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Influencias Geneticas

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INFLUÊNCIAS GENÉTICAS E 
AMBIENTAIS NO 
COMPORTAMENTO 
Objetivo da aula 
Ao final da aula 
o(a) estudante 
deverá ser capaz 
de identificar os 
principais 
elementos da 
discussão inato x 
aprendido 
Agenda 
Revisitando o 
comportamento 
alimentar 
Histórico sobre a 
controvérsia inato x 
aprendido 
O papel do genes 
O papel do ambiente 
Comportamento violento 
Inato x Aprendido 
 
 Uma das questões teóricas mais antigas dentro da 
Psicologia 
 
 Platão (400 a.C.) & Descartes (Séc. XVII): certas coisas 
são inatas (Proposição Inatista) 
 
 John Locke: “tábula rasa” (Séc. XVII) (Proposição 
Empirista) 
 
 Francis Galton: “natureza X criação” 
 
 
Histórico sobre a controvérsia inato x aprendido 
Breve histórico 
• Francis Galton (+ 1890) começou a questionar 
como a genética e o ambiente influenciavam 
no desenvolvimento da sociedade – 
considerado o fundador da Genética do 
Comportamento 
 
• Nos extremos: determinismo genético e tábula 
rasa (nature x nurture) 
 
• Estudos na década de 60 sobre inteligência e 
gêmeos 
 
• Donald Hebb: “Which contributes more to the 
area of a rectangle, its length or its width?” 
Inato x Aprendido 
 
Comportamento inato 
 
 
Comportamento que se 
expressa na sua forma 
funcional completa na 
primeira vez que é 
apresentado. 
 
Comportamento 
aprendido 
 
Resultado de modificações 
duradouras do 
comportamento em 
resposta a informações 
adquiridas a partir da 
experiência 
Sucção em recém-
nascidos 
Andar de bicicleta 
• não há genes suficientes para apoiar a ideia de 
determinação biológica 
• 33 genes em combinações simples: 10 bilhões de 
combinações possíveis 
Genes são importantes? 
O papel do genes 
O comportamento está escrito nos 
genes? 
Genético não significa imutável 
 
Fatores genéticos envolvidos na construção do 
sistema nervoso com o potencial para, uma vez 
dado o estímulo adequado, desempenhar certos 
tipos de comportamento 
• Falácia do Determinismo genético: 
 “Genes PARA o comportamento” 
 
 
 
- Genes codificam proteínas que regulam o desenvolvimento 
do Sistema Nervoso. 
- Os genes definem TENDÊNCIAS e as experiências 
individuais as modulam. 
O correto seria afirmar: 
x 
Onde entra o papel do ambiente? 
O papel do ambiente 
Onde entra o papel do ambiente? 
Ambiente físico 
Ambiente social 
Cultura 
 
Uma definição para “cultura” 
 
“All we learn from others, that endures for long 
enough to create socially transmitted traditions” 
 
Whiten et al. (2011) 
Cultura é importante? 
 “Cultura é informação 
adquirida de outros 
membros da mesma 
espécie, através de 
ensinamento, imitação e 
outras formas de 
transmissão social, capaz 
de afetar o comportamento 
dos indivíduos” 
Richerson & Boyd, 2005. p.5 
Cultura é importante 
• Cultura é parte da biologia humana: 
“cultura afeta o sucesso e sobrevivência de indivíduos e 
grupos; como resultado, algumas variantes culturais se 
multiplicam e outras somem, levando a um processo 
evolutivo... os ambientes evoluídos culturalmente, então, 
irão afetar quais genótipos são favorecidos pela seleção 
natural” 
 
 
• Cultura não teria evoluído se não fizesse 
algo que os genes não poderiam fazer 
Richerson & Boyd, 2005. p.4 
O desenvolvimento de cada atributo em um 
organismo multicelular é dependente tanto dos 
genes quanto do ambiente, o que significa que 
nenhuma característica é exclusivamente 
genética, nem é um atributo ambientalmente 
determinado no sentido de se desenvolver sem 
informações genéticas 
 
 
Alcock, 2007 
 
O paradigma interacionista 
Comportamento 
Alimentar 
 
 
 
Revisitando o comportamento alimentar 
Alimentação 
 Seleção do alimento 
 Escolha dos alimentos disponíveis para 
composição da dieta 
 
 Valores nutricionais 
 Risco de intoxicação 
 Forrageio 
 Exploração do ambiente na tentativa de 
encontrar alimento 
Forrageio 
 Pistas ambientais 
 
 Cor 
Forrageio 
 Pistas ambientais 
 
 Cheiro 
Forrageio 
 Risco de inanição 
 
 Ambientes imprevisíveis 
 
 Necessidade diária 
 
 Percepção da variação do ambiente 
Estáveis ou sazonais 
 Instáveis 
O que é mais apetitoso? 
Composição da dieta 
Composição da dieta 
 Alimentos saudáveis x calóricos 
 
 Ingestão de calorias 
Ambientes imprevisíveis 
Sobrevivência e sucesso reprodutivo 
 
 Preferência por alimentos calóricos é uma 
herança dos nossos ancestrais 
Composição da dieta 
 Padrões de aceitação dos alimentos 
 
 Influência cultural 
 
 Experiência individual 
 
 Influência biológica 
Composição da dieta 
 Padrões de aceitação dos alimentos 
 
 Influência cultural 
 tribos africanas: misturam sangue dos animais 
ao leite oferecido às crianças 
 
Composição da dieta 
 Padrões de aceitação dos alimentos 
 
 Experiência individual 
 
Associações com contextos e consequências 
da ingestão 
 
 Indivíduo em tratamento quimioterápico 
 
Composição da dieta 
 Padrões de aceitação dos alimentos 
 
 Influência biológica 
 Experiências intrauterinas – alimentação da 
mãe 
 Amamentação e ingestão de sólidos 
 
