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CRIOTERAPIA Profº Guilherme Matheus Pós-Graduado em Fisioterapia Traumato-otopédica Pós-Graduando em Fisioterapia oncologica Barreiras/BA SETEMBRO/2021 Centro Universitário São Francisco de Barreiras Grupo Ser Educacional Colegiado de Fisioterapia CALOR E FRIO Efeitos Fisiológicos • Tanto o calor quanto o frio, são bastante utilizados na Fisioterapia como recurso de tratamento. No entanto não é comum utilizar temperaturas abaixo de 0° C, nem acima dos 45° C, pois a utilização de temperaturas aos extremos pode ocasionar lesões irreversíveis. Temos como exemplo: As brotoejas, o edema, as cãibras e queimaduras. CALOR E FRIO Efeitos Fisiológicos • Sobre a Dor – Calor: não efetivo em todos os tipos espasmos. – Frio: fala-se que este retarda a condução dos nervos periféricos e que também produz o aumento do limiar da dor. • Sobre o Músculo – Aumento da elasticidade do colágeno, diminuição da viscosidade dos fluidos e relaxamento da musculatura, pode ser usado como redutor de espasmo muscular. No entanto, é mais comum a aplicação do frio com esta finalidade. Problema é que nem sempre o frio é antiespasmódico, geralmente só é eficiente quando o espasmo foi originado depois da dor. CALOR E FRIO Sobre a Força • O aumento da temperatura proporciona uma diminuição na força e na resistência muscular. Em relação ao frio, é descrito que este provoca um leve aumento da força e do tônus muscular, no entanto se esta musculatura for trabalhada intensamente após o resfriamento, devido à diminuição da irrigação sanguínea, esta fica mais vulnerável a lesões; Sobre a circulação • Calor: relaxamento da musculatura esquelética e dos vasos sanguíneos. Estimula a liberação de histamina e bradicininas; • Frio: tem efeito inverso já que ele aumenta a viscosidade do sangue e provoca vasoconstricção. CALOR E FRIO Reação inflamatória • Frio: é a de parar a reação. Porém não deve ser parada e sim controlada. Para isso utiliza-se as pausas durante a aplicação. Evitando-se também a morte tecidual por hipóxia; • Calor: devido ao fato de promover aumento do metabolismo, diminuição da viscosidade dos tecidos e vasodilatação, é um recurso que aumenta a reação inflamatória; Edema • Calor: tende a aumentá-lo, especialmente nos estágios iniciais de inflamação e lesão; • Frio: pode ajudar a limitar o edema. CALOR E FRIO Reparo tecidual • Calor promove um aumento na velocidade das reações químicas; aumenta a quantidade de O2 disponível para o tecido, aumenta o metabolismo celular, e tudo isto aumenta a velocidade do reparo tecidual; • Frio: não trás nenhum benefício ao reparo tecidual, pelo contrário, vai retardá-lo; Extensibilidade do colágeno • Calor: o colágeno torna-se mais extensível quando é aquecido, promovendo benefícios sobre os alongamentos e as manipulações de cicatrizes ou aderências pós cirúrgicas; • Frio tem mostrado efeito inverso. CALOR E FRIO Área a ser tratada: • Em algumas pessoas, a aplicação de frio nas mãos e pés leva a desconforto considerável e essa pode ser então uma indicação para o uso de calor. Facilidade de uso: • Isso pode ser especialmente importante ao se considerar a terapia domiciliar feita pelo paciente. Preferência do paciente: • Algumas pessoas acham o frio intolerável; o uso de calor para aliviar a dor e o espasmo muscular pode ser mais aceitável e levar a maior cooperação com o tratamento. CRIOTERAPIA • Hipócrates usava gelo e neve antes das cirurgias; • Efeitos analgésicos e anti-inflamatórios; • Uma das técnicas mais utilizadas – prioritária; • Baixo custo, fácil uso e aplicável em diversas patologias; • Definida como terapia pelo frio ou terapia fria – usa o frio nas formas liquidas, sólidas ou gasosas. CRIOTERAPIA • Aplicação terapêutica de qualquer substância no corpo resultando numa retirada de calor corporal, rebaixando a temperatura