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eBook - Nutrição Comportamental

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NutMed cursos
Janeiro/2019
Nutrição Comportamental 
para atendimento em 
consultório
Simone Maia Martins
Nutricionista Especialista em Nutrição Esportiva pela UERJ
Pós Graduada em Nutrição Clínica pela Santa Casa de Misericórdia RJ
Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching
1
“Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes. Alimentação diz respeito à ingestão 
de nutrientes, mas também aos alimentos que contêm e fornecem nutrientes, a como 
alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às 
dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam 
a saúde e o bem estar”.
“Guia Alimentar para a População Brasileira”
Ministério da Saúde
2
1.1 - Nutrição Comportamental- conceito
Abordagem científica na Nutrição que considera os fatores fisiológicos, emocionais e sociais 
do indivíduo na mudanças de seu padrão alimentar. 
1 conceitos E FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL
POR QUE UTILIZAR A ABORDAGEM COMPORTAmENTAL
Combater dietas restritivas e marketing agressivo como efeitos danosos à saúde 
mental e nutricional, tais como:
• Terrorismo Nutricional – demonização de alimentos, grupos alimentares e equilíbrio 
• “Nutricionismo” – pseudo-ciência que estabelece práticas e padrões dietéticos, 
baseados em estudos inconsistentes ou “achismos”, doutrinação da alimentação 
com foco apenas no nutriente
✓ digital influencers,
✓ blogueira (o)s, 
✓ celebridades,
✓ “profissionais-celebridades” 
• Padrões estéticos inalcançáveis de forma equilibrada
• Obesidade x Obsessão pela forma física
• Transtornos Alimentares (ortorexia, bulimia, vigorexia, anorexia)
• Gordofobia
• Medicalização do Alimento
1.2 - Definições básicas dos aspectos alimentares e nutricionais
Conceito Definição
Alimentação Criação histórico-cultural, ligada às relações humanas 
mediadas pela comida
Nutrição Ciência com foco no estudo dos nutrientes
Alimento Funções destinadas à formação, ao desenvolvimento e à 
manutenção do organismo 
Comida Funções nutricionais, mas também culturais e simbólicas
Fome Necessidade fisiológica de comer sem relação com um 
alimento específico
Fome hedônica ou 
apetite
Desejo de comer um alimento ou grupo alimentar em 
particular para satisfação e prazer
Saciedade Sensação de plenitude gástrica, sem sensação de fome e 
com sensação de bem estar
Práticas Alimentares Forma como os indivíduos se alimentam em diferentes 
esferas
Motivação alimentar Causa que impulsiona nossa ação de escolher comer ou 
não determinado alimento/comida
Escolha alimentar Ato dinâmico que determina o consumo alimentar
Consumo alimentar Ingestão de alimentos
Consumo nutricional Ingestão de energia e nutrientes
Padrão alimentar Análises estatísticas ou matemáticas dos alimentos como 
eles são verdadeiramente consumidos
Estrutura alimentar Tipos, horários e regularidade das refeições
Atitude alimentar Crenças, pensamentos, sentimentos, comportamentos e 
relacionamento com os alimentos
Comportamento 
Alimentar
Ações em relação ao ato de se alimentar, como, quando 
e de que forma comemos
Hábito alimentar Comportamentos aprendidos e repetidos de forma 
automática
Dieta Padrão de alimentação ou modificações do padrão 
normal para necessidades específicas
Fonte: “Nutrição Comportamental” – 2ª edição – Ed.Manole
3
O Papel do Nutricionista
1. Facilitador do processo de Educação Nutricional
2. Agente da mudança de hábitos
3. Romper dicotomias alimentares
O comportamento alimentar é um conjunto de ações 
e condutas alimentares regidas por um conjunto de 
cognições (pensamentos) e afetos
4
FATORES DE INFLUÊNCIA EM ESCOLHA E CONSUMO ALIMENTAR
Determinantes da ESCOLHA ALIMENTAR
Relacionados aos alimentos – sabor, aparência, qualidade e higiene, valor 
nutricional, cheiro, textura, origem, preço e familiaridade
Comida associada a sentimentos ambivalentes de prazer e culpa
Relacionados ao ambiente:
• Fatores Físicos – limpeza, conforto, localização, distrações do ambiente, 
iluminação
• Fatores Socioculturais – família, pares, mídia, cultura local
Relacionados ao comedor:
• Fatores biológicos – fisiológicos, patológicos, genéticos, idade, sexo, estado 
nutricional
• Fatores socioeconômicos – renda familiar, escolaridade, preço
• Fatores Antropológicos e psicológicos – crenças, emoções, expectativas, 
experiências positivas ou negativas
Impacto da subjetividade no comportamento alimentar
Emoções, sentimentos e pensamentos conscientes e inconscientes, opiniões e 
valores.
