um segmento de delgado. Tem menor chance de infecção e de estenose, mas continua precisando da bolsa coletora porque é derivação cutânea incontinente. Pode cair urina na barriga e gerar peritonite, precisando de uma reabordagem o Ortotópica: ▪ Faz uma nova bexiga ▪ Qualidade de vida melhor porque não precisa da bolsa ▪ Mas é uma técnica mais difícil, tem maior chance de complicações internas pela quantidade de costura ▪ A nova bexiga tem peristalse e não contração, o que não é suficiente para eliminar a urina, o paciente precisa apertar com a mão a região supra púbica para conseguir urinar ▪ Incontinência noturna LARISSA MENEZES – UROLOGIA ▪ Quando está cheia, o paciente não sente vontade de urina, sente uma sensação estranha, o intestino dilatado, uma cólica o Para o retossigmóide: ▪ Anastomosa os ureteres no sigmoide ▪ Praticamente não é realizada mais EPIDEMIOLOGIA • 20-40 anos (acomete jovens, diferente dos outros dois) • 2% são bilaterais • 95% são tumores de células germinativas • São mais raros que os de bexiga e renal FATORES DE RISCO • Criptorquidismo (mesmo se operado) • História familiar • História previa de tumor testicular • Neoplasia germinativa intratubular QUADRO CLÍNICO • Massa testicular indolor • Hidrocele • Ginecomastia em 2% dos pacientes (produção hormonal do tumor) DIAGNÓSTICO • Exame físico: palpação do nódulo • USG com doppler: ▪ É o principal exame ▪ Nódulo hipoecoico com fluxo ao doppler é um câncer até que se prove o contrário • Marcadores: ▪ AFP ▪ B-HCG ▪ DHL ▪ Porém podem ser normais mesmo no câncer ESTADIAMENTO • Marcadores • TC de abdome total com contraste para avaliar linfonodomegalia • TC ou RX de tórax para avaliar se tem linfonodos mediastinais PATOLOGIA DOS CARCINOMAS DE CÉLULAS GERMINATIVAS • Seminoma: ▪ Mais comum ▪ Não eleva marcadores, exceto em 15% dos pacientes com seminoma que podem ter elevações discretas do beta-HCG ▪ 10% são metastáticos ao diagnostico ▪ Bom prognostico, responde bem a QT, mesmo com metástase tem alta chance de cura ▪ Seminoma clássico: principal, maioria ▪ Seminoma espermatocítico: alguns autores defendem que nem é câncer • Não-seminoma: ▪ Pior prognostico ▪ 50% metastáticos ao diagnostico ▪ Carcinoma embrionário ▪ Coriocarcinoma ▪ Tumores do saco vitelínico (mais comum da infância) ▪ Teratoma: não responde bem a QT e RT ▪ Pode ser todos os 4 subtipos misturados, cada um em uma porcentagem ▪ Cada subtipo eleva um marcador diferente TRATAMENTO: ORQUIECTOMIA RADICAL o Não faz biopsia, já retira o testículo o Pedir criopreservação do esperma antes: LARISSA MENEZES – UROLOGIA o 50% dos pacientes ao diagnostico são oligospérmicos e 10% azoospérmicos o Todos os pacientes ficarão azoospérmicos após a QT e 50% podem recuperar em 2-5 anos o Após RT: 2-3 anos em azoospermia o Distribuição linfonodal: ORQUIECTOMIA PARCIAL o Tumores <2 cm em testículo único que possuam uma produção androgênica normal o Tumores <2 cm em pacientes com tumores bilaterais
Compartilhar