 Desenvolvimento – aceitação dos sabores: 
 Preferência pelo sabor doce ao nascer 
 Preferência pelo sabor salgado aos 4 meses 
 Rejeição dos sabores amargo e azedo 
Composição da dieta 
 Padrões de aceitação dos alimentos 
 
 Influência biológica 
 
Além de predisposições para: 
 preferir doces e salgados 
 rejeitar amargos e azedos 
 
 Tendência para: 
 preferir conhecidos 
 rejeitar desconhecidos 
Reações adaptativas 
 Nojo 
 Asco; repulsa por algo 
desagradável; repugnância 
em relação a alguma coisa 
que faz com que alguém 
não queira estar perto dela 
 
 Neofobia alimentar 
 Relutância e/ou rejeição a 
alimentos desconhecidos 
 
Nojo 
 Nojo 
 
 Valor adaptativo do nojo 
 
Hipótese da evitação de doenças pela não 
ingestão de toxinas e patógenos 
Cautela na seleção dos alimentos 
Maior sensibilidade feminina 
Evidência de que quem sente mais nojo, está 
menos exposto a infecções (Stevenson et al., 2009) 
 
 Enjoo matinal durante a gravidez 
 
 Hipótese da proteção do embrião 
 Previne a mãe de ingerir teratógenos 
 É mais intenso durante a formação dos 
principais órgãos do feto (início da gravidez) 
 Mulheres que não enjoam têm 3x mais chance 
de apresentarem abortos espontâneos (Profet, 
1992) 
 Mais enjoo em sociedade com maior consumo 
de carne (Fessler, 2002; Flaxman & Sherman, 2007) 
Neofobia alimentar 
 Dilema do onívoro – nossa espécie: o dilema 
alimentar se estabelece diante de um alimento 
novo: 
 Razão para aceitar um alimento novo: Ampliação da 
dieta 
 Razão para rejeitar um alimento novo: risco de 
intoxicação 
 
 Valor adaptativo da neofobia alimentar 
Ambiente alimentar potencialmente hostil 
Cautela na seleção dos alimentos 
 
Neofobia alimentar 
 Redução da neofobia alimentar 
 Experiências através da amamentação 
 Associação com sabores conhecidos 
(acrescentamos um gosto “étnico”) 
 Exposição ao gosto desconhecido 
Ex. Aceitação do 
Guacamole (comida 
mexicana) aqui no 
Nordeste pode ser 
facilitada pelo gosto 
étnico (inclusão de 
tomate, cebola, e 
coentro) 
Neofobia alimentar e idade 
Bêbe Criança Adolescente Adulto
Desenvolvimento
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Neofobia alimentar e idade 
Comer é um evento social 
 
 Facilitação social 
 Professora x colegas da mesma idade - ↑ chance de 
ingestão de alimento, sobretudo sob influência dos 
colegas 
 Número de pessoas durante a refeição – quanto mais 
pessoas, mais se come 
 Tipo de pessoas durante a refeição (sobretudo as 
conhecidas) 
• Banquetes 
 Cria débitos 
 Sinaliza statusCelebra rituais 
 Mostra um excedente de alimentos 
 
• Endorfina 
 
• Endorfinas – criam 
sensação de felicidade e 
euforia no cérebro 
 
• Liberadas quando: 
• Praticamos exercícios 
• Sorrimos 
• Comemos 
• Fofocamos 
 
• Comer pode desencadear a formação 
de laços 
 
• Alimentos que liberam endorfinas: 
• Pimenta 
• Açúcar 
• Gorduras 
• Chocolate 
• Carnes 
 
 
• Pesquisa com 2000 pessoas 
• Questões sobre o comer social 
• Bem-estar 
• Avaliação de proximidade emocional 
 
• Resultados interessantes: 
 
1. Pessoas que tinham mais refeições 
conjuntas relataram se sentirem 
melhor consigo mesmas e sinalizaram 
uma maior rede de suporte social e 
emocional; 
 
• Resultados interessantes: 
 
2. Comer acompanhado à noite aumenta 
a sensação de proximidade com a 
pessoa (quando comparado com o 
horário de almoço); 
• Resultados interessantes: 
 
3. Os jantares que incluem risadas, 
memórias de eventos passados 
(reminiscências) e regados a álcool 
têm maior probabilidade de aumentar 
os sentimentos de proximidade 
Comportamento violento 
Comportamento violento 
Wellington C. (2003). Novel 
pathways intro brain functions. 
Clinical Genetics, 63, 177-183. 
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http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
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Wellington C. (2003). Novel 
pathways intro brain functions. 
Clinical Genetics, 63, 177-183. 
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Serotonina normal – 
Metabolismo e desenvolvimento 
cerebral normal 
 
Resposta apropriada de fuga 
ou luta 
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http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
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http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
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http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
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Wellington C. (2003). Novel 
pathways intro brain functions. 
Clinical Genetics, 63, 177-183. 
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Serotonina elevada – 
Metabolismo e desenvolvimento 
cerebral alterado 
 
Resposta exacerbada de fuga 
ou luta 
http://www.traca.com.br/blog-biofilosofia/21-01-2009/12/gene-da-agressao
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Caspi et al. (2002). Role of genotype in de cycle of violence in maltreated children. Science, 297, 851-4. 
MAOA e violência na infância 
Condenado por 
crime violento 
Sintomas de 
personalidade 
antissocial 
Disposição para 
violência 
Desordem de 
conduta 
Comportamento violento 
Objetivo da aula 
Ao final da aula 
o(a) estudante 
deverá ser capaz 
de identificar os 
principais 
elementos da 
discussão inato x 
aprendido

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