MENTALIDADE DA DIETA
Maneira restrita e disfuncional de lidar com a alimentação que impacta o 
comportamento alimentar.
Produzida socialmente, internalizada e regula as relações do homem com a 
alimentação e com seu corpo. 
Comer com regulações externas e não com os sinais internos de prazer, sabor, 
fome, saciedade e escolhas livres dos alimentos seguindo estes sinais.
5
MENTALIDADE DA DIETA
“Moral dietética” – culpa, prazer, punição, proibição. Religião “saúde”
Informações produzidas por intermediários como ciência, meios de 
comunicação, propaganda, moda, indústria, família que criam uma nova 
moralidade e leva à perda de autonomia do homem em relação a sua 
alimentação. Tentam enquadrar o homem num “manual da boa alimentação”.
6
1.3 - Premissas fundamentais nutrição Comportamental 
• “Como” se come é tão ou mais importante “do que” se come.
• Validação do prazer em comer e o equilíbrio nutricional.
• Comunicação positiva, responsável e inclusiva ao paciente/cliente na promoção 
do comportamento alimentar saudável.
• Abordagem ampla: biológica, emocional, social e cultural.
• Alimentação como um “meio para um fim”.
• Ser inclusiva, podendo ser aplicada por qualquer profissional de Nutrição de 
qualquer área de atuação.
• Priorizar o ser humano e não apenas o funcionamento de seu corpo, a comida, e 
não apenas o nutriente. 
7
1.4 - Fundamentos teóricos utilizados na Nutrição Comportamental
• Terapia Cognitivo-Comportamental – mudanças de pensamentos e crenças 
disfuncionais
• Terapia Social-Cognitiva – aprendizado a partir de modelos com autorreforço ou 
autorregulação e autoeficácia. 
• Mindful eating – prática consciente do ato de comer, “atenção plena”
• Programação Neurolinguística (PNL) – reprogramação de pensamentos e 
crenças limitantes 
• Comer Intuitivo – estimulado para combater o comer disfuncional (pensar em 
calorias, comer por hábito ou gula...). Rejeitar a mentalidade da “dieta” como 
restrição
• Técnicas de Coaching – ferramentas práticas para a mudança de hábitos
1.5 - Habilidades de Comunicação usadas na nutrição comportamental
A Educação Nutricional e a prescrição dietética isoladamente são insuficientes 
para mudar hábitos e padrões alimentares. 
INFORMAÇÃO APENAS NÃO MUDA COMPORTAMENTO. 
É preciso reforçar sistematicamente cada passo que leva à mudança de 
comportamento.
Observar imagens associadas a dieta e restrição com imagens da Nutrição 
que promove saúde: fita métrica, balança, maça ou frutas apenas como alimentos, 
listas de alimentos proibidos e permitidos, imagens “você é o que você come”.
Habilidades de Comunicação durante a consulta
Durante a consulta:
• Refletir/resumir a fala do paciente 
• Direcionar, perguntar, escutar e informar/orientar
• Comunicação não verbal – sorriso, tom de voz, gestos, posturas. Até mesmo a posição 
retirando a mesa e sentar-se ao lado do paciente.
• Sair do papel puramente prescritivo - Conhecimento e comportamento têm longa distância 
entre si.
• Empatia - contato visual, demonstração de confiança além do conhecimento técnico, 
disponibilidade para ouvir com atenção. Comunicação não violenta
• Perguntas abertas – possibilita o paciente de contar sobre suas experiências e percepções 
sobre comer e sobre os alimentos (Quadro 2)
• Manter o foco durante a consulta – ao ouvir sobre emoções e memórias, há tendência a 
desvirtuar o foco da consulta.