tecidual; • A magnitude dos efeitos relaciona-se com a temperatura da modalidade, a duração do tratamento e a superfície exposta ao tratamento; • Para obter os benefícios, a temperatura deve cair para aproximadamente 13,8ºC para que ocorra redução ideal do fluxo sanguíneo local, e para cerca de 14,4 ºC para que ocorra analgesia, sabendo-se que a temperatura corporal (pele) é de 36 à 37ºC. CRIOTERAPIA • Mecanismo da Conservação do Calor: – Quando a temperatura orgânica diminui; – Vasoconstricção da pele; – Reflexo piloeretor (“pele de galinha”), que fecha os poros para reter mais calor; – Aumento da produção de calor: Quando o hipotálamo é ativado, produz tremor, que aumenta o tônus de todo o corpo. CRIOTERAPIA • Efeitos Fisiológicos: – Vasoconstricção; – Anestesia; – Analgesia (diminui a velocidade de condução nervosa); – Diminui o espasmo muscular (diminui o estímulo no fuso neuro-muscular); – Diminui o metabolismo; – Diminui o processo inflamatório; – Altera a circulação sanguínea (↑ ou ↓); – Aumenta a rigidez dos tecidos. Aplicação do frio Menor eferência sensorial Menor reflexo de alongamento Menor espasmo muscular Relaxamento prolongado Facilitação na ADM Mobilização precoce Anestesia Menor dor CRIOTERAPIA • Em que momento da lesão usar o frio? – Utilizar o frio nos primeiros 5 (cinco) minutos do pós-trauma para obtermos todos os resultados da terapia fria (crioterapia); – No período, imediatamente, após a lesão, o frio reduz o metabolismo celular fazendo com que as células sobrevivam ao período de hipóxia causado pelos danos vasculares; – Como resultado da ação do frio, teremos menos tecidos lesados, hematoma menor, e as reparações são feitas em uma área menor e mais precocemente. CRIOTERAPIA • A hipotermia diminui o metabolismo e o consumo de O2 nos tecidos, sendo este um fator muito importante na resolução de patologias musculoesqueléticas e em traumas agudos. • Os efeitos da histamina e colagenase sinovial são diminuídos pelo frio, enquanto que os fatores antibióticos são aumentados. CRIOTERAPIA • Atividade celular: Os processos químicos e biológicos se tornam mais lentos com a diminuição da temperatura. Ocorre dano por congelamento nas células quando a temperatura local cai a zero. • Fluxo sanguíneo: O resfriamento da pele causa uma vasoconstrição imediata que age para diminuir a perda de calor corporal. Embora a imersão das mãos na água a 0-12°C, inicialmente cause a vasoconstrição esperada, essa é seguida, após uma demora de 5 minutos ou mais, por uma vasodilatação acentuada. Essa é então interrompida por outro episódio de vasoconstrição e subsequentes ondas de aumento e diminuição do fluxo sanguíneo local. Esse fenômeno é conhecido como vasodilatação induzida pelo frio. CRIOTERAPIA • Temperatura intramuscular: A queda de temperatura associada depende da duração do tratamento, da profundidade do músculo a partir da superfície e da temperatura inicial do agente de tratamento; o resfriamento persiste por várias horas • Temperatura articular: Essa parece permanecer baixa após a aplicação de frio, embora alguns pesquisadores tenham relatado inicialmente um breve aumento na temperatura. CRIOTERAPIA • Bolsa de gelo na panturrilha: 30 minutos necessários para resfriar o músculo em uma profundidade de 4 cm em 3,5°C / em 2,5 cm levará 20 minutos para diminuir 5°C; • Em articulação: 30 minutos na região anterior do joelho → causou queda de queda = 9,4°C na temperatura intra-articular (devido à provável falta de gordura da região). CRIOTERAPIA • Indicações – Fase aguda e subaguda de patologias; – Como coadjuvante de terapias físicas (ex :U.S., TENS); – Como pré-cinéticos; – Exercícios ou inflamação aguda; – Exercícios intensos; – Dor aguda ou crônica; – Espasmo muscular agudo ou crônico; – Pós-cirúrgico em geral; – Nevralgias; – Espasticidade por distúrbios do SNC;– Queimaduras de 1º e 2º graus; – Artrite reumatoide e osteoartrites. CRIOTERAPIA • Contraindicações e precauções: – Doença de Raynauld (espasmo arterial com cianose digital); – Hipersensibilidade ao frio (urticária); – Diabetes com envolvimento vascular; – Hipertensão (Vasoconstricção); – Redução ou perda de sensibilidade; – Sobre ramo principal e superficial de nervo; – Ferimentos abertos; – Doença vascular periférica (área com comprometimento circulatório) – Pacientes idosos com pele frágil; – Massagem com gelo em cima do seio carótideo; – Crianças ou outros indivíduos com dificuldade de compreensão; – Sobre nervos periféricos em regeneração. • Resfriamento em quatro fases (frio, formigamento, • queimação e adormecimento) • P: PROTECTION (PROTEÇÃO); • R: REST (REPOUSO); • ICE: GELO (CRIOTERAPIA); • Tudo isso mais a compressão e elevação; • AINEs/ANALGÉSICOS = prescrição médica PRICE • Compressão local: normalmente feita com ataduras elásticas (podendo fixar um saquinho de gelo sobre a região), tem efeito cessante sobre o sangramento intramuscular em traumatismos agudos, reduzindo o hematoma; • Elevação do membro: deve ser realizada nas primeiras 24 horas, diminuindo o edema. PRICE OBSERVAÇÕES • O edema na fase aguda limita funcionalmente (diminui ADM) uma articulação, porque distende a cápsula articular e consequentemente resiste o movimento; • Todo início da cinesioterapia deve-se respeitar as fases de cicatrização dos tecidos moles. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Bolsas/Toalhas de gelo: • As bolsas de gelo podem ser bolsas "caseiras" feitas pelo profissional ou bolsas compradas. Bolsas adequadas podem ser feitas envolvendo toalhas felpudas úmidas em flocos de gelo. Essas podem ser aplicadas na parte do corpo a ser tratada por até 20 minutos. Em casos de espasticidade até 30 min. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Banhos frios • Um dos métodos mais simples de resfriar o tecido é colocar a parte do corpo em água fria ou em uma mistura de gelo e água. A temperatura pode ser controlada variando a proporção de gelo e água. Uma temperatura de 16- 18°C pode ser tolerada por 15-20 minutos. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Sprays vaporizadores: • Deve ser aplicado sobre a área por meio de jatos curtos (de aproximadamente 5 segundos cada). Geralmente, são adequados três a cinco jatos. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Massagem com gelo • A massagem com gelo pode ser usada para produzir analgesia. Essa é normalmente feita sobre uma área pequena, como um ventre muscular ou ponto de disparo. Uma área de 10 X 15 cm deve ser tratada por até 10 minutos. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • CRYO-CuFF • Máquina de ar frio com compressão, mais água fria em um manguito de borracha e nylon. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Criocinesioterapia e Crioalongamento • Trata-se de uma combinação de aplicações de frio para causar hipoestesia à área do corpo lesionada combinada com exercícios ativos, graduado e progressivo. Pode ser usada para qualquer lesão músculo esquelética. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Bolsa de gelo + eletroterapia: • Associação de técnicas. CRIOTERAPIA - TÉCNICAS • Crioestimulação: • Utiliza-se uma pedra de gelo em contato direto sobre a pele, e parcialmente protegida por uma toalha. Usar sempre no sentido da fibra muscular e da contração muscular, indicada para produzir uma estimulação no complexo neuro- muscular. Atividade – 0,5 pontos • 1- Descreva como se dá o efeito fisiológico do frio sobre o fluxo sanguíneo. • 2- Cite cinco técnicas de crioterapia. • 3- Cite e explique 7 efeitos prejudiciais do resfriamento. • 4- Quais os principais benefícios do calor na terapia. • 5- Cite e explique 3 efeitos das ondas elétricas no corpo humano; OBRIGADO!
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