• Tornar específico e executável – Ex.: “comaalimentos frescos, in natura e orgânicos” x “o 
que acha de deixar potes de vegetais lavados e frutas picadas para facilitar o consumo das 
saladas de seu cardápio. Se forem orgânicos, melhor
• Usar comunicação positiva ao invés da restritiva – Ex.: Substitua doces por frutas x 
Consuma o doce que gosta com calma e prazer, sem esquecer de adicionar frutas ao longo do 
seu dia
• Ser flexível e oferecer opções
• Citar exemplos
• Ser realista – Ex.:recomendar alimentos de alto custo para pessoas com restrição 
orçamentária.
• Tornar o processo divertido.: 
• Confrontar percepções equivocadas - lidar com a resistência
• Mostre recompensa – Ex.: Aproveite a hora do almoço para dar uma caminhada e melhorar 
seu nível de energia durante a tarde e evitar o sono habitual. 8
Anexo 1- Exemplo de Boas Vindas
• Técnica de aconselhamento em saúde 
para trazer à tona as motivações do 
paciente em querer mudar.
• Vários estudos comprovam melhor 
adesão às orientações nutricionais
2.2.1 - ENTREVISTA MOTIVACIONAL
2 - Teorias e aplicabilidade de técnicas
Perguntar
Refletir 
Afirmar
Resumir
9
Quadro 2 – Exemplos de perguntas abertas usando “como” e “o que”
Perguntas Tradicionais Perguntas abertas
Por que você não come 
frutas?
O que você não gosta nas 
frutas?
Como foi para você tentar 
comer frutas?
O que acontece quando você 
coloca uma fruta na boca?
Quais suas primeiras 
lembranças com as frutas?
Por que você come 
exageradamente?
O que essa quantidade que 
você come representa para 
você?
O que você acha da 
quantidade que come?
Como você se sente após o 
consumo?
Anexo 2- Exemplos de desafios
MOTIVAÇÃO
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de
forma hierárquica. Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:
Motivações para ir à consulta nutricional:
- Intrínsecas (prazer, interesse, curiosidade, valor cultural, satisfação) 
- Extrínsecas (imposta pela família/medico, recompensa, culpa, recomendações 
externas) > resistência > taxa de abandono
2.2.1 - ENTREVISTA MOTIVACIONAL
ESTÁGIOS DE MUDANÇA
• Pré- contemplação – “Não está pronto” apresenta resistências
• Contemplação – Pensa a respeito, tem motivos para mudar e não mudar
• Decisão – pretende fazer mudanças
• Ação – tem alterações positivas de comportamento 
• Manutenção – mantém e sustenta as mudanças
Anexos 3 e 4 Diagrama em Círculos e Grau de Motivação 
10
Auto-realização
Autoestima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
O que é um hábito 
❖ Tudo o que se faz repetidamente, e em um padrão específico, torna-se um hábito. 
❖Os hábitos são ciclos previsíveis
❖Para o cérebro, é mais fácil compreender padrão já existentes do que criar comportamentos e 
mecanismos novos, numa maneira de poupar esforço. 
❖A rotina faz com que utilizamos estas escolhas e atitudes em outras situações, mesmo que não 
tenhamos consciência disso necessariamente. 
O ciclo (ou loop) do hábito 
→Deixa ou gatilho é um estímulo para o cérebro identificar escolhas similares anteriormente 
executadas e que podem ser válidas na nova situação.
→Rotina é quando esta ação se torna frequente no seu cotidiano, e desta forma, não sentimos mais 
frustrados com escolhas desconhecidas 
→Recompensa é um estímulo que contribui para o cérebro memorizar determinada ação para um 
ciclo futuro. 
Os hábitos têm como função facilitar os mecanismos do cérebro.
A importância da rotina
A rotina é repleta de comportamentos automáticos. Hábitos antigos e resistentes só podem ser 
combatidos por novos hábitos e também por novas rotinas. 
A chave na rotina - um novo hábito inserido repetidamente na rotina se torna tão automático quanto o 
hábito antigo. No entanto, pesquisadores do MIT descobriram que os hábitos nunca desaparecem de fato. Uma vez 
adquiridos, estarão sempre em nossa rotina ou à espreita, esperando uma brecha para voltar a atuar.
11
2.2.2 - TEORIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E NUTRIÇÃO
✓ Propõe uma formulação contínua do paciente
✓ Colaboração e participação ativa
✓ Orientada em metas e focada em problemas a serem 
resolvidos
Ativação – Gatilho real ou externo/memória/episódio interno. O que leva àquele pensamento/sensação
Buscar crenças – Pensamentos, regras pessoais, aprendizados, exigências pessoais
Consequências (Positivas e Negativas) – Emoção, comportamento, Sensações Fisiológicas (taquicardia, dor...)
Esquema A, B e C
12
2.2.2 - TEORIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E NUTRIÇÃO
Pensamentos Automáticos – “Passam rapidamente, deixam emoção sem 
prestar atenção no pensamento” 
(Pisciolaro, Figueiredo, Paulino e Alvarenga, 2015)
PODEM SER PENSAMENTOS DIFUNCIONAIS, GERANDO EMOÇÕES OU 
ATITUDES NEGATIVAS
Cognição – interpretação do pensamento/forma de entender. “O que eu penso sobre o que eu penso”
SITUAÇÃO SIGNIFICADO DO OCORRIDO SENTIMENTO/SENSAÇÃO AFETIVA POSTERIOR AO OCORRIDO 
Crenças (ação do Psicólogo) – convicções que podem ser positivas ou negativas
Ex: Gordo é preguiçoso, Magro é saudável, Pessoas bonitas têm mais sucesso
13
2.2 Teorias e aplicabilidade de técnicas
2.2.3 – COMER INTUITIVO, SUBJETIVO E COMPETÊNCIAS ALIMENTARES
Vídeo sugerido: “Rejeitar a mentalidade de dieta” 
https://www.ted.com/talks/sandra_aamodt_why_dieting_doesn_t_usually_work#t-
736421https://youtu.be/udvXZY5awGM
Princípios
• Rejeitar a mentalidade da dieta
• Honrar a fome
• Sentir saciedade
• Descobrir o fator satisfação
• Fazer as pazes com a comida
• Desafiar o policial alimentar
• Respeitar o próprio corpo
• Honrar a saúde (Nutrição Gentil)
2.2.4 – TÉCNICAS DE COACHING
Coaching é uma palavra em inglês que indica uma atividade de formação pessoal em que um 
instrutor (coach) ajuda o seu cliente (coachee) a evoluir em alguma área da sua vida.
O conceito de coaching surgiu por volta de 1830 na universidade britânica de Oxford para definir 
um tutor particular, alguém que ajudava o aluno a se preparar para um exame de uma 
determinada matéria. Com o tempo passou a ser usada também para se referir a 
um instrutor ou treinador de cantores, atletas ou atores.
A palavra coaching vem da palavra inglesa "coach" e significa treinador. Esse treinador tem o 
objetivo de encorajar e motivar o seu cliente a atingir um objetivo, ensinando novas técnicas que 
facilitem seu aprendizado.
Entender o PROPÓSITO (Por quê), definir o OBJETIVO (O que) e encontrar o melhor MÉTODO 
(Como) para atingir o que busca, desenvolvendo o autoconhecimento e as competências 
necessárias durante este processo.
Anexos 5 e 6 - exemplos de ferramentas para definição de metas
Anexo 7 - Dreamlist 14
2.2.4 – TÉCNICAS DE COACHING
A duração do processo é em geral de 3 a 4 meses, dependendo do caso e da 
resposta de cada indivíduo, podem atingir resultados significativos por meio de 
sessões de uma hora (que podem chegar a até 2 horas) e podem ser presenciais ou 
não, dependendo da disponibilidade do cliente e a técnica utilizada pelo coach. Há 
co-responsabilidade no processo de coaching, enquanto o resultado é 
de responsabilidade do cliente. 
PROCESSO DE COACHING # TERAPIA
PROCESSO DE COACHING NUTRICIONAL # CONSULTA NUTRICIONAL (aplicam-se 
técnicas do coach na consulta, sem descuidar da essência/ciência da Nutrição)
COACH # PSICÓLOGO
COACH EMAGRECIMENTO/PERFORMANCE #NUTRICIONISTA E PROFESSOR DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA
2.2.5 – COMER COM ATENÇÃO PLENA (MINDFUL EATING)
O Mindful Eating, ou comer com atenção plena, é uma ferramenta na mudança do 
comportamento alimentar baseada na prática meditativa do Mindfulness, um estado 
de consciência e percepção atenta ao que estamos fazendo e sentindo.
O Mindfulness é a base das práticas de meditação budistas: uma maneira de ser, de 
ver e de se conectar com seus sentidos. Ao conectar corpo, mente e emoções ao 
momento presente, sem julgamento e com compaixão, nossas percepções de 
equilíbrio, autoconfiança e força podem ser alteradas, nos tornando menos reféns dos 
nossos hábitos. Através dessa prática, o indivíduoé colocado como observador não 
crítico de seus comportamentos e emoções, sendo capaz de não se fundir a hábitos e 
atitudes nocivos.. 
Essas práticas começaram a ser adotadas para tratar dores crônicas na Escola de 
Medicina de Massachusetts ao final da década de 70 pelo PhD Jon Kabat-Zin. Com 
base no mindfulness, Kabat-Zin elaborou um programa de redução de estresse e, 
aliado a técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental, onde o indivíduo identifica 
suas crenças e distorções cognitivas, várias outras técnicas vêm sendo elaboradas, 
entre elas, a de atenção plena ao comer, o Mindful Eating. 
15
https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
2.2 Teorias e aplicabilidade de técnicas
2.2.5 – COMER COM ATENÇÃO PLENA (MINDFUL EATING)
Estar atento e consciente a cada sensação com a comida torna as percepções de fome e 
saciedade mais apuradas, reduzindo as chances do comer por razões puramente emocionais 
(diferenciação de fome da vontade de comer). 
O Mindful Eating não envolve apenas o comer, mas também o pensamento e julgamento 
sobre a comida, desde sua compra ou pedido no restaurante, até seu preparo. Focar no 
sabor, na textura e no aroma do alimento, nas emoções que ele provoca (culpa, prazer, 
repulsa, ativação da memória afetiva) e também no ambiente da refeição (que pode ser de 
uma simples fruta a um jantar completo) são habilidades desenvolvidas no processo de 
Mindful Eating.
Esse desenvolvimento sensorial aliado à observação do pensamento e das emoções que 
surgem enquanto comemos, melhoram as respostas disfuncionais comuns à alimentação 
como culpa, punição, restrição e autoindulgências excessivas.
Benefícios do Mindful Eating:
• Restaurar a conexão entre o corpo e seus sentidos de visão, olfato, paladar 
e tato.
• Aprender a restaurar a percepção de saciedade.
• (Re)tomar consciência dos pensamentos e crenças limitantes sobre 
alimentação, que reforçam padrões alimentares prejudiciais à saúde. 
• Restabelecer a intuição alimentar.
• Identificar sentimentos de culpa e vergonha sobre a comida e sobre o ato 
de se alimentar.
• Eliminar o autojulgamento negativo e crítico sobre o próprio corpo, 
desenvolvendo aceitação, respeito, gratidão e amor por ele.
O Mindful Eating, engloba processos que podem levar um 
pouco de tempo e concentração para a prática, 
preferencialmente apoiados por um terapeuta habilitado, mas 
que com disciplina Como tudo que envolve nossas cognições, 
a atenção plena deve ser treinada
16
2.2 Teorias e aplicabilidade de técnicas
2.2.5 – COMER COM ATENÇÃO PLENA (MINDFUL EATING)
Meditação da Uva Passa
• Pegue alguma cerca de 3 uvas passa (que podem ser trocadas por castanhas ou outras 
frutas desidratadas pequenas). 
• Coloque apenas uma em sua mão e observe-a com detalhe. Concentre-se e no amplo 
leque de cores e tonalidades, de como a luz incide em suas dobras, em sua textura 
rugosa. Suas formas irregulares aos nossos olhos. A ideia é captar tudo o que possa ser 
visto. 
• Depois, é preciso fechar os olhos e tocar a uva passa. Fazer com que ela dance entre os 
dedos para sentir sua textura e o nosso tato, de como sua pele se mescla com a nossa. 
• Depois sentimos o aroma dela. 
• Ainda com os olhos fechados, colocamos a passa na boca. Não a mordemos, mas a 
acariciamos com os dentes primeiro, para depois notar que cai em nossa língua, 
acomodando-a. Agora a exploramos com a língua, da mesma maneira que fizemos com os 
dedos. Lentamente. Sem pressa. Desfrutando de tudo o que um alimento pequeno e 
ordinário como uva passa pode nos oferecer. 
• Só depois de toda essa avaliação pelos sentidos de visão, textura e aroma, a mordemos. 
• Ficamos conscientes de uma explosão magnífica produzida em nossos sentidos. 
Percebemos seu sabor, como se funde e confunde com o nosso, com a saliva, com o 
gosto. Tratamos de encher toda a boca com essa mescla, chegando a todos os cantos. 
• Apenas então engolimos a uva passa e notamos como cai pela garganta, como abandona 
a boca e se integra em nosso interior. 
• Uma vez finalizado o exercício, esperaremos alguns segundos para abrir os olhos e 
comemorar que desfrutamos de uma uva passa, talvez pela primeira vez na vida, em vez 
de engoli-la. 
• Exploramos todas as possibilidades que tinha para nos oferecer. 
17
Outras práticas como a varredura corporal e exercícios de respiração-corpo-
pensamentos são bastante utilizadas, mas algumas práticas diárias já podem 
introduzir a prática do Mindful Eating em nossa rotina:
1 – Reduza a velocidade da mastigação – Mesmo que o tempo para fazer a 
refeição seja pouco, deve ser feito com ATENÇÃO e vagarosamente.
2 – Sente-se à mesa – Comer enquanto anda, dirige ou de pé e qualquer uma de 
nossas multitarefas paralelas do dia não nos conecta à refeição e percepção de 
saciedade.
3 -Desperte a curiosidade e conexões - Ao olhar para o alimento, tente fazer todo 
o caminho que ele percorreu (desde sua plantação ao preparo) para chegar ao seu 
prato.
4 – Coma apenas – Tarefa das mais difíceis - perceber tudo que o alimento 
oferece: cor, textura, proporção e sabor.. 
5 – Observe suas sensações – Perceba emoções e sentimentos que surgem ao 
longo da refeição. 
6 – Coma o suficiente – Qual seu grau de saciedade? Pense sempre numa escala 
de zero a dez seu grau. Pare ao percebê-la, mesmo que ainda haja comida no 
prato.
7 – Elimine a Culpa - Pemita-se aproveitar cada garfada e pedaço. A culpa 
aumenta o comer sem atenção.
8 – Treine – Exercitar a atenção plena com regularidade vai torna-la um habito
9 – Agradeça – A quem preparou, plantou, transportou. Agradeça sua oportunidade 
em poder escolher e fazer aquela refeição. A gratidão desenvolvida nos reconecta: 
corpo, cérebro e emoções 
A grande lição Mindful Eating é a analogia com o que fazemos com o 
nosso presente: se o engolimos com pressa e falta de 
atenção, deixamos de perceber detalhes e oportunidades do que ele, 
e a vida, tem a nos oferecer.
18
2.2 Teorias e aplicabilidade de técnicas
2.2.6 – ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL
• Gradual
• Não necessariamente em uma ordem exata – depende da demanda/incômodo 
observada na entrevista/anamnese
1. Treinar a solução de problemas: Levantar alternativas
2. Reversão de hábitos: treinar novo padrão de resposta para eliminar 
hábito disfuncional, identificando episódios, buscando parceiros que 
lembrem o paciente da mudança de hábito Ex.: Trocar o doce depois do 
almoço por um café.
3. Redefinir termos: Reduzir culpa e Julgamento, aumentando a 
consciência. Trocar expressões como “dia do lixo” por exceção 
controlada, “Jacar” por saída da rotina, “gordice” por comida gostosa 
Anexo 8 Mantendo Hábitos 
19
• Diabetes – Trabalhar a resistência à doença, e no manejo do 
Diabetes, principalmente no DB2 tardio
• Crianças e Adolescentes – Ação Dinâmica ao trabalhar sua 
consciência de consumo
Anexo 9 Desafios e orientações para crianças e adolescentes
3- Aplicabilidade no atendimento de nutrição
• Esportistas - Maior aderência, pois já trabalham com 
metas e foco em resultados. Necessidade de estímulos 
motivacionais às rotinas extenuantes e quebra de 
monotonia.
• Empresas – Ação integrada de educação nutricional para 
difundir comportamentos comuns a todos, uso de desafios 
e estímulos em grupo (sem competição explícita)
Anexo 10 orientações como comer fora no trabalho
20
4 - Nutrição comportamental no tratamento dos transtornos alimentares
TCAP - Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (binge eating disorder (BED))
A característica central do transtorno são os episódios de compulsão alimentar (ECA), nos quais o paciente 
ingere uma quantidade excessiva de alimentos num curto intervalo de tempo, seguido de uma sensação de 
perda de controle sobre o seu comportamento alimentar.
Para ser caracterizado o TCAP, é necessário que haja uma frequência de, no mínimo, uma vez por semana 
e por um período (no mínimo, nos últimos três meses). Além disso, os ECAs ocorrem às vezes em situações 
escondidasou em situações onde não se espera que eles ocorram (o refeitório da empresa, seu carro, seu 
escritório). Ou seja, para que se diga que determinada pessoa tem TCAP, ela deve apresentar pelo menos 
um ECA por semana ao longo dos últimos três meses. 
Frequência e gravidade dos episódios aumenta proporcionalmente ao IMC do indivíduo: quanto maior o 
IMC, maior o número de calorias ingerido durante uma crise. No entanto, o fator emocional é o maior 
determinante. Normalmente o ECA é desencadeado por um fator emocional: stress, ansiedade, problemas 
de relacionamento. 
4.1 - Anorexia
4.2 - Bulimia
4.3 - ortorexia/vigorexia
4.4 - OBESIDADE E COMER TRANSTORNADO
Estado atual do Paciente: Sensação frequente de fracasso, injustiça, baixa auto estima, 
vergonha, culpa e cansaço frente às dietas
Evitar Rotulação/Julgamento do paciente
Antecedentes familiares de obesidade, sobrepeso durante a infância e preocupações dos próximos com a 
forma física, peso e dieta parecem agravar o quadro de TCAP
Diagnóstico diferencial com a bulimia
A principal diferença entre o transtorno da compulsão alimentar periódica e a bulimia é que no TCAP o 
paciente não costuma desenvolver mecanismos compensatórios para neutralizar os efeitos da orgia 
alimentar. Quando eventualmente isso acontece, não é um padrão regular, ou seja, ele pode até decidir 
fazer um jejum no dia seguinte ou caminhar para compensar o excesso, mas esses comportamentos são 
esporádicos e pouco intensos. 
Os pacientes com TCAP apresentam um menor nível de restrição alimentar que os com bulimia. 
21
Bibliografia Recomendada
Nutrição Comportamental 2ª edição – Marle Alvarenga, Manoela Figueiredo 
, Fernanda Timmerman e Cynthia Antonaccio – Editora Manole
Em defesa da Comida – Um Manifesto – Michael Pollan – Editora Intrínseca
Cozinhar – uma história natural da transformação - Michael Pollan – Editora 
Intrínseca
O dilema do onívoro - Michael Pollan – Editora Intrínseca
Mindful Eating – Comer com atenção plena - Cynthia Antonaccio e Manoela
Figueiredo - Editora Abril
Guia Alimentar para a População Brasileira” - Ministério da Saúde
O peso das Dietas – Sophie Deram
O Poder do Hábito – Charles Dihigg
Atenção Plena – Mindfulness – Mark Williams e Danny Penman
Por que fazemos o que fazemos – Mario Sergio Cortella
Pequenas Atitudes Grandes Mudanças – Caroline Arnold
A Arte da Imperfeição – Brené Brown
Referência técnica principal
Instituto Nutrição comportamental:
www.nutricaocomportamental.com.br
22
• Tribole E, Resch E.The Intuitive Eating Workbook: Ten Principles for Nourishing a 
Healthy Relationship with Food. New Harbinger Publications, 2017.
• Tylka TL. Development and psychometric evaluation of a measure of intuitive eating. J 
Couns Psychol 2006; 53:226-240.
• Tylka TL, Van Diest AMK. The Intuitive Eating Scale–2: Item refinement